Entendo pouco de macroeconomia. Quanto mais leio e estudo parece que entendo menos ainda. Fui atraído para o tema por conta do interesse naquilo que chamam de geopolítica, para entender o mundo e assim, pensar a aldeia onde vivemos.
Foi assim que descobri com mais vigor o Luiz Gonzaga Belluzzo que lia esporadicamente. Ele tem a proeza de se apresentar keynesiano e marxista, ao mesmo tempo. Assim, aprecio muitas de suas análises, que mesmo não sendo superficiais, evitam ao máximo a doença do hermético discurso econômico.
Para mim e cada vez mais economia é política e política é poder. Mesmo considerando que nem tudo é economia, a meu juízo, e cada vez mais, sem ela, não é possível compreender as coisas que se relacionam ao território, reconhecendo este não apenas como a área física, mas, relações sociais e de poder nele desenvolvidas.
É nesta linha que os artigos do Belluzzo ajudam. Este aí tem pérolas muito interessantes. Em épocas de leituras en-passant e rápidas, eu separei abaixo três delas. O artigo completo está aqui. É curto e vale a conferida. Seu título "Condenados pela riqueza":
"As decisões cruciais no capitalismo são tomadas pelos donos da riqueza e de sua forma suprema, o dinheiro. Frágeis e ariscas subjetividades, os potentados do capitalismo são, ao mesmo tempo, escravos da imensa fábrica social montada para produzir riqueza monetária...
...No entanto, a felicidade imaginada pelos possuidores de riqueza está na liberdade de dispor de dinheiro, empreender e acumular mais riqueza sob a forma geral, abstrata, ou seja, mais dinheiro. A doce liberdade da riqueza os condena a realizar os desígnios da razão sistêmica: desejam mais porque temem ficar com menos...
...É possível, no entanto, que essas pobres almas, assim torturadas pela sede insaciável de riqueza, flutuem algum tempo naquele espaço improvável entre os dois extremos fatais, o zênite da euforia compartilhada e o nadir do medo contagioso. Os períodos de “normalidade”, estes são sustentados por arranjos sociais e formas institucionais que compõem um determinado “estado de convenções”. Nesse ambiente cognitivo e psicológico o presente parece confirmar o passado e indicar os critérios para o futuro. Desafortunadamente, quando a cadeia de certezas está no auge, irrompe a reversão, muitas vezes o colapso."
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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Um comentário:
Não tem nada com essa matéria mas achei relevante por ser da região lhe passar essa realidade pela qual os bombeiros de SJB estão passando em atafona o link é esse.http://www.sosbombeiros.com/2014/02/atafona-pede-socorro.html#comment-form
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