Esse negócio de “direito” é mesmo muito estranho com uma lógica que muitas vezes parece às avessas, ou não?
Vejam só: o procurador Geral da República, Rodrigo Janot, em seu relatório com alegações finais à Ação Penal 536 sobre o “Mensalão Mineiro”, expedido na última sexta-feira, concluiu textualmente (entre outras coisas) que o mesmo foi o gerador do “esquema” que fez Marcos Valério estruturar arrecadações de verbas publicitárias que deu origem ao “Mensalão Federal”.
Engraçado que ninguém (ou quase) julga estranheza que o que deu origem ainda não tenha sido julgado (muitos dos possíveis crimes prescritos), enquanto o que lhe copiou, em imagem e semelhança, já tenha sido sentenciado e quase todos os réus presos, com exceção do delator, Roberto Jefferson.
Dizem que as coisas que possuem alguma lógica podem ser explicadas para uma criança. Daí, este blogueiro, longe de ser uma criança, pergunta se o “direito” tem mesmo relação com a Justiça, ou seria apenas mais uma das muitas convenções e formas de construir mediações, conforme a disposição das pessoas e seus “interesses”, no controle das instituições que regem a vida em uma sociedade, ou num Estado-nação?
Que os criminosos sejam punidos, os inocentes respeitados e mais que isto, que todos possam se defender, mas, ninguém em sã consciência deveria chamar a miscelânea acima de “direito” ou, muito menos, de Justiça!
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
Um comentário:
Quem são os inocentes? Pode citar algum?
Postar um comentário