Nos últimos dias é quase recorrente ver as pessoas reclamando do forte e abafado calor. Pensando nisto, eu recordei do relato de um trabalhador de um estaleiro (setor de construção naval).
Pelas características desta função de construção e montagens de navios, sondas e plataformas, o trabalho é feito ao ar livre, assim como na atividade construção civil (agricultura, pesca, etc.), porém, no caso da construção naval, há a atenuante (pelo calor) e inconveniente de ter que trabalhar com roupas e equipamentos de proteção mais pesadas e calorentas: capacete, máscara, luvas de cano alto, perneiras e avental de couro, etc.. Além disso, próximo às estruturas metálicas que refletem a radiação solar e aumenta o calor.
Se as pessoas em seu dia-a-dia comentam que a sensação térmica nestes dias tem se aproximado de 50ºC, imagine para quem trabalha num estaleiro em atividade física, se movimentando, sustentando peso e paramentado deste jeito? Soldadores e montadores são os mais atingidos.
Comenta-se ainda sobre o calor a que jogadores de futebol em jogos diurnos são submetidos e poucos se lembram de algumas categorias de trabalhadores. Muitos lembram dos salários dos bons e experientes soldadores acima da média, mas, não relacionam isto às condições de trabalho.
Por isto, é raro ver soldador em trabalho em área aberta com mais de 40 anos, devido à exigência de sua condição física, assim como o jogador de futebol, mas, com salário diferente e atividade diária e não esporádica sob o sol.
Recordei de tudo isto ao ler a matéria abaixo:
"Oito mil funcionários, sob o Sindicato dos Metalúrgicos, estão em greve no Polo Naval de Rio Grande. A justificativa é a falta de meios para enfrentar o forte calor. Segundo o diretor do sindicato, Gilberto de Oliveira, os operários têm trabalhado sob 50º C, sem bebedouros suficientes ou ar refrigerado. Além disso, os desmaios seriam frequentes."
PS.: Atualizado às 12:53: Para corrigir título com palavra calor digitada duplamente e identificado em comentário de colaborador do blog. Deve ser mesmo o calor, mesmo sem estar diretamente sob o sol e sem os EPIs.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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Um comentário:
Muito calor mesmo, será que a tendência é piorar?
Roberto Moraes, acho que com todo esse calor, a palavra se duplicou na frase do título ai. rsrsrsrs
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