No dia 3 de fevereiro passado, este blog fez aqui uma postagem sobre os resultados de importantes petroleiras do mundo e iniciava uma comparação com a Petrobras. Apesar de não haver comentários na nota aqui no blog, a sua repercussão no facebook foi grande, assim como indicam as estatísticas por notas do blog oferecida pelo Google.
Pois bem, hoje, ao final da tarde, contrariando a expectativa (e parece que torcida) de muitos analistas econômicos que atuam na mídia comercial) a Petrobras anunciou um de R$ 23,5 bilhões em 2013. Lembro que isto é lucro líquido.
Era de esperar que esta mesma mídia usasse mais uma vez, as conjunções adversativas nas manchetes que não lhe agradam. Tem sempre um senão, apesar de haver o fato. O Globo Online estampou: "Lucro da Petrobras sobre 11% em 2013, mas ganho cai 18,92% no quarto trimestre".
Então, eu voltei à nota (veja aqui) que sugiro que se relida e trouxe os dados sobre os resultados das outras petroleiras em 2013: Shell US$ 17,7 bilhões menor que os US$ 27,2 bilhões de 2012. O lucro da Esso em 2013 foi de US$ 8,3 bilhões quando caiu 16% em relação a 2012. Já a Chevron teve lucro líquido de US$ 21,4 bilhões em 2013, também com uma redução de 18,2% em relação a 2012.
Vejam então as maiores petrolíferas do mundo, privadas tiveram redução dos seus lucros entre 2012 e 2013, entre 16% e 40%, enquanto a Petrobras aumentou seu lucro em 11%, totalizou o lucro em R$ 23,5 bilhões em 2013. Isto significa que seu lucro relativamente foi maior do que todas as outras grandes petrolíferas citadas.
Em números absolutos, o lucro da Petrobras, ultrapassou a da gigante holandesa Esso (aproximadamente US$ 10 bilhões contra US$ 8,3 bilhões).
O resultado é significativo levando em conta o tamanho dos investimentos que a Petrobras está realizando para dar conta da cara exploração offshore na camada do pré-sal, além da construção das refinarias em Pernambuco e no Comperj, depois de três décadas que o país não construía uma nova planta de refino* no país.
Não sei se estas comparações você vai ver na mídia comercial que vive defendendo reajustes de preços dos combustíveis e ao mesmo tempo critica a inflação, sem reconhecer que seja possível administrar um meio termo disto em nome da população, proprietária maior da empresa. Além disso vive criticando a gestão da empresa que tem muito a ser melhorado e não faz nenhuma comparação com a realidade de empresas similares e privadas de outras partes do mundo.
Eu não sou especialista em análise de resultados e balanços das empresa e muito menos tive acesso a todas as informações oficiais da empresa, a não ser o resumo publicado na página da Petrobras que você pode ver aqui. Porém, insisto cuidado para você continuar a comprar gato imaginando que é lebre!
PS.: Atualizado às 11:40: Para corrigir a redação, onde se lia plataforma no sétimo parágrafo, marcado com um *, leia-se planta de refino. Correção a partir da identificação do Alexandre Ribeiro em comentário.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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4 comentários:
Professor Roberto, acho que em ralação a construção após 3 décadas seria de refinarias não? Alexandre Ribeiro.
Obrigado Alexandre. Correção já feita.
Sds.
Roberto, muito bom seu artigo! Graças a Deus existe a Internet! Senão seríamos meros expectadores desinformados pelas 5 grandes famílias que publicam o que querem e da maneira que querem! Parabéns!
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