Oportunismo, manipulação e tentativa de se fazer de vítima

Ontem, depois de assistir ao Jornal Nacional (ato que faço cada vez mais raramente) eu fiquei com uma sensação que resolvi compartilhar e debater em perfil no Facebook.

Hoje depois de ler e trocar comentários com algumas pessoas resolvi trazer o pequeno texto de reflexão aqui também para o espaço do blog:

"É lamentável a ocorrência na manifestação ontem na Central do Brasil que atingiu violentamente o cinegrafista da Band.

Há que responsabilizar quem gerou o problema. Porém, parece que há uma intenção, nem tão subliminar assim, da Globo em se colocar como vítima, aparentemente, numa tentativa de criminalizar toda e qualquer manifestação.

A matéria que abriu o Jornal Nacional durou quase 30 minutos de um "informativo" que teve uma duração total de 48 minutos.

Tentou ainda explicar porque um repórter da Globo News havia dado uma versão diferente sobre o acontecido.

Pior sequer mencionou que um senhor idoso morreu ontem vítima de atropelamento por um ônibus em função da movimentação.

Muitas pessoas não percebem como passam a formar opinião depois de massacres como este.

Repito é lamentável a ocorrência e o trabalhador-cinegrafista merece toda a nossa solidariedade, mas, há no ar interesses escusos. É bom continuar de olho!"

Ainda abaixo alguns comentários sobre o texto inicial:

PS.: Atualização às 14:38: Volto ao assunto, porque não por acaso voltei a ver agora há pouco o jornal da tarde de Globo. Novamente um espaço de quase metade do jornal. Uma longa entrevista com um dos rapazes envolvidos no episódio que redundou na explosão que atingiu o cinegrafista da Band. Aproveito para dizer que mesmo que possa compreender as razões que levam à forma de manifestação dos blackblocks (e mesmo não julgando-os como criminosos comuns como alguns fazem) discordo de suas práticas porque elas levam ao isolacionismo político desconstruindo movimentos de resistência que intentam apoiar. No caso específico como já falei vão ter que assumir pela consequências dos seus atos. Porém, o que quero trazer à tona agora é que pelo que vi até o momento, eu não identifiquei nenhuma evidência que os responsáveis pela explosão do artefato tenham pretendido atingir o cinegrafista. Verdade que não vi tantas vezes as imagens que agora são editadas sempre ao gosto do que pretendem fazer crer. Mais interessante ainda é não ver que nenhum especialista (ah, os especialistas, tão em voga no jornalismo contemporâneo para passar aquilo que as pautas e as editorias já concluíram, rs) tenha falado sobre a intenção de lançar o foguete (já que não era uma bomba) na direção do cinegrafista. As fotos mostram o foguete aceso no chão antes de sair sem direção até atingir o jornalista, como parece que poderia atingir qualquer outra pessoa. Isto, mostra e reforça a irresponsabilidade do seu uso. Porém, daí a interpretar que o fato específico teve como alvo um profissional de imprensa, até prova em contrário, parece um exagero e, aparentemente, mais um oportunismo. Lembrem que as falas ouvidas de diversas autoridades sobre o caso falava do impedimento do trabalho jornalístico. Não preciso ser especialista para identificar que um foguete aceso e jogado no chão pode sair em qualquer direção. Engraçado nenhum especialista ou autoridade policial concluir sobre isto. Volto a repetir, isto não reduz a responsabilidade (ou irresponsabilidade) do feito, mas, mostra uma interpretação completamente diversa da que a Globo quer fazer crer. Submeto o comentário aos amigos do blog como do facebook.