Este assunto talvez você não veja na mídia comercial e euro-cêntrica que pretende fazer crer que corrupção é um problema apenas dos países pobres e da periferia.
Pois bem, a Comissão Europeia elaborou um relatório oficial a partir de um estudo pan-europeu que conclui que cerca de EU$ 120 bilhões são as perdas anuais com a corrupção.
O estudo que são diversos tipos de corrupção, normalmente (como pode ser em nosso país) mais presente nos níveis municipal e regional.
Os tipos de corrupção não seriam muito diferentes daqueles que já se conhece: contratos governamentais superfaturados e que envolvem "caixinhas"; "financiamento político secreto"; propinas para obtenção de assistência médica; favorecimentos para tocar projetos de construção civil e promoção imobiliárias em áreas urbanas.
O estudo da Comissão da União Europeia (UE) que envolve 28 países-membros diz que "não há zonas isentas de corrupção na Europa".
O relatório também estima que na UE 20% do fornecimento de bens e serviços são custeados pelos governos e que deste quinhão "não menos de 25% do dinheiro gasto nestas aquisições pode ter sido desviado por corrupção".
Cecília Malsmstrom, membro da Comissão Europeia disse ainda sobre o assunto: "o dinheiro desembolsado pelos europeus em impostos é, com muita frequência, desperdiçado na compra de bens e serviços que não fornecem aos cidadãos o devido retorno ao seu dinheiro".
A frase acima deveria ser lembrada pelas pessoas que com visão colonizada e euro-cêntrica que costumam atribuir aos nossos problemas de igual teor, a conhecida e surrada expressão: "isto é Brasil".
Como se vê o caso do "trensalão" paulista que envolve as europeias Alston e Siemens tem raízes mais profundas e antigas do que alguns tentam não querer enxergar, já que para alguns corrupção é dos outros.
Assim, como na União Europeia, não adianta esconder o problema e vê-lo exclusivamente nos governos. É bom lembrar que assim como lá ou aqui, não há corrupção sem corruptores, que são os empresários, que lucram com estes esquemas de vendas e superfaturamento dos serviços que prestam.
Aliás, quem tenta lhe mostrar o inverso disto está praticando outra forma de corrupção: a venda de informação mentirosa, tão comum no cotidiano das mídias corporativas que também vivem, e simultaneamente, das verbas públicas e dos prestadores dos serviços contratados.
Fonte da informação original: BBC Brasil. (veja aqui)
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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Um comentário:
Diz que não há zonas isentas de corrupção na Europa. Mas certamente há zonas em que ela ocorre em escala bem menores que a média do continente. Falta essa informação.
Gostaria de saber quanto os EEUU perdem por ano da mesma forma. Acredito que menos, proporcionalmente.
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