A fala do jogador (goleiro) Felipe do Flamengo após o jogo decisivo de ontem, dizendo que "com gol roubado é mais gostoso", ao mesmo tempo que reclamava da provocação dos jogadores adversários, antes do fim da partida, me soou, como uma autêntica comprovação de que o futebol com suas idiossincrasias (mesmo em meio às maracutaias) ainda tem muito de originalidade, espontaneidade e saudável brincadeira após uma disputa emocionante como aquela de ontem.
Digo isto até porque se tivesse mesmo esquema, que ele conhecesse e reconhecesse como roubo, jamais estaria verbalizando isto naquele exato momento e muito menos preocupado com as provocações anteriores dos adversários.
Evidentemente, não sou favorável aos esquemas de arbitragens.
A reclamação dos torcedores do Vasco é justa pelo gol irregular, mas, é difícil imaginar que se fosse o inverso o juiz fosse agir diferente naquele instante do jogo decisivo.
Ainda assim, ao contrário de quase todos, relevei a fala do goleiro. Porém, aquiesci e me mantive quieto, repensando, minha opinião.
Só que agora há pouco, eu leio na internet, uma nova declaração do goleiro dizendo que "um atleta profissional não pode falar o que falou".
Desta forma, mesmo compreendendo tudo que cerca o apaixonado campo das torcidas no futebol, eu vejo que o esquema de artificialidade, deste para mim "falso profissionalismo" acaba aos poucos, e de forma impensada, tirando o pouco de autenticidade que ainda insistia em existir, neste ambiente do chamado "futebol profissional", cada vez mais artificial, fonte de riquezas com pouca relação com o povo.
Não espero apoio à minha opinião, mas, não posso deixar de emiti-la, da mesma forma, como fiz, no dia final da Copa de 2006, quando todos condenavam Zidane pela sua expulsão, no jogo final da Copa do Mundo que acabou por levar a França à derrota, eu insisti em chamá-lo, pelas mesmas razões de agora: "Zidane, o humano!" (Clique aqui e leia o artigo em 11 de julho de 2006)
Repetindo a frase, eu a atualizo com: Felipe, o humano! Que tenhamos melhores arbitragens, mas, não deixemos estragar o resto de autenticidade que o futebol ainda tenta manter, em meio às fragmentações, superficialidades, falsos profissionalismos e distanciamento entre o virtual (digital) e a vida real e humana.
PS.: Publicado originalmente (agora com pequenas alterações) em meu perfil no Facebook.
Um comentário:
"Digo isto até porque se tivesse mesmo esquema, que ele conhecesse e reconhecesse como roubo, jamais estaria verbalizando isto naquele exato momento e muito menos preocupado com as provocações anteriores dos adversários. "
Disse tudo, hehe.
Difícil imaginar um complô em prol do Flamengo em que houvesse um escanteio aos 45min do vasco tempo, em que o principal defensor do Vasco sentiria a coxa e deixasse o campo, em que Wallace sem marcação devido a esse defensor está fora de campo cabeceie na trave, que bola quique em cima do goleiro e sobre pro jogador do Flamengo, impedido, fazer o gol.
Tudo esquematizado, de véspera. heehe
Felipe foi 100% desabafo.
Gritos de olé vindo da arquibancada, jogadores do Vasco comemorando junto com a arquibancada...
É futebol, a emoção fala mais alto, pena que cada vez mais raro.
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