A Samarco começou a funcionar na década de 70. Ela faz no Espírito Santo o que a Anglo American se prepara para fazer no Porto do Açu. A Samarco tem dois minerodutos com extensão de 400 km desde os municípios mineiros de Germano, Ouro Preto e Mariana até o litoral capixaba.
A empresa prevê para este ano um faturamento de US$ 4 bilhões. Na semana passada ela inaugurou mais uma unidade pelotizadora na chegada do mineroduto junto ao Porto de Ubu. Assim aumentou sua capacidade de exportação de pelotas de minério de ferro para 30 milhões, próximo da Vale que tem capacidade de exportação de 36 milhões de toneladas de pelotas de minério no Porto de Tubarão em Vitória.
A Samarco diz possuir reservas para exploração por mais 50 anos. Hoje, a empresa vende para a China (15%); Oriente Médio e norte da África (30%); Europa (20%) e outras regiões da Ásia (20%). A diferença outros 15% é vendido internamente para a Usiminas.
Navios aguardando para embarque no Porto de Ubu, ES. Foto de José Carlos Salomão. Clique na imagem para ver em tamanho maior. |
O aumento do preço da commodity minério de ferro no comércio internacional ampliou, e muito, as exportações brasileiras feitas, em meio aos muitos problemas socioambientais, especialmente nos locais de extração e preparação para o envio sob a fora de pasta por mineroduto até o porto no litoral capixaba.
O mineroduto por conta das desapropriações e infraestrutura de instalação é muito caro, mas o custo de transporte de uma tonelada de minério de ferro sob esta forma, comparada com o transporte ferroviário tem a proporção de R$ 1,50 para R$ 25 a tonelada.
PS.: Atualizado às 15:08 de 22/04/2014: Por coincidência (ou não) caderno especial sobre mineração, na edição de hoje do Valor traz a informação de que a Samarco lançou em 9 de abril mais uma expansão para a construção do seu 3º mineroduto a ser construído paralelamente aos outros dois existentes com extensão de 400 km atravessando 25 municípios mineiros e capixabas e com capacidade de transportar mais 20 milhões de toneladas de polpa de minério de ferro por ano. A matéria de Genilson Cesar diz ainda que o Terminal Portuário de Ubu foi teve também recentemente ampliada a sua capacidade de movimentação de cargas de 23 para 33 milhões de toneladas anuais.
A reportagem diz ainda que o estado de Minas Gerais é hoje responsável por cerca de 50% da produção mineral brasileira. (Observação do blog: já foi maior este percentual hoje dividido especialmente com o estado do Pará por conta do projeto de Carajás da Vale)
A matéria também ouve o presidente da Anglo America - unidade de Minério de Ferro, Paulo Castellari, que refez a estimativa do custo de movimentação por tonelada de minério entre o uso por mineroduto e ferrovia. Hoje segundo o executivo é de US$ 2 para US$ 10.
Observação e novos comentários do blog: Certamente estas novas contas leva em consideração os gastos que a Anglo está tendo para concluir a ligação entre MG e o Açu, por onde espera escoar até o final do ano sua extração/produção de minério de ferro na mina em Conceição do Mato Dentro, MG. Os números citados antes (R$ 1,50 para R$ 25) também foram obtidos pelo blog em declarações anteriores de 2002, do Castellari, na condição de presidente da Associação Brasileira de Mineração (ABM).
Assim, como o estado do Espírito Santo que possui duas grandes bases de exportação de minério por porto público (organizado) ou Terminal de Uso Privado (TUP), o estado do Rio de Janeiro, hoje já exporta pelo Porto de Itaguaí (que terá sua capacidade de exportação ampliada para 45 milhões de toneladas anuais), além da exportação pelo Porto do Açu e ainda pelo Porto Sudeste, também na Baía de Sepetiba, município de Itaguaí. Este TUP projetado por Eike e hoje controlado pelo trade (grupo holandês) Trafigura foi desenhado basicamente para a exportação de minério, com capacidade plena previsa de movimentação de 50 milhões de toneladas de minério de ferro por ano.
Somando as capacidades de exportação fluminense (Itaguaí: 45 milhões + 26 milhões do Açu + 50 milhões do Sudeste) se chega ao volume anual de 111 milhões de toneladas que seria maior do que a estrutura capixaba de cerca de 70 milhões de toneladas somando os 36 milhões de exportações da Vale em Vitória + 33 milhões da Samarco no Terminal de Ubu, em Anchieta.
Ou se aproveita bem os excedentes econômicos gerados por esta enorme exportação, ou, as "veias abetas das América Latina" terão sangrado enormemente nossos até então enormes recursos naturais. Continuamos acompanhando.
PS.: Atualizado às 15:08 de 22/04/2014: Por coincidência (ou não) caderno especial sobre mineração, na edição de hoje do Valor traz a informação de que a Samarco lançou em 9 de abril mais uma expansão para a construção do seu 3º mineroduto a ser construído paralelamente aos outros dois existentes com extensão de 400 km atravessando 25 municípios mineiros e capixabas e com capacidade de transportar mais 20 milhões de toneladas de polpa de minério de ferro por ano. A matéria de Genilson Cesar diz ainda que o Terminal Portuário de Ubu foi teve também recentemente ampliada a sua capacidade de movimentação de cargas de 23 para 33 milhões de toneladas anuais.
A reportagem diz ainda que o estado de Minas Gerais é hoje responsável por cerca de 50% da produção mineral brasileira. (Observação do blog: já foi maior este percentual hoje dividido especialmente com o estado do Pará por conta do projeto de Carajás da Vale)
A matéria também ouve o presidente da Anglo America - unidade de Minério de Ferro, Paulo Castellari, que refez a estimativa do custo de movimentação por tonelada de minério entre o uso por mineroduto e ferrovia. Hoje segundo o executivo é de US$ 2 para US$ 10.
Observação e novos comentários do blog: Certamente estas novas contas leva em consideração os gastos que a Anglo está tendo para concluir a ligação entre MG e o Açu, por onde espera escoar até o final do ano sua extração/produção de minério de ferro na mina em Conceição do Mato Dentro, MG. Os números citados antes (R$ 1,50 para R$ 25) também foram obtidos pelo blog em declarações anteriores de 2002, do Castellari, na condição de presidente da Associação Brasileira de Mineração (ABM).
Assim, como o estado do Espírito Santo que possui duas grandes bases de exportação de minério por porto público (organizado) ou Terminal de Uso Privado (TUP), o estado do Rio de Janeiro, hoje já exporta pelo Porto de Itaguaí (que terá sua capacidade de exportação ampliada para 45 milhões de toneladas anuais), além da exportação pelo Porto do Açu e ainda pelo Porto Sudeste, também na Baía de Sepetiba, município de Itaguaí. Este TUP projetado por Eike e hoje controlado pelo trade (grupo holandês) Trafigura foi desenhado basicamente para a exportação de minério, com capacidade plena previsa de movimentação de 50 milhões de toneladas de minério de ferro por ano.
Somando as capacidades de exportação fluminense (Itaguaí: 45 milhões + 26 milhões do Açu + 50 milhões do Sudeste) se chega ao volume anual de 111 milhões de toneladas que seria maior do que a estrutura capixaba de cerca de 70 milhões de toneladas somando os 36 milhões de exportações da Vale em Vitória + 33 milhões da Samarco no Terminal de Ubu, em Anchieta.
Ou se aproveita bem os excedentes econômicos gerados por esta enorme exportação, ou, as "veias abetas das América Latina" terão sangrado enormemente nossos até então enormes recursos naturais. Continuamos acompanhando.
Um comentário:
Não confirmei, mas sempre ouvi dizer em Guarapari que a Vale tem participação na Samarco. A conferir.
Esse movimento de graneleiros já ocorre há bastante tempo. E tem movimentado o mercado imobiliário na região, principalmente o de alugueis anuais. Em Guarapari sempre predominou os alugueis por temporada
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