"Mídia, um partido clandestino"
Por Fernando Castilho
"Esqueçam PT, PSDB, PMDB, PSB e outros.
Esqueçam.
O partido com mais poder no Brasil não é nenhum desses. Ele não tem sigla, não tem presidente nem número.
Nele não se vota, antidemocrático que é. E por não ser democrático, ajudou há 50 anos atrás a derrubar a democracia do Brasil. E ainda hoje estimula golpes de estado.
Dispõe de tempo ilimitado na TV, dentro ou fora do horário político. Às vezes nem percebemos que está a fazer propaganda, pois utiliza-se de mensagens subliminares.
Não tem plataforma política, projeto ou programa para o Brasil. Tem para si próprio mas não os revela. Nem poderia, pois são contrários aos interesses da grande maioria da população. Limita-se a criticar qualquer medida que seus adversários tomam, mesmo que sejam boas para a Nação.
Não aparece nas pesquisas, uma vez que não permite que seu nome seja incluído, pois se considera acima dos partidos comuns.
É pródigo e pragmático em fazer alianças com partidos legalizados que fazem o jogo da direita, sua orientação política por excelência. Como em qualquer aliança desse tipo, em caso de vitória de sua ''coligação'', cobrará mais tarde sua contra-partida.
Mas nunca fará parte oficialmente do Governo, uma vez que prefere ficar nos bastidores dando a devida cobertura, encobrindo deslizes e fraudes e enaltecendo medidas profícuas ou de caráter duvidoso como sendo as mais importantes para o país.
Por ser clandestino, esse partido é dissimulado. Não costuma revelar suas reais intenções. Não costuma assumir publicamente sua orientação. Pelo contrário, diz-se neutro, de centro.
Não hesita em distorcer fatos, mentir, destruir reputações, criar escândalos, enfim, tudo que estiver ao seu alcance para atingir seus objetivos. Para isso utiliza-se de um número fabuloso de panfletos, alguns vendidos diariamente, outros semanalmente. Alguns vendidos também na TV e na internet.
Nesses panfletos, militantes pagos, figuras bem conhecidas do público, de fala empostada e eloquente, invariavelmente aparecem como figuras indignadas com o ''descaso'' ou a corrupção'' dos adversários. Somente dos adversários.
Pois é, a grande mídia brasileira é um partido clandestino. Também chamado de PIG, Partido da Imprensa Golpista.
Já dizia Joseph Pulitzer, ''Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma''
Segundo Altamiro Borges do Blog do Miro, “A mídia é um duplo poder: econômico e político, o único que tem liberdade é o dono. Ainda tem os interesses ideológicos e a consequente manipulação da informação. O que não interessa é omitido e o que interessa é realçado. Atualmente, 30 impérios comandam a comunicação no mundo. No Brasil, está na mão de apenas sete famílias: Marinho (Globo), Abravanel (SBT), Saad (Band), Macedo (Record), Frias (Folha), Mesquita (Estadão) e Civita (grupo Abril).”
Está claro que o Brasil precisa de uma Lei de Democratização dos Meios de Comunicação.
Trata-se de uma lei que existe nos Estados Unidos desde 1934. Ela exclui a possibilidade de um detentor de Concessão Pública de TV, como a Globo, por exemplo, possuir jornais e revistas. Lá ela não poderia.
Essa lei também existe em quase todos os países avançados democraticamente. Recentemente foi aprovada na Argentina e na Inglaterra.
Nelson Breve presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), diz: “Há uma grande contradição entre o que é serviço público e o que é atividade econômica. O problema é que o poder público transfere um serviço público para ser atividade econômica e muitas empresas privadas não cumprem esse dever público de princípios e deveres. É o poder público que tem o poder de regulamentação, o poder privado é apenas uma atividade complementar. Isso está no artigo 220 da Constituição.''
O jornalista Laurindo Leal Filho, professor da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP) lembrou que ''na década de 50 existia no Rio de Janeiro, por exemplo, dezoito jornais diários. O mesmo ocorria em São Paulo e em várias capitais. Hoje, existem três ou quatro veículos replicados por todo Brasil (Globo, Folha e Estadão, com algumas presenças regionais em nível de maior representação).''
A Democratização de Meios daria possibilidade de surgimento de um número maior de jornais, que poderiam equilibrar forças com os jornalões.
As Concessões de Rádio e Televisão têm que ser revistas, principalmente no sentido de se exigir que em sua grade haja maior número de produções educativas e nacionais. Além disso, há a necessidade da divulgação do contra-ponto a quaisquer comentários de cunho econômico, social ou político.
Mas qual é o perfil de quem lê os principais jornais escritos todos os dias?
Uma parte, talvez a maior, acredita em tudo aquilo que está publicado.
Outra parte, nessa me incluo, lê para ter um indicativo, uma fonte a mais, mas nunca a definitiva. São pessoas que buscam informações sobre os assuntos publicados, em outras fontes. Só após isso, definem uma opinião.
E quem assiste aos telejornais?
Há quem acompanhe atentamente tudo que o narrador fala, acreditando nele.
Há pessoas que deixam a TV ligada no telejornal, enquanto fazem outras atividades ou conversam, aguardando pela novela.

Mas, no tempo em que a Lei de Democratização de Meios for aprovada e entrar em vigor, talvez a tiragem dos jornais e a audiência dos telejornais tenham caído tanto, que ela já nem valha mais a pena. Explico: a internet com suas redes sociais publicando e compartilhando os mais variados assuntos em tempo quase real, mesmo que tenham fontes duvidosas e não confiáveis (exatamente como na grande mídia), conquistam dia a dia público cada vez maior. Além disso, os blogs, principalmente os de política, com seus autores antenados e perspicazes, são outra grande ameaça à imprensa. Recentemente tivemos um exemplo de como a grande mídia ficou revoltada por Lula preferir conceder entrevista a blogueiros e não a ela. Desprestígio.
Acredito que não está muito longe o dia em que a mídia deixará de funcionar como partido clandestino no Brasil, cumprindo seu papel de informar com isenção.
E se ela não começar já, seu fim poderá ser abreviado."
3 comentários:
Aqui em nossa Campos, esse Partido Clandestino, sob o comando do casal prefeito, faz-se presente, há quase 30 anos. Usam e abusam da midia. Pagam uma fortuna, fazendo campanha extemporânea (fora de época). Muito das vezes extrapolam e por isso, já foram condenados pela justiça.
Mas o ganho politico é muito maior que uma condenaçãozinha, que os fara' pagar uma pequenina indenização, às vítimas.
Partido Clandestino, diga-se mídia, aqui em Campos, tendo como chefe supremo, o grupo político da Lapa, com o conglomerado, DIARIO, rádio Diario Fm, e, Jornal O Diario.
Complementando o anônimo das 06:55hs. Alem da rádio diário fm e do jornal O Diario,várias emissoras de rádio, AM e FM, teriam horários comprados pelo casal de politicos da lapa.
Resumindo, esse fato prova que aqui nesse municipio também se usaria o mesmo expediente usado por grandes conglomerados de comunicação do país. É o chamado abuso do poder econômico.
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