A empresa americana criada em 1944 hoje é apenas uma marca dos EUA. Na época 96% dos calçados esportivos que consumia era importado. Hoje este percentual é de apenas 2%.
Para ampliar seus lucros a empresa passou a produzir em outras partes do mundo buscando mão de obra barata e fábricas que produzissem seus produtos, cuidando apenas da marca.
Para isto passou a patrocinar atletas de alta performance, ídolos dos principais esportes, para manter o prestígio da marca, enquanto explorava o trabalho em pontos distantes do planeta, os mais conhecidos foram Michael Jordan do basquete e Ronaldo no futebol, até hoje, mesmo não sendo mais atletas são patrocinados vitalícios da marca.
Com as seguidas denúncias contra esta exploração de condições indignas de trabalho, com risco à saúde, trabalho infantil, carga horária excessiva e o incêndio numa base em Bangladesh, a marca tenta evitar um colapso de vendas, por conta das pessoas começarem a vincular a marca a esta realidade.
Nesta linha, a empresa tenta ser transparente e pela primeira vez divulgou a localização e o número de funcionários de fábricas que trabalha para a marca por país. É a primeira varejista a fazer isto. Como se pode ver no quadro abaixo divulgado pelo jornal americano Wall Street Journal divulgou o mapa abaixo.
A Nike tem hoje em mais de 1 milhão de funcionários trabalhando em 367 fábricas produzindo para sua marca, sendo que cerca de 80% estão concentrados no Vietnã (31%); China (25%) e Indonésia (17%). Segundo o infográfico, no Brasil seriam 55 fábricas e 22,5 mil funcionários.
Interessante observar que não há nenhuma fábrica produzindo para a Nike nos EUA.
Isto é a realidade pós-moderna, após a grande reestruturação produtiva mundial, onde o custo de mão de obra é um dos menores custo dos produtos comercializados no mundo. Enquanto isto há quem julgue que os produtos da marca gere algum símbolo ou status.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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3 comentários:
comprei uma jaqueta penalty, brasileira, quando vi a etiqueta, rs, made in china...
Excelente matéria Roberto. A busca pelo menor custo da produção envolve o trabalho infantil, a exploração do trabalhador, condições precárias de trabalho, busca por legislação ambiental frágil, matérias primas baratas, vantagens no terreno e em impostos, e, chamamos tudo isso de desenvolvimento.
Boa noite, professor!
Excelente postagem. Caso consiga novos infográficos desse tipo, por favor, poste aqui no blog. Muito interessante!
Abraço!
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