Se fosse aqui imaginem a chiadeira. Um estudo da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) levantou que os trabalhadores de renda média estão pagando, nestes últimos três anos, impostos mais elevados. O caso acontece em 25 dos 34 países-membros da OCDE (cuja maioria é de países ricos) e, evidentemente, está relacionado às consequências da crise de 2008.
Na maior parte destes países, o que elevou os impostos foi a retirada de deduções, isenções de impostos e incentivos fiscais. Os aumentos são maiores para trabalhadores solteiros e sem filhos e com maiores rendas, como foi o caso na Irlanda, Suécia e Eslovênia. Na França, Reino Unido e República Tcheca as altas atingiram também trabalhadores com filhos.
Impostos temporários também foram criados para pessoas com rendimentos muito elevados, com a finalidade de ajudar a cobrir déficits públicos decorrente da crise.
Desta forma, a França lançou uma nova alíquota, de nada menos que 75%, que incide sobre salários anuais superiores a 1 milhão de euros, equivalente a aproximadamente R$ 230 mil mensais Dividindo o valor anual de R$ 3,2 milhões por treze salários incluindo o 13º salário.
Ou seja, quem este valor por mês na França entrega cerca de R$ 240 mil para o fisco ficando com R$ 60 mil. Imaginem uma decisão como esta no Brasil, embora, em nosso caso, a questão dos impostos, para fazer mais justiça, há que se taxar as grandes fortunas e o capital financeiro e não, o trabalho.
Sei que o tema vale um grande debate, assim, mesmo, em meio ao devagar dias destes feriado, o blog chuta a bola.
Fonte das Informações: Jornal Financial Times de Londres.
PS.: Atualizado às 21:56 e 22:04: Para acrescentar dados à conversão de moeda (pelo valor exato 1 Eu = R$ 3, 21) e também a divisão do salário anual pelo mensal a partir de sugestão do leitor-colaborador Evando Monteiro.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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20 comentários:
Roberto, no trecho que vc comenta quanto ficaria para o Estado e o que sobraria ao contribuinte acredito que o cálculo esteja equivocado. A alíquota de 75% vigora apenas sobre as parcelas que ultrapassem o valor determinado, no montante que fica abaixo os percentuais de desconto são menores.
É possível. Eu não tenho conhecimento sobre os sistema tributários para sustentar posições.
De qualquer forma, isto daria mais que 50% abocanhado pelo fisco que é muito significativo para o nosso questionamento frequente contra toda e qualquer tributação, como se fosse possível reduzir desigualdades e ter serviços públicos de qualidade sem isto, mesmo que tenhamos que fiscalizar e cobrar muito e permanentemente sobre a utilização destes recursos.
A maioria dos países sérios,de Primeiro Mundo, oferecem a sua população, serviços público de qualidade; Já no Brasil, observa-se o inverso; Cobra-se muito imposto, e entretanto o serviço de qualidade,inexiste. Essa é a grande diferença.
Aceitaria pagar mais impostos, porém, queria que a escola pública, os serviços de saúde, as estradas, etc, fossem gratuitos , e, de qualidade, desse modo compensaria, pagarmos mais impostos. Agora, do jeito, que o governo oferta seus serviços públicos de péssima qualidade, não tem como pagarmos mais, do que já pagamos.
Esse governo do PT, está terminando seu 12º ano, na Presidência da república,mas, a escola pública, o sistema de saúde, as estradas, continuam uma porcaria.
É aí que muitos se enganam.
Desigualdade se alcança tributando menos, muito menos.
Mais dinheiro com os contribuintes geram mais investimentos, que geram mais empregos que geram mais tributos. A economia começa a funcionar com mais produtividade.
Os Governos deveriam se preocupar em arrecadar com a quantidade, volume de negócios.
Um carro que no Brasil custa R$ 50.000,00, por conta da carga tributária, poderia custar uns R$25.000,00. Ou seja, a população consumiria muito mais carros. Dei o exemplo de carros, mas o mesmo se aplica a todos os bens de consumo, geladeira, TV, roupas, alimentos, etc.
E com o imposto de renda é a mesma coisa. Com alíquotas bem menores, a economia gira mais rápido, com produtividade, de verdade, gera tudo a mais. Inclusive mais Imposto de renda.
Uma das maiores causa de o Brasil não crescer, ficar em voos galinha (quando muito), é a absurda carga tributária. O que é agravado pela precariedade dos serviços públicos, que se dá não por falta de recursos, mas por má gestão, pela má qualidade dos políticos, de todos os partidos.. Cabe ao povo tentar votar melhor.
Sobre os comentários das 3:06 e 4:59,
Este é o discurso que se lê todos os dias na mídia comercial.
Há década se fala isto.
Não há como querer comparar o processo histórico vivido pela Europa e pelo "Estado de Bem Estar Social", após a Segunda Guerra Mundial e todas as conquistas de um continente com mais de 4 mil anos e a nossa realidade de um país que até um século atrás convivia com a escravidão e muitos ainda acham que o fim deste regime iria quebrar o país.
O Barão de Mauá adoecia contra esta visão retrógrada defendendo o liberalismo.
Há quem queira quem em 12 anos sejam corrigidas os problemas oriundos desta visão sobre aquilo que em 500 anos ficou adormecido.
As conquistas sociais do povo europeu, recentemente reduzidas pelo neoliberalismo que defende o estado mínimo e esta visão de redução de imposto e de retirada do estado, mesmo que continuassem a se pendurar nele com os subsídios diretos e cruzados de toda a sorte.
É como diz o professor Theotonio dos Santos, esta visão entorpecedora pior do que mudar a economia foi construir com o con$entimento da mídia comercial o discurso único que está em crise.
Na América Latina, o México e o Chile, apresentados sempre, como exemplos de estados eficientes, estão no limbo pela incapacidade do estado de fazer investimentos públicos, e assim ficam mais vulneráveis externamente. O Chile depende da exportação de cobre, responsável por 40% de sua arrecadação fiscal. Além disso, depende de outros países para a geração de energia elétrica.
O México tem carga tributária baixa para atrair alguns investidores do vizinho EUA e por conta disso, tem imensas dificuldades em elaborar políticas públicas de inclusão social, de educação segurança pública entre outros. Assim, quem reduziu demais a carga tributária vive pressionado contra a parde. Novos investimentos dependem de mais isenções e reduções tributárias, e com elas não se tem recursos para fazer o que é função do Estado.
Redução e isenção tributária é a "bolsa empresário" só que com níveis extraordinariamente maior daquilo que se injeta na economia pela base da pirâmide que de certa forma volta para o setor produtivo.
Enfim, é uma outra lógica, mesmo que a base do discurso, seja exclusivamente econômica e centrada no falso discurso da "modernidade".
O Simples é a prova de que a carga tributária no Brasil passou dos limites. Aumentaram tanto os tributos, que tiveram que criar uma tributação mais simplificada e bem menor. Se não fosse o Simples, muitas empresas já teriam fechado.
A carga tributária que hoje é paga no Simples deveria ser entendida a todos. E acabar com os absurdos que existem.
E o IR? É absurdo um assalariado ter que pagar 27,50% para o Governo.
Assalariado pagar 27,5 % de imposto de renda é uma covardia
Dr Roberto, os USA tem praticamente a mesma idade que o BRASIL, porém, 'e o pais mais rico do planeta. Então não faça essa comparação do BRASIL, com países do "velho continente"- Europa.
Ninguém gosta de imposto, mas não compreendê-lo já é cabotino.
Engraçado, colocam os EUA como referência e queriam que em dez anos fosse possível fazer do Brasil algo que mesmo (não gostando desta referência) assim tem quase dois séculos.
Além disso, a nossa elite econômica abriu mão de um projeto de Nação. Querem migalhas de projetos de fora a tocar algo que não fosse exclusivo para a elite, mas, que incorpore a maioria da população.
Vejamos, que a postagem original mostra que países ricos estão recorrendo ao aumento de impostos para sair da crise (o que é questionável, porque deveria ver os responsáveis) e aqui, se quer pagar menos impostos, como sempre, além de isenções, subsídios, etc. sem nenhuma preocupação com a Nação. Só enche a boca para falar de alguns estados-nação para ver alguns resultados.
Um debate quase de surdos.
Ainda assim sigamos:
já que gostam tanto dos americanos leiam o que diz o The Wall Street Journal, sobre as ações do atual governo brasileiro e sua referência, inclusive num tema que envolve tributação.
O link:
http://online.wsj.com/article/SB10001424052702304311204579506223251844830.html?dsk=y&mg=reno64-wsj&url=http://online.wsj.com/article/SB10001424052702304311204579506223251844830.html
Ah, quando falam bem das políticas dos governos da América Latina, citar "a-grande-mídia-imperialista-tendenciosa-neoliberal" é valido, pois neste caso falam a verdade.
Rs, rs... quem foi que levantou os EUA aqui?
Além disso, a seletividade reclamada é a mesma na edição cheia de conjunções adversativas da mídia comercial brasileira.
A posição do blog aqui é antiga em defesa da criticidade de todas as informações e fontes.
A seletividade das opiniões e abordagens tendem a refletir a visão política e até ideológica. Isto é compreensível. Até aceitável. Porém, o debate pressupõe a disposição ao diálogo para colocar em cheques opiniões e posições pré-estabelecidas. Ou não.
Insisto em retornar à postagem original: o fato dos países ricos (normalmente vistos como referências) recorrerem ao fim dos subsídios e isenções fiscais com aumento de impostos. No outro lado, matérias que mostram que há um debate internacional contra esta visão do estado mínimo e impostos baixos como solução.
Independente da posição que se possa ter diante deste fato, ele é real, a ideia do discurso único de redução de tributos para atrais capitais é como um bumerangue, que permite alçar voo, mas, tem volta. Negar o fato que é discutido até por financistas é fechar os olhos à realidade.
Até o Banco Mundial hoje considera programas sociais como alternativas para incorporação de novos mercados numa visão quase exclusiva de ampliação de fronteiras para seus produtos, do que de preocupação civilizatória.
Assim podemos debater o conteúdo, fora da pauta diária já conhecida.
Um assalariado hoje paga mais imposto do que uma empresa enquadrada no SIMPLES.
Quanto menor é a carga tributária de um pais menor é a sua capacidade de concorrência, principalmente no mundo globalizado em que vivemos
acredito que a questao da carga tributária elevada seja equivocada,pois os paises europeus que entraram em crise possuíam uma carga elevada e, mesmo assim, estão com problemas financeiros
acredito que a questao da carga tributária elevada seja equivocada,pois os paises europeus que entraram em crise possuíam uma carga elevada e, mesmo assim, estão com problemas financeiros
A Europa continua em crise financeira. Quem está melhor é a IInglaterra, que tem reduzido a sua carga tributária, e não aceitou adotar o euro, mantendo a sua independência financeira, com livre domínio de suas taxas de juros e câmbio. E na Inglaterra têm sido reduzidos os benefícios sociais que estimulem pessoas a não trabalhar
mais do mesmo...
Mais do mesmo é a atitude dos políticos brasileiros que aumentam cada vez mais a carga tributária do,pais, pois os maiores beneficiários são eles mesmos, os políticos
Tudo pelo social! E os bolsos cheios de dinheiro. Bolsos e cuecas cheios de grana!
Plim-plim. Não é preciso gastar munição para debater com o que o plim-plim fala todos os dias.
Seria bom chamar a Siemens, Alston para mostrar como o setor corporativo é sério quando trabalha com os tucanos.
Estes problemas existem, e precisam ser resolvidos, aqui, na França, Alemanha, São Paulo, Brasília e Belo Horizonte. Mas, além disso vamos fazer o quê?
Pergunte ao Aécio com que dinheiro ele distribuiu caminhonetes a deputado quando foi candidato a presidente da Câmara? Aqui em Campos tinha uma delas. faça-me o favor moralismo udenista tem cheiro de retrocesso.
Só querem reduzir impostos e pobre para trabalhar de graça ou a preços vil. A escravidão já passou, Mauá que era liberal reclamava desta visão atrasada e vejo que muitos aqui, mais de um século depois continua na lenga-lenga.
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