"A Prumo divulgou hoje (14), os resultados do 1º trimestre deste ano. De janeiro a março, o Porto do Açu recebeu investimentos de R$ 633,7 milhões (incluindo juros capitalizados). O montante é o maior já investido em um único trimestre desde o início da construção do empreendimento em 2007.
“O investimento realizado neste trimestre reflete o grande avanço físico das obras de construção do Porto do Açu. A conclusão da dragagem da extensão do canal do T2, junto com os 900 metros de cais dos nossos clientes, reforçam que o Porto do Açu está com a infraestrutura pronta para começar a operar nos próximos meses”, destaca Eduardo Parente, presidente da Prumo.
O avanço dos investimentos e do ritmo das obras, também reforça a confiança dos clientes no Porto do Açu. Somente neste início de ano, já foram assinados dois importantes contratos comerciais, com Edison Chouest e BP, que trazem receita adicional com o aluguel de área, além de uma expectativa de grande fluxo de embarcações para o canal do Terminal 2 (T2 - terminal onshore). A assinatura destes contratos reforça a competitividade do Porto do Açu como a melhor alternativa como um polo de serviços para a indústria de O&G.
Investimento
Do total de R$ 633,7 milhões investidos no 1º trimestre deste ano, R$ 204 milhões foram aplicados pela LLX Minas-Rio (Joint Venture formada 50% pela Prumo e 50% pela Anglo American), responsável pelo desenvolvimento do Terminal de minério de ferro do Porto. O restante (R$ 429,7 milhões) foi aplicado pela Prumo na construção do Terminal 2 e infraestrutura do Porto do Açu (dragagem do canal do T2, construção de cais e quebra-mar, linha de transmissão de energia, entre outros).
Desde o início da construção, em 2007, até março deste ano, já foram aplicados R$ 5,8 bilhões no empreendimento. Destes, R$ 2,8 bilhões foram investidos pela LLX Minas-Rio e R$ 3 bilhões pela Prumo.
Trimestre
Entre os principais destaques deste ano, está a formação de um novo time executivo. Em março, Cristiane Marsillac assumiu a diretoria de Operações com o desafio de comandar a operação do Porto do Açu. No mesmo mês, foi criada a Diretoria de Desenvolvimento, comandada por Marina Fontoura, que possui grande experiência no desenvolvimento de novos negócios. Ainda em março, Jorge Camargo, ex-presidente da Statoil e ex-diretor da Petrobras, foi indicado para o Conselho de Administração da Prumo. Todas as mudanças refletem a nova fase da companhia, que desde fevereiro é comandada por Eduardo Parente, ex-MRS e McKinsey.
Resultado trimestral
No primeiro trimestre, a Prumo apresentou uma receita líquida de R$ 17,2 milhões, referente ao aluguel de área a seus clientes Technip, NOV, Intermoor, Wartsila, Eneva e OSX. As despesas administrativas reduziram 18%, em comparação com o mesmo período do ano anterior, caindo de R$ 34 milhões para R$ 28,2 milhões. As despesas financeiras somaram R$ 22,8 milhões, compostas principalmente de despesas com pagamentos de juros relativos a empréstimos bancários e variação monetária.
A Prumo terminou o primeiro trimestre de 2014 com um saldo em caixa e equivalentes de R$ 374,4 milhões. No período, a companhia registrou prejuízo líquido de R$ 13,1 milhões.
Porto do Açu
Com 17 km de píeres, que poderão receber até 47 embarcações simultaneamente, o Porto do Açu está em construção em São João da Barra, no norte fluminense. Com área de 90 km², o empreendimento é formado pelo Terminal 1 (T1 - offshore) e pelo Terminal 2 (T2 - onshore).
O T1 será composto por uma ponte de acesso com 3 quilômetros de extensão, píer de rebocadores, 9 píeres para movimentação de minério de ferro e petróleo, canal de acesso e bacia de evolução. Destes, a ponte, 2 píeres para minério de ferro, o píer de rebocadores, o canal de acesso e a bacia de evolução já estão concluídos. O 1º embarque de minério no Porto do Açu está previsto para o segundo semestre deste ano.
O T2 está sendo instalado no entorno de um canal para navegação, que conta com 6,5 km de extensão, 300 metros de largura e profundidade atual de 7,5 metros (chegando, na sua maior profundidade, a 14,5 metros). No local estão em andamento às obras para construção do canal de acesso, bacia de evolução, construção dos blocos de concreto que serão utilizados no quebra-mar e a implantação da linha de transmissão. Com mais de 13 quilômetros de cais, o T2 irá movimentar ferro gusa, carga de projetos, carvão mineral, veículos, granéis líquidos e sólidos, carga geral e petróleo.
Com características únicas, como grande profundidade, localização estratégica e infraestrutura eficiente, o Porto do Açu se apresenta como a principal solução para a instalação de empresas do setor de O&G. No Porto poderão ser instaladas bases para movimentação e tratamento do petróleo, base de apoio para as operações offshore de E&P e polo metalmecânico dedicado à indústria de Petróleo e Gás.
O início de operação do Porto do Açu está previsto para junho deste ano, com a operação de unidades dos nossos clientes já instalados no canal do T2."
PS.: Atualizado às 21:54: Enquanto isto, hoje, cerca de 30 trabalhadores que atuam nas obras do Porto do Açu, através da empresa K. Mendes Construções Ltda. contratada da empresa espanhola FCC que constrói os píeres e quebra-mar procuraram o Sindicato de Trabalhadores da Construção Civil e registraram queixas na 134ª Delegacia Legal de Campos por descumprimento de obrigações trabalhistas e mais tratos, inclusive de estarem sem alimentação e pagamento.
Abaixo matéria do site de notícias Ururau:
"Vinte e cinco operários e representantes do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria e Construção Civil e Imobiliária (Sticoncim) foram parar na 134ª Delegacia Legal de Campos na tarde desta terça-feira (14/05), para registrar Boletim de Ocorrência contra a empresa K.Mendes Construções por descumprimento de compromisso com os trabalhadores firmado junto ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Oriundos do Maranhão e da Bahia, os operários chegaram a São João da Barra no dia 05 de abril com a promessa de trabalho da referida empresa, para atuarem no Porto do Açu, como armadores, mas de acordo com o presidente do Sticoncim, José Carlos Eulálio, eles nem chegaram a iniciar o serviço, ficando a disposição da empresa por 30 dias, a qual agora não quer assumir a responsabilidade sobre eles.
No Termo de Ajustamento assinado pelo supervisor administrativo, Luís Carlos de Mendonça, a K.Mendes Construções fechou acordo onde se responsabilizou a pagar o salário [pelos 30 dias que ficaram alojados em pousadas por conta da empresa], o equivalente a R$ 30.190.09, e o valor das passagens de vinda e da volta para suas cidades de origem, que foi orçado em R$ 23.668,50, totalizando um crédito dos trabalhadores para com a empresa de R$ 53.858,89. O prazo para o pagamento era até dia 12 deste mês, mas a empresa não cumpriu. A K.Mendes é subcontratada pela empresa espanhola FCC, que por sua vez tomou para si a responsabilidade de efetuar o pagamento nesta quarta-feira (14/05), mas também descumpriu o acordo.
“Espero que o Ministério do Trabalho, enquanto órgão defensor, se posicione contra a empresa porque ela diz que não vai pagar e o sindicato não tem como arcar com o custo desses funcionários. O subdelegado do MTE não honrou em acompanhar os trabalhadores”, disparou José Carlos Eulálio.
Ainda de acordo com Eulálio o descumprimento gera multa no valor de um salário mínimo prevista do artigo 477, que é atraso de rescisão contratual. “A empresa alega que não reconhece para pagamento os 25 trabalhadores porque os nomes não constam na lista da contratante, mas também não deu nenhum posicionamento do que vai fazer com eles”, disse acrescentando que ao todo eram 191 trabalhadores, porém 166 receberam seus direitos trabalhistas e já retornaram para seus estados.
Desde que chegaram a São João da Barra, os operários estavam hospedados em pousadas de Grussaí e na sede do município, mas o contrato com esses estabelecimentos, assim como fornecedores de alimentação, também venceram nesta quarta-feira, não tendo os trabalhadores onde dormir e fazer as refeições.
Francisco Carvalho de Jesus, de 36 anos, é natural de São Luís do Maranhão. Ele, que foi contratado para trabalhar como armador, relatou que recebeu um telefonema do supervisor da empresa pedindo que conseguisse 20 operários para fazer o mesmo serviço no Porto do Açu. “Viemos para cá com dinheiro do nosso bolso, mas com a promessa de seremos reembolsados. Chagando aqui, além de fazer o exame admissional, recebemos treinamento, e um funcionário recolheu nossas carteiras de trabalho, mas 12 dias depois as devolveu sem assinar alegando que a empresa estava passando por problemas”, contou Francisco.
O trabalhador explicou ainda que foram orientados a permanecerem nas pousadas aguardando que seriam reembolsados pelo valor da passagem e os dias que ficaram alojados, mas isso não aconteceu. “Estamos todos na mesma situação, com a família esperando lá no Maranhão e na Bahia e sem ter como voltar”, desabafou.
Após saírem da 134ª DL, trabalhadores e representantes do Sticoncim foram para a frente da sede do Ministério Público do Trabalho (MTE), mas até a publicação desta matéria não haviam sido recebidos pelos responsáveis pelo órgão. Com as malas nas mãos os trabalhadores, sem ter para onde ir, exigiam um posicionamento do MTE. A Polícia Militar foi acionada e os acompanhou com a finalidade de garantir a segurança dos operários e dos órgão envolvidos.
A equipe do Site Ururau tentou contato, por telefone, com Clóvis Santarém, mas não obteve êxito. O mesmo procedimento foi adotado com as empresas K.Mendes Construções e FCC, mas também não conseguimos resposta."
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