Hoje, os custos na indústria naval estão assim distribuídos: material, peças e equipamentos compõem 65% dos custos; 20% é mão de obra; e 15% seriam custos complementares. A informação é do Carlos Padovezi, diretor de Operações e Negócios do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).
Há alguns dias metalúrgicos de Rio Grande e Angra dos Reis reivindicavam reajustes e acertaram um percentual de 9,5%, vale refeição mensal entre R$ 335 a R$ 400 e um piso básico da categoria que avançou de R$ 960 para R$ 1.060.
Em época de pleno emprego acaba sendo uma oportunidade para os trabalhadores terem aumento reais de salário, em função do aumento do seu poder de pressão na negociação. Hoje, o salário básico não é nenhuma maravilha, para um tipo de trabalho de grande desgaste físico, desempenhado, num setor em que a maior parte do trabalho é desenvolvido ao ar livre, exposto às intempéries, calor, frio, vento e chuva.
Os empregadores do setor naval nacional, assim como outros, alegam que precisam ampliar a produtividade para não perder a competitividade na disputa com os estaleiros internacionais.
É deste jogo e das negociações que se tenta avançar. Olhando o peso dos percentuais de custo da indústria naval, se observa que ao invés de impedir aumentos reais sobre 20% dos custos com mão de obra, parece, mais interessante atuar sobre os insumos, embora, eles também tenham embutido um peso da mão de obra.
Porém, o país não deve buscar ser competitivo só se mantiver baixos salários, porque é uma política de pernas curtas. Neste sentido, os últimos mandatos do governo federal, a União fez a sua parte, ao obrigar que uma parte de conteúdo nacional (65% no conjunto).
O fato criticado por empresas estrangeiras e pela Agência Internacional de Energia (AIE) que alega aumento dos custos de exploração do Brasil, tem sido determinante, na ampliação do número de empregos no setor,hoje, próximo de 100 mil empregos. Enquanto, em 2003 eram apenas 7 mil empregos em todo o país.
A região teria no projeto original do grupo EBX no Açu, o estaleiro (UCN) da OSX, mas, o projeto está suspenso. Ainda assim, há em desenvolvimento numa área na entrada do canal do terminal 2 do Porto do Açu, a montagem modular de plataformas (veja aqui), pelo Consórcio Integra (Mendes Jr. e OSX) para serem integradas aos cascos de plataformas que serão estão sendo construídos no estaleiro Rio Grande, controlado pela Engevix Construções oceânicas (Ecovix), instalado no Rio Grande do Sul.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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