Os números abaixo explicam porque o Brasil continua a ser atrativo para montadoras de diferentes partes do mundo. A estatística é referentes aos quatro primeiros meses de 2014.
Na liderança a China com 6,8 milhões de unidades vendidas. Em segundo, os EUA com 5,1 milhões. Em terceiro o Japão com 2,2 milhões. O Brasil é o quarto com 1,054 milhão de unidades vendidas. A Alemanha em quinto com 1,050 milhão.
Lembramos que os números são apenas do primeiro quadrimestre. A grosso modo um terço da estimativa anual.
As vendas mundiais no primeiro quadrimestre de 2014 por marca teve a liderança da Toyota com 2,1 milhões de unidades, seguido da Volkswagem, com aproximadamente 2 milhões de carros vendidos.
Este quadro, se de um lado mostra o tamanho de nosso mercado e ampliação do poder de renda de uma parte importante da população, de outro preocupa pela viés da matriz rodoviarista no transporte público no país, mas de forma muito especial, nas grande metrópoles brasileiras.
Não é simples mexer nisto, tanto pelo peso que o setor automotivo tem sobre a industrialização brasileira, num momento delicado por conta das pressões em sentido contrário, quanto pelo questionamento de que o problema só surge agora quando as classes de renda mais abaixa alcança esta possibilidade de ter o seu carro.
Os fatos mostram a complexidade do problema que não pode ser negado, porque novas montadoras estão ainda vindo para o Brasil atrás deste imenso mercado, onde o automóvel é ainda muito caro. Alegam que a questão é do tamanho de nosso imposto.
Porém, já foi amplamente provado que o lucro das montadoras em nosso país é muito maior do que na imensa maioria dos demais países. Quem quiser saber sobre isto leia aqui boas matérias sobre o "Lucro Brasil" feito pelo jornalista Joel Silveira Leite em seu blog.
São três matérias amplas e esclarecedoras. (1, 2 e 3) Elas colocam no devido lugar esta discussão que no capitalismo é explicado pela reduzida concorrência. Assim, se vive um paradoxo: a vinda de mais montadoras pode reduzir estas margens de lucro, mas, também amplia o problema da alternativa rodoviarista.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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