Se mantidas pelo menos três ou quatro candidaturas que têm peso eleitoral, reduz muito a hipótese de decisão no primeiro turno. Apesar da decisão do Pros ser tomada ainda hoje pelo presidente estadual, deputado, Hugo Leal, até o dia 30/06, a próxima segunda-feira muita movimentação ainda poderá ocorrer.
"Miro pode ser vice de Lindbergh"
"PT ofereceu a vaga de vice na chapa do pré-candidato Lindbergh Farias, mesmo com o lugar prometido a Roberto Rocco, do PV. Apesar de a chapa do petista já estar fechada, o nome do deputado federal Miro Teixeira é cogitado para substituir o de Rocco.
Marcelo Crivella (PRB), ex- ministro da Pesca, e o deputado Anthony Garotinho (PR), líderes nas pesquisas de intenção de voto, também ofereceram ao PROS a vaga de vice ou a vaga para disputar o Senado em suas chapas, além de coligação para as proporcionais. Já o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), também em negociação, tenta atrair o partido com uma coligação proporcional."
Há que se observar com cuidado este processo. É bom saber que as eleições estaduais e nacionais são diferentes das eleições de prefeito. As alianças e acordos partidários serão sempre feitos com lógicas não muito simples. Há que se saber como o eleitor vai se comportar. Verdade que as bases de cada candidato são distintas. Umas mais exigentes ou mais de acordo com os líderes.
Há lideranças com maior e outras com menor capacidade em transferir os seus apoios. Avalio que o senador Crivella tem histórico de maior influência direta sobre seu apoio. O Romário foi eleito deputado pelo PSB em coligação com o PT e PMDB. Este processo aconteceu na mesma eleição que Lindbergh foi eleito senador.
Por isto é um processo de aliança mais natural e que compõe um espectro de centro-esquerda na política. O caso de Cesar Maia com Cabral até iria nesta linha pelo espectro mais à direita, só que as divergências entre ambos e ainda o prefeito Paes são muitos recentes e com agressões e xingamentos, assim, parecem mais estranha.
Além disso, Cabral/Pezão até alguns dias elogiava e agradecia à Dilma/Lula por quase todas as principais ações do seus dois mandatos. Pular agora também tem um peso de traição forte. Parte do eleitorado pode entender, mas, parte, rejeita.
Enfim, há ainda muita coisa pela frente, mas, evidentemente, como vínhamos falando, o quadro está se afunilando e uma decisão leva a outra, num processo de polarização que pode trazer o segundo para o primeiro turno. A conferir!
PS.: Atualizado às 16:30: Ainda sobre o assunto das alianças nas eleições para o governo do estado, o ex-governador Garotinho acabou de expor suas impressões agora em seu blog, evidentemente, puxando brasa para a sua "sardinha". Porém, usando um pouco das técnicas da análise do discurso, há como perceber que toda esta movimentação lhe deixa apreensivo.
Também não é difícil perceber que no plano nacional, depois de ter sido fortemente descartado pelo PSB de Campos e PSDB de Aécio, o primeiro partido pelo qual concorreu ao cargo de presidente em 2002 e o segundo que apoiou Alckmin contra a reeleição de Lula em 2006, ele, caso mantenha sua candidatura não teria outra alternativa a não ser ficar com a presente Lula. Na verdade, voltando à análise do discurso, o seu texto tem este endereço. Confiram:
"Estou em Brasília conversando com a direção nacional do meu partido, PR, e tratando dos últimos detalhes da nossa grande convenção de domingo, que oficializará meu nome para a disputa do governo do Estado. Ouvi muitas observações e reflexões, e quero compartilhá-las com vocês. De um senador importante da República ouvi que no arraial peemedebista o medo da minha candidatura assusta mais que sinal da cruz para vampiro. Disse-me ainda o senador, que além de fazer aliança à base do dinheiro, comprando partidos, lideranças políticas para apoiar Pezão, o PMDB - RJ tem tanto pavor da minha vitória, que estaria também ajudando outros candidatos. Perguntei ao senador: "Quais?". Ele sorrindo me disse: "Você sabe".
De vários deputados recebi comentários sobre minhas lideranças nas pesquisas. Em Brasília ninguém tem dúvida, Garotinho está na frente. Um deles chegou a dizer: "A 'poderosa' está tão tonta com a sua liderança, que escalou até um deputado para defender os interesses do plim-plim". Eu perguntei: "Mas quem é esse cidadão?". Ele respondeu: "Você sabe Garotinho!".
Pela manhã tive um encontro com dois ministros que cuidam da política no governo federal. Aparentam tensão, e mágoa em relação à atitude de Cabral ao botar a linha de frente do PMDB - RJ a serviço de Aécio Neves. Aliás, um outro senador que esteve comigo ontem, me disse que Lula não quer ver Cabral nem pintado, e ainda disse para alguns: "Bem que o Garotinho avisou"."
Um comentário:
Pelo menos uma Garotinho levou. O PT perdeu uma boa aliança no RJ
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