Gente gastando centenas de milhares de reais para ter um motivo, ou um argumento a mais para as suas especulações visando faturar milhões de dólares.
Especular e fraudar são irmãs siamesas. A quem esta turma é ligada na política? A que interesses servem? Se alguém ganha outros perdem. Quem perde?
Por tudo isto, eu vejo, de forma cada vez mais clara, que ainda há uma enorme necessidade de informar, de maneira simples, às pessoas como funciona todo este processo cada vez mais evidente, e, a que interesses eles servem.
Não é difícil também compreender onde e como a mídia comercial entra faturando nesta velha e conhecida ciranda financeira e rentista. Eles possuem candidatos, pressionam a mídia e querem resultados. Querem ganhos.
Há quem ainda queira defender a independência do Banco Central, justificando que ela seria prudente para separar a política da economia. De quem querem separar? Se a captura do Estado para interesses particulares e exclusivos são cada vez mais evidentes?
Observando esta realidade não é difícil compreender o papel que a mídia comercial tem neste processo. É ainda mais fácil saber como operam as suas tesourarias e, evidentemente, o rebate que isto tem nas pautas e nas editorias, assim como, nas manchetes dos impressos e dos telejornais.
Nunca isto foi tão evidente. Mas, ainda assim, é preciso destrinchar estas artimanhas para ampliar e acelerar a compreensão deste processo.
Nunca isto foi tão evidente. Mas, ainda assim, é preciso destrinchar estas artimanhas para ampliar e acelerar a compreensão deste processo.
Abaixo trechos da reportagem que pode ser lida na íntegra aqui.
"Na esteira da ansiedade que o resultado da eleição presidencial tem causado no mercado financeiro brasileiro, algo que não se via desde 2002, um produto disponível para poucos tem capturado a atenção de bancos e corretoras. Ao menos um instituto de pesquisa passou a vender a esses clientes, dispostos a desembolsar dezenas de milhares de reais, algo que vem sendo chamado de pesquisa "clone" ou pesquisa "gêmea".
Em poucas palavras, são sondagens que prometem replicar e, mais importante, antecipar, o resultado das pesquisas eleitorais realizadas pelos grandes nomes do segmento, como Ibope e Datafolha.A tecnologia para tal foi desenvolvida e testada nas eleições passadas, mas só agora se viabilizou como produto ao encontrar um mercado ávido para consumi-lo. Já faz alguns meses que os preços das ações na bolsa de valores e também os mercados de câmbio e juros têm se movido com certo vigor em antecipação a pesquisas eleitorais registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O Valorapurou que já houve pesquisa clone vendida a um único banco e também já houve casos em que um pool de instituições financeiras se juntou para pagar a conta, bastante salgada, e usufruir dos resultados.
O procedimento é caro e as pesquisas clone copiam as originais até mesmo no quesito preço, diz uma fonte. Isso quer dizer que um banco ou um grupo de instituições pode desembolsar algo entre R$ 130 mil e R$ 200 mil pelo produto clonado. Uma sondagem aguardada pelo mercado a ser divulgada hoje pelo Datafolha custou R$ 266,2 mil, segundo o instituto informou ao TSE. A sondagem foi registrada no dia 30, para ouvir 4.340 pessoas entre os dias 3 e 5 de junho. Já a Confederação Nacional do Transporte (CNT) pagará ao instituto MDA R$ 179,5 mil por pesquisa a ser divulgada no fim de semana - 2 mil pessoas consultadas, entre 31 de maio e 4 de junho.
Nesse cenário de volatilidade de preços, afinar as previsões passou a ser sinônimo de lucro nos mercados. Para quem não pode pagar por uma pesquisa clone, algumas consultorias têm tentado turbinar os chamados trackings de intenção de voto, tentando desenvolver com institutos de pesquisa formas de aproximar seus resultados ainda mais das sondagens de intenção de voto. Os trackings não são feitos com entrevistas presenciais, mas por telefone, diariamente.
Um tracking mais potente pode reproduzir fielmente a conformação da sondagem presencial registrada no TSE, aumentando o número de entrevistas para se aproximar a margem de confiança. Um bom tracking tem 2,4 mil entrevistas e custa, pelo menos, R$ 40 mil ao contratante."
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