Nas duas convenções nacionais que estão sendo realizadas hoje pelo PDT e PMDB em Brasília, que deverão confirmar o apoio à reeleição de Dilma, os dois partidos estão sendo sucintos e avançados em suas propostas. A meu juízo até de forma surpreendente.
O PDT propôs reestruturar o Banco Central, substituindo por novas estruturas de formulação de objetivos e de execução da política monetária. A proposta é de que se adote uma nova formulação de objetivos e de execução da política monetária, com mudança no diagnóstico de que a inflação tem como causa a demanda maior que a oferta e pedir que acabe com a política de aumento da taxa de juros como forma de combater o consumo.
Já o PMDB atacou dois outros importantes pontos: a infraestrutura e o setor de comunicações.
No primeiro ponto, o PMDB defendeu um modelo de política de infraestrutura, sob controle do Estado. Sobre as comunicações, o PMDB propôs a “promoção da democratização dos meios de comunicação social”, afirmando que “eles não podem ser objeto de monopólio ou oligopólio”. O PMDB defendeu, ainda a regionalização das programações e produções da televisão e do rádio e a instituição do direito de resposta.
Pode ser que sejam apenas propostas, mas, como elas não são eleitoreiras, porque não tratam de temas do dia-a-dia, estas propostas não podem ser chamadas de populistas. De certa forma, elas trazem para o debate e para um possível novo governo condições para se avançar em algumas políticas públicas.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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2 comentários:
O Banco Central ainda é muito permeável aos clamores do mercado financeiro. Dilma deveria ter bancado a política de juros diante da pressão rentista, mesmo com seus riscos eleitorais, visto que o tom do discurso pouco se altera aumentando ou não as taxas. Não percebi qualquer amenização, ao contrário, parece que agora o lobby rentista teve seu discurso legitimado e seu ego amaciado.
É Matheus, o jogo é pesado, ainda mais em ano de eleições.
A base rentista na sociedade e não apenas na elite econômica é algo impressionante.
Interessante é que as pessoas não ligam uma coisa a outra.
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