quarta-feira, julho 16, 2014

Nova manifestação bloqueia acesso e paralisa obras no Porto do Açu

Um nova manifestação, hoje, feita no acesso ao porto do Açu feito pelos caminhoneiros que transportam pedras para as obras de diques e quebra-mar para o Porto do Açu. Eles fecharam a estrada de acesso provocando grande engarrafamento desde o início da manhã desta quarta-feira (16/07). Além de fogo com galhos, eles atravessaram diversas carretas na estrada.

Vários ônibus ficaram retidos desde o trevo da BR-356 (Campos-SJB) em Caetá. A partir das 9 horas os trabalhadores foram autorizados a voltarem para suas casas. A informação que vem do Açu é que está tudo praticamente parado nas obras do Porto do Açu, onde hoje trabalha cerca de 6 mil pessoas.
Foto do SJB Online.

Os manifestantes exigem a presença de representantes de sindicato, do Ministério Público do Trabalho e da empresa para suspender a manifestação. Eles reclamam de pesadas multas que estão recebendo pelo excesso de cargas transportadas que seria exigência da empresa Tracomal que presta serviços para outra empresa FCC e esta para Prumo Logística S.A. (ex-LLX).

A Polícia Rodoviária Federal tenta desbloquear a rodovia. A maioria dos trabalhadores já foi autorizada pelos seus supervisores a não comparecer mais hoje ao trabalho no Açu.
PS.: Atualizado às 09:50 e 09:56 e 09:58 e 10:20:

PS.: Atualizado às 10:26: Leia aqui uma postagem de maio de 2013, no auge da crise das empresas "X" sobre o drama dos caminhoneiros contratados pelas empresas que investiram na compra das carretas e tiveram seus serviços suspensos por um bom período naquela época. A maioria fretava os serviços com caminhões próprios. Na ocasião muitos foram trabalhar em obras na região metropolitana no Rio para pagar suas dívidas.


PS.: Atualizado às 10:58: O blog vai repetir aqui o que escreveu ontem sobre o assunto.
Um empreendimento de porte como este não pode estar tão constantemente gerando, direta ou indiretamente, problemas de natureza tão básicos, para o porte dos negócios que projetam.

Ocorrências pontuais poderiam ter uma interpretação, mas, não esta sequência de fatos. Aguarda-se que a contratante maior, a Prumo Logística S.A. (ex-LLX) que acaba de receber novo grande financiamento do BNDES que totalizam R$ 2,3 bilhões venha a público explicar posição tão descabida.

PS.: Atualizado às 12:26: A empresa Tracomal mandou representante para negociar com os caminhoneiros. Mais cedo, os manifestantes liberaram a passagem de carros pequenos. A empresa diz que os caminhoneiros não possuem vínculos trabalhistas com a empresa. Seriam prestadores de serviços autônomos com seus veículos agregados. Os caminhoneiros reclamam da forma de pagamento e das exigências de volume a ser transportado o que estaria gerando multas da Polícia Rodoviária Federal que chega a R$ 15 mil. A manifestação desta manhã teria levado à paralisação de cerca de 200 carretas.

4 comentários:

Anônimo disse...

A TRACOMAL NÃO PRESTA SERVIÇO PARA fCC.ANTES DE POSTAR E MELHOR SE INTERAR DO ASSUNTO.A FCC PRESTA SERVIÇO NO PORTO DO AÇU TX1 E A TRACOMAL NA TX2,SÃO OBRAS DIFERENTES.

Roberto Moraes disse...

Bom seria que as empresa contratante, contratada, terceirizada e quarteirizadas dessem explicações e não se escondessem e viesse nos comentários criticar a informação.

O blog sempre esteve aberto para estas informações, desde que não seja aquelas de propaganda.

Há caminhões da Acciona também parados.

A maior parte das pedras são transportadas para a construção do quebra-mar do terminal 1. Este é o fato.

Leonardo Cordeiro disse...

Oi Roberto, meu pai é ex-caminhoneiro (graças a Deus), meu primo é caminhoneiro, e, na outra ponta minha esposa já fez contrato com o Porto, e recebeu caminhões de transporte.

Essa questão tem seu aspecto geral, e seu aspecto específico.

No aspecto geral, no trasnporte de cargas densas, todos trabalham acima da carga porque o frete é muito barato. Fato. Isso se resolverá no dia em que a polícia federal ficalizar. Isso envolve balanças em todas as pistas federais, balancas nas pistas estaduais, e, claro, vontade. Quando isso acontecer, o frete subirá a patamares mais altos, com a gente pagando mais pelo preço final e/ou as empresas tendo menor margem de lucro. Mas só vai fincionar se houver uma plena fiscalização duradoura e universal.

No aspecto específico das vendas ao porto, esse frete que já é baixo (porque o porto paga o valor de mercado) é passado pela prumo embutido no contrato de compra. Quem produz areia ou pedra, que é o caso, não necessáriamente terá o transporte, então subcontrata, ou ainda, a prumo, contrata separadamente como serviço a parte.

De qualquer forma, esse problema específico acontece quando uma "empresa" ou pessoa contratada para transportar um produto a 25 centavos/TON/Km, não tendo o transporte, arregimenta caminhões pagando, por exemplo, 19 cent/TON/Km. O lucro vai todo para ela, na figura do velho intermediário.

Esse problema específico só se resolverá se 1.faltarem caminhoes que aceitem esse preço; 2. esses caminhoneiros conseguirem formar um cooperativa séria (senão é mais do mesmo); 3. A prumo obrigar as empresas a pagarem um preço mínimo... Mas isso é dificil porque os contratos vão se desdobrando em até quatro, cinco subcontratações... E a prumo, se podusse, pagaria o mínimo ela mesmo em tudo, e ela não consegue.

É isso, e como é muito pouco o que se ganha, enche-se os caminhoes com muitas toneladas mesmo acima do valor.


Roberto Moraes disse...

Caro Leonardo Cordeiro,

Muito interessante suas observações sobre a questão do transporte de pedras e areia para o Porto do Açu.

Sds.