Pode ser retórica política, mas, quem o faz pode também silenciar e ser menos ousado. A fala pode ter passado despercebida para alguns, mas, não para mim.
A afirmação foi feita pelo presidente da China, Xi Jinping, ontem, em entrevista à mídia brasileira, sobre sua visita ao Brasil e sobre a participação da China no acordo dos Brics que cria o "Banco do Desenvolvimento", porém mais conhecido como Banco dos Brics, uma resposta das chamadas economias emergentes ao FMI e ao Banco Mundial.
Sua fala teria pouco significado se não tivesse relação com a realidade, porém, a China, até agora, a despeito da sua enorme expansão econômica, proporcionalmente, muito pouco de recursos tem dedicado à defesa nacional, para além das disputadas de limites do seu mar e de algumas ilhas, como vizinhos como o Vietnã, Filipinas e Malásia.
Também por isto vale conhecer a fala completa do Xi Jinping que parece querer se diferenciar em relação à realidade americana que a todo o tempo, pós segunda guerra, fez questão de se colocar como potência hegemônica em mundo unipolar. Trata-se e uma fala e de uma realidade atual. Ainda assim, muito significativa, porque esperançosa. Confiram o trecho retirado de matéria do Valor Online:
"A China não tem pretensões hegemônicas no mundo. Os chineses não têm o gene de invasão nem de hegemonismo no seu sangue", afirmou. Ele definiu como deve ser conduzida essa participação nas questões externas: "Vamos nos dedicar a promover o aprimoramento do sistema de governança global, sobretudo o aumento da representatividade e o direito à voz dos países em desenvolvimento. Vamos propor mais projetos chineses e contribuir mais com a sabedoria chinesa, além de oferecer mais produtos públicos para a comunidade internacional", assim como desempenhar melhor o papel de "um grande país responsável".
Segundo o líder chinês, todos os Brics - Brasil, Rússia, Índia, China e Africa do Sul - "enfrentam a necessidade de promover a reforma da estrutura econômica e o desenvolvimento inovador" e almejam defender os interesses comuns dos emergentes e em vias de desenvolvimento. Para que possam suprir com mais dinamismo a falta de crescimento das economias ricas, os Brics terão que aprofundar a "confiança mútua política, intensificar os consensos, e propor mais planos".
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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