Por aqui eu também tentarei ter uma visão e dados mais claros sobre a atuação de empresas espanholas no Brasil e nos empreendimentos em nosso estado. Em notas anteriores falei sobre a presença crescente das empresas espanholas no Brasil.
Isto acontece desde o setor financeiro com o Banco Santander (cujo presidente morreu ontem), a Mapfre, gigante do setor de seguros, às empresas de construção e infraestrutura. Este é o caso da OHL que venceu a concessão da BR-101, no trecho de nossa região, depois repassada à também espanhola Abertis, que hoje controla a Autopista Fluminense S.A.
Temos também visto no Açu, as empresas de construção de estrutura portuárias. Primeiro veio a Acciona e depois a FCC. Ambas ainda atuam em obras no Porto do Açu. A primeira tem um crédito de US$ 500 milhões, pendente no processo de recuperação judicial com a OSX.
Esta mesma Acciona tem aqui na Espanha uma diversidade enorme de atividades para além de construção civil. Em Barcelona, por exemplo, ela está na universidade com os serviços de limpeza, assim como no aeroporto internacional.
A Acciona está ainda em grandes projetos de infraestrutura no mundo. Participa da ampliação do Canal do Panamá, da construção do metrô de Riad, na Arábia, e participa do consórcio que venceu a primeira etapa para a construção de uma grande rodovia "Leste-oeste" que atravessará a cidade de Melbourne, na Austrália, considerada a maior obra civil daquele país.
O valor deste novo contrato da Acciona é estimado em EU$ 4,3 bi e EU$ 5,7 bilhões (aproximadamente R$ 13 bilhões e 17 bilhões). A autoestrada deve ser utilizada diariamente por 80 mil a 100 mil veículos diariamente. A empresa espanhola participa do consórcio junto da francesa Boygues e da australiana Lens Lease.
Como se vê depois de 2008, as empresas de construção espanhola buscaram ampliar sua atuação pelo mundo. Interessante ainda observar que em alguns países, sua entrada se dá via uma grande empresa daquele país. Faz parte de nossa pesquisa compreender a relação entre as corporações no Circuito Superior da Economia que buscam os setores de porto-petróleo um nicho de atuação no Brasil e no ERJ.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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