Não é simples estar longe de sua terra e de suas identidades em momentos históricos como este de definição político-eleitoral.
Com a internet e as redes sociais, longe e perto (ou espaço real e digital) se transformaram e confundem um pouco mais estes sentimentos, relacionados ao tempo e o espaço, variáveis que os tempos chamados modernos não aquiesceram.
Difícil, porém, à distância, compreender o calor da disputa sobre o quotidiano e o tempo curto, se a distância real, nos impõe uma reflexão em tempos e ciclos longos.
Assim, não apenas os espaços voltam ser longos, mas também os tempos.
Não é que o olhar mais voltado para os ciclos longos nos faça enxergar mais, ou melhor. Não. Apenas olhar se torna distinto, e novamente relacionado aos tempos longos, menos agitados e acalorados, se tornando mais calmos, e, aí sim, talvez, mais propícios à reflexão sobre a realidade atualmente vivida.
Sobre isto e pensando sobre o dia-a-dia distinto pela presença nos lugares diversos, eu recordo de uma leitura recente feita já aqui “nestas bandas de cá” do velho continente de Roberto Kaplan. Ele é um jornalista americano, autor do interessante livro do passado recente de 2012, “A vingança da geografia”. Logo no prólogo Kaplan diz mais ou menos assim: “um bom lugar para entender o presente é propor perguntas sobre o futuro e sobre o território viajando com a maior lentidão possível”.
A internet e as redes sociais quase não nos permitem mais este distanciamento e nem esta reflexão que só a lentitude (prefiro esta palavra que não existe em português à lentidão) pode nos oferecer.
Não estando nem tão distante e nem tão desacelerado dos tempos corridos e entendendo que é do quotidiano que se constrói (ou não) o futuro e os ciclos longos, eu acompanho como posso a disputa eleitoral deste final de semana em nosso país.
Neste sentido, torço para que continuemos avançando em nos tornarmos uma nação (olhando novamente os ciclos longos) que tenha deixado de ser para alguns e caminhe para ser de todos. Que o bem estar social seja uma premissa, já que o mundo inteiro se mobiliza, e cada vez mais, para ter governos que cuidem de gente e não de coisas e mercados. Assim, eu sou e torço pela Dilma.
Bom final de semana a todas e todos e boa escolha para o nosso querido Brasil!
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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