domingo, outubro 26, 2014

Dilma: "Esta filha tua novamente não fugirá à Luta!"

A presidenta Dilma fez hoje, o seu melhor discurso da Dilma em todo este período desde que chego ao cargo. Encerrou assim: "esta filha tua novamente não fugirá à Luta!"

Um momento de emoção e de alegria. E mais disse sigamos em frente!

Dilma falou de povo, de mudanças, de combate à corrupção, etc. Pregou a União e o diálogo de forma segura e simpática.

Não é fácil para ela substituir Lula com o seu carisma e sua história de vida. A vitória sofrida e só com o povo contra os poderosos faz dela agora, mais que antes, uma liderança e não um "poste" como em tom jocoso durante todo este período tentaram linchá-la.

Passamos a uma nova fase no modelo que resiste ao neoliberalismo e que superou com galhardia e coragem o golpe midíatico, junto com o povo, o maior protagonista desta etapa e lhe concedeu um novo e importante mandato.

Sigamos avançando em frente!

2 comentários:

Matheus Crespo disse...

Algumas considerações:

1- PT pagou caro a preferência pela política de não enfrentamento, de evitar desgastes, quase foi derrubado pelo oligopólio midiático. A política de boa vizinhança foi abandonada assim que a mídia corporativa viu a chance de eleger seu candidato, abandonando qualquer pudor ou disfarce. Essa pauta negativa diária e esse discurso do ódio tem feito o partido definhar em grandes centros. Não dá mais pra evitar mexer neste vespeiro. É preciso democratizar a informação. Eu tenho alunos de escola pública, de classe média baixa, que odeiam o PT sem saber o motivo. É sintomático. A mídia conseguiu transformar 23% de ruim ou péssimo em 48% de eleitores, o que mostra uma adesão em massa dos que avaliam o governo como regular, à candidatura defendida pela imprensa.

2- Por outro lado, esse esticamento da corda obrigou o PT a mudar de estratégia na eleição. O PT vinha ganhando eleições fazendo, sucessivamente, concessões à direita. Agora foi abandonado por boa parte desta direita aliada, que viu, depois de muito tempo, uma possibilidade real de eleger um de seus filhos legítimos. O PT teve, então, de retomar um discurso de esquerda mais contundente, que inclusive reacendeu sua militância inerte. Ganhou, ainda, adesões de setores da esquerda que não queriam ver o PT nem pintado de ouro.

3- Dilma foi completamente abandonada em todos os Estados onde prevalece o agronegócio, mesmo tendo incorporado, politicamente, grande parte do setor ao seu governo (especialmente pelo PSD) e tendo o subsidiado com crédito barato, via bancos públicos, aplicando mais de 150 bilhões no plano safra 13/14. Foi massacrada no Centro-Oeste, no Sul e em São Paulo, tendo aumentado o déficit de voto pro candidato da direita em todos estes Estados de 2010 para 2014. Por outro lado, mesmo tendo sido o pior governo em termos de demarcações de terras indígenas/quilombolas e reforma agrária, foi abraçada por todos estes movimentos sociais no segundo turno, ganhando mais uma chance para rever sua política para o campo.

4- O primeiro discurso da Dilma é positivo ao avaliar a reforma política como prioridade. Isso pode ser feito via mobilização popular e pressão social de fora para dentro do sistema, ou por dentro do sistema, fazendo mais concessões aos congressistas. O STF já deve dar o primeiro passo, ao julgar inconstitucional o financiamento empresarial de campanha. O governo deve alimentar essa onda e estimular movimentos sociais, sindicatos e militância partidária para pressionar o congresso nesse sentido.

5- Dilma agora tem dois caminhos: estender novamente a mão direita, ou manter aberta a mão esquerda.

Roberto Moraes disse...

Boa Matheus,

temos visão similar.

Falei um pouco disto em outra postagem ainda e também no calor da apuração.

http://www.robertomoraes.com.br/2014/10/dilma-reeleita-com-mais-de-2-milhoes-de.html

Porém, penso que é preciso fazer mais política na essência do melhor que isto possa significar.

O setor produtivo não é adversário, mas tem que que compreender e ajudar construir um projeto de nação e não apenas lutar pelos seus interesses imediatos, mutas vezes reduzindo a questão a um pouco mais ou menos de impostos.

Fazer isto é um dos muitos desafios, mas, é viável.

A reforma política não é simples, sem uma constituinte, mas, há espaços para avançar, difícil, mas, possível.

Deixei a questão da mídia por último, porque esta embora seja de onde se espera a maior reação, não tem como não enfrentá-la com um processo de democratização real.

Ela é hoje um partido político fingindo ser empresa e ao mesmo tempo bastião da opinião pública no lugar do parlamento e até do judiciário.

Isto é inaceitável.

O que fazer parece claro, como fazer, eu creio que não, embora se deva ir planejando.

Se quiserem dialogar na linha do que falei sobre o setor produtivo acima pode haver diálogo, caso contrário, não sobrou espaço para acomodações.

Mas, de um jeito ou outro, mais lento ou devagar há que se fazer AINDA MAIS, POLÍTICA.

Abs.