Mais de 48 horas depois que foi amplamente noticiado a atracação do navio graneleiro Key Light no terminal 1 do Porto do Açu, para fazer o "primeiro carregamento" de minério de ferro em direção à Asia, o site da Prumo Logística Global, e também o perfil oficial da empresa no Facebook sequer registram a chegada do navio ou fazem qualquer referência.
Nosso blog informou em detalhes aqui nas primeiras horas da manhã da quarta-feira, do dia 22 de outubro. Todas as informações foram obtidas de fontes e colaboradores do blog.
Estranho este silêncio. Nesta sexta-feira, o blog apurou que três dragas trabalham freneticamente no trabalho de aprofundamento do canal de acesso ao porto. A informação vem de pescadores da região. O fato sugere que poderia haver necessidade de maior profundidade do mesmo para que o navio possa sair carregado de minério do porto.
Sabe-se que a empresa FerroPort, (joint-venture - entre as empresas Anglo American e Prumo Logística Global) possui licença de operação do mineroduto e a Prumo Logística do terminal portuário, T1 do Porto do Açu. Porém, até que se prova em contrário, haveria também necessidade de licenciamento da Marinha, através da Capitania dos Portos, para que a Autoridade Portuária seja instalada e forneça a autorização para o comando da embarcação. O blog acredita que todo este processo tenha sido cumprido com relação ao navio "Key Light".
Como já citamos na postagem do dia 22, o "Key Light", atualmente, com bandeira panamenha, é um navio cargueiro tipo "Bulk Carrier" (graneleiro), tem 229 m de comprimento por 32 metros de largura, um calado de 7,3 metros e capacidade para transportar 83 mil toneladas.
Abaixo o blog posta a imagem de uma das dragas que estavam em ação ontem no Açu e abre para que as empresas Prumo Logística Global S.A. ou FerroPort possam se manifestar. Ou ainda, pessoas que tenham informações sobre todo este processo e possa ajudar a aprofundar as informações. Para maior detalhamento do canal de acesso o blog posta o mapa abaixo oriundo do Estudo e Relatório de Impacto Ambiental do Porto do Açu.
Fotos Denis Toledo.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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4 comentários:
Meu caro Roberto, não há nenhuma estranheza.
O que está acontecendo é o óbvio.
Que o mar do Açu continue dando bastante trabalho aos idealizadores e seguidores desse projeto megalomaníaco e que sugue bastantes milhões para o seu leito por que contra a natureza não se brinca.
Estão brincando de Deuses.
Estão sugando as nossas riquezas para envio aos estrangeiros em troca de um progresso ao contrário.
Dragas trabalhando em ritmo frenético, mais devastação ambiental, mais alterações no curso das correntes marinhas, mais destruição da comunidade da Praia do Açu que não recebeu nenhum benefício com a instalação desse maldito porto. Mais violência, mais insegurança, mais destruição, mais tudo de ruim.
Estamos todos sendo atingidos com as alterações na natureza: está aí a falta de água, rios secando. Isso não é consequência só da falta de chuva, é resultado da falta de escrúpulos dos homens que só pensam no lucro imediato.
Que nasçam homens desprovidos de interesses particulares e tomem as rédeas de todo esse descalabro e ponham freio a todo tipo de destruição.
Caro Professor Roberto a primeira foto corresponde a DRAGA CYRUS II que encerrou suas atividades . a foto em questão e a CYRUS indo embora para outro projeto a segunda foto corresponde a Draga SEAWAY que ainda está fazendo a dragagem no AÇU ......Alem da SEAWAY tem tambem a DRAGA FLEVO que não aparece nas fotos em serviços no AÇU ........
Prezado Roberto. Que bons ventos soprem na Espanha, pois os daqui estão contaminando a nossa frágil democracia. Não sabemos mais onde encontrar a verdade, se é que ela existe, neste caso do Porto Açu e das eleições. Na questão eleitoral nenhum governo pode ser sustentando pela máquina da corrupção e a democracia precisa oxigenar, pela alternância de poder, e acabar com a reeleição. O primeiro governo se acaba antes do prazo exatamente na busca do novo mandato que começa comprometido, com os investidores, os mesmos, com maior e menor “doação” conforme os interesses gerais e particulares das campanhas nacional, estadual, municipal e parlamentar. Os investidores das campanhas, tão cara como que nunca se viu igual na história deste País, são os mesmos metidos no petrolão. Uma vergonha, qualquer um que ganhar está comprometido com a corrupção presente e futura. Quanto à esta sua interessante e intrigante nota sobre o navio que está ancorado na espera para fazer o primeiro carregamento de minério no Porto do Açu é a própria das contradições do porto que vem do seu nome que os indígenas com sua lógica denominaram a praia grande ou açu. Veio a megalomaníaco Eikeguera ou Eikeaçu fazer o “Superporto Açu”, redundante até no nome. Por ser uma praia grande precisou de uma ponte açu, com três quilômetros de avanço contra o mar e os braços, berços de atracação e quebra-mar de proteção contra as forças de netuno, para calado natural de 16 metros. Entretanto o calado para operação do porto para receber navios “Chinamax” de 380.000 toneladas é de 25 metros, que exige dragagem de um longo canal, com 25 km. Com este objetivo, para dar este calado de entrada das megaembarcações, é que consta que já foi feita dragagem, mas ocorre assoreamento rápido devido o rebaixamento provocar desequilíbrio na sedimentação marinha. O mar dá e o mar tira, com maior velocidade conforme as interferências antropogênicas – humanas, que na geologia já exige a criação e estudo Antropoceno. O estranho é que o navio Panamax – 70.000 toneladas, com calado de apenas 7 metros –, esteja parado a espera de dragagem do seu canal de saída. Eu tenho sido um crítico dos projetos mal elaborados de Eike Batista, mas é preciso que este porto de certo para o bem dos investidores e de nosso triste Brasil. Espero que nesta etapa do Porto Açu e o Projeto integrado da Anglo American, da mina de Conceição do Mato Dentro ao porto, passando pelo mineroduto de 525 km, a operação funcione bem com custo de iniciativa privada, que todos dizem ser baixo que o do estado, sem a dragagem do governo. A pergunta elementar é: qual é o calado de operação do Açu e a velocidade de sedimentação no canal de acesso que já foi dragado? Neste caso, estamos a ver o navio na sua postagem, tal qual, o investidor de malfadados projetos de Eike Batista. Eu imaginava a chegada e saída com pompas de um navio do porte de um Valemax. Tomara que na luta de netuno contra os invasores dos mares desta vez a boa técnica da engenharia possa vencer ou ao menos mitigar os efeitos danosos, inclusive a erosão da Praia Açu conforme seu blog tem mostrado. Um abraço e que mesmo do outro lado do oceano você continue nos mandar postagens importantes, Everaldo Gonçalves.
o navio de minério já foi embora e a galera ainda está pensando se ele será carregado ou não...
este tal de Everaldo Gonçalves é um mala, parece que sabe mais que os engenheiros da FCC... coitado... o porto é um caminho sem volta... podem espernear a vontade!...
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