Tenho visto pessoas que considero falar de preocupações sobre o momento pós-eleição e sobre o tal "país dividido". Eu não sei quais serão as votações dos candidatos, mesmo acompanhando as pesquisas e assim não sei de que divisão estariam falando.
Mas, ainda que haja um divisão, com votações tão próximas, qual seria o problema? Quem pensou que poderia ser diferente? Onde estaria prevista que só se tem democracia com maiorias folgadas?
A democracia representativa estabelece - e isto todo estamos a favor - que a escolha da maioria se dê por um único voto sequer, que pode ser o nosso. Até se este voto estiver rasgado, como já tivemos em eleições com cédulas em papel (sim já existiu isto algum dia).
Aliás, é isto que nos estimula a votar na expectativa de ajudarmos com o nosso "único voto" a construir o total que redundará na escolha final. Não faz sentido votar e desejar estabelecer como tem que ser o resultado. Disto resultaria uma visão de falta de respeito com a vontade popular.
Não parece, mas, consideremos que aconteça a eleição pela diferença de um único voto. Aliás pode dar empate e neste caso a presidenta seria Dilma, por que pelo critério de desempate, tem mais idade. E daí? É da regra aprovada pelo Congresso que representa a sociedade.
O vencedor é presidente de todos. Esta história de que o vencedor não terá a maioria de votos é cretina, porque todos sabemos que o vencedor, quem quer que seja, em qualquer eleição, é quem tem a maioria dos votos do que foram votar e não optaram pelos votos nulos e brancos. Então, a maioria será sempre em relação aos que exerceram a cidadania indo votar e se definindo por um candidato e nunca em relação ao universo geral.
Agora, como o (a) escolhido(a) irá lidar com o quadro é um outro passo. Porém, penso que não deveria ser posterior, mas anterior. Deveria ser parte dos critérios (a meu juízo) da nossa escolha.
Na democracia eleitoral é este o jogo. Não há outro. A pós-modernidade tem fragmentado ideias e muitas vezes reclamado da política. É um erro. Temos sim que buscarmos formas de exercício de representação mais adequada a estes tempos de comunicação instantânea, que possibilita auscultações entre representante e representado para além do voto no dia da eleição. Isto é positivo e precisa de inovações para re-oxigenar a democracia moderna e que deseja espaços para a participação.
Assim, penso que o exercício do mandato também tem a obrigação de dialogar com a população e assim construir políticas públicas para a maioria.
Agora, se há alguém que fala de divisão para criar clima de instabilidade, de olho num hipotético terceiro turno, eu não tenho com não chamá-lo de golpista.
Este clima é de quem namora o golpe como alternativa de poder pela falta de votos para a obtenção da maioria. Tem o já conhecido viés lacerdista execrável que matou Vargas e depôs João Goulart.
Como sempre será a Política a mediadora deste novo cenário pós-eleitoral. Portanto, não tenho nenhum receio da maioria apertada. Eu tenho receio e repudio golpistas e antidemocratas que possam apenas estar fingindo preocupação.
Assim, é desta forma que vamos alegres para a votação de amanhã.
Alegres por estarmos cada um de nós apostando que o nosso país seguirá avançando.
Respeito se a sua opção for outra, mas, eu estou convencido por tudo que está escrito aqui e muito mais, que Dilma é a candidata melhor preparada para um cenário de construção de um país menos desigual e, sim, menos dividido socialmente.
Boa votação!
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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