Posso compreender ainda algumas reações mais calorosas e até extremadas, sobre o resultado eleitoral do domingo e seus significados. Aquelas preconceituosas e quase fascistas eu tenho mais dificuldades, mas, ainda assim, eu penso que se deve dar um desconto daquilo que se acaba dizendo sem muita convicção.
Aprendi razoavelmente cedo no campo da mediação política que os vencedores precisam ser "magnânimos" no melhor sentido da expressão, e não da soberba por parte dos ganhadores, ou da presunção, sobre os vencidos.
Magnânimos no sentido de que é preciso absorver as reações. Buscar diálogo verdadeiro e bem intencionado. Afinal, aos vencedores cabe a ação do fazer, do realizar, do negociar alternativas, etc.
Verdade que se o vencido não quer conversa, diálogo e construção, apenas remar contra a situação é mais difícil, mas, ainda assim, a sinalização e a disposição têm que ser do vencedor.
Nesta linha, não cabe mudar o que que foi proposto e pelo qual o ganhador foi escolhido, senão teríamos traição, logo, a busca de alguns consensos vale no sentido de buscar acordos em pontos onde eles sejam possíveis.
Este deve ser o clima daqui por diante. Há muito por ser feito em nosso país internamente. No plano externo, a imagem do país continua sendo muito boa, a despeito de velhos interesses de setores que pensam exclusivamente em seus negócios e lucros.
A inclusão social vai além da renda mínima e do emprego. A educação é um campo enorme de trabalho diuturno e de resultados de longo prazo.
A saúde é uma área complexa, com nosso modelo híbrido (público-privado) com muitos interesses cruzados, mas, com muita coisa para ser feito em benefício da população, porque é um setor, como poucos, quase só lembrado pela falta do que pela oferta.
Enfim, continuemos sim a debater a política, porque isto é salutar e não o silêncio dos cemitérios, mas, sob a ótica das políticas públicas e não no plano da disputa eleitoral.
Encerro pelo início, os vencedores têm mais motivos que os derrotados em assim fazer. Caminhemos para construir juntos, um país do qual possamos cada vez nos orgulhar mais. Esta é a tarefa daqui por diante! Sigamos em frente!
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário