"Prezado
A propósito da questão sobre a transposição das águas do Rio Paraíba do Sul ofereço no anexo, um singelo estudo do ponto de vista puramente altimétrico, que, penso, deveria refletir severamente nessa discussão.
O que não ocorre, lamentavelmente.
É uma pequena consideração numérica do declive desse importante curso d’água.
Ali se observará que, se o declive médio ao longo de toda a extensão do curso do rio (da Serra da Bocaina à foz) já é bem pequeno (1,6 milímetros por metro), no nosso particular trecho (Campos a São João da Barra) é praticamente nulo (0,35 milímetros por metro), ou, QUASE CINCO VEZES MENOR que a média geral.
Esse fator altimétrico é relevantíssimo e jamais foi ventilado nas discussões entre o poderoso estado de São Paulo (que acaba de ser privilegiado por decisão do Ministro Luis Fux, do STF) e o pobre estado fluminense, no qual, desafortunadamente, seus governantes sempre acharam que "o Rio de Janeiro termina no Túnel Rebouças".
Bem, o único que importa, é que alguém, da nossa província, que possua voz poderosa, lembre à Corte que o problema para todos os que dependem da água do Paraíba para sobreviver é efetivamente a falta d'água do dia a dia. Mas para nós, os que vivemos nessa planície de inacreditável e abençoada planura (mas por isso mesmo propiciadora de formidáveis dificuldades no escoamento hidráulico) a questão é enormemente mais complexa.
A temerária língua salina.
Com efeito, estando a cota do ponto mais profundo do canal do Rio Paraíba do Sul 15 metros aproximadamente abaixo do piso da Praça São Salvador, (significando que está, rigorosa e temivelmente, no nível do mar), na impensável possibilidade ainda que remota de uma transposição mais intensa de suas águas, o que agora mesmo foi autorizado, fatalmente iremos à praia ali, na Curva da Lapa.
O eco sistema de toda a nossa região será perigosamente atingido. Se já não o estiver sendo nessas quatro últimas décadas (remember a destruição do nosso litoral pelo avanço do mar).
Que sejam de vocês, corajosos blogueiros, a iniciativa desse grito, que já se faz tardio.
José Ronaldo Saad
eng. Civil
(cópia para Joca Muylaert e Fernando Leite)."
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