sábado, novembro 22, 2014

Entre conceitos, passado e futuro na Espanha

A crise europeia e em especial a espanhola que mistura a questão econômica com a política (desemprego, dívida e juros) e a nacional (com autonomia e nacionalismos) traz para o debate assuntos sobre nação e estado, que muitos de nós ainda confunde, ao ouvir falar sobre estado-nação.

Assim, o professor Tomás Pérez Vejo, do Instituto Nacional de Antropologia e História do México defendeu que “o fracasso do Estado-nação espanhol não tem a ver com a organização do Estado e sim com a construção da nação”.

Tenho tentado acompanhar aqui este debate, mas, cada vez percebo que não é algo simples.

Fala-se de independência e outros de interdependência. Outros de insolidariedade e incompreensão. Aí surge quem defenda que se tenha negociação e compromisso como forma de superar a retórica da identidade e da soberania. Outros buscam a corresponsabilidade e chegam a argumentar e oferecer a co-capitalidade e o federalismo assimétrico.

Confesso que não poderia imaginar tamanha complexidade.

Tendo assim, a concordar com o professor e sociólogo, Ignacio Sotelo, autor do livro “España a la salida de la crisis”, quando diz que se está chegando ao final de um ciclo e o que estaria fazendo falta é a existência de um “projeto nacional”.

Assim, Sotelo vai mais longe e pergunta para os que defendem a unidade da Espanha: "por que temos que permanecer unidos? Não basta uma história comum, se não se tem um projeto comum para o futuro”.

Pelo que se vê a crise obriga o pensamento e a reflexão ir ainda mais fundo na releitura de ideias, conceitos e novas categorias.

Enfim, um debate complexo, mas pensando bem nem tão diverso do que se anda pensando em outras partes do mundo. Ou não?

2 comentários:

Marcus Filgueiras disse...

Roberto,

O tema é complexo. Andei visitando a questão do ponto de vista jurídico, quando surgiu a crise na Ucrânia.

Segue o link: http://marcusfilgueiras.blogspot.com/2014/04/o-conflito-na-ucrania-e-o-direito.html

Abraços

Roberto Moraes disse...

Olá Marcus,

Boa contribuição, mas sinto cada vez mais dificuldades em compreender esse processo que parece ter sua gênese com o tudo, na política.

Assim tendo a considerar que o imbróglio seja o de passar para a institucionalidade os poucos consensos que vão sendo construído´, meio que a fórceps, no âmbito da geopolítica.

Abraços.