A previsão é da Agência Internacional de Energia (AIE) que diz: "uma abundante oferta de petróleo hoje, não equivale necessariamente à tranquilidade dos mercados amanhã".
A revolução do fracking nos EUA, com aumento da produção com o xisto (shale-gas) mexeu com o equilíbrio do mercado de petróleo e energia.
Para a AIE, o aumento da demanda global de petróleo de 90 milhões de barris diários em 2003, para até 104 milhões em 2040 (+15%) devido principalmente à China, Índia, Sudeste asiático e África subsahariana, tenderá a complicar um pouco mais este quadro.
Em 2020, a produção dos EUA começará a se reduzir. Além disso a atual volatilidade dos preços deve reduzir perfurações, consequentemente descobertas e produção futura.
No caso do gás, a previsão é que a demanda cresça a mais da metade atual chegando em 2040, a 5,4 milhões de m³, puxada especialmente pela China.
Assim, a AIE estima em 721 bilhões de euros o valor necessário para aumentar a produção e satisfazer a demanda de petróleo e gás no ano de 2040. O valor é considerado absurdo.
O fato tenderá levar à retomada da produção de energia nucelar como alternativa com aumento de 60% com aumento da capacidade para 620 GW, em 2040. Segundo a AIE, a China tem planejada a construção de 32 novas plantas, além das 17 já existentes.
O problema é que a energia nuclear tem diversos outros problemas. Entre eles, o fato de 200 dos atuais reatores não terão como produzir mais em 2040 e os custos de seus desligamentos são estimados em 80 bilhões de euros.
O crescimento que mais chama a atenção são das energias renováveis. Em 2040, a previsão é que ela represente 37% da geração de eletricidade entre os países da OCDE.
A se considerar verdadeiro e responsável a atual estimativa da Agência Internacional de Energia, parece, que ao Brasil, poderia ser mais interessante, não caminhar tão aceleradamente com a produção do pré-sal, já que com o quadro traçado para daqui a 25 anos é de maior demanda, e consequentemente maior preço do petróleo lá na frente que hoje.
Porém, é difícil abrir mão das receitas e com as possibilidades abertas com esta possível produção e o que ela pode gerar em termos de riqueza e salto qualitativo do Brasil, especialmente se continuarmos com a inclusão social e ampliação dos investimentos em educação, ciência e tecnologia com o fundo soberano e 10% do PIB para o setor.
Outra conclusão que torna ainda mais clara é a inserção cada vez maior na geopolítica da energia no mundo. O fato pode ser interpretado como festa, ou como preocupação. Ou simultaneamente os dois. Porém, nunca como desconhecimento do que tudo isto significa.
Fonte da informação original: El País.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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