A Espanha tem uma área aproximadamente igual ao nosso estado de Minas Gerais, só que no sul da Europa, com um enorme mercado. Assim, é complicado comparar o valor da terra nos dois países.
Porém conhecer seus preços e tentar entender a lógica da formação do seu valor parece um exercício interessante, embora, eu não tenha cabedal para isto.
Mas o fato de estar aqui e de alguma forma estar tentando entender a realidade da economia global e imaginar que outros curiosos possam ter o mesmo interesse, eu vou aqui juntar algumas das informações veiculadas em uma matéria do El País da semana passada sobre o tema.
O título da reportagem é "Os preços da terra baixam pele sexto ano - O hectare de terra de bananeira (agricultável) custa 210 mil euros (R$ 700 mil), o de pastagem apenas 2,5 mil euros (R$ 8,2 mil)".
No meio do título e subtítulo, eu tenho algumas dúvidas sobre os tipos de terra que se referem, mas a discrepância chama a atenção para o valor de uso e não de propriedade.
A matéria segue dizendo que os preços da terra para uso agrícola em termos correntes caiu 0,7% em 2013, segundo pesquisa do Ministério da Agricultura da Espanha, que diz que a média se situaria em 9.663 euros (R$ 31,8 mil, considerando o euro a R$ 3,33).
Os preços estariam caindo desde 2007, quando esteve a 11.070 euros. Segundo o Ministério da Agricultura, a "Política Agrícola Comum" interferiu nesses preços. Porém, no momento a atual relação de preços teria mais a ver com os preços de mercado para o que se produz nas terras, nos cultivos de inverno, em algumas frutas, cítricos, vinho e azeite que estariam com preços baixos.
Os preços mais altos de terra seriam nas Ilhas Canárias, onde o hectare está valendo quase 60 mil euros e os mais baixos correspondem às áreas do Aragón e Extremadura, onde a maior parte é de área de pastagem, com valores em torno de 2 mil euros.
Já o preço médio de um hectare de vinhedo seria de 12,5 mil euros, embora com altas variações conforme a região. Terras de oliveiras estão em torno de 18,5 mil euros, embora em Aragon e Extremadura, o hectare de oliveira possa valer 5 mil euros e 25 mil na região da Andaluzia.
Enfim, difícil para quem não é do ramo compreender estes valores e, se for o caso, fazer comparações com terras e usos tão distintos em um país continental e tropical como o nosso Brasil, onde as terras estão cada vez mais nas mãos de latifundiários e grandes corporações. Além disso, temos um clima tão diverso e um país com área total muito maior que a Espanha.
De qualquer forma, aí estão as informações. Encerro o assunto repetindo que o que mais me chamou a atenção no valor da terra rural é que eles estaria mais ligado ao seu uso e, aparentemente, menos às especulações. Com a palavra quem entende do assunto.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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