domingo, novembro 23, 2014

Porto do Açu: atual estrutura societária, dívidas, empregos e expectativas

As apresentações corporativas e de resultados mais recentes feitas pela Prumo Logística Global S.A. há cerca de uma semana permite que se tenha alguns dados sobre o empreendimento.

Os atuais empreendedores dizem terem investidos um total até aqui de R$ 6,3 bilhões na implantação dos terminais 1 e 2 do Porto do Açu, cujas obras foram iniciadas há sete anos, em outubro de 2007. Somados aos investimos feitas pelas demais que se instalam no Porto do Açu o valor total se aproximariam, segundo dados da Prumo ao total de R$ 9 bilhões.

O empreendimento contabiliza dívidas atuais de cerca de R$ 2,9 bilhões, cerca de 50% do total que se atribui de investimentos junto à Caixa Econômica Federal e ao BNDES tendo esta sido operacionalizada pelos bancos comerciais Bradesco e Santander conforme gráfico abaixo.

A atual estrutura societária indica o Banco (Fundo) de Investimentos americano EIG com 52,8% das ações como sendo o atual controlador do empreendimento.

O segundo maior investidor são os acionistas minoritários com o equivalente a 19,3% das ações. Completam a sociedade o fundo de investimentos Mubadala cuja sede é de Abu Dhabi nos Emirados Árabes com 9,3%. Por último, o OTPP (Ontario Teachers Pension Plan) que é um Fundo de Previdência e Investimentos de Professores da província de Ontário, no Canadá.

É oportuno recordar que o OTPP foi o primeiro investidor externo e de porte que investiu recursos na ex-LLX, agora, Prumo Logística Global S.A. A ligação da OTPP com o empreendimento se deu através de Eike Batista que foi CEO de uma mina no Canadá controlada por este fundo, antes dele retornar ao Brasil no ano 2000.

A seguir, o blog expõe as informações da Prumo Logística Global S.A. sobre os principais gastos (investimentos) que a empresa diz ter realizado no terceiro trimestre de 2014.

Por último, o blog expõe o número de empregos que estes investimentos possuirão quando estiverem na fase operacional, estimados em cerca de 3,5 mil empregos. Cerca da metade do que hoje haveria na fase de construção e cerca de 10% do que se chegou a divulgar em 2010, no auge das empresas quando se falava nas siderúrgicas (a Ternium e a chinesa Whuan) e termelétricas (UTEs) que tiveram seus projetos suspensos.

A Prumo guarda muito expectativa com o anúncio da Petrobras sobre o resultado da licitação que concedeu até aqui à americana Edson Chouest Offshore a concessão para operar seis berços de atracação, usando a base de apoio junto ao terminal 2 do Porto do Açu.

A concorrência da Petrobras que aconteceu no dia 17 de novembro, teve como concorrentes a Triunfo, BSM e CPVV. Esta última do Espírito Santo que luta para manter e ampliar suas bases de apoio na exploração de petróleo feita no litoral capixaba.

O município de Macaé também já se movimenta para não perder empresas e bases de apoio ao trabalho das empresas de petróleo hoje fixadas junto ao Porto de Imbetiba. A Petrobras tem previsão de contratar até 13 bases de apoio offshore para atracação de embarcações. Na situação atual as embarcações estariam levando quase um dia só para abastecer e outros tantos para carregar e descarregar e se sabe que a diária delas na média supera os US$ 50 mil.

A instalação dos berços de atracação de apoio à Petrobras no Porto do Açu, tende a aumentar a competitividade do terminal portuário com este tipo de atividade, em relação às bacias de Campos e do Espíritos Santo, deixando as bases portuárias de Niterói e Rio de Janeiro, para apoio à exploração da Bacia de Santos, na direção sul.

Mais importante para a Prumo seria o anúncio da instalação de base de apoio às suas atividades de perfuração e produção no Porto do Açu, o que tenderia a gerar interesses para sediar outras atividades ligadas ao setor offshore de óleo e gás.


























Um comentário:

Michael disse...

Roberto,

Muito bom o post.