Talvez seja implicância, mas, eu sempre estranhei, embora também repetisse diversas vezes, a expressão "Feliz Ano Novo".
Explico. É que eu acho forte e exigente demais desejar um ano inteiro feliz.
Sei que os votos não tem, necessariamente, relação com a realidade, e sim, com o desejo, os votos.
Mas, é que um ano inteiro com seus 365 dias é longo demais, para pensá-los só com felicidade e não como a vida com altos e baixos, dias alegres e tristes.
Assim, desejo força, saúde e disposição para tocar e seguir em frente.
Assim, eu desejo aos amigos, colaboradores e leitores do blog esses votos, de que o novo ano que se avizinha, seja de disposição e boa luta para construir um Bom 2015!
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
quarta-feira, dezembro 31, 2014
EIG avança sobre minoritários na nova composição acionária da Prumo, controladora do Porto do Açu
Abaixo a nova composição acionária da Prumo Logística Global S.A. em que o fundo americano EIG avançou sobre os minoritários e sobre os demais acionistas:
O fundo EIG subiu sua participação na Prumo e Porto do Açu para 74,3%, enquanto Eike e o fundo de Abu Dhabi caíram cada um para 6,7% e o minoritários para 12,3%.
O fundo EIG subiu sua participação na Prumo e Porto do Açu para 74,3%, enquanto Eike e o fundo de Abu Dhabi caíram cada um para 6,7% e o minoritários para 12,3%.
O fato fato ampliam as suspeitas de onde estariam vindo o capital para esta ampliação do percentual da EIG que exerceu seu direito pela subscrição de novas ações e também pela aquisição das ações das ações do fundo de previdência dos professores da província de Ontário, Canadá (OTPP) e de "negociação " com o fundo Mubadala também trazido para o negócio pelo Eike.
Abaixo, veja qual era a composição acionária em novembro da Prumo, antes dessas mudanças confirmadas na Assembleia Geral Ordinária (AGO) de segunda-feira,29 de dezembro de 2014:
terça-feira, dezembro 30, 2014
Uma sugestão de documentário: "A guerra que você não vê"
Em época de mais tempo livre em final de ano a dica é oportuna. Ela é do Marcelo Viana lá em seu perfil do FB. Diz ele: "A guerra que você não vê, um excelente filme de como manipular as pessoas para que aceitem até as guerras mais sangrentas".
Ainda não vi mas coloco em minha lista para os próximos dias e disponibilizo abaixo e aqui um link do YouTube:
Ainda não vi mas coloco em minha lista para os próximos dias e disponibilizo abaixo e aqui um link do YouTube:
Prumo "oficializa" hoje aumento de capital (R$ 2,5 bilhões) e redução da participação de Eike em "fato relevante" comunicado ao mercado
Abaixo o blog publica o anúncio da empresa Prumo Logística Global S.A. em fato relevante anunciada pelo setor de "Relações com Investidores" (RI). Os grifos são do blog:
"FATO RELEVANTE - RI PRUMO"
"A Prumo Logística S.A. (“Companhia” ou “Prumo”), em cumprimento ao disposto no artigo 157, § 4º, da Lei nº 6.404/76 (“Lei das Sociedades por Ações”) e no artigo 3º da Instrução CVM nº 358/02, e em seguimento ao Fato Relevante e Aviso aos Acionistas divulgados em 28 de outubro de 2014 e às demais comunicações divulgadas ao mercado relacionadas ao aumento de capital da Companhia aprovado por seu Conselho de Administração na reunião realizada em 28 de outubro de 2014 (“Aumento de Capital”), comunica aos seus acionistas e ao mercado em geral que:
Tendo em vista a subscrição e a integralização da totalidade das ações emitidas no Aumento de Capital, o Conselho de Administração da Companhia, em reunião realizada ontem, aprovou a homologação do Aumento de Capital no valor de R$ 650.000.000,00 (seiscentos e cinquenta milhões de reais), com a emissão de 1.000.000.000 (um bilhão) de novas ações ordinárias, nominativas, escriturais e sem valor nominal.
Em decorrência da homologação, o capital social da Companhia passa a ser de R$ 2.574.612.907,84 (dois bilhões, quinhentos e setenta e quatro milhões, seiscentos e doze mil, novecentos e sete reais e oitenta e quatro centavos), dividido em 2.777.474.711 (dois bilhões, setecentos e setenta e sete milhões, quatrocentos e setenta e quatro mil, setecentas e onze) ações ordinárias, nominativas, escriturais e sem valor nominal.
Adicionalmente, a Companhia informa que foi comunicada nesta data por sua acionista controladora EIG LLX Holdings S.À R.L (“EIG”) sobre a rescisão do Acordo de Acionistas celebrado entre EIG, Eike Fuhrken Batista (“Eike Batista”) e Centennial Asset Mining Fund LLC (“Centennial”), em 14 de outubro de 2013, tendo como interveniente anuente Prumo Logística S.A. (“Acordo de Acionistas”), bem como seu respectivo aditivo celebrado em 2 de setembro de 2014.
A referida rescisão se deu nos termos da Cláusula 5.2.ii, incluída pelo Primeiro Aditivo ao Acordo de Acionistas, a qual faculta à EIG o direito de, a seu exclusivo critério, rescindir imediatamente o Acordo de Acionistas no caso de a participação acionária de Eike Batista (detida direta ou indiretamente) ser reduzida a menos de 10% (dez por cento) das ações ordinárias de emissão da Companhia.
Maiores informações sobre o Aumento de Capital ora homologado podem ser obtidas por solicitações enviadas ao seguinte endereço: ri@prumologistica.com.br.
Rio de Janeiro, 30 de dezembro de 2014.
Eugenio Figueiredo
Diretor Financeiro e de Relações com Investidores
Prumo Logística S.A."
"FATO RELEVANTE - RI PRUMO"
"A Prumo Logística S.A. (“Companhia” ou “Prumo”), em cumprimento ao disposto no artigo 157, § 4º, da Lei nº 6.404/76 (“Lei das Sociedades por Ações”) e no artigo 3º da Instrução CVM nº 358/02, e em seguimento ao Fato Relevante e Aviso aos Acionistas divulgados em 28 de outubro de 2014 e às demais comunicações divulgadas ao mercado relacionadas ao aumento de capital da Companhia aprovado por seu Conselho de Administração na reunião realizada em 28 de outubro de 2014 (“Aumento de Capital”), comunica aos seus acionistas e ao mercado em geral que:
Tendo em vista a subscrição e a integralização da totalidade das ações emitidas no Aumento de Capital, o Conselho de Administração da Companhia, em reunião realizada ontem, aprovou a homologação do Aumento de Capital no valor de R$ 650.000.000,00 (seiscentos e cinquenta milhões de reais), com a emissão de 1.000.000.000 (um bilhão) de novas ações ordinárias, nominativas, escriturais e sem valor nominal.
Em decorrência da homologação, o capital social da Companhia passa a ser de R$ 2.574.612.907,84 (dois bilhões, quinhentos e setenta e quatro milhões, seiscentos e doze mil, novecentos e sete reais e oitenta e quatro centavos), dividido em 2.777.474.711 (dois bilhões, setecentos e setenta e sete milhões, quatrocentos e setenta e quatro mil, setecentas e onze) ações ordinárias, nominativas, escriturais e sem valor nominal.
Adicionalmente, a Companhia informa que foi comunicada nesta data por sua acionista controladora EIG LLX Holdings S.À R.L (“EIG”) sobre a rescisão do Acordo de Acionistas celebrado entre EIG, Eike Fuhrken Batista (“Eike Batista”) e Centennial Asset Mining Fund LLC (“Centennial”), em 14 de outubro de 2013, tendo como interveniente anuente Prumo Logística S.A. (“Acordo de Acionistas”), bem como seu respectivo aditivo celebrado em 2 de setembro de 2014.
A referida rescisão se deu nos termos da Cláusula 5.2.ii, incluída pelo Primeiro Aditivo ao Acordo de Acionistas, a qual faculta à EIG o direito de, a seu exclusivo critério, rescindir imediatamente o Acordo de Acionistas no caso de a participação acionária de Eike Batista (detida direta ou indiretamente) ser reduzida a menos de 10% (dez por cento) das ações ordinárias de emissão da Companhia.
Maiores informações sobre o Aumento de Capital ora homologado podem ser obtidas por solicitações enviadas ao seguinte endereço: ri@prumologistica.com.br.
Rio de Janeiro, 30 de dezembro de 2014.
Eugenio Figueiredo
Diretor Financeiro e de Relações com Investidores
Prumo Logística S.A."
Anglo American confessa ter sobrado R$ US$ 400 milhões do que foi previsto no Sistema Minas-Rio
A declaração do diretor-comercial da Minério de Ferro Brasil, Paulo Castellari, em entrevista à agência de notícias Reuters mostra que há recursos para reduzir os impactos socioeconômicos da instalação da mina e do mineroduto da corporação.
Na reportagem que pode ser lida completa aqui, o executivo ressaltou que:
"A implementação completa do Minas-Rio sairá 400 milhões de dólares mais barata que o programado pela Anglo na última estimativa para o projeto, anunciada em janeiro de 2013. "O projeto original era de 8,8 bilhões de dólares. A gente fechou em 8,4 bilhões de dólares e, dentro desses 8,4 bilhões de dólares, existem 800 milhões de dólares que a gente vai investir em 2015 e 2016", afirmou Castellari."
“A gente tem bastante produto, mais de 300 mil toneladas no Porto (do Açu), pronto para ser embarcado", frisou o executivo.
Os clientes da Anglo até agora não foram divulgados, devido a cláusulas de confidencialidade comercial, segundo o executivo, que destacou que as próximas vendas do Minas-Rio deverão ser destinadas principalmente a clientes da Ásia e do Oriente Médio. Mas a empresa vai prospectar outras regiões.
...
"O produto do Minas-Rio é "bastante competitivo", com custos de produção entre 33 e 35 dólares por tonelada, enquanto diversas mineradoras menores deverão paralisar ou fechar suas operações devido aos altos custos de produção, enviáveis neste cenário.
...
Em uma outra fase de expansão do projeto, além dos 26,5 milhões de toneladas, segundo Castellari, é possível que a empresa avalie parcerias.
Ele destacou que o sistema foi concebido para produzir até 90 milhões de toneladas, o que demandará "investimentos grandes".
"Aí sim, quando chegar essa hora, talvez uma sociedade faça todo sentido", destacou Castellari, destacando que o foco, neste momento, é atingir os 26,5 milhões de toneladas de forma segura e responsável, de olho na eficiência.
Atualmente, segundo a empresa, o Minas-Rio tem 1,45 bilhão de toneladas de reservas certificadas, das quais 685 milhões de toneladas são comercializáveis."
Na reportagem que pode ser lida completa aqui, o executivo ressaltou que:
"A implementação completa do Minas-Rio sairá 400 milhões de dólares mais barata que o programado pela Anglo na última estimativa para o projeto, anunciada em janeiro de 2013. "O projeto original era de 8,8 bilhões de dólares. A gente fechou em 8,4 bilhões de dólares e, dentro desses 8,4 bilhões de dólares, existem 800 milhões de dólares que a gente vai investir em 2015 e 2016", afirmou Castellari."
Na longa matéria o executivo disse ainda:
“A gente tem bastante produto, mais de 300 mil toneladas no Porto (do Açu), pronto para ser embarcado", frisou o executivo.
Os clientes da Anglo até agora não foram divulgados, devido a cláusulas de confidencialidade comercial, segundo o executivo, que destacou que as próximas vendas do Minas-Rio deverão ser destinadas principalmente a clientes da Ásia e do Oriente Médio. Mas a empresa vai prospectar outras regiões.
...
"O produto do Minas-Rio é "bastante competitivo", com custos de produção entre 33 e 35 dólares por tonelada, enquanto diversas mineradoras menores deverão paralisar ou fechar suas operações devido aos altos custos de produção, enviáveis neste cenário.
...
Em uma outra fase de expansão do projeto, além dos 26,5 milhões de toneladas, segundo Castellari, é possível que a empresa avalie parcerias.
Ele destacou que o sistema foi concebido para produzir até 90 milhões de toneladas, o que demandará "investimentos grandes".
"Aí sim, quando chegar essa hora, talvez uma sociedade faça todo sentido", destacou Castellari, destacando que o foco, neste momento, é atingir os 26,5 milhões de toneladas de forma segura e responsável, de olho na eficiência.
Atualmente, segundo a empresa, o Minas-Rio tem 1,45 bilhão de toneladas de reservas certificadas, das quais 685 milhões de toneladas são comercializáveis."
Em dois tempos
Veja abaixo o bom Bob Fernandes em dois tempos, com comentários curtos de cerca de dois minutos que o mesmo faz no jornal da TV Gazeta.
O primeiro, embora, sobre o assunto já bastante explorado, mas que nunca é demais, trata da ditadura e de seus filhotes como o execrável Bolsonaro.
No segundo, ainda mais antigo, de setembro de 2013, o Bob Fernandes fala sobre a as reservas do Pré-sal entre 70 bilhões de barris de petróleo, a um valor de R$ 20 trilhões. Portanto, o comentário foi feito bem antes da Operação Lava a Jato, mas, em época de balanço de final de ano é bom relembrar o que antevia o bom jornalista:
O primeiro, embora, sobre o assunto já bastante explorado, mas que nunca é demais, trata da ditadura e de seus filhotes como o execrável Bolsonaro.
No segundo, ainda mais antigo, de setembro de 2013, o Bob Fernandes fala sobre a as reservas do Pré-sal entre 70 bilhões de barris de petróleo, a um valor de R$ 20 trilhões. Portanto, o comentário foi feito bem antes da Operação Lava a Jato, mas, em época de balanço de final de ano é bom relembrar o que antevia o bom jornalista:
Mais um bom blog na área neste limiar do 2014!
De orientação independente e da mídia alternativa. Não conheço pessoalmente o Marcos Oliveira, apenas sei que colaborava com o blog do Luiz Felipe e por conta disto já apreciava sua edições e postagens.
Agora, o Marcos nos brinda com uma produção própria o "Impressões".
Desejamos sucesso e vida longa ao novo blog.
Veja abaixo como o Marcos nos apresentou seu blog:
"Caros amigos (musicais ou não),
Antes de mais nada espero que tenham tido um ótimo Natal.
Que o Ano Novo traga coisas positivas a todos.
Este e-mail é só para passar o endereço de um novo blog que criei esta semana.
O Blog do Luiz Felipe Muniz (no qual colaboro) está em recesso com previsão de retorno em 2015 com algumas mudanças.
Enquanto isso resolvi fazer este blog para "treinar" uma tentativa de escrever crônicas e comentários variados sobre música ou não.
A ideia era para ser um blog "secreto" só para eu colocar qualquer coisa que quisesse escrever quando tivesse tempo.
Ainda continua assim, mas escolhi alguns amigos que podem ter a curiosidade de dar uma olhada lá.
Nada demais. Espero poder fazer coisa melhor no futuro.
Um ótimo 2015 a todos!
Abraços musicais."
Agora, o Marcos nos brinda com uma produção própria o "Impressões".
Desejamos sucesso e vida longa ao novo blog.
Veja abaixo como o Marcos nos apresentou seu blog:
"Caros amigos (musicais ou não),
Antes de mais nada espero que tenham tido um ótimo Natal.
Que o Ano Novo traga coisas positivas a todos.
Este e-mail é só para passar o endereço de um novo blog que criei esta semana.
O Blog do Luiz Felipe Muniz (no qual colaboro) está em recesso com previsão de retorno em 2015 com algumas mudanças.
Enquanto isso resolvi fazer este blog para "treinar" uma tentativa de escrever crônicas e comentários variados sobre música ou não.
A ideia era para ser um blog "secreto" só para eu colocar qualquer coisa que quisesse escrever quando tivesse tempo.
Ainda continua assim, mas escolhi alguns amigos que podem ter a curiosidade de dar uma olhada lá.
Nada demais. Espero poder fazer coisa melhor no futuro.
O projeto é de uma ou duas crônicas semanais. Sem estresse uma vez que não tenho tido tempo livre.
O endereço é http://impressoesdemarcos.blogspot.com.br/
O endereço é http://impressoesdemarcos.blogspot.com.br/
Um ótimo 2015 a todos!
Abraços musicais."
sábado, dezembro 27, 2014
Mídia comercial na Espanha e no Brasil, uma breve e inicial análise comparativa
Eu tenho trazido para o debate aqui nesse espaço realidade da Espanha (e da Europa) em contraponto à realidade brasileira para uma discussão mais aprofundada.
A mídia comercial aqui na Espanha não é muito diferente da do Brasil. Porém, há distinções que não podem ser desconsideradas.
Aqui na Espanha, as informações internacionais aparecem nas primeiras páginas e não jogadas ao final do impresso.
Há posições políticas não difíceis de serem identificadas, porém, diferentemente do Brasil, normalmente a informação é separada da opinião. A opinião não é só da jornal, ou da editoria e sobre uma única questão.
É comum ela aparecer, em textos duplos e em posições e opiniões diversas, logo abaixo da notícia ou informação.
Isso faz uma enorme diferença.
Nem todos percebem isso no dia a dia. Porém, você se acostuma (e fica bem adaptado) com esta forma de ler a informação e depois, opiniões distintas.
Assim, você é respeitado, considerando que a sua posição é formada por você diante de contraposições, e não como costumamos ver no Brasil, onde você é bombardeado com uma única, misturada à sua interpretação, tentando formar sua opinião que depois será vendida (comercialmente), a um preço em que a propaganda foi incluída no preço.
Ainda assim, não há neutralidade, como tentam alguns passar.
Porém, não é tão absurdamente cretina, hipócrita e interessada como a mídia brasileira.
É interessante ainda observar, talvez por conta desta prática, que os jornais impressos aqui, mesmo diante dos avanços dos portais de notícias e das informações online destes mesmos impressos, que eles são muito procurados. Quase todos os restaurantes e bares disponibilizam aos seus clientes gratuitamente exemplares do dia. Eles são muito consultados e lidos.
Outro fato interessante é que os jornais locais/regionais possuem grande prestígio e são muito lidos. No caso aqui da Catalunya, alguns possuem tiragens próximas a de alguns impressos nacionais do Brasil.
Vale ainda registrar que aqui na Espanha, não se permite que empresas de mídia impressa tenham também concessões de rádio e televisão, que em sua maioria são controladas pelos governos provinciais ou nacionais.
Diante desta realidade que já conhecia de momentos (e passagens) anteriores, mas, agora com quatro meses de morando por aqui, eu me certifico e confirmo que precisamos regular esse processo no Brasil.
A sociedade tem o direito de interferir e interferir no tipo e na forma em que a informação lhe deve ser passada para formar a sua opinião.
A mídia comercial aqui na Espanha não é muito diferente da do Brasil. Porém, há distinções que não podem ser desconsideradas.
Aqui na Espanha, as informações internacionais aparecem nas primeiras páginas e não jogadas ao final do impresso.
Há posições políticas não difíceis de serem identificadas, porém, diferentemente do Brasil, normalmente a informação é separada da opinião. A opinião não é só da jornal, ou da editoria e sobre uma única questão.
É comum ela aparecer, em textos duplos e em posições e opiniões diversas, logo abaixo da notícia ou informação.
Isso faz uma enorme diferença.
Nem todos percebem isso no dia a dia. Porém, você se acostuma (e fica bem adaptado) com esta forma de ler a informação e depois, opiniões distintas.
Assim, você é respeitado, considerando que a sua posição é formada por você diante de contraposições, e não como costumamos ver no Brasil, onde você é bombardeado com uma única, misturada à sua interpretação, tentando formar sua opinião que depois será vendida (comercialmente), a um preço em que a propaganda foi incluída no preço.
Ainda assim, não há neutralidade, como tentam alguns passar.
Porém, não é tão absurdamente cretina, hipócrita e interessada como a mídia brasileira.
É interessante ainda observar, talvez por conta desta prática, que os jornais impressos aqui, mesmo diante dos avanços dos portais de notícias e das informações online destes mesmos impressos, que eles são muito procurados. Quase todos os restaurantes e bares disponibilizam aos seus clientes gratuitamente exemplares do dia. Eles são muito consultados e lidos.
Outro fato interessante é que os jornais locais/regionais possuem grande prestígio e são muito lidos. No caso aqui da Catalunya, alguns possuem tiragens próximas a de alguns impressos nacionais do Brasil.
Vale ainda registrar que aqui na Espanha, não se permite que empresas de mídia impressa tenham também concessões de rádio e televisão, que em sua maioria são controladas pelos governos provinciais ou nacionais.
Diante desta realidade que já conhecia de momentos (e passagens) anteriores, mas, agora com quatro meses de morando por aqui, eu me certifico e confirmo que precisamos regular esse processo no Brasil.
A sociedade tem o direito de interferir e interferir no tipo e na forma em que a informação lhe deve ser passada para formar a sua opinião.
Talvez, essa seja uma das mais importantes reformas que temos pela frente.
Outra de prioridade igual é a política, porém, ouso dizer que a reforma na instituição ligada à informação é a prioridade primeira. A conferir!
sexta-feira, dezembro 26, 2014
História & "coincidências"
Do meu amigo professor Helio Gomes Filho, em seu perfil no FacebooK, o oportuno resgate da memória que teima em querer parecer novidade:
"Sempre a Petrobras!
Transcrevo abaixo um trecho da "Carta Testamento" de Getúlio Vargas e um outro texto, trecho do discurso de João Goulart no dia 13 de março de 1964.
Vejamos o destaque dado à Petrobras e reflitamos um pouco sobre o que vem acontecendo com o petróleo no mundo e no Brasil.
"Quis criar liberdade nacional na
potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás e, mal começa esta a funcionar, a onda de
agitação se avoluma." Getúlio na Carta Testamento - 1954.
"A democracia que eles querem é a democracia para liquidar com a Petrobrás; é a
democracia dos monopólios privados, nacionais e internacionais, é a democracia que luta
contra os governos populares e que levou Getúlio Vargas ao supremo sacrifício." Jango no Comício na Central do Brasil - 1964."
"Sempre a Petrobras!
Transcrevo abaixo um trecho da "Carta Testamento" de Getúlio Vargas e um outro texto, trecho do discurso de João Goulart no dia 13 de março de 1964.
Vejamos o destaque dado à Petrobras e reflitamos um pouco sobre o que vem acontecendo com o petróleo no mundo e no Brasil.
"Quis criar liberdade nacional na
potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás e, mal começa esta a funcionar, a onda de
agitação se avoluma." Getúlio na Carta Testamento - 1954.
"A democracia que eles querem é a democracia para liquidar com a Petrobrás; é a
democracia dos monopólios privados, nacionais e internacionais, é a democracia que luta
contra os governos populares e que levou Getúlio Vargas ao supremo sacrifício." Jango no Comício na Central do Brasil - 1964."
As articulações do fundo EIG, controladora da Prumo - Porto do Açu
A reportagem é do Valor Online, jornalista Francisco Goés. O blog tem comentado já há algum tempo que há muito a ser detalhado e esclarecido sobre a participação do fundo americano EIG Global Energy Partners ao assumir o controle acionário da LLX e do Porto do Açu, o seu maior empreendimento.
É sempre interessante relembrar que quando da crise das empresas X em 2013, puxada pela empresa de óleo gás, OGX (atual OGPar), a LLX, foi a primeira que o empresário Eike nos EUA anunciou o acordo de (venda e) transferência do controle acionário. Como todos os fundos de investimentos, o EIG sabe-se onde estão investindo, mas, nunca quem são seus investidores. Foi com eles que o empresário Eike Batista fechou o acordo dessa transferência no ano de 2013.
Veja abaixo a reportagem com uma entrevista com seu vice-presidente no Brasil, Kevin Lowder. Vale ainda conferir esta matéria do Bloomberg do dia 23-12-2014, do jornalista Juan Spinetto que fala sobre participação do empresário Eike no empreendimento do Porto do Açu. Confira aqui. Abaixo a reportagem do Valor Online:
"Prumo usará no Açu aporte da EIG"
"Sem o aumento de capital e a injeção de recursos por parte do fundo, as obras do porto seriam paralisadas"
"A gestora americana EIG Global Energy Partners teve um papel decisivo, nos últimos seis meses, para a sobrevivência e para o futuro da antiga LLX, agora chamada de Prumo Logística Global. "Salvamos a companhia junto com os credores", disse ao Valor Kevin Lowder, vice-presidente da EIG. A instituição tornou-se a nova controladora da Prumo, com 52,8% das ações, depois de concluída a operação de aumento de capital que injetou R$ 1,3 bilhão no caixa da companhia. Deste total, a EIG aportou R$ 1,12 bilhão ou 87% do total. Os restantes 13% corresponderam à participação de minoritários.
O foco da Prumo, sob o comando da EIG, volta-se agora para a conclusão de obras de infraestrutura em andamento no porto do Açu, no norte do Estado do Rio, principal ativo da companhia. As obras incluem o término da dragagem do canal e do cais do Terminal 2, voltado para empresas da indústria de petróleo e gás. Também está prevista a conclusão do quebra-mar do Terminal 1, que será especializado em minério de ferro e movimentação de petróleo. Haverá ainda a conexão de uma subestação de energia elétrica do porto ao sistema interligado nacional.
As obras são importantes para entregar a infraestrutura que falta aos oito clientes da Prumo que já têm contratos de longo prazo no Açu. E também para novos clientes que a empresa espera atrair para o porto, uma vez que a entrada da EIG no capital resolveu o problema de desenvolvimento da Prumo. A curto prazo, o Açu deve ganhar ainda mais espaço como um porto para atendimento da indústria de petróleo e gás. A EIG vê o Açu como uma oportunidade de participar do desenvolvimento do pré-sal.
Lowder disse que há oportunidades de valor a serem capturadas a curto prazo. "Acredito que o pré-sal é um das três maiores mudanças de jogo na indústria de petróleo e gás em termos globais." As outras duas são a exploração do gás não convencional ("shale gas") e o mercado internacional de Gás Natural Liquefeito (GNL), afirmou.
Ele não citou o montante de investimentos previstos para o porto em 2014 pois os números estão sob revisão. Mas resumiu em uma palavra como a Prumo vai utilizar os recursos da capitalização: "Sabiamente." O aumento de capital foi a última etapa de um processo complexo que começou em julho deste ano, quando houve o primeiro contato entre o empresário Eike Batista, antigo controlador da LLX, e a EIG, gestora com sede em Washington DC, nos Estados Unidos, que já investiu mais de US$ 15 bilhões em mais de 280 ativos de energia e infraestrutura em mais de 33 países. Foi um espaço curto de tempo para "limpar" e deixar a Prumo "livre", disse Lowder.
"Tínhamos uma janela limitada para fazer as auditorias e fechar a negociação com o antigo controlador." Nesse período, foram realizadas auditorias, avaliações, garantidas as aprovações regulatórias e discutidos acordos com Batista e com os credores (Bradesco, Santander, Caixa e BNDES), que deram sinal verde à operação. Enquanto o processo de mudança no controle da LLX avançava, as ex-empresas-irmãs OGX e OSX, de Batista, entraram em recuperação judicial. Nesse contexto, foi um desafio para a EIG, presente no Brasil desde meados dos anos 1990 e que em 2012 abriu escritório no Rio, concluir a operação no prazo previsto.
No país, a EIG tem portfólio de cerca de US$ 1,3 bilhão que inclui ativos sob administração de fundos da instituição. Esses ativos incluem participações nas empresas Sete Brasil, Manabi e Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG), além da Prumo. A compra da Prumo foi o primeiro investimento do EIG Energy Fund XVI, fundo que tem US$ 6 bilhões sob gestão. Esse fundo tem capacidade, portanto, de fazer novos investimentos em energia e infraestrutura, os focos da EIG, no Brasil e em outros países, disse Lowder.
A EIG considera fazer novos investimentos em energia e infraestrutura no país. "A EIG está aberta para negócios no Brasil." A companhia costuma selecionar os ativos nos quais investe depois de análise criteriosa e permanece no projeto com horizonte de seis ou sete anos. O prazo de permanência, porém, pode ser maior se o ativo garantir geração de caixa para pagamento de dividendos. Eventuais vendas atendem a oportunidades de mercado e podem incluir desinvestimentos parciais em projetos.
No começo deste mês, o conselho de administração da Prumo aprovou o aumento de capital da companhia. No fim, Batista foi diluído de 52,8% para 20,9%; o fundo de pensão dos professores de Ontário, no Canadá, que tinha 18%, viu sua fatia cair para 7%. Os minoritários saíram de 29% para 19,3% do capital da empresa. Lowder considerou a capitalização bem-sucedida. O objetivo da operação foi injetar liquidez de forma imediata. Sem a capitalização, as obras no Açu seriam paralisadas. Antes da operação, a empresa passou por um "estresse" financeiro e teve que segurar o caixa para não parar as obras. Em setembro, o caixa da Prumo era de R$ 99,3 milhões.
O apoio dos credores, incluindo os bancos, foi fundamental para que a EIG pudesse fazer o aporte de recursos na companhia. Bradesco e Santander, por exemplo, aprovaram financiamento novo para a Prumo, no valor de R$ 900 milhões, dinheiro que ainda não foi sacado. O Bradesco também estendeu linhas de financiamento no montante total de R$ 813 milhões por prazo de três anos. O BNDES, por sua vez, renovou um empréstimo-ponte de R$ 518 milhões com a LLX por período de três anos. A Prumo já entrou com uma consulta no BNDES para ter acesso a um financiamento de longo prazo do banco. Em 2012, a Caixa subscreveu R$ 750 milhões em debêntures não conversíveis da empresa."
É sempre interessante relembrar que quando da crise das empresas X em 2013, puxada pela empresa de óleo gás, OGX (atual OGPar), a LLX, foi a primeira que o empresário Eike nos EUA anunciou o acordo de (venda e) transferência do controle acionário. Como todos os fundos de investimentos, o EIG sabe-se onde estão investindo, mas, nunca quem são seus investidores. Foi com eles que o empresário Eike Batista fechou o acordo dessa transferência no ano de 2013.
Veja abaixo a reportagem com uma entrevista com seu vice-presidente no Brasil, Kevin Lowder. Vale ainda conferir esta matéria do Bloomberg do dia 23-12-2014, do jornalista Juan Spinetto que fala sobre participação do empresário Eike no empreendimento do Porto do Açu. Confira aqui. Abaixo a reportagem do Valor Online:
"Prumo usará no Açu aporte da EIG"
"Sem o aumento de capital e a injeção de recursos por parte do fundo, as obras do porto seriam paralisadas"
"A gestora americana EIG Global Energy Partners teve um papel decisivo, nos últimos seis meses, para a sobrevivência e para o futuro da antiga LLX, agora chamada de Prumo Logística Global. "Salvamos a companhia junto com os credores", disse ao Valor Kevin Lowder, vice-presidente da EIG. A instituição tornou-se a nova controladora da Prumo, com 52,8% das ações, depois de concluída a operação de aumento de capital que injetou R$ 1,3 bilhão no caixa da companhia. Deste total, a EIG aportou R$ 1,12 bilhão ou 87% do total. Os restantes 13% corresponderam à participação de minoritários.
O foco da Prumo, sob o comando da EIG, volta-se agora para a conclusão de obras de infraestrutura em andamento no porto do Açu, no norte do Estado do Rio, principal ativo da companhia. As obras incluem o término da dragagem do canal e do cais do Terminal 2, voltado para empresas da indústria de petróleo e gás. Também está prevista a conclusão do quebra-mar do Terminal 1, que será especializado em minério de ferro e movimentação de petróleo. Haverá ainda a conexão de uma subestação de energia elétrica do porto ao sistema interligado nacional.
As obras são importantes para entregar a infraestrutura que falta aos oito clientes da Prumo que já têm contratos de longo prazo no Açu. E também para novos clientes que a empresa espera atrair para o porto, uma vez que a entrada da EIG no capital resolveu o problema de desenvolvimento da Prumo. A curto prazo, o Açu deve ganhar ainda mais espaço como um porto para atendimento da indústria de petróleo e gás. A EIG vê o Açu como uma oportunidade de participar do desenvolvimento do pré-sal.
Lowder disse que há oportunidades de valor a serem capturadas a curto prazo. "Acredito que o pré-sal é um das três maiores mudanças de jogo na indústria de petróleo e gás em termos globais." As outras duas são a exploração do gás não convencional ("shale gas") e o mercado internacional de Gás Natural Liquefeito (GNL), afirmou.
Ele não citou o montante de investimentos previstos para o porto em 2014 pois os números estão sob revisão. Mas resumiu em uma palavra como a Prumo vai utilizar os recursos da capitalização: "Sabiamente." O aumento de capital foi a última etapa de um processo complexo que começou em julho deste ano, quando houve o primeiro contato entre o empresário Eike Batista, antigo controlador da LLX, e a EIG, gestora com sede em Washington DC, nos Estados Unidos, que já investiu mais de US$ 15 bilhões em mais de 280 ativos de energia e infraestrutura em mais de 33 países. Foi um espaço curto de tempo para "limpar" e deixar a Prumo "livre", disse Lowder.
"Tínhamos uma janela limitada para fazer as auditorias e fechar a negociação com o antigo controlador." Nesse período, foram realizadas auditorias, avaliações, garantidas as aprovações regulatórias e discutidos acordos com Batista e com os credores (Bradesco, Santander, Caixa e BNDES), que deram sinal verde à operação. Enquanto o processo de mudança no controle da LLX avançava, as ex-empresas-irmãs OGX e OSX, de Batista, entraram em recuperação judicial. Nesse contexto, foi um desafio para a EIG, presente no Brasil desde meados dos anos 1990 e que em 2012 abriu escritório no Rio, concluir a operação no prazo previsto.
No país, a EIG tem portfólio de cerca de US$ 1,3 bilhão que inclui ativos sob administração de fundos da instituição. Esses ativos incluem participações nas empresas Sete Brasil, Manabi e Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG), além da Prumo. A compra da Prumo foi o primeiro investimento do EIG Energy Fund XVI, fundo que tem US$ 6 bilhões sob gestão. Esse fundo tem capacidade, portanto, de fazer novos investimentos em energia e infraestrutura, os focos da EIG, no Brasil e em outros países, disse Lowder.
A EIG considera fazer novos investimentos em energia e infraestrutura no país. "A EIG está aberta para negócios no Brasil." A companhia costuma selecionar os ativos nos quais investe depois de análise criteriosa e permanece no projeto com horizonte de seis ou sete anos. O prazo de permanência, porém, pode ser maior se o ativo garantir geração de caixa para pagamento de dividendos. Eventuais vendas atendem a oportunidades de mercado e podem incluir desinvestimentos parciais em projetos.
No começo deste mês, o conselho de administração da Prumo aprovou o aumento de capital da companhia. No fim, Batista foi diluído de 52,8% para 20,9%; o fundo de pensão dos professores de Ontário, no Canadá, que tinha 18%, viu sua fatia cair para 7%. Os minoritários saíram de 29% para 19,3% do capital da empresa. Lowder considerou a capitalização bem-sucedida. O objetivo da operação foi injetar liquidez de forma imediata. Sem a capitalização, as obras no Açu seriam paralisadas. Antes da operação, a empresa passou por um "estresse" financeiro e teve que segurar o caixa para não parar as obras. Em setembro, o caixa da Prumo era de R$ 99,3 milhões.
O apoio dos credores, incluindo os bancos, foi fundamental para que a EIG pudesse fazer o aporte de recursos na companhia. Bradesco e Santander, por exemplo, aprovaram financiamento novo para a Prumo, no valor de R$ 900 milhões, dinheiro que ainda não foi sacado. O Bradesco também estendeu linhas de financiamento no montante total de R$ 813 milhões por prazo de três anos. O BNDES, por sua vez, renovou um empréstimo-ponte de R$ 518 milhões com a LLX por período de três anos. A Prumo já entrou com uma consulta no BNDES para ter acesso a um financiamento de longo prazo do banco. Em 2012, a Caixa subscreveu R$ 750 milhões em debêntures não conversíveis da empresa."
quinta-feira, dezembro 25, 2014
"Fim de uma era, uma nova civilização ou o fim do mundo?"
Alguns podem considerar a data inadequada a essa reflexão mais profunda do Leonardo Boff. Ao contrário, eu vejo-a como não apenas oportuna, mas acima de tudo, otimista com a nossa espécie humana. Confiram e Bom Natal!
"Fim de uma era, uma nova civilização ou o fim do mundo?"
"Fim de uma era, uma nova civilização ou o fim do mundo?"
Leonardo Boff
"Há vozes de personalidades de grande respeito que advertem que estamos já dentro de uma Terceira Guerra Mundial. A mais autorizada é a do Papa Francisco."
Há vozes de personalidades de grande respeito que advertem que estamos já dentro de uma Terceira Guerra Mundial. A mais autorizada é a do Papa Francisco. No dia 13 de setembro deste ano, ao visitar um cemitério de soldados italianos mortos em Radipuglia perto da Eslovênia disse:”a Terceira Guerra Mundial pode ter começado, lutada aos poucos com crimes, massacres e destruições”.
O ex-chanceler alemão Helmut Schmidt em 19/12/2014 com 93 anos adverte acerca de uma possível Terceira Guerra Mundial, por causa da Ucrânia. Culpa a arrogância e os militares burocratas da União Européia, submetidos às políticas belicosas dos EUA. George W. Bush chamou a guerra ao terror, depois dos atentados contra as Torres Gêmea, de “World War III”. Eliot Cohen, conhecido diretor de Estudos Estragégicos da Johns Hopkins University, confirma Bush bem como Michael Leeden, historiador, filósofo neoconservador e antigo consultor do Conselho de Segurança dos USA que prefere falar na Quarta Guerra Mundial, entendendo a Guerra-Fria com suas guerras regionais como já a Terceira Guerra Mundial. Recentemente (22/12/2014) conhecido sociólogo e analista da situação do mundo Boaventura de Souza Santos escreveu um documentado artigo sobre a Terceira Guerra Mundial (Boletim Carta Maior de 22/12/2014). E outras vozes autorizadas se fazem ouvir aqui e acolá.
A mim me convence mais a análise, diria profética, pois está se realizando como previu, de Jacques Attali em seu conhecido livro Uma breve história do futuro (Novo Século, SP 2008). Foi assessor de François Mitterand e atualmente preside a Comissão dos “freios ao crescimento”. Trabalha com uma equipe multidisciplinar de grande qualidade. Ele prevê três cenários:
(1) o superimpério composto pelos USA e seus aliados. Sua força reside em poder destruir toda a humanidade. Mas está em decadência devido à crise sistêmica da ordem capitalista. Rege-se pela ideologia do Pentágo do”full spectrum dominance”(dominação do espectro total) em todo os campos, militar, ideológico, político, econômico e cultural. Mas foi ultrapassado economicamente pela China e tem dificuldades de submeter todos à lógica imperial.
(2) O superconflito: com a decadência lenta do império, dá-se uma balcanização do mundo, como se constata atualmente com conflitos regionais no norte da Africa, no Oriente Médio, na Africa e na Ucrânia. Esses conflitos podem conhecer um crescendo com a utilização de armas de destruição em massa (vide Síria, Iraque), depois de pequenas armas nucleares (existem hoje milhares no formato de uma mala de executivo) que destroem pouco mas deixam regiões inteiras por muitos anos inabitáveis devido à alta radioatividade. Pode-se chegar a um ponto com a utilização generalizada de armas nucleares, químicas e biológica em que a humanidade se dá conta de que pode se auto-destruir.
E então surge (3) o cenário final: a superdemocracia. Para não se destruir a si mesma e grande parte da biosfera, a humanidade elabora um contrato social mundial, com instâncias plurais de governabilidade planetária. Com os bens e serviços naturais escassos devemos garantir a sobrevivência da espécie humana e de toda a comunidade de vida que também é criada e mantida pela Terra-Gaia.
Se essa fase não surgir, poderá ocorrer o fim da espécie humana e grande parte da biosfera. Por culpa de nosso paradigma civilizatório racionalista. Expressou-o bem o economista e humanista Luiz Gonzaga Belluzzo, recentemente: “O sonho ocidental de construir o hábitat humano somente à base da razão, repudiando a tradição e rejeitando toda a transcendência, chegou a um impasse. A razão ocidental não consegue realizar concomitantemente os valores dos direitos humanos universais, as ambições do progresso da técnica e as promessas do bem-estar para todos e para cada um”(Carta Capital 21/12/2014). Em sua irracionalidade, este tipo de razão constrói os meios de dar-se um fim a si mesma.
O processo de evolução deverá possivelmente esperar alguns milhares ou milhões de anos até que surja um ser suficientemente complexo, capaz de suportar o espírito que, primeiro, está no universo e somente depois em nós.
Mas pode também irromper uma nova era que conjuga a razão sensível (do amor e do cuidado) com a razão instrumental-analítica (a tecnociência). Emergirá, enfim, o que Teilhard de Chardin chamava ainda em 1933 na China a noosfera: as mentes e os corações unidos na solidariedade, no amor e no cuidado com a Casa Comum, a Terra. Escreveu Attali:”quero acreditar, enfim, que o horror do futuro predito acima, contribuirá para torná-lo impossível; então se desenhará a promessa de uma Terra hospitaleira para todos os viajantes da vida (op.cit. p. 219).
E no final nos deixa a nós brasileiros esse desafio:”Se há um país que se assemelha ao que poderia tornar-se o mundo, no bem e no mal, esse país é o Brasil”(p. 231)."
"Há vozes de personalidades de grande respeito que advertem que estamos já dentro de uma Terceira Guerra Mundial. A mais autorizada é a do Papa Francisco."
Há vozes de personalidades de grande respeito que advertem que estamos já dentro de uma Terceira Guerra Mundial. A mais autorizada é a do Papa Francisco. No dia 13 de setembro deste ano, ao visitar um cemitério de soldados italianos mortos em Radipuglia perto da Eslovênia disse:”a Terceira Guerra Mundial pode ter começado, lutada aos poucos com crimes, massacres e destruições”.
O ex-chanceler alemão Helmut Schmidt em 19/12/2014 com 93 anos adverte acerca de uma possível Terceira Guerra Mundial, por causa da Ucrânia. Culpa a arrogância e os militares burocratas da União Européia, submetidos às políticas belicosas dos EUA. George W. Bush chamou a guerra ao terror, depois dos atentados contra as Torres Gêmea, de “World War III”. Eliot Cohen, conhecido diretor de Estudos Estragégicos da Johns Hopkins University, confirma Bush bem como Michael Leeden, historiador, filósofo neoconservador e antigo consultor do Conselho de Segurança dos USA que prefere falar na Quarta Guerra Mundial, entendendo a Guerra-Fria com suas guerras regionais como já a Terceira Guerra Mundial. Recentemente (22/12/2014) conhecido sociólogo e analista da situação do mundo Boaventura de Souza Santos escreveu um documentado artigo sobre a Terceira Guerra Mundial (Boletim Carta Maior de 22/12/2014). E outras vozes autorizadas se fazem ouvir aqui e acolá.
A mim me convence mais a análise, diria profética, pois está se realizando como previu, de Jacques Attali em seu conhecido livro Uma breve história do futuro (Novo Século, SP 2008). Foi assessor de François Mitterand e atualmente preside a Comissão dos “freios ao crescimento”. Trabalha com uma equipe multidisciplinar de grande qualidade. Ele prevê três cenários:
(1) o superimpério composto pelos USA e seus aliados. Sua força reside em poder destruir toda a humanidade. Mas está em decadência devido à crise sistêmica da ordem capitalista. Rege-se pela ideologia do Pentágo do”full spectrum dominance”(dominação do espectro total) em todo os campos, militar, ideológico, político, econômico e cultural. Mas foi ultrapassado economicamente pela China e tem dificuldades de submeter todos à lógica imperial.
(2) O superconflito: com a decadência lenta do império, dá-se uma balcanização do mundo, como se constata atualmente com conflitos regionais no norte da Africa, no Oriente Médio, na Africa e na Ucrânia. Esses conflitos podem conhecer um crescendo com a utilização de armas de destruição em massa (vide Síria, Iraque), depois de pequenas armas nucleares (existem hoje milhares no formato de uma mala de executivo) que destroem pouco mas deixam regiões inteiras por muitos anos inabitáveis devido à alta radioatividade. Pode-se chegar a um ponto com a utilização generalizada de armas nucleares, químicas e biológica em que a humanidade se dá conta de que pode se auto-destruir.
E então surge (3) o cenário final: a superdemocracia. Para não se destruir a si mesma e grande parte da biosfera, a humanidade elabora um contrato social mundial, com instâncias plurais de governabilidade planetária. Com os bens e serviços naturais escassos devemos garantir a sobrevivência da espécie humana e de toda a comunidade de vida que também é criada e mantida pela Terra-Gaia.
Se essa fase não surgir, poderá ocorrer o fim da espécie humana e grande parte da biosfera. Por culpa de nosso paradigma civilizatório racionalista. Expressou-o bem o economista e humanista Luiz Gonzaga Belluzzo, recentemente: “O sonho ocidental de construir o hábitat humano somente à base da razão, repudiando a tradição e rejeitando toda a transcendência, chegou a um impasse. A razão ocidental não consegue realizar concomitantemente os valores dos direitos humanos universais, as ambições do progresso da técnica e as promessas do bem-estar para todos e para cada um”(Carta Capital 21/12/2014). Em sua irracionalidade, este tipo de razão constrói os meios de dar-se um fim a si mesma.
O processo de evolução deverá possivelmente esperar alguns milhares ou milhões de anos até que surja um ser suficientemente complexo, capaz de suportar o espírito que, primeiro, está no universo e somente depois em nós.
Mas pode também irromper uma nova era que conjuga a razão sensível (do amor e do cuidado) com a razão instrumental-analítica (a tecnociência). Emergirá, enfim, o que Teilhard de Chardin chamava ainda em 1933 na China a noosfera: as mentes e os corações unidos na solidariedade, no amor e no cuidado com a Casa Comum, a Terra. Escreveu Attali:”quero acreditar, enfim, que o horror do futuro predito acima, contribuirá para torná-lo impossível; então se desenhará a promessa de uma Terra hospitaleira para todos os viajantes da vida (op.cit. p. 219).
E no final nos deixa a nós brasileiros esse desafio:”Se há um país que se assemelha ao que poderia tornar-se o mundo, no bem e no mal, esse país é o Brasil”(p. 231)."
terça-feira, dezembro 23, 2014
Prumo assumirá estaleiro da OSX no Açu em acordo da recuperação judicial
A grande área prevista para uso do estaleiro (Unidade de Construção Naval - UCN) da OSX no Açu sempre foi questionada. Na ocasião a área de 3,2 milhões de m² cedida pela LLX à OSX já era considerada absurda, mesmo diante de tudo que se projetava.
Me recordo quando numa das audiências públicas na Alerj para debater o Porto do Açu, no final de 2013, no auge da crise, quando o fundo americano EIG tinha acabado de assumir o controle da LLX, um dos membros do conselho de administração da LLX disse que aquela área era maior do que a área somada de todos os estaleiros brasileiros naquela época. (Veja aqui)
Pois bem, agora, com a divulgação dos acordos sobre a recuperação judicial da OSX, oficialmente passa a se saber que a Prumo tem interesse em explorar comercialmente o estaleiro (UCN) da OSX.
A informação do a cordo para exploração da área no Porto do Açu está previsto no plano de recuperação judicial da empresa foi confirmada pelo site Brasil Energia. O contrato foi previsto no plano de recuperação judicial da companhia, aprovado no dia 17/12.
A revista afirmou ainda que:
1 - A OSX contratará a Prumo para gerenciar a exploração comercial do estaleiro da empresa, no Porto do Açu.. O acordo será fechado com a Porto do Açu, subsidiária da Prumo, que terá exclusividade para prospectar novos investidores para a área.
2 - O arrendamento da área de 3,2 milhões de m² será usado para que a OSX volte a pagar o aluguel mensal original do contrato com a Porto do Açu, além de ajudar no pagamento de demais credores. As dívidas com a Porto do Açu são abrangem ainda o rateio dos investimentos em infraestrutura realizados para a construção do terminal 2.
3 - O plano de recuperação judicial ainda está sujeito à aprovação da Caixa Econômica Federal, o que deve ocorrer em 31 de janeiro de 2015. A OSX vai disponibilizar todos os seus ativos para o cumprimento dos compromissos e tem como meta pagar integralmente 65% dos credores até 24 meses após a homologação do plano.
Me recordo quando numa das audiências públicas na Alerj para debater o Porto do Açu, no final de 2013, no auge da crise, quando o fundo americano EIG tinha acabado de assumir o controle da LLX, um dos membros do conselho de administração da LLX disse que aquela área era maior do que a área somada de todos os estaleiros brasileiros naquela época. (Veja aqui)
Pois bem, agora, com a divulgação dos acordos sobre a recuperação judicial da OSX, oficialmente passa a se saber que a Prumo tem interesse em explorar comercialmente o estaleiro (UCN) da OSX.
A informação do a cordo para exploração da área no Porto do Açu está previsto no plano de recuperação judicial da empresa foi confirmada pelo site Brasil Energia. O contrato foi previsto no plano de recuperação judicial da companhia, aprovado no dia 17/12.
A revista afirmou ainda que:
1 - A OSX contratará a Prumo para gerenciar a exploração comercial do estaleiro da empresa, no Porto do Açu.. O acordo será fechado com a Porto do Açu, subsidiária da Prumo, que terá exclusividade para prospectar novos investidores para a área.
2 - O arrendamento da área de 3,2 milhões de m² será usado para que a OSX volte a pagar o aluguel mensal original do contrato com a Porto do Açu, além de ajudar no pagamento de demais credores. As dívidas com a Porto do Açu são abrangem ainda o rateio dos investimentos em infraestrutura realizados para a construção do terminal 2.
3 - O plano de recuperação judicial ainda está sujeito à aprovação da Caixa Econômica Federal, o que deve ocorrer em 31 de janeiro de 2015. A OSX vai disponibilizar todos os seus ativos para o cumprimento dos compromissos e tem como meta pagar integralmente 65% dos credores até 24 meses após a homologação do plano.
É ainda importante lembrar que o Fundo EIG que hoje já controla cerca de 60% (subiu de 52,9% para 59,6%) das ações da Prumo Logística Global S.A. (ex-LLX) tem também participação no consórcio Sete Brasil que concentra as atividades de contratação de construção naval de embarcações para operar atividades offshore de exploração de petróleo no litoral brasileiro.
A Prumo tem avançado no controle das ações comprando participação que antes era do Fundo de Previdência dos professores da província de Ontário no Canadá (OTPP).
Os investidores minoritários que hoje detém 19,3% começaram a especular que o maior percentual de controle da Prumo poderia ter por trás informações sobre melhorias e contratos futuros que ainda não são conhecidos. (Veja abaixo a atual participação acionária na empresa Prumo Logística Global S.A.)
Isto explicaria porque as ações da Prumo estariam ainda tão desvalorizadas, mesmo após os embarques de minério de ferro e do início de atividades das empresas de apoio offshore junto ao terminal 2 do Porto do Açu.
É certo que a Prumo vislumbra outras possibilidades de negócios com essa área retomada da OSX e que foi fruto da desapropriação de terrenos e áreas rurais, já que a OSX há muito deixou de honrar com o pagamento de aluguéis. As alternativas vinculadas às atividades de apoio offshore são muitas.
Além disso, as instalações inconclusas da Unidade de Construção Naval (UCN) da OSX junto ao terminal 2 do Porto do Açu podem vir a ser bases de construção naval de projetos atualmente desenvolvidos nos estaleiros das empresas que estão sendo investigadas na Operação Lava a Jato.
Continuamos, mesmo de longe, acompanhando o desenrolar das negociações sobre o Porto do Açu e das consequências delas para toda a região. O blog abre espaço para maiores informações.
Vereadores de SJB rejeitam por unanimidade projeto de reajuste do IPTU do Executivo
A Câmara de Vereadores de SJB na última sessão antes do recesso analisou a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2015 e um projeto do Executivo que previa aumentos de até 800% do IPTU no município coma correção dos valores venais das construções de algumas localidades.
A LOA foi aprovada, mas, o reajuste do IPTU foi integralmente, e por unanimidade, rejeitado pela Câmara, até com o voto do líder o governo. Diz-se que o prefeito Neco ficou contrariado com o encaminhamento decidido encima da hora, mas, com jeito de “caso pensado”.
A decisão derivou de um amadurecimento dos vereadores até os da base do governo que o reajuste, mesmo com um desconto estimado em 80% para 2015 com redução gradual para diante seria muito elevado e resolveram rechaçar a proposta do prefeito.
O blog não sabe dizer se a LOA aprovada já retira a estimativa de receita referente ao reajuste do IPTU previsto pelo executivo municipal. Há quem veja na decisão como o início de uma rebelião da base do governo. As insatisfações são grandes.
Quem viu mais detalhes da peça orçamentária garante que o ano de 2015 será complicado, porque muitos gastos estariam comprometidos com empresas terceirizadas.
A LOA foi aprovada, mas, o reajuste do IPTU foi integralmente, e por unanimidade, rejeitado pela Câmara, até com o voto do líder o governo. Diz-se que o prefeito Neco ficou contrariado com o encaminhamento decidido encima da hora, mas, com jeito de “caso pensado”.
A decisão derivou de um amadurecimento dos vereadores até os da base do governo que o reajuste, mesmo com um desconto estimado em 80% para 2015 com redução gradual para diante seria muito elevado e resolveram rechaçar a proposta do prefeito.
O blog não sabe dizer se a LOA aprovada já retira a estimativa de receita referente ao reajuste do IPTU previsto pelo executivo municipal. Há quem veja na decisão como o início de uma rebelião da base do governo. As insatisfações são grandes.
Quem viu mais detalhes da peça orçamentária garante que o ano de 2015 será complicado, porque muitos gastos estariam comprometidos com empresas terceirizadas.
"Geografia e estratégia"
Como antecipei há alguns dias, eu estou num período de "meio recesso", enquanto concluo as atividades por aqui na Espanha e também curto uma agradável agenda pessoal.
Mas, entre uma coisa e outra dou uma olhada geral nas notícias. Assim, julgo que vale a leitura no artigo do grande intelectual José Luís Fiori, hoje, na edição do Valor, cujo título é também o desta nota, só que entre aspas.
Tenho repetido que Fiori e Belluzzo são duas importantes referências no Brasil atual para pensar o nosso país de uma forma mais profunda, não apenas conjuntural, mas, também na forma estrutural e de sua relação com o poder global e a geopolítica.
Antes de postá-lo abaixo, eu aproveito para dar maiores dados sobre a gigantesca obra que a China já começou na Nicarágua que é citada como um dos pilares da reflexão do Fiori. Os dados são destaques também na edição de hoje, só que o do jornal espanhol El País.
O Canal interoceânico (mapa abaixo) entre Atlântico e o Pacífico, que cortará a Nicarágua ao meio é bancada pela China, em troca da concessão por um século. Um investimento de US$ 50 bilhões.O canal terá 278 quilômetros e sua largura oscilará entre 230 e 520 metros, com uma profundidade de 30 metros.
O megaprojeto sofre enormes questionamentos de cientistas e ambientalistas pelos seus impactos ambientais e sociais. Ele cortará em 105 km, o Lago da Nicarágua que tem área de 8 mil km². Os estudos de impacto ambiental foram apresentados em setembro último.
Moradores e pequenos proprietários já fizeram quinze manifestações contra a obra com paralisações de rodovias. Se estima que 20 mil pessoas seriam afetadas pela construção do canal. Os valores das indenizações ainda não teriam sido definidos. A resistência campesina é considerada inédita na Nicarágua.
Assim, contextualizada com a questão do canal, que também ajuda a explicar a mudança de posição dos EUA em relação à Cuba, segue abaixo o texto do professor José Luiz Fiori:
Geografia e estratégia
"O Brasil terá que descobrir um novo caminho de afirmação da sua liderança e do seu poder internacional, dentro e fora de sua zona de influência imediata.
Um caminho que não siga o mesmo roteiro das grandes potências do passado, e que não utilize a mesma arrogância e a mesma violência que utilizaram os europeus e os norte-americanos para conquistar suas colônias e protetorados". J.L.Fiori, "História, Estratégia e Desenvolvimento. Para uma Geopolítica do Capitalismo", Editora Boitempo, SP, 2014, p: 279
A geografia teve um papel decisivo na formação e no desenvolvimento político e econômico da América do Sul. Por um lado, ela permitiu e estimulou a formação de um região geopolítica e geoeconômica plana, homogênea, de alta fertilidade e de crescimento econômico quase contínuo na Bacia do Prata; mas, ao mesmo tempo, ela impediu que os países e a economia do Prata - incluindo o Brasil - se expandissem na direção daAmazônia, do Caribe e do Pacífico.
No caso do Brasil, em particular, a topografia do seu território atrasou a sua própria interiorização demográfica e econômica, e enviesou os seus processos de urbanização, crescimento e internacionalização, na direção do Atlântico. A Floresta Amazônica, com suas planícies tropicais de baixa fertilidade e alto custo de exploração, dificultou a sua própria ocupação, e bloqueou o caminho do Brasil na direção da Venezuela, Guiana, Suriname, e Mar do Caribe. O Pantanal e o Chaco boliviano, com suas montanhas e Florestas tropicais limitaram a presença do Brasil nos territórios entre a Guiana e a Bolívia; e a Cordilheira dos Andes, com seus 8 mil km de extensão e 6.900 metros de altitude, obstruiu o acesso do Brasil ao Chile e ao Peru, e o que é ainda mais importante, ao Oceano Pacífico com todas as suas conexões asiáticas.
"A reaproximação entre EUA e Cuba é inseparável da expansão econômica chinesa no Caribe e na América"
Esta geografia extremamente difícil explica a existência de enormes espaços vazios dentro do território brasileiro e nas suas zonas fronteiriças, e sua escassa relação econômica com seus vizinhos durante quase todo o século XX, quando o Brasil não conseguiu nem mesmo estabelecer um sistema eficiente de comunicação e integração bioceânica, como aconteceu com os Estados Unidos, já na segunda metade do século XIX, depois da sua conquista da Califórnia e do Oregon, que se transformou num passo decisivo do seu desenvolvimento econômico, e da projeção do poder global dos Estados Unidos.
Todas estas barreiras e dificuldades geográficas, entretanto, adquiriram uma nova dimensão e gravidade, no início do século XXI, graças: 1- à transformação da China, do sudeste asiático, e da Bacia do Pacífico, no espaço mais dinâmico da economia mundial; 2- sua transformação simultânea, e no tabuleiro geopolítico mais relevante para o futuro do sistema mundial no transcurso do século XXI; 3- à consequente, "chegada' econômica da China ao continente sul-americano, e ao Caribe e América Central, sobretudo depois do anúncio da construção do novo Canal Interoceânico da Nicarágua, financiado e construído pelos chineses, a um custo previsto de 40 bilhões de dólares; 4- à consequente revalorização geopolítica e geoeconômica do Caribe e da América do Sul, como tabuleiros relevantes da competição global entre os Estados Unidos e a China, e da competição regional destes dois países, com o Brasil.
Esta nova situação obriga o Brasil a redefinir, inevitavelmente, sua estratégia, e o cálculo de custos do seu próprio projeto de integração regional, incluindo a ocupação dos "espaços vazios" da América do Sul, e da "conquista" do seu acesso ao Oceano Pacífico e ao Mar do Caribe. Este tem que ser o ponto de partida do debate sobre a Unasul e o Mercosul, e sobre o fortalecimento da soberania política e econômica do continente, incluindo, como é óbvio, os países sul-americanos da Aliança do Pacífico. Mas este ponto é esquecido em geral pelos analistas, e é substituído por uma discussão sem fim sobre a "lucratividade" comercial ou financeira, do projeto e do processo da integração continental. Estes analistas não entendem ou não querem aceitar que se trata de um objetivo e de um processo que não pode ser avaliado apenas pelos seus resultados econômicos, porque envolve um jogo geopolítico e geoeconômico muito mais complexo e global.
Desta perspectiva, o recente reatamento das relações diplomáticas dos EUA com Cuba, explicita e aprofunda esta disputa pela supremacia regional. Foi uma vitória política indiscutível de Cuba e da América Latina, e também, do "internacionalismo liberal" de Barack Obama, que luta para sobreviver ao seu atropelamento pelo ultraconservadorismo dos republicanos, e de muitos dos seus próprios partidários democratas. Mas ao mesmo tempo, esta reaproximação é inseparável da expansão econômica chinesa no Caribe e na América Central, e do anúncio do novo "Canal da Nicarágua", com 278 km de extensão, bem maior e mais complexo do que o Canal do Panamá, e com a obra programada para começar em dezembro de 2104. Uma disputa que começa no Mar do Caribe, mas se projeta e prolonga na luta pela liderança política, econômica e estratégica da América do Sul. Neste sentido, a reaproximação entre Cuba e os EUA contém um paradoxo e uma lição geopolítica, sobretudo para os países que se propõem subir na escada internacional do poder e da riqueza: uma vitória parcial, em qualquer tabuleiro do sistema provoca sempre o aparecimento de um novo desafio estratégico ainda mais complexo do que o anterior. Neste caso, foi uma vitória dos "povos latinos" e de certa maneira, da própria política externa brasileira, mas esta mesma vitória aumenta a urgência do Brasil abrir seus canais de comunicação e transporte com o Mar do Caribe e com a Bacia do Pacífico, a qualquer preço, e por mais criticada que seja a rentabilidade econômica imediata do projeto.
José Luís Fiori, professor titular de economia política internacional da UFRJ, é autor do livro "O Poder Global", da Editora Boitempo, e coordenador do grupo de pesquisa do CNPQ/UFRJ "O Poder Global e a Geopolítica do Capitalismo". Escreve mensalmente neste espaço."
Mas, entre uma coisa e outra dou uma olhada geral nas notícias. Assim, julgo que vale a leitura no artigo do grande intelectual José Luís Fiori, hoje, na edição do Valor, cujo título é também o desta nota, só que entre aspas.
Tenho repetido que Fiori e Belluzzo são duas importantes referências no Brasil atual para pensar o nosso país de uma forma mais profunda, não apenas conjuntural, mas, também na forma estrutural e de sua relação com o poder global e a geopolítica.
Antes de postá-lo abaixo, eu aproveito para dar maiores dados sobre a gigantesca obra que a China já começou na Nicarágua que é citada como um dos pilares da reflexão do Fiori. Os dados são destaques também na edição de hoje, só que o do jornal espanhol El País.
O Canal interoceânico (mapa abaixo) entre Atlântico e o Pacífico, que cortará a Nicarágua ao meio é bancada pela China, em troca da concessão por um século. Um investimento de US$ 50 bilhões.O canal terá 278 quilômetros e sua largura oscilará entre 230 e 520 metros, com uma profundidade de 30 metros.
O megaprojeto sofre enormes questionamentos de cientistas e ambientalistas pelos seus impactos ambientais e sociais. Ele cortará em 105 km, o Lago da Nicarágua que tem área de 8 mil km². Os estudos de impacto ambiental foram apresentados em setembro último.
Moradores e pequenos proprietários já fizeram quinze manifestações contra a obra com paralisações de rodovias. Se estima que 20 mil pessoas seriam afetadas pela construção do canal. Os valores das indenizações ainda não teriam sido definidos. A resistência campesina é considerada inédita na Nicarágua.
Assim, contextualizada com a questão do canal, que também ajuda a explicar a mudança de posição dos EUA em relação à Cuba, segue abaixo o texto do professor José Luiz Fiori:
Geografia e estratégia
"O Brasil terá que descobrir um novo caminho de afirmação da sua liderança e do seu poder internacional, dentro e fora de sua zona de influência imediata.
Um caminho que não siga o mesmo roteiro das grandes potências do passado, e que não utilize a mesma arrogância e a mesma violência que utilizaram os europeus e os norte-americanos para conquistar suas colônias e protetorados". J.L.Fiori, "História, Estratégia e Desenvolvimento. Para uma Geopolítica do Capitalismo", Editora Boitempo, SP, 2014, p: 279
A geografia teve um papel decisivo na formação e no desenvolvimento político e econômico da América do Sul. Por um lado, ela permitiu e estimulou a formação de um região geopolítica e geoeconômica plana, homogênea, de alta fertilidade e de crescimento econômico quase contínuo na Bacia do Prata; mas, ao mesmo tempo, ela impediu que os países e a economia do Prata - incluindo o Brasil - se expandissem na direção daAmazônia, do Caribe e do Pacífico.
No caso do Brasil, em particular, a topografia do seu território atrasou a sua própria interiorização demográfica e econômica, e enviesou os seus processos de urbanização, crescimento e internacionalização, na direção do Atlântico. A Floresta Amazônica, com suas planícies tropicais de baixa fertilidade e alto custo de exploração, dificultou a sua própria ocupação, e bloqueou o caminho do Brasil na direção da Venezuela, Guiana, Suriname, e Mar do Caribe. O Pantanal e o Chaco boliviano, com suas montanhas e Florestas tropicais limitaram a presença do Brasil nos territórios entre a Guiana e a Bolívia; e a Cordilheira dos Andes, com seus 8 mil km de extensão e 6.900 metros de altitude, obstruiu o acesso do Brasil ao Chile e ao Peru, e o que é ainda mais importante, ao Oceano Pacífico com todas as suas conexões asiáticas.
"A reaproximação entre EUA e Cuba é inseparável da expansão econômica chinesa no Caribe e na América"
Esta geografia extremamente difícil explica a existência de enormes espaços vazios dentro do território brasileiro e nas suas zonas fronteiriças, e sua escassa relação econômica com seus vizinhos durante quase todo o século XX, quando o Brasil não conseguiu nem mesmo estabelecer um sistema eficiente de comunicação e integração bioceânica, como aconteceu com os Estados Unidos, já na segunda metade do século XIX, depois da sua conquista da Califórnia e do Oregon, que se transformou num passo decisivo do seu desenvolvimento econômico, e da projeção do poder global dos Estados Unidos.
Todas estas barreiras e dificuldades geográficas, entretanto, adquiriram uma nova dimensão e gravidade, no início do século XXI, graças: 1- à transformação da China, do sudeste asiático, e da Bacia do Pacífico, no espaço mais dinâmico da economia mundial; 2- sua transformação simultânea, e no tabuleiro geopolítico mais relevante para o futuro do sistema mundial no transcurso do século XXI; 3- à consequente, "chegada' econômica da China ao continente sul-americano, e ao Caribe e América Central, sobretudo depois do anúncio da construção do novo Canal Interoceânico da Nicarágua, financiado e construído pelos chineses, a um custo previsto de 40 bilhões de dólares; 4- à consequente revalorização geopolítica e geoeconômica do Caribe e da América do Sul, como tabuleiros relevantes da competição global entre os Estados Unidos e a China, e da competição regional destes dois países, com o Brasil.
Esta nova situação obriga o Brasil a redefinir, inevitavelmente, sua estratégia, e o cálculo de custos do seu próprio projeto de integração regional, incluindo a ocupação dos "espaços vazios" da América do Sul, e da "conquista" do seu acesso ao Oceano Pacífico e ao Mar do Caribe. Este tem que ser o ponto de partida do debate sobre a Unasul e o Mercosul, e sobre o fortalecimento da soberania política e econômica do continente, incluindo, como é óbvio, os países sul-americanos da Aliança do Pacífico. Mas este ponto é esquecido em geral pelos analistas, e é substituído por uma discussão sem fim sobre a "lucratividade" comercial ou financeira, do projeto e do processo da integração continental. Estes analistas não entendem ou não querem aceitar que se trata de um objetivo e de um processo que não pode ser avaliado apenas pelos seus resultados econômicos, porque envolve um jogo geopolítico e geoeconômico muito mais complexo e global.
Desta perspectiva, o recente reatamento das relações diplomáticas dos EUA com Cuba, explicita e aprofunda esta disputa pela supremacia regional. Foi uma vitória política indiscutível de Cuba e da América Latina, e também, do "internacionalismo liberal" de Barack Obama, que luta para sobreviver ao seu atropelamento pelo ultraconservadorismo dos republicanos, e de muitos dos seus próprios partidários democratas. Mas ao mesmo tempo, esta reaproximação é inseparável da expansão econômica chinesa no Caribe e na América Central, e do anúncio do novo "Canal da Nicarágua", com 278 km de extensão, bem maior e mais complexo do que o Canal do Panamá, e com a obra programada para começar em dezembro de 2104. Uma disputa que começa no Mar do Caribe, mas se projeta e prolonga na luta pela liderança política, econômica e estratégica da América do Sul. Neste sentido, a reaproximação entre Cuba e os EUA contém um paradoxo e uma lição geopolítica, sobretudo para os países que se propõem subir na escada internacional do poder e da riqueza: uma vitória parcial, em qualquer tabuleiro do sistema provoca sempre o aparecimento de um novo desafio estratégico ainda mais complexo do que o anterior. Neste caso, foi uma vitória dos "povos latinos" e de certa maneira, da própria política externa brasileira, mas esta mesma vitória aumenta a urgência do Brasil abrir seus canais de comunicação e transporte com o Mar do Caribe e com a Bacia do Pacífico, a qualquer preço, e por mais criticada que seja a rentabilidade econômica imediata do projeto.
José Luís Fiori, professor titular de economia política internacional da UFRJ, é autor do livro "O Poder Global", da Editora Boitempo, e coordenador do grupo de pesquisa do CNPQ/UFRJ "O Poder Global e a Geopolítica do Capitalismo". Escreve mensalmente neste espaço."
quarta-feira, dezembro 17, 2014
Retomada das relações EUA-Cuba é notícia no mundo inteiro
O mundo inteiro repercute a retomada do diálogo entre a pequena Cuba e os EUA. Veja abaixo a manchete que cobre toda a primeira página do portal do jornal Espanhol El País no final da noite desta quarta-feira, 17/12/2014.
Obama diz com todas as letras que isolamento não funcionou. A questão é comercial e pragmática, como no caso das relações EUA-China que fortalece uma relação Atlântico-Pacífico na nova geopolítica mundial.
Obama diz com todas as letras que isolamento não funcionou. A questão é comercial e pragmática, como no caso das relações EUA-China que fortalece uma relação Atlântico-Pacífico na nova geopolítica mundial.
Os portos tendem a ganhar relevância ainda maior, assim como as relações Miami-Havana. Desta forma, também as explorações de petróleo no Golfo do México que Cuba também passou a explorar com plataforma chinesa. Tudo isso, sem esquecer do Porto Mariel construído com financiamento para empresas brasileiras que construíram e lá venderam equipamentos.
A União Europeia (UE) já negocia também, o reatamento das relações com Cuba. Uma reunião em fevereiro entre os ministros das Relações Exteriores dos países da UE deve seguir o caminho dos EUA.
A União Europeia (UE) já negocia também, o reatamento das relações com Cuba. Uma reunião em fevereiro entre os ministros das Relações Exteriores dos países da UE deve seguir o caminho dos EUA.
E ainda há quem olhe para trás negando os novos alinhamentos que estão em curso na nova geopolítica mundial.
Movimento nas empresas junto ao Porto do Açu
O blog juntou numa única nota três informações sobre a movimentação no terminal 1 e 2 do Porto do Açu nestes últimos dias:
Consórcio Integra
O Consórcio Integra que tem a Mendes Jr. e a OSX como parceiras e que monta módulos da plataforma P-67, numa área junto ao terminal 2 do Porto do Açu segue demitindo. O empreendimento do setor de construção naval que já chegou a ter mais de 700 trabalhadores segue demitindo. Só na semana passada foram 160 trabalhadores. Alguns contratados recentemente com menos de 30 dias de carteira assinada.
No empreendimento há comentários sobre possibilidades de interrupção total das atividades nos próximos dias, apesar de equipamentos novos como o grande guindaste Mammoet trazido pela OSX da Coreia estar com suas partes ainda chegando ao Açu.
Recentemente houve mudança de toda a gerência das atividades do Consórcio Integra no Açu e até uma segunda montagem de plataformas, da P-50, chegou de ser cogitada de ser enviada para construção na China, mas, teria sido suspensa a decisão.
As encomendas executadas pelo Consórcio Integra são feitas por outro consórcio financiador estruturado a partir da Petrobras que é o Sete Brasil que se encontra em auditorias e investigação dentro da Operação Lava a Jato. O fato parece dar mostras do potencial de problemas que como dominó seguem caindo com os fatos e as apurações policiais e judiciais.
Vale recordar que fazem parte do Consórcio Sete Brasil, o fundo americano que é atualmente o controlador do Porto do Açu, o EIG, além do Banco BTG Pactual, fundo de previdência, e num percentual menor, a própria Petrobras.
Empresa chegando ao Açu
De outro lado está chegando ao Açu, onde acaba de alugar uma casa para servir de base na região, a empresa catarinense Construtora Stein que possui sede no município de Blumenau.
A Construtora Stein tem previsão para no início de 2015, contratar cerca de 300 trabalhadores, para atuar na construção da base da Edson Chouest Offshore (Eco), também junto, ao terminal 2 do Porto do Açu.
Vale aqui chamar a atenção como se caracteriza um empreendimento do tipo enclave. Observe que sua cadeia de serviços obedece uma lógica de contratação de serviços, praticamente, sem nenhuma relação com a região e mesmo pouca com a dinâmica econômica do estado.
Neste caso vale lembrar que o grupo Edison Chouest Offshore (Eco)possui um estaleiro instalado no município de Navegantes no litoral do estado de Santa Catarina, o que pode explicar as ligações empresariais e de negócios agora ampliada para um trabalho, junto à base da Eco no Porto do Açu.
Como se sabe, esta base da Eco visa o atendimento de prestação de serviços de apoio à movimentação de cargas, na exploração offshore de petróleo na Bacia de Campos.
Mais um carregamento de minério de ferro
Zarpou hoje pela manhã, o terceiro navio "United Ocena" que chegou na segunda-feira (15/12) com novo carregamento de minério de ferro em direção à Ásia. O carregamento foi feito pela FerroPort, jointe-venture entre Prumo Logística Global S.A. e a Anglo American.
Zarpou hoje pela manhã, o terceiro navio "United Ocena" que chegou na segunda-feira (15/12) com novo carregamento de minério de ferro em direção à Ásia. O carregamento foi feito pela FerroPort, jointe-venture entre Prumo Logística Global S.A. e a Anglo American.
Como já comentamos aqui no dia 27 de outubro ao falar sobre o primeiro carregamento de minério de ferro no Porto do Açu, cada carregamento de um navio gera ao município de São João da Barra, um valor de aproximadamente R$ 400 mil como tributação do ISS (Imposto Sobre Serviços).
Audiências públicas para discussão do Plano Diretor de SJB: a comunidade espera mais que a antecipação do debate eleitoral de 2016
Depois dos questionamentos feitos pelo blog (aqui em 6 de dezembro e aqui no dia 10 de dezembro), as audiências públicas sobre a reforma do Plano Diretor do município de São João da Barra aconteceram, mesmo que pouco convocadas oficialmente, um número razoável de pessoas esteve presente, na segunda-feira, na localidade de Mato Escuro, e ontem, terça-feira, no distrito de Barcelos.
Dessa vez, não houve convocação com carro de som e nem por faixas. Foi tudo no boca a boca
Os questionamentos da comunidade foram muitos e variados. Os vereadores na maioria parece preocupados de ficar contra a população, até na forma de se posicionar na reunião segundo informações obtidas pelo blog.
Já na primeira audiência, pessoas da comunidade questionaram o prefeito Neco, sobre suas críticas à gestão anterior se ele fez parte dela e ainda era o presidente da Câmara, quando o plano anterior que estava sendo questionado foi criticado.
O prefeito Neco disse que não queria cometer os mesmos erros da gestão de Carla e disse que queria ouvir a população.
Pessoas da comunidade também questionaram sobre o percurso do Corredor Logístico e sobre o seu futuro uso e ainda sobre a empresa Prumo, controladora do Porto do Açu, se apossar de estradas atualmente usadas pela comunidade.
A empresa Prumo que esteve representada nas duas reuniões tentou responder sobre a questão e não teria convencido as pessoas presentes.
Já por conta desse questionamento na reunião de segunda-feira, a prefeitura teria mandado ontem retirar a cancela e aberto a estrada em frente à escola da localidade de Água Preta que estava fechada pela empresa há um bom tempo.
A Prumo teria assegurado que as pessoas da comunidade poderiam se deslocar e ir à Lagoa de Iquipari, acesso que hoje estaria inviabilizado. O acesso seria pela estrada da Água Preta passando pela antiga Fazenda Saco D'antas que a empresa tinha fechado e, a partir da audiência ficou decidido (acordado) que a Prumo liberaria a passagem por ela.
Há uma preocupação grande com o que seriam as tais “Zonas Controladas”. Elas não foram bem explicadas, segundo participantes das duas reuniões.
Ainda na primeira reunião, o prefeito Neco e a Prumo foram questionados pelos presentes em relação ao pagamento das propriedades desapropriadas. A Prumo não respondeu sobre a questão, enquanto o prefeito Neco disse que os prejudicados poderiam procurar a prefeitura que esta colocaria os advogados da defensoria para ajudar e defender os prejudicados.
Os vereadores estão com cuidado diante da questão e dos questionamentos da população, especialmente depois que aprovaram o reajuste de 80% para o IPTU, embora também tenham aprovado um desconto inicial.
Porém, a audiência mais quente foi a de ontem em Barcelos, onde a ex-prefeita Carla Machado esteve presente e de certa forma antecipou um debate previsto para as eleições de 2016.
O prefeito Neco teria sido avisado que a ex-prefeita estaria presente. Assim, a reunião de ontem em Barcelos teve a presença de mais gente do governo e pouca gente da comunidade, comparado com a de Mato Escuro.
A ex-prefeita pediu a palavra e teria falado por quase meia hora e rebateu as acusações da reunião anterior e houve troca de acusações e responsabilidades.
As acusações mútuas de responsabilidades não resolvem o problema da comunidade, ela quer o debate sobre aquilo que afeta a sua vida naquela comunidade e não a simples antecipação do processo eleitoral de 2016.
O Porto do Açu tem uma série de equívocos desde a sua instalação com impactos sociais e ambientais que poderiam ter sido reduzidos.
Hoje, o empreendimento, em que pese problemas estruturais e financeiros ainda pendentes é uma realidade, embora, muitos desapropriados ainda sofram, assim como a comunidade rural remanescente atingida pela salinização e ainda, os moradores da Praia de Barra do Açu que sofrem as conseqüências da erosão da praia, que a empresa Prumo insiste em negar sua responsabilidade.
Assim, espera-se que o Plano Diretor possa ser mais discutido em todas as suas conseqüências e não aprovado de afogadilho e muito menos, sirva o seu importante debate apenas para a disputa pelo poder no município de São João da Barra.
PS.: Atualizado às 12:10: Para pequenos acréscimos.
Dessa vez, não houve convocação com carro de som e nem por faixas. Foi tudo no boca a boca
Os questionamentos da comunidade foram muitos e variados. Os vereadores na maioria parece preocupados de ficar contra a população, até na forma de se posicionar na reunião segundo informações obtidas pelo blog.
Foto da Audiência em Mato Escuro em 15-12 Fonte Perfil no FB Pres. Câmara Aluizio Siqueira |
Já na primeira audiência, pessoas da comunidade questionaram o prefeito Neco, sobre suas críticas à gestão anterior se ele fez parte dela e ainda era o presidente da Câmara, quando o plano anterior que estava sendo questionado foi criticado.
O prefeito Neco disse que não queria cometer os mesmos erros da gestão de Carla e disse que queria ouvir a população.
Pessoas da comunidade também questionaram sobre o percurso do Corredor Logístico e sobre o seu futuro uso e ainda sobre a empresa Prumo, controladora do Porto do Açu, se apossar de estradas atualmente usadas pela comunidade.
A empresa Prumo que esteve representada nas duas reuniões tentou responder sobre a questão e não teria convencido as pessoas presentes.
Já por conta desse questionamento na reunião de segunda-feira, a prefeitura teria mandado ontem retirar a cancela e aberto a estrada em frente à escola da localidade de Água Preta que estava fechada pela empresa há um bom tempo.
A Prumo teria assegurado que as pessoas da comunidade poderiam se deslocar e ir à Lagoa de Iquipari, acesso que hoje estaria inviabilizado. O acesso seria pela estrada da Água Preta passando pela antiga Fazenda Saco D'antas que a empresa tinha fechado e, a partir da audiência ficou decidido (acordado) que a Prumo liberaria a passagem por ela.
Há uma preocupação grande com o que seriam as tais “Zonas Controladas”. Elas não foram bem explicadas, segundo participantes das duas reuniões.
Ainda na primeira reunião, o prefeito Neco e a Prumo foram questionados pelos presentes em relação ao pagamento das propriedades desapropriadas. A Prumo não respondeu sobre a questão, enquanto o prefeito Neco disse que os prejudicados poderiam procurar a prefeitura que esta colocaria os advogados da defensoria para ajudar e defender os prejudicados.
Os vereadores estão com cuidado diante da questão e dos questionamentos da população, especialmente depois que aprovaram o reajuste de 80% para o IPTU, embora também tenham aprovado um desconto inicial.
Porém, a audiência mais quente foi a de ontem em Barcelos, onde a ex-prefeita Carla Machado esteve presente e de certa forma antecipou um debate previsto para as eleições de 2016.
O prefeito Neco teria sido avisado que a ex-prefeita estaria presente. Assim, a reunião de ontem em Barcelos teve a presença de mais gente do governo e pouca gente da comunidade, comparado com a de Mato Escuro.
Audiência Pública debate do PD em Barcelos. Fonte: FB Perfil Helena Sant´Anna |
A ex-prefeita pediu a palavra e teria falado por quase meia hora e rebateu as acusações da reunião anterior e houve troca de acusações e responsabilidades.
As acusações mútuas de responsabilidades não resolvem o problema da comunidade, ela quer o debate sobre aquilo que afeta a sua vida naquela comunidade e não a simples antecipação do processo eleitoral de 2016.
O Porto do Açu tem uma série de equívocos desde a sua instalação com impactos sociais e ambientais que poderiam ter sido reduzidos.
Hoje, o empreendimento, em que pese problemas estruturais e financeiros ainda pendentes é uma realidade, embora, muitos desapropriados ainda sofram, assim como a comunidade rural remanescente atingida pela salinização e ainda, os moradores da Praia de Barra do Açu que sofrem as conseqüências da erosão da praia, que a empresa Prumo insiste em negar sua responsabilidade.
Assim, espera-se que o Plano Diretor possa ser mais discutido em todas as suas conseqüências e não aprovado de afogadilho e muito menos, sirva o seu importante debate apenas para a disputa pelo poder no município de São João da Barra.
PS.: Atualizado às 12:10: Para pequenos acréscimos.
Mais sobre a economia e a vida na Espanha
Por aqui eu sigo tentando compreender os meandros da Economia Global. Com um olho na teoria e outra na materialidade do cotidiano.
Assim, eu registrei que foi divulgado na semana passada, aqui na Espanha, duas informações que ajudam a compreender a crise e quem perde ou ganha com ela nesse país localizado ao sul da Europa.
Segundo o INE (Instituto Nacional de Estadistica da Espanha), um total de 206 mil pessoas abandonaram o país no primeiro semestre de 2014.
O INE informou ainda que no mesmo período chegaram 156 mil imigrantes resultando um saldo negativo de aproximadamente 50 mil pessoas a menos vivendo na Espanha. Este número cai para 48 mil se considerar o saldo número de nascimentos em relação ao de mortos no mesmo período de 2 mil pessoas. Assim, efetivamente vivem menos 48 mil pessoas na Espanha ao final de junho.
Ainda, segundo o INE a população segue caindo e com tendência negativa desde 2012. O dado novo é que a saída agora é menos de estrangeiros que viviam na Espanha e mais de espanhóis num percentual 15% maior do que no ano anterior. Os destinos preferidos dos espanhóis são Reino Unido e França, para onde seguem em busca de empregos. E no caso de retorno de estrangeiros, o Equador.
É bom lembrar aqui duas matérias que comentamos há poucos dias no blog que pelas falas as autoridades econômicas há alguma melhoria na economia do país,mas, para isso, os espanhóis vivem em piores situações, Confira aqui e aqui.
Este fato é interessante para observar a segunda notícia. Segundo o IEE (Instituto de Estudos Econômicos) da Espanha, as exportações de negócios e serviços do país está crescendo 3,8% neste ano de 2014. E tem uma estimativa de aumentar para 4,9% em 2015. Sendo assim, a Espanha para sétima colocação em aumento de exportações na CEE. Uma variação melhor do que da Alemanha que cresce 3,3% de exportações esse ano e tem previsão de crescer 4,2% ano que vem. Ou seja, a Espanha ficará em 2015 acima da média europeia de crescimento de exportações em 3,9%.
Veja abaixo o gráfico publicado pelo jornal de economia espanhol "El Economista". com estes percentuais.
Ou seja, a economia vai bem e os espanhóis vão mal com 24% de desemprego e perda crescente de direitos sociais reclamadas nas ruas toda a semana. (Veja aqui)
Assim se vê que as contradições não são difíceis de serem compreendidas, desde que se queira efetivamente identificar suas causas. Por isso é que nunca é correto imaginar que a crise em uma nação ou um continente atinge a todos negativamente. Ela acaba sendo uma arrumação que retira de uns e repassam a outros.
Nesse sentido, o caso da Espanha é clarividente, aos olhos de quem deseja enxergar. Resta saber como politicamente isto será conduzido pelos espanhóis na escolha de seus representantes políticos, fonte de mediação deste e outros problemas.
Assim, eu registrei que foi divulgado na semana passada, aqui na Espanha, duas informações que ajudam a compreender a crise e quem perde ou ganha com ela nesse país localizado ao sul da Europa.
Segundo o INE (Instituto Nacional de Estadistica da Espanha), um total de 206 mil pessoas abandonaram o país no primeiro semestre de 2014.
O INE informou ainda que no mesmo período chegaram 156 mil imigrantes resultando um saldo negativo de aproximadamente 50 mil pessoas a menos vivendo na Espanha. Este número cai para 48 mil se considerar o saldo número de nascimentos em relação ao de mortos no mesmo período de 2 mil pessoas. Assim, efetivamente vivem menos 48 mil pessoas na Espanha ao final de junho.
Ainda, segundo o INE a população segue caindo e com tendência negativa desde 2012. O dado novo é que a saída agora é menos de estrangeiros que viviam na Espanha e mais de espanhóis num percentual 15% maior do que no ano anterior. Os destinos preferidos dos espanhóis são Reino Unido e França, para onde seguem em busca de empregos. E no caso de retorno de estrangeiros, o Equador.
É bom lembrar aqui duas matérias que comentamos há poucos dias no blog que pelas falas as autoridades econômicas há alguma melhoria na economia do país,mas, para isso, os espanhóis vivem em piores situações, Confira aqui e aqui.
Este fato é interessante para observar a segunda notícia. Segundo o IEE (Instituto de Estudos Econômicos) da Espanha, as exportações de negócios e serviços do país está crescendo 3,8% neste ano de 2014. E tem uma estimativa de aumentar para 4,9% em 2015. Sendo assim, a Espanha para sétima colocação em aumento de exportações na CEE. Uma variação melhor do que da Alemanha que cresce 3,3% de exportações esse ano e tem previsão de crescer 4,2% ano que vem. Ou seja, a Espanha ficará em 2015 acima da média europeia de crescimento de exportações em 3,9%.
Veja abaixo o gráfico publicado pelo jornal de economia espanhol "El Economista". com estes percentuais.
Ou seja, a economia vai bem e os espanhóis vão mal com 24% de desemprego e perda crescente de direitos sociais reclamadas nas ruas toda a semana. (Veja aqui)
Assim se vê que as contradições não são difíceis de serem compreendidas, desde que se queira efetivamente identificar suas causas. Por isso é que nunca é correto imaginar que a crise em uma nação ou um continente atinge a todos negativamente. Ela acaba sendo uma arrumação que retira de uns e repassam a outros.
Nesse sentido, o caso da Espanha é clarividente, aos olhos de quem deseja enxergar. Resta saber como politicamente isto será conduzido pelos espanhóis na escolha de seus representantes políticos, fonte de mediação deste e outros problemas.
Sobre o assunto petróleo, Petrobras, etc.
Continuemos no importante tema. Que não fique pedra sobre pedra e a Petrobras siga com os brasileiros. Assim, repercuto abaixo algumas breves discussões no ambiente e perfis do FB. Assim, escrevi ontem ao final do dia
A cotação do petróleo Brent caiu abaixo de US$ 60 por barril. É a primeira vez que isto acontece em cinco anos.
O motivo continua a ser o excesso de oferta que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo diz que não deverá ser reduzida, enquanto outros produtores continuam a expandir a produção.
De acordo com o Goldman Sachs, as companhias de petróleo americanas são beneficiadas quando os custos caem tão rapidamente quanto os preços.
Sobre o assunto Delfim Neto disse hoje em artigo que:
"A redução do preço do petróleo, se durar, deve ser um fator positivo no crescimento do PIB no Brasil e no mundo, mas deve criar problemas para a exploração do pré-sal."
O advogado e especialista em Gestão Pública Marcelo Viana complementou com outros dados. Ao ver sua postagem eu comentei que blogueiros e facebucanos estão cada vez mais fazendo o papel de trazer informações que não nos chegam pelos caminhos da mídia comercial. Assim, permitem e nos oferecem uma possibilidade de análise mais ampla da realidade do cotidiano, diante daqueles que querem nos fazer ter única e exclusivamente a sua compreensão:
"Estive hoje na Transpetro a convite. Conheci o Centro Nacional de Acompanhamento Naval pelo qual a empresa monitora sua frota de 53 navios em tempo real. Tecnologia totalmente brasileira feita em parceria com a USP e com o polo de TI do Nordeste. Fui informado que a Petrobras está batendo seu recorde de produção de 2,3 milhões de barris dias, dos quais 750 mil vêm do pré-sal. A produção no pré-sal vem crescendo a impressionantes 7% ao mês. A tendência é do polo dinâmico da exploração migrar da Bacia de Campos, cujos poços são em regra maduros, para a Bacia de Santos. Graças às encomendas da Transpetro, a indústria naval brasileira já é a quarta em encomendas, a terceira em tamanho se considerarmos a demanda por petroleiros, atrás apenas da China e da Coreia do Sul.
Você sabia?
Em tempo: visitei também o centro de treinamento equipado com simuladores que impressionam
pela sofisticação, todos equipamentos patenteados pela empresa em parceria com a USP e empresas nacionais de TI.
Em tempo 2: lá me disseram que o petróleo do pré-sal é viável até US$ 40 o barril".
"Os dedos sujos de óleo"
por Luciano Martins Costa, no Observatório da Imprensa, em 16/12/2014 na edição 829
"Os jornais fazem um retrato tenebroso da situação em que se encontra a Petrobras, um mês depois de revelada a extensão das negociatas que envolveram políticos, dirigentes da estatal e grandes empreiteiras que fazem parte de sua constelação de negócios. Os números são tão grandiosos que o leitor é incapaz de imaginar o volume de dinheiro desviado em negócios superfaturados.
O resultado é que, quanto mais atenção coloca no noticiário, menos capaz fica o cidadão de abranger todo o contexto. Na terça-feira (16/12), porém, surge uma ponta da meada que permite entender a lógica da imprensa: com seu valor reduzido seguidamente por conta do escândalo, sob ameaça de ações judiciais nos Estados Unidos e no Brasil, e ainda sob risco de ver seus principais fornecedores serem condenados e proscritos, analistas começam a afirmar que a estatal estaria impossibilitada de seguir explorando a reserva de pré-sal (ver aqui e aqui).
Como se sabe, os 149 mil km2 da província do pré-sal apresentam uma taxa de produtividade muito acima da média mundial e já são a fonte de quase 30% de todo o óleo extraído pela empresa. Feita a projeção de crescimento dos atuais 550 mil barris por dia em 25 poços produtores, daqui a três anos, com quase 40 poços ativos, o pré-sal deverá suprir 52% da oferta de petróleo no Brasil.
Num cenário em que o preço internacional do óleo cai abruptamente, cresce o valor estratégico da empresa brasileira justamente pelo fato de estar próxima de dar ao Brasil a oitava maior reserva do mundo, com 50 milhões de barris ou mais, qualificando o país como protagonista no setor.
Qual era a vantagem estratégica da Petrobras em relação às demais gigantes do setor? Exatamente o fato de possuir suas principais áreas de exploração em uma região sem conflitos militares, sem instabilidade política e plenamente conformada às normas e regulações internacionais. Até mesmo os riscos ambientais alardeados na década passada, quando foi anunciada a decisão de explorar as reservas de alta profundidade, foram desmentidos com o tempo.
O escândalo envolvendo a empresa a torna vulnerável a ataques de todos os tipos, mas principalmente abre caminho para as forças que têm interesse em alterar o marco regulatório do pré-sal.
Interesses poderosos
Há corrupção nos negócios da Petrobras? Certamente, muito do que tem sido noticiado nos últimos meses acabará sendo comprovado, mas há um aspecto que não vem sendo considerado pela imprensa: a corrupção é parte do processo de gestão do setor petrolífero em todo o mundo e, no caso presente, a estatal brasileira se encontra no papel de vítima. Portanto, há uma distorção no noticiário que esconde muito mais do que o propósito de expor a relação deletéria entre negócios e política.
Embora os contratos de partilha do óleo de grande profundidade sejam geridos pela empresa Pré-Sal Petróleo S.A, criada como subsidiária da Petrobras para executar o novo marco regulatório, a operadora do sistema é a Petrobras. Cabe à estatal criada por Getúlio Vargas o ônus do processo de depuração que está em curso com as investigações que ocupam diariamente as manchetes dos jornais. Embora a maior parte dos danos seja debitada na aliança que governa o país desde 2003, principalmente ao Partido dos Trabalhadores, é o modelo do negócio que corre risco.
É pouco conhecido o fato de que a Petrobras não se tornou uma estatal com o novo marco regulatório: apenas 33% do capital pertencem ao Estado, e 67% estão em mãos privadas. O que mantém o controle da empresa em mãos do Estado é o fato de que este controla metade mais uma do total de ações com direito a voto, o que preserva a Petrobras como sociedade de economia mista.
Não é, então, a condição legal da empresa que pode mover interesses poderosos, mas o sistema de exploração do pré-sal: pelo modelo antigo, de concessão, as companhias concessionárias podiam fraudar facilmente os custos de extração, reduzindo a parcela a ser paga tanto em royalties ao Tesouro quanto em barris de petróleo a serem entregues ao sistema de refino e distribuição. O modelo de partilha, criado pelo novo marco regulatório de 2009, mantém sob controle mais rigoroso o usufruto dessa riqueza natural por parte do Brasil.
O bombardeio constante e diário de notícias sobre a corrupção esconde outros aspectos desse jogo."
Como se vê e se sabe, o assunto é amplo e importante tanto para o quadro nacional quanto da geopolítica global e não é preciso ser especialista para compreender que neste caso eles seguem juntos.
A cotação do petróleo Brent caiu abaixo de US$ 60 por barril. É a primeira vez que isto acontece em cinco anos.
O motivo continua a ser o excesso de oferta que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo diz que não deverá ser reduzida, enquanto outros produtores continuam a expandir a produção.
De acordo com o Goldman Sachs, as companhias de petróleo americanas são beneficiadas quando os custos caem tão rapidamente quanto os preços.
Sobre o assunto Delfim Neto disse hoje em artigo que:
"Há uma enorme incerteza sobre os preços futuros do petróleo. As explicações vão desde fórmulas conspiratórias que unem o interesse político do Ocidente em “civilizar” a Rússia de Vladimir Putin com o interesse econômico dos países do Golfo de desestimularem a produção de pequenos fornecedores e inibir o desenvolvimento tecnológico de energias alternativas, até explicações “técnicas” que apelam para o aumento da oferta da qual fazem parte a Líbia, o Iraque, o Brasil, o México e, especialmente, os Estados Unidos, cuja produção, recentemente, tem crescido a 15% ao ano. Esse aumento da oferta tem sido acompanhado por uma simultânea queda da demanda da China e a estagnação do continente europeu".
Ainda sobre o assunto Delfim Neto avaliou as consequências disto para o Brasil:
Ainda sobre o assunto Delfim Neto avaliou as consequências disto para o Brasil:
"A redução do preço do petróleo, se durar, deve ser um fator positivo no crescimento do PIB no Brasil e no mundo, mas deve criar problemas para a exploração do pré-sal."
O advogado e especialista em Gestão Pública Marcelo Viana complementou com outros dados. Ao ver sua postagem eu comentei que blogueiros e facebucanos estão cada vez mais fazendo o papel de trazer informações que não nos chegam pelos caminhos da mídia comercial. Assim, permitem e nos oferecem uma possibilidade de análise mais ampla da realidade do cotidiano, diante daqueles que querem nos fazer ter única e exclusivamente a sua compreensão:
"Estive hoje na Transpetro a convite. Conheci o Centro Nacional de Acompanhamento Naval pelo qual a empresa monitora sua frota de 53 navios em tempo real. Tecnologia totalmente brasileira feita em parceria com a USP e com o polo de TI do Nordeste. Fui informado que a Petrobras está batendo seu recorde de produção de 2,3 milhões de barris dias, dos quais 750 mil vêm do pré-sal. A produção no pré-sal vem crescendo a impressionantes 7% ao mês. A tendência é do polo dinâmico da exploração migrar da Bacia de Campos, cujos poços são em regra maduros, para a Bacia de Santos. Graças às encomendas da Transpetro, a indústria naval brasileira já é a quarta em encomendas, a terceira em tamanho se considerarmos a demanda por petroleiros, atrás apenas da China e da Coreia do Sul.
Você sabia?
Em tempo: visitei também o centro de treinamento equipado com simuladores que impressionam
pela sofisticação, todos equipamentos patenteados pela empresa em parceria com a USP e empresas nacionais de TI.
Em tempo 2: lá me disseram que o petróleo do pré-sal é viável até US$ 40 o barril".
Por fim, mas não por último vale ler o texto do Luciano Martins Costa "Os dedos sujos de óleo", publicado originalmente, ontem no portal do Observatório da Imprensa:
por Luciano Martins Costa, no Observatório da Imprensa, em 16/12/2014 na edição 829
"Os jornais fazem um retrato tenebroso da situação em que se encontra a Petrobras, um mês depois de revelada a extensão das negociatas que envolveram políticos, dirigentes da estatal e grandes empreiteiras que fazem parte de sua constelação de negócios. Os números são tão grandiosos que o leitor é incapaz de imaginar o volume de dinheiro desviado em negócios superfaturados.
O resultado é que, quanto mais atenção coloca no noticiário, menos capaz fica o cidadão de abranger todo o contexto. Na terça-feira (16/12), porém, surge uma ponta da meada que permite entender a lógica da imprensa: com seu valor reduzido seguidamente por conta do escândalo, sob ameaça de ações judiciais nos Estados Unidos e no Brasil, e ainda sob risco de ver seus principais fornecedores serem condenados e proscritos, analistas começam a afirmar que a estatal estaria impossibilitada de seguir explorando a reserva de pré-sal (ver aqui e aqui).
Como se sabe, os 149 mil km2 da província do pré-sal apresentam uma taxa de produtividade muito acima da média mundial e já são a fonte de quase 30% de todo o óleo extraído pela empresa. Feita a projeção de crescimento dos atuais 550 mil barris por dia em 25 poços produtores, daqui a três anos, com quase 40 poços ativos, o pré-sal deverá suprir 52% da oferta de petróleo no Brasil.
Num cenário em que o preço internacional do óleo cai abruptamente, cresce o valor estratégico da empresa brasileira justamente pelo fato de estar próxima de dar ao Brasil a oitava maior reserva do mundo, com 50 milhões de barris ou mais, qualificando o país como protagonista no setor.
Qual era a vantagem estratégica da Petrobras em relação às demais gigantes do setor? Exatamente o fato de possuir suas principais áreas de exploração em uma região sem conflitos militares, sem instabilidade política e plenamente conformada às normas e regulações internacionais. Até mesmo os riscos ambientais alardeados na década passada, quando foi anunciada a decisão de explorar as reservas de alta profundidade, foram desmentidos com o tempo.
O escândalo envolvendo a empresa a torna vulnerável a ataques de todos os tipos, mas principalmente abre caminho para as forças que têm interesse em alterar o marco regulatório do pré-sal.
Interesses poderosos
Há corrupção nos negócios da Petrobras? Certamente, muito do que tem sido noticiado nos últimos meses acabará sendo comprovado, mas há um aspecto que não vem sendo considerado pela imprensa: a corrupção é parte do processo de gestão do setor petrolífero em todo o mundo e, no caso presente, a estatal brasileira se encontra no papel de vítima. Portanto, há uma distorção no noticiário que esconde muito mais do que o propósito de expor a relação deletéria entre negócios e política.
Embora os contratos de partilha do óleo de grande profundidade sejam geridos pela empresa Pré-Sal Petróleo S.A, criada como subsidiária da Petrobras para executar o novo marco regulatório, a operadora do sistema é a Petrobras. Cabe à estatal criada por Getúlio Vargas o ônus do processo de depuração que está em curso com as investigações que ocupam diariamente as manchetes dos jornais. Embora a maior parte dos danos seja debitada na aliança que governa o país desde 2003, principalmente ao Partido dos Trabalhadores, é o modelo do negócio que corre risco.
É pouco conhecido o fato de que a Petrobras não se tornou uma estatal com o novo marco regulatório: apenas 33% do capital pertencem ao Estado, e 67% estão em mãos privadas. O que mantém o controle da empresa em mãos do Estado é o fato de que este controla metade mais uma do total de ações com direito a voto, o que preserva a Petrobras como sociedade de economia mista.
Não é, então, a condição legal da empresa que pode mover interesses poderosos, mas o sistema de exploração do pré-sal: pelo modelo antigo, de concessão, as companhias concessionárias podiam fraudar facilmente os custos de extração, reduzindo a parcela a ser paga tanto em royalties ao Tesouro quanto em barris de petróleo a serem entregues ao sistema de refino e distribuição. O modelo de partilha, criado pelo novo marco regulatório de 2009, mantém sob controle mais rigoroso o usufruto dessa riqueza natural por parte do Brasil.
O bombardeio constante e diário de notícias sobre a corrupção esconde outros aspectos desse jogo."
Como se vê e se sabe, o assunto é amplo e importante tanto para o quadro nacional quanto da geopolítica global e não é preciso ser especialista para compreender que neste caso eles seguem juntos.
terça-feira, dezembro 16, 2014
Fundo de Marinha Mercante (FMM) aprova projetos no valor de R$ 4,6 bilhões
Em meio a todos as investigações sobre as contratações relacionadas à industria naval, o Fundo de Marinha Mercante (FMM) aprovou hoje, em Brasília, um total de apoio para financiamento no total de R$ 4,6 bilhões, a projetos de estaleiros e embarcações.
O valor de apoio aprovado ainda depende que os projetos efetivem a contratação de financiamentos juntos aos agentes de crédito que são intermediários do dinheiro. No mundo inteiro a indústria naval é subsidiada por créditos similares.
A decisão sinaliza que, em meio aos problemas, há disposição de tocar os projetos. O blog não tem ainda como identificar quais são os projetos contemplados.
A provação foi feita na reunião de hoje (27ª reunião ordinária) realizada em Brasília, pelo Conselho Diretor do Fundo da Marinha Mercante para um total de 207 projetos da indústria naval.
Abaixo tabela com as aprovações da reunião do Conselho Diretor do Fundo de Marinha Mercante (CDFMM):
O valor de apoio aprovado ainda depende que os projetos efetivem a contratação de financiamentos juntos aos agentes de crédito que são intermediários do dinheiro. No mundo inteiro a indústria naval é subsidiada por créditos similares.
A decisão sinaliza que, em meio aos problemas, há disposição de tocar os projetos. O blog não tem ainda como identificar quais são os projetos contemplados.
A provação foi feita na reunião de hoje (27ª reunião ordinária) realizada em Brasília, pelo Conselho Diretor do Fundo da Marinha Mercante para um total de 207 projetos da indústria naval.
O montante, autorizado na (DF), inclui R$ 2,3 bilhões para novos projetos, sendo 10 barcos de apoio offshore, duas embarcações de apoio portuário, 23 embarcações de navegação interior e a ampliação de um estaleiro.
Na ocasião, foram aprovadas ainda prioridades de apoio financeiro no valor de outros R$ 2,3 bilhões destinados a projetos reapresentados em função de alterações, suplementação ou cancelamento por decurso de prazo, envolvendo três estaleiros e 164 embarcações.
Na ocasião, foram aprovadas ainda prioridades de apoio financeiro no valor de outros R$ 2,3 bilhões destinados a projetos reapresentados em função de alterações, suplementação ou cancelamento por decurso de prazo, envolvendo três estaleiros e 164 embarcações.
O resultado da reunião será publicada no Diário Oficial da União (DOU). Após a publicação, as empresas que obtiveram prioridade para novos projetos e suplementações terão 360 dias para efetivar a contratação dos financiamentos.
Concurso para docentes da UFF em Niterói, Campos, Macaé, Rio das Ostras, etc.
O concurso Universidade Federal Fluminense é para 63 áreas do conhecimento. As regras para a seleção de professores da carreira do magistério superior constam do Edital nº 205/2014.
No total são 72 vagas destinadas às unidades de ensino de Niterói, Angra dos Reis, Campos dos Goytacazes, Macaé, Rio das Ostras e Volta Redonda.
Os interessados poderão se inscrever até 21 de janeiro de 2015, no site da Coordenação de Pessoal Docente, em https://sistemas.uff.br/cpd. A taxa de inscrição varia de R$ 75 a R$ 250, de acordo com o cargo e a jornada de trabalho.
Outros links sobre o concurso: Edital nº 205/2014. Retificação do Edital nº 205/2014. Também foram divulgados os termos de aditamentos aos editais nº 197/2012, 166/2013, 245, 2013, 80, 2013, 87/2014 e 179/2014, referentes a 24 vagas de docentes em Niterói, Angra dos Reis, Nova Friburgo e Volta Redonda. Confira os Termos de Aditamento.
Os interessados poderão se inscrever até 21 de janeiro de 2015, no site da Coordenação de Pessoal Docente, em https://sistemas.uff.br/cpd. A taxa de inscrição varia de R$ 75 a R$ 250, de acordo com o cargo e a jornada de trabalho.
Outros links sobre o concurso: Edital nº 205/2014. Retificação do Edital nº 205/2014. Também foram divulgados os termos de aditamentos aos editais nº 197/2012, 166/2013, 245, 2013, 80, 2013, 87/2014 e 179/2014, referentes a 24 vagas de docentes em Niterói, Angra dos Reis, Nova Friburgo e Volta Redonda. Confira os Termos de Aditamento.
Num menor ritmo por trinta dias
Desde a última sexta-feira, o blogueiro esteve fora do ar aqui nesse espaço. Nos últimos quatro dias estive em uma agenda basicamente pessoal. Desde esta terça, eu sigo em uma série de tarefas com o objetivo de concluir a etapa de minha pesquisa, aqui na Universidade de Barcelona e em alguns portos da Europa.
Por isto, a interrupção das postagens desde a última quinta-feira, que seguirá agora, em ritmo lento e irregular. Isto terá a duração aproximada de um mês, quando de volta ao Brasil, e já em atividades profissionais regulares, eu estarei em retorno ao ritmo normal.
Nesse período publicações esporádicas deverão surgir, mas, sem a regularidade habitual. Mesmo estando fora do Brasil, desde 1 de setembro, e com diversos compromissos e agenda a cumprir, este blogueiro, se esforçou para tentar manter o blog razoavelmente atualizado.
Nesta tarefa, tentamos misturar assuntos da região e do país, como as experiências e estudos aqui vivenciados (como entendo que cabe num blog pessoal) e que entendia valiam ser trazidos àqueles que nos acompanham, esforçando ainda para relacionar e articular compreensões entre a escala regional-nacional com a global.
Este são os motivos para a irregularidade das postagens nos últimos dias. Há quem tenha reclamado através de emails e comentários, inclusive com conjecturas que fogem em muito a realidade dos objetivos do blog. Faz parte do bom e desejável contraditório.
Enfim, sigamos em frente, em ritmo menos ágil e intenso, mas, em frente!
Por isto, a interrupção das postagens desde a última quinta-feira, que seguirá agora, em ritmo lento e irregular. Isto terá a duração aproximada de um mês, quando de volta ao Brasil, e já em atividades profissionais regulares, eu estarei em retorno ao ritmo normal.
Nesse período publicações esporádicas deverão surgir, mas, sem a regularidade habitual. Mesmo estando fora do Brasil, desde 1 de setembro, e com diversos compromissos e agenda a cumprir, este blogueiro, se esforçou para tentar manter o blog razoavelmente atualizado.
Nesta tarefa, tentamos misturar assuntos da região e do país, como as experiências e estudos aqui vivenciados (como entendo que cabe num blog pessoal) e que entendia valiam ser trazidos àqueles que nos acompanham, esforçando ainda para relacionar e articular compreensões entre a escala regional-nacional com a global.
Este são os motivos para a irregularidade das postagens nos últimos dias. Há quem tenha reclamado através de emails e comentários, inclusive com conjecturas que fogem em muito a realidade dos objetivos do blog. Faz parte do bom e desejável contraditório.
Enfim, sigamos em frente, em ritmo menos ágil e intenso, mas, em frente!
quinta-feira, dezembro 11, 2014
PIB - Produto Ilusório Bruto. De novo!
Já há quase dez anos, nessa mesma época, ao ver o IBGE divulgar os maiores PIB municipais, ou PIB per capita dos municípios, eu venho questionando a metodologia que atribui a riqueza do petróleo extraído offshore ao município confrontante.
Petróleo extraído do mar, que sequer passa fisicamente pelo município, na maioria das vezes. Atribuir o PIB dos royalties seria correto, mas não de todo o petróleo.
Desde então eu passei a chamar o PIB dessas cidade como é o caso de Campos que seria a sétima, como PIB, mas de "Produto Ilusório Bruto".
Uma coisa é o orçamento público bilionário por exemplo de Campos dos Goytaczes que faz o município estar entre os quinze maiores, incluindo as capitais de estado. Outra coisa diferente é a riqueza total que circula pelo município. Isto vale para outras cidades como Macaé, Rio das Ostras, Presidente Kennedy, ES, etc.
O IBGE costuma responder que estatisticamente não teria onde alocar este valor da riqueza nacional. A resposta não convence. Porque ao não saber não pode atribuir este PIB do petróleo na proporção igual à das parcelas dos royalties, porque isto não é correto.
A antiga Fundação CIDE do Rio de Janeiro, atual, hoje alocada na Fesp, resolvia na ocasião esse problema da estatística, alocando esses valores numa conta PIB petróleo. Depois, por conta das controvérsias e divergências com o IBGE e o fim da Fundação CIDE acabou com essa saída, que, se não era a melhor, talvez fosse menos incorreta.
Uma coisa é o petróleo gerando riqueza, renda e emprego num município, por exemplo com uma refinaria a outra é só a alocação da estatística que acaba sendo usada politicamente por autoridades que desdenham do conhecimento das pessoas e possam acreditar que isso possa ter alguma relação com as gestões ao bradar estes rankeamentos.
Há dez anos repito a mesma coisa e o que me estranha é que para muitos isto continua ser novidade e não me espantará que nesta sexta isto seja ainda manchete de jornal, sem nenhum questionamento.
Enfim, sigamos em frente!
Petróleo extraído do mar, que sequer passa fisicamente pelo município, na maioria das vezes. Atribuir o PIB dos royalties seria correto, mas não de todo o petróleo.
Desde então eu passei a chamar o PIB dessas cidade como é o caso de Campos que seria a sétima, como PIB, mas de "Produto Ilusório Bruto".
Uma coisa é o orçamento público bilionário por exemplo de Campos dos Goytaczes que faz o município estar entre os quinze maiores, incluindo as capitais de estado. Outra coisa diferente é a riqueza total que circula pelo município. Isto vale para outras cidades como Macaé, Rio das Ostras, Presidente Kennedy, ES, etc.
O IBGE costuma responder que estatisticamente não teria onde alocar este valor da riqueza nacional. A resposta não convence. Porque ao não saber não pode atribuir este PIB do petróleo na proporção igual à das parcelas dos royalties, porque isto não é correto.
A antiga Fundação CIDE do Rio de Janeiro, atual, hoje alocada na Fesp, resolvia na ocasião esse problema da estatística, alocando esses valores numa conta PIB petróleo. Depois, por conta das controvérsias e divergências com o IBGE e o fim da Fundação CIDE acabou com essa saída, que, se não era a melhor, talvez fosse menos incorreta.
Uma coisa é o petróleo gerando riqueza, renda e emprego num município, por exemplo com uma refinaria a outra é só a alocação da estatística que acaba sendo usada politicamente por autoridades que desdenham do conhecimento das pessoas e possam acreditar que isso possa ter alguma relação com as gestões ao bradar estes rankeamentos.
Há dez anos repito a mesma coisa e o que me estranha é que para muitos isto continua ser novidade e não me espantará que nesta sexta isto seja ainda manchete de jornal, sem nenhum questionamento.
Enfim, sigamos em frente!
Equipamento da FCC aderna no Terminal 1 do Porto do Açu
Aconteceu no final dessa manhã um acidente que provou a inclinação do dique Mar Del Enol da empresa espanhola FCC. Esse equipamento produz os caixões de concreto que depois são enchidos de pedra e areia e vão servir como píeres do Terminal 1 do Porto do Açu.
Funcionários do porto e das empresas instaladas vizinhas disseram ter visto duas ambulâncias se dirigirem ao local, mas não se sabe da existência de feridos, já que alguns trabalhadores teriam sido retirados do dique de lancha.
As informações são de que o acidente interrompeu o trabalho e as obras no Terminal 1, o que gerou uma enorme fila de caminhões com pedras que ficaram esperando o retorno normal para desembarcar.
Funcionários do porto e das empresas instaladas vizinhas disseram ter visto duas ambulâncias se dirigirem ao local, mas não se sabe da existência de feridos, já que alguns trabalhadores teriam sido retirados do dique de lancha.
As informações são de que o acidente interrompeu o trabalho e as obras no Terminal 1, o que gerou uma enorme fila de caminhões com pedras que ficaram esperando o retorno normal para desembarcar.
PS.: A foto é do portal Ururau.
Preço do petróleo, uma questão conjuntural ou estrutural? E o Brasil com isso?
Petróleo em torno dos U$ 60 o barril.
Bom para quem importa, grande parte da Europa, Índia e China. Ruim para quem exporta.
Aparentemente se tem mais e mais dinheiro sendo drenado dos países pobres para os ricos. Mais uma dentre tantas contradições dos tempos atuais.
Neste tempo de estimativas (e porque não dizer chutes) há quem avalie que poderá reduzir até US$ 40. Enquanto outros vaticinam que o mercado estaria procurando um piso para testar o ‘número’ mágico de US$ 60” o barril.
Assim, paira no ar a indagação: estamos diante de um cenário temporário (que é o que acho a maioria avalia) ou de uma tendência um pouco mais longa?
A decisão sobre guerras também nasceram de avaliações que seriam confrontos temporários, embora eu não esteja aqui estimando que a disputa produzida pelo shale-gas levará a uma nova grande guerra.
Infelizmente, parece haver outros fortes motivos para a retomada do que já foi chamado de "destruição criadora" como estopim para uma grande guerra. Assim, o petróleo e a energia seguem sendo um elemento importante da geopolítica, não mais que isso.
Neste tempo de estimativas (e porque não dizer chutes) há quem avalie que poderá reduzir até US$ 40. Enquanto outros vaticinam que o mercado estaria procurando um piso para testar o ‘número’ mágico de US$ 60” o barril.
Assim, paira no ar a indagação: estamos diante de um cenário temporário (que é o que acho a maioria avalia) ou de uma tendência um pouco mais longa?
A decisão sobre guerras também nasceram de avaliações que seriam confrontos temporários, embora eu não esteja aqui estimando que a disputa produzida pelo shale-gas levará a uma nova grande guerra.
Infelizmente, parece haver outros fortes motivos para a retomada do que já foi chamado de "destruição criadora" como estopim para uma grande guerra. Assim, o petróleo e a energia seguem sendo um elemento importante da geopolítica, não mais que isso.
A Economia global e o empobrecimento de parte da população parece ter ingredientes mais fortes para um desarranjo maior embora, sejam cada vez maiores os controles penais para deter as crescentes reações.
Enquanto isso no Brasil, a questão do preço do petróleo traz embaraços mas a situação não é das piores diante de outras realidades, seja como produtor e/ou consumidor do combustível que move veículos, mais que gera energia, ao inverso de outras nações.
Enquanto isso no Brasil, a questão do preço do petróleo traz embaraços mas a situação não é das piores diante de outras realidades, seja como produtor e/ou consumidor do combustível que move veículos, mais que gera energia, ao inverso de outras nações.
De certa forma, no Brasil, o "tempo político e econômico" para enfrentar esta questão não é dos piores, embora existam aqueles que digam que tudo está um caos e sem controle.
Imagine se tivéssemos já produzindo 4 a 5 milhões de barris/dia, exportando o excedente e dependente destes recursos lá para o fundo soberano entre outras coisas.
Então há que se avaliar a conjuntura com cautela tentando descobrir se a questão é mais uma vez conjuntural ou parte das contradições estruturais.
Então há que se avaliar a conjuntura com cautela tentando descobrir se a questão é mais uma vez conjuntural ou parte das contradições estruturais.
Sendo uma ou outra, ou as duas coisas simultaneamente, o mundo não está livre de loucos e sábios. Continuemos acompanhando!
Calendário IPVA 2015
O blogueiro está longe, mas seus colaboradores mais atentos que nunca. Eles sabem que a informação sobre as datas de vencimento do IPVA (Imposto Sobre Veículos Automotores) do RJ, ajuda para que as pessoas, se organizem e se programem, para pagamento em cota única ou parcelada. Então aí está a prestação de serviço:
quarta-feira, dezembro 10, 2014
Manifestação em Barcelona: “Não é pobreza, é injustiça”
A manifestação está marcada num área do centro histórico para amanhã. São moradores de nove bairros da cidade de Barcelona e tem como lema: “Não é pobreza, é injustiça”.
A organização é de uma rede chamada em catalão de xarxa. A Xarxa 9 Barris é do distrito de Nou Barris, distante cerca de 15 km da área central mas, mas que de metrô, é uma viagem curta de aproximadamente 15 a 20 minutos.
Na última sexta-feira (05/12), eu tive uma experiência interessantíssima de conhecer a Associação de Moradores (Vecinos) do bairro de Roquete e também a Xarxa 9, seus projetos, planos comunitários, forma de atuação na luta por melhorias nos bairros e contra os cortes em investimentos sociais trazidos pela crise. Mais adiante vou contar um pouco sobre o que vi e vivenciei de perto.
Mas, voltando à manifestação do próximo dia, 11/12, segundo seus organizadores "não se pode tolerar a situação de emergência social que os moradores". Que o Nou Barris é distrito mais empobrecido de Barcelona. Que a renda média global do distrito é de 10 mil euros anuais e menos de um terço do bairro de Sarriá. Que os despejos atuais no bairro é de 5 por dia, 20 por semana, 83 por mês e 1.000 por ano. Que os Centros de Atenção Primária de Saúde (CAP) alerta para o aumento das doenças mentais, dos problemas dentais, do consumo de drogas e da solicitação de ajuda para pagar o percentual agora exigido para receber remédios, que antes eram gratuitos aumentou muito.
Eles estão exigindo "a volta de mais recursos para as administrações dos bairros e um replanejamento das políticas sociais". Dizem que não querem caridade e sim querem voltar a ter direitos!
A organização é de uma rede chamada em catalão de xarxa. A Xarxa 9 Barris é do distrito de Nou Barris, distante cerca de 15 km da área central mas, mas que de metrô, é uma viagem curta de aproximadamente 15 a 20 minutos.
Na última sexta-feira (05/12), eu tive uma experiência interessantíssima de conhecer a Associação de Moradores (Vecinos) do bairro de Roquete e também a Xarxa 9, seus projetos, planos comunitários, forma de atuação na luta por melhorias nos bairros e contra os cortes em investimentos sociais trazidos pela crise. Mais adiante vou contar um pouco sobre o que vi e vivenciei de perto.
Mas, voltando à manifestação do próximo dia, 11/12, segundo seus organizadores "não se pode tolerar a situação de emergência social que os moradores". Que o Nou Barris é distrito mais empobrecido de Barcelona. Que a renda média global do distrito é de 10 mil euros anuais e menos de um terço do bairro de Sarriá. Que os despejos atuais no bairro é de 5 por dia, 20 por semana, 83 por mês e 1.000 por ano. Que os Centros de Atenção Primária de Saúde (CAP) alerta para o aumento das doenças mentais, dos problemas dentais, do consumo de drogas e da solicitação de ajuda para pagar o percentual agora exigido para receber remédios, que antes eram gratuitos aumentou muito.
Eles estão exigindo "a volta de mais recursos para as administrações dos bairros e um replanejamento das políticas sociais". Dizem que não querem caridade e sim querem voltar a ter direitos!
A retirada de direitos, o desemprego é, talvez, ainda mais difícil de ser enfrentado do que conquistados para aqueles que nunca possuíram. O desemprego e as dificuldades para alguns pelos mais variados motivos tendem a ser vistos como fracassos individuais que levam a isolamentos sociais e todo um processo em que a resistência e participação social é mais complexa e difícil. Até por isso é interessante observar todo o processo.
Abaixo o cartaz do manifestação junto com o texto da convocação em catalão. A seguir um vídeo também convocatório.
Interessante a construção da resistência contra a perda de direitos, superando o estigma contra a pobreza apontando de forma clara suas causas com o lema: "Não é pobreza, é injustiça".
Abaixo o cartaz do manifestação junto com o texto da convocação em catalão. A seguir um vídeo também convocatório.
Interessante a construção da resistência contra a perda de direitos, superando o estigma contra a pobreza apontando de forma clara suas causas com o lema: "Não é pobreza, é injustiça".
La campanya "Nou Barris Cabrejada, diu prou!" convoca tot el veïnat de Nou Barris i convida tots els barris de Barcelona a la manifestació que tindrà lloc el dijous 11 de desembre sota el lema "No és pobresa, és injustícia".
Perquè no podem tolerar la situació d'emergència social per la qual estan passant molts veïns i veïnes. Perquè volem més recursos de les administracions i un replantejament de les polítiques socials.
Perquè no volem caritat, volem i tenim drets!!
19h: Metro Llucmajor
19,30h: Plaça Urquinaona
20h: Plaça Sant Jaume
Na China
Sobre a licença concedida pelo Ibama para o Porto Central, em Presidente Kennedy que informamos ontem aqui, se trata de uma Licença Prévia (LP), como é comum nesse caso. A Licença de Instalação (LI) a que permite o início da implantação, os empreendedores precisam cumprir ainda algumas obrigações, que segundo informações estão sendo providenciadas.
O blog hoje teve a informação que os empreendedores estão agora realizando, o que costuma ser feito em todo grande empreendimento que necessita de muito aporte de recursos, a busca de investidores. Para isso se encontram na China oferecendo o projeto licenciado e a garantia de bases para exportações e importações na rota América Latina-Ásia.
É bom recordar que atualmente, dos dez portos com maior movimentação de cargas do mundo, nove, sim nove, estão no continente asiático, o que confirma a mudança espacial gerada pela reestruturação produtiva mundial.
O blog hoje teve a informação que os empreendedores estão agora realizando, o que costuma ser feito em todo grande empreendimento que necessita de muito aporte de recursos, a busca de investidores. Para isso se encontram na China oferecendo o projeto licenciado e a garantia de bases para exportações e importações na rota América Latina-Ásia.
É bom recordar que atualmente, dos dez portos com maior movimentação de cargas do mundo, nove, sim nove, estão no continente asiático, o que confirma a mudança espacial gerada pela reestruturação produtiva mundial.
Mais sobre a revisão do Plano Diretor de SJB
O blog insiste, como fez em março do ano passado, que a participação popular para debate sobre o novo Plano Diretor do município de São João da Barra, só existirá de fato e de direito, se houvesse uma ampla campanha de divulgação sobre o mesmo e todos os seus meandros. Novamente e infelizmente, não parece ser esse o caso.
O acesso aos documentos do plano não é fácil. A própria divulgação sobre as próximas audiências públicas só agora estão sendo divulgadas. Algumas poucas pessoas interessadas que já tiveram a oportunidade de ter acesso aos documentos, já identificou que há várias mudanças na versão que está sendo agora apresentada e aquela que foi debatida, em março do ano passado.
Até aí tudo bem, porque, mesmo que se tenha deixado a comunidade de lado, algumas sugestão pode ser sido aproveitada, da mesma forma que as sugestões da empresa controladora do porto e também o setor imobiliário, ambos com fácil acesso às autoridades.
Assim, para uma participação-cidadã que seja efetivamente ampla, e um debate que seja efetivo, seria interessante que a equipe técnica do governo e seus vários consultores tivessem elaborado uma cartilha com as principais questões e com as últimas mudanças formuladas após os acordos.
Outra alternativa para que pudesse avaliar melhor as mudanças, desde que o interesse seja efetivamente da participação e de um debate consciente seria a organização de uma planilha com três colunas onde se pudessem apresentar, qual é a realidade com o atual PD, a outra com a proposta de março do ano passado e uma última com as mudanças que essa última versão apresenta.
Fora disso, a audiência pode ter apenas o interesse de cumprir tabela e homologar o que sequer se conhece, até pelo exíguo tempo que está sendo dado até aos próprios vereadores.
A maioria não conhece as principais questões envolvidas, embora, possa vir a votar a "toque de caixa" a nova legislação que regerá o uso do solo no município que recebe um importante empreendimento e com características, por tudo que já se viu até aqui de trazer enormes impactos para sua população.
Entre os pontos que estão gerando questionamentos, embora o blogueiro ainda não tenha tido tempo de fazer uma análise geral, mesmo que superficial é o fato da revisão do PD prever uma Zona em área que seria exclusiva da RPPN, entre as lagoas de Iquipari e Grussaí, exclusiva para a Prumo, onde se imagina que seja alocada o empreendimento imobiliário, que foi conhecido antes como Cidade X.
Há ainda informações a ser apurada sobre esta "estrada-parque" que ampliaria o desenvolvimento desse empreendimento por uma área que hoje é hoje uma unidade de conservação, mesmo que particular, tipo RPPN. O projeto tem similaridades com o que a construtora Odebrecht realizou junto ao Complexo portuário-industrial de Suape, entre as cidades de Recife e Cabo de Santo Agostinho, sede do Porto de Suape, cujo nome é Reserva do Paiva (com os condomínios Morada da Penísula e Vila dos Corais - que este blogueiro já visitou e viu de perto), com o uso de 5 milhões de m², também com projeto do Jaime Lerner.
Se percebe também que houve alterações no traçado para contemplar a chegada do "Corredor Logístico" da Prumo ao Porto do Açu. Como se sabe esse traçado é objeto de grandes questionamentos tanto no município de SJB, quanto em Campos.
Outra questão é o seu uso se será privado ou público. É aqui novamente é bom saber que no projeto da Odebrecht lá em Pernambuco, uma estrada variante que leva de Recife a Cabo de Santo Agostinho, assim como o Corredor é pedageada e com alto valor para uso de terceiros que não os dos empreendimentos, seja do porto seja dos loteamentos ali localizados pela empresa.
A definição no macrozoneamento do que será área de interesse industrial-logístico, de conservação ambiental, de uso agrícola e perímetro urbano é o cerne do Plano Diretor, seja do antigo ou de sua revisão. Esse é o ponto a ser observado para que se compreenda como os "interesses" foram contemplados. Eles precisam ficar claros.
A prefeitura de São João da Barra agora está informando sobre as duas audiências públicas para apresentação da revisão do Plano Diretor do Município. Uma para o dia 15 de dezembro (segunda-feira), na localidade de Mato Escuro, as 18h, no salão do restaurante do Sr. Luís e no dia seguinte, 16/12 (terça-feira, no distrito de Barcelos, também 18h, no prédio da Assistência Social, próximo à Praça Nossa Senhora da Conceição.
Colaboradores do blog repassaram os links de arquivos referentes a essa proposta de revisão do Plano Diretor do município de São João da Barra. Assim, o blog disponibiliza abaixo esses links e dois dos novos mapas Anexo I e Anexo III, respectivamente, o Macrozeamento e o Zoenamento de Uso e Ocupação do Solo, para que mais pessoas possam ajudar a fazer essas análises e participar do debate e das audiências com um pouco mais de informação. (Para ver as imagens dos mapas em tamanho maior clique sobre eles)
O esforço é o de contribuir para que as pessoas da comunidade e técnicos ligados ao assunto, possam ajudar a esmiuçar as principais questões, para o debate tenha um pouco mais de profundidade e compreensão do que ali está sendo proposto, verificando atentamente o que atende à comunidade e aquilo que atende aos interesses puramente econômicos e das empresa no uso do solo do município.
Os vários interesses são admissíveis na sociedade que vivemos, porém, é inegável que aqueles públicos de interesse comunitário e que valorizam a vida das pessoas e não a especulação e o ganho privados é que deve ser a prioridade.
ANEXO 5 - TABELAS DE PARAMETROS URBANISTICOS - AEIP
ANEXO 5 - TABELAS DE PARAMETROS URBANISTICOS - SEDISJB
ANEXO 5 - TABELAS DE PARAMETROS URBANISTICOS - SEPA
ANEXO 5 - TABELAS DE PARAMETROS URBANISTICOS - ZC -1
ANEXO 5 - TABELAS DE PARAMETROS URBANISTICOS - ZC -2
ANEXO 5 - TABELAS DE PARAMETROS URBANISTICOS - ZC -3
ANEXO 5 - TABELAS DE PARAMETROS URBANISTICOS - ZEIS 1
ANEXO 5 - TABELAS DE PARAMETROS URBANISTICOS - ZEIS 2
ANEXO 5 - TABELAS DE PARAMETROS URBANISTICOS - ZM -1
ANEXO 5 - TABELAS DE PARAMETROS URBANISTICOS - ZM -2
ANEXO 5 - TABELAS DE PARAMETROS URBANISTICOS - ZM -3
ANEXO 5 - TABELAS DE PARAMETROS URBANISTICOS - ZM -4
ANEXO 5 - TABELAS DE PARAMETROS URBANISTICOS - ZM -5
ANEXO 5 - TABELAS DE PARAMETROS URBANISTICOS - ZM -6
ANEXO 5 - TABELAS DE PARAMETROS URBANISTICOS - ZOC - 1
ANEXO 5 - TABELAS DE PARAMETROS URBANISTICOS - ZOC - 2
ANEXO 6 - TABELA DE VAGAS DE VEÍCULOS
ANEXO 6.1 - TABELA DE CARGA E DESCARGA E EMBARQUE DE PASSAGEIROS
ANEXO 6.2 - TABELA DE VAGAS DE BICICLETAS
ANEXO 7 - TABELA DE EMPREENDIMENTOS DE IMPACTO DE VIZINHANÇA - EIV
ANEXO 8 - TABELA CARACTERÍSTICAS DA REDE VIARIA
ANEXO 8.1 - TABELA CARACTERÍSTICAS DA REDE CICLOVIÁRIA
ANEXO 9 - CLASSIFICAÇAO DAS ATIVIDADES POR TIPO DE GRUPOS
ANEXO 10 - RELAÇÃO DA REDE VIARIA BASICA
ANEXO 11 - TABELA DE AFASTAMENTOS
MACROZOEAMENTO
PD e LUOS
PERÍMETRO URBANO
PROJETO LUOS
PROJETO PDM
SISTEMA VIÁRIO
ZONEAMENTO
O acesso aos documentos do plano não é fácil. A própria divulgação sobre as próximas audiências públicas só agora estão sendo divulgadas. Algumas poucas pessoas interessadas que já tiveram a oportunidade de ter acesso aos documentos, já identificou que há várias mudanças na versão que está sendo agora apresentada e aquela que foi debatida, em março do ano passado.
Até aí tudo bem, porque, mesmo que se tenha deixado a comunidade de lado, algumas sugestão pode ser sido aproveitada, da mesma forma que as sugestões da empresa controladora do porto e também o setor imobiliário, ambos com fácil acesso às autoridades.
Assim, para uma participação-cidadã que seja efetivamente ampla, e um debate que seja efetivo, seria interessante que a equipe técnica do governo e seus vários consultores tivessem elaborado uma cartilha com as principais questões e com as últimas mudanças formuladas após os acordos.
Outra alternativa para que pudesse avaliar melhor as mudanças, desde que o interesse seja efetivamente da participação e de um debate consciente seria a organização de uma planilha com três colunas onde se pudessem apresentar, qual é a realidade com o atual PD, a outra com a proposta de março do ano passado e uma última com as mudanças que essa última versão apresenta.
Fora disso, a audiência pode ter apenas o interesse de cumprir tabela e homologar o que sequer se conhece, até pelo exíguo tempo que está sendo dado até aos próprios vereadores.
A maioria não conhece as principais questões envolvidas, embora, possa vir a votar a "toque de caixa" a nova legislação que regerá o uso do solo no município que recebe um importante empreendimento e com características, por tudo que já se viu até aqui de trazer enormes impactos para sua população.
Entre os pontos que estão gerando questionamentos, embora o blogueiro ainda não tenha tido tempo de fazer uma análise geral, mesmo que superficial é o fato da revisão do PD prever uma Zona em área que seria exclusiva da RPPN, entre as lagoas de Iquipari e Grussaí, exclusiva para a Prumo, onde se imagina que seja alocada o empreendimento imobiliário, que foi conhecido antes como Cidade X.
Há ainda informações a ser apurada sobre esta "estrada-parque" que ampliaria o desenvolvimento desse empreendimento por uma área que hoje é hoje uma unidade de conservação, mesmo que particular, tipo RPPN. O projeto tem similaridades com o que a construtora Odebrecht realizou junto ao Complexo portuário-industrial de Suape, entre as cidades de Recife e Cabo de Santo Agostinho, sede do Porto de Suape, cujo nome é Reserva do Paiva (com os condomínios Morada da Penísula e Vila dos Corais - que este blogueiro já visitou e viu de perto), com o uso de 5 milhões de m², também com projeto do Jaime Lerner.
Se percebe também que houve alterações no traçado para contemplar a chegada do "Corredor Logístico" da Prumo ao Porto do Açu. Como se sabe esse traçado é objeto de grandes questionamentos tanto no município de SJB, quanto em Campos.
Outra questão é o seu uso se será privado ou público. É aqui novamente é bom saber que no projeto da Odebrecht lá em Pernambuco, uma estrada variante que leva de Recife a Cabo de Santo Agostinho, assim como o Corredor é pedageada e com alto valor para uso de terceiros que não os dos empreendimentos, seja do porto seja dos loteamentos ali localizados pela empresa.
A definição no macrozoneamento do que será área de interesse industrial-logístico, de conservação ambiental, de uso agrícola e perímetro urbano é o cerne do Plano Diretor, seja do antigo ou de sua revisão. Esse é o ponto a ser observado para que se compreenda como os "interesses" foram contemplados. Eles precisam ficar claros.
A prefeitura de São João da Barra agora está informando sobre as duas audiências públicas para apresentação da revisão do Plano Diretor do Município. Uma para o dia 15 de dezembro (segunda-feira), na localidade de Mato Escuro, as 18h, no salão do restaurante do Sr. Luís e no dia seguinte, 16/12 (terça-feira, no distrito de Barcelos, também 18h, no prédio da Assistência Social, próximo à Praça Nossa Senhora da Conceição.
Colaboradores do blog repassaram os links de arquivos referentes a essa proposta de revisão do Plano Diretor do município de São João da Barra. Assim, o blog disponibiliza abaixo esses links e dois dos novos mapas Anexo I e Anexo III, respectivamente, o Macrozeamento e o Zoenamento de Uso e Ocupação do Solo, para que mais pessoas possam ajudar a fazer essas análises e participar do debate e das audiências com um pouco mais de informação. (Para ver as imagens dos mapas em tamanho maior clique sobre eles)
O esforço é o de contribuir para que as pessoas da comunidade e técnicos ligados ao assunto, possam ajudar a esmiuçar as principais questões, para o debate tenha um pouco mais de profundidade e compreensão do que ali está sendo proposto, verificando atentamente o que atende à comunidade e aquilo que atende aos interesses puramente econômicos e das empresa no uso do solo do município.
Os vários interesses são admissíveis na sociedade que vivemos, porém, é inegável que aqueles públicos de interesse comunitário e que valorizam a vida das pessoas e não a especulação e o ganho privados é que deve ser a prioridade.
ANEXO 5 - TABELAS DE PARAMETROS URBANISTICOS - AEIP
ANEXO 5 - TABELAS DE PARAMETROS URBANISTICOS - SEDISJB
ANEXO 5 - TABELAS DE PARAMETROS URBANISTICOS - SEPA
ANEXO 5 - TABELAS DE PARAMETROS URBANISTICOS - ZC -1
ANEXO 5 - TABELAS DE PARAMETROS URBANISTICOS - ZC -2
ANEXO 5 - TABELAS DE PARAMETROS URBANISTICOS - ZC -3
ANEXO 5 - TABELAS DE PARAMETROS URBANISTICOS - ZEIS 1
ANEXO 5 - TABELAS DE PARAMETROS URBANISTICOS - ZEIS 2
ANEXO 5 - TABELAS DE PARAMETROS URBANISTICOS - ZM -1
ANEXO 5 - TABELAS DE PARAMETROS URBANISTICOS - ZM -2
ANEXO 5 - TABELAS DE PARAMETROS URBANISTICOS - ZM -3
ANEXO 5 - TABELAS DE PARAMETROS URBANISTICOS - ZM -4
ANEXO 5 - TABELAS DE PARAMETROS URBANISTICOS - ZM -5
ANEXO 5 - TABELAS DE PARAMETROS URBANISTICOS - ZM -6
ANEXO 5 - TABELAS DE PARAMETROS URBANISTICOS - ZOC - 1
ANEXO 5 - TABELAS DE PARAMETROS URBANISTICOS - ZOC - 2
ANEXO 6 - TABELA DE VAGAS DE VEÍCULOS
ANEXO 6.1 - TABELA DE CARGA E DESCARGA E EMBARQUE DE PASSAGEIROS
ANEXO 6.2 - TABELA DE VAGAS DE BICICLETAS
ANEXO 7 - TABELA DE EMPREENDIMENTOS DE IMPACTO DE VIZINHANÇA - EIV
ANEXO 8 - TABELA CARACTERÍSTICAS DA REDE VIARIA
ANEXO 8.1 - TABELA CARACTERÍSTICAS DA REDE CICLOVIÁRIA
ANEXO 9 - CLASSIFICAÇAO DAS ATIVIDADES POR TIPO DE GRUPOS
ANEXO 10 - RELAÇÃO DA REDE VIARIA BASICA
ANEXO 11 - TABELA DE AFASTAMENTOS
MACROZOEAMENTO
PD e LUOS
PERÍMETRO URBANO
PROJETO LUOS
PROJETO PDM
SISTEMA VIÁRIO
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