A defesa que se faz com muito boa intenção da ampliação da produção de energia alternativa que se ampliou na Europa (e até aumentou no Brasil do pré-sal) está ficando em xeque, como tantas outras coisas.
Esta é mais uma das enormes conseqüências que não se sabe por quanto tempo, da disputa do setor petróleo entre EUA x OPEP, que redundou na queda dos seus preços, a partir do aumento da produção decidida pelos árabes.
Interessante é como uma coisa se liga à outra, numa espécie de espiral.
Menor preço tende a uma maior produção e um maior consumo de energia de carbono e consequentemente, mais poluição, menos investimentos em energias alternativas, por conta do preço baixo da energia oriunda do óleo e do gás, e novamente, mais poluição.
Um círculo complicado para a matriz mundial de energia, logo nesse momento, em que ela vinha sendo puxada, principalmente pela Alemanha, para um bom ritmo de aumento de produção com a geração de energia elétrica de base eólica e solar.
Menores preços de petróleo facilitam a situação de quem precisa importação como boa parte da Europa, Índia e China, e por outro lado, complica a vida de quem exporta energia, através do petróleo. Mais sofre quem vive basicamente disto como a Venezuela, Argélia e Angola, por exemplo.
Vou deixar para analisar e falar um pouco da situação do Brasil ao final deste texto.
Resta saber até onde irá essa queda de braço que tem, em outra fonte altamente poluente e questionável, que é o gás de xisto (shale gás), produzido por fraturamento hidráulico e imenso risco para as fontes de água (recursos hídricos), a sua causa primária.
O gás de xisto é fonte de produção de eletricidade por um preço baixíssimo, assim como petroquímicos, base de toda a indústria de plásticos, o que aliás, obrigou a Petrobras a mudar o projeto do Comperj, onde as plantas industriais previam inicialmente apenas a produção de petroquímicos em seus trens de refino.
Repito que é interessante observar como a espiral da poluição aliando todos estes fatores parece ser altamente poluidora e muito mais preocupante que apenas o petróleo. De certa forma, o petróleo vinha convivendo bem com a ampliação da produção chamada de alternativa, mas agora se altera profundamente com a produção em alta escala de energia, junto com o gás de xisto, especialmente americano.
E o Brasil nisto? (espera-se que não no xisto)
Aparentemente menos mal para o Brasil que se não é ainda grande exportador (vende e compra ao mesmo tempo – trocando óleo pesado e leve adaptável às nossas refinarias), que montou uma base para produzir cerca de 4 milhões de barris no ano de 2020, onde exportaria quase 25% deste total que seria excedente do nosso consumo interno.
Alguns devem falar: mais que azar? Abaixar tanto o preço logo agora que encontramos tantas reservas e iríamos exportar? Por outro lado, há que considerar que no meio desse processo e tendo tantos problemas com licenciamento ambiental, desapropriações e altos custos para construção de infraestruturas em curto espaço de tempo, etc., que talvez, possa não ser tão ruim assim.
Talvez, possa ser momento de administrando as obras, refazendo contratos retirando os excessos por corrupção e superfaturamento e maiores lucro para os empreiteiros, que agora, se possa ir num ritmo um pouco menor, se esforçando para segurar os empregos, mas indo mais devagar, com mais planejamento, mais organização nas execuções e um melhor ordenamento estratégico do uso do solo, financiamentos públicos, etc.
Vale observar que no caso do aproveitamento do alto preço das commodities do minério de ferro no mercado internacional, até se tinha o discurso de que era hora de aproveitar o boom de demanda da China, por conta de suas novas construções e urbanização das cidades. O caso porém, não vale para o petróleo.
Enfim, a observação sob um prisma mais amplo e não exclusivo de cadeia produtiva, ou região, sob o ponto de vista da ocupação territorial e de espaço tempo temporal de médio e não curto prazo, com ciclos mais longos, pensando a nação e a melhoria de vida como um todo (subentendido, e sempre, a redução das desigualdades), talvez caminhássemos melhor.
Verdade que seria positivo que além do plano da economia, também fizéssemos uma reforma política, superando esse maquiavelismo pós-eleitoral, de quem não aceita o resultados das urnas e não pensa a nação.
Enfim, o preço do petróleo poder ser chave, como outras crises em qualquer lugar do mundo para recuos ou para avanço, em termos civilizacionais. Quiçá nós brasileiros consigamos seguir adiante, em novo patamar!
Enfim, a observação sob um prisma mais amplo e não exclusivo de cadeia produtiva, ou região, sob o ponto de vista da ocupação territorial e de espaço tempo temporal de médio e não curto prazo, com ciclos mais longos, pensando a nação e a melhoria de vida como um todo (subentendido, e sempre, a redução das desigualdades), talvez caminhássemos melhor.
Verdade que seria positivo que além do plano da economia, também fizéssemos uma reforma política, superando esse maquiavelismo pós-eleitoral, de quem não aceita o resultados das urnas e não pensa a nação.
Enfim, o preço do petróleo poder ser chave, como outras crises em qualquer lugar do mundo para recuos ou para avanço, em termos civilizacionais. Quiçá nós brasileiros consigamos seguir adiante, em novo patamar!
Observem olhando bem a espiral que do mesmo jeito que ela desce, ela pode estar subindo!
PS.: Atualizado às 21:48 para pequenos ajustes no texto.
PS.: Atualizado às 21:48 para pequenos ajustes no texto.
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