Há quem ainda imagine que o projeto de um aeroporto novo (o atual é um heliporto) na praia campista do Farol de São Tomé tem chances de sair.
O projeto que data de 2006/2007 numa área próxima a do atual heliporto, só que do lado contrário da estada Campos-Farol (RJ-216) tem hoje pouquíssimas chances de ser retomado.
Em dezembro de 2007 o blog publicou uma nota com detalhes do projeto aqui. O projeto teve problemas com o licenciamento ambiental e depois com indefinições da estatal. O blog seguiu dando diversas notas sobre o assunto: aqui, aqui, aqui e aqui.
Nessa última nota sobre o assunto, há quase um ano, se falava na retomada do projeto em função dos problemas com o aeroporto de Campos. O DER-RJ tinha liberado a construção de uma estrada que daria acesso ao projeto.
O heliporto do Farol continua operando com a sua capacidade máxima próxima a 20 mil passageiros por mês. Diz-se que uma das empresas que atua no serviço de transporte por helicóptero na Bacia de Campos, a BHS, teria ampliado seu contrato com a estatal e se incumbido de fazer algumas reformas, correções e ampliação do atual heliporto.
Outra das empresas, a Líder desde o ano de 2012 passou a operar do aeroporto Bartolomeu Lysandro em Campos, apesar de continuar a reclamar das condições oferecidas pelo mesmo. Há mais de três anos a Prefeitura de Campos fez esforços para receber da Infraero a gestão do mesmo. Pelo que se sabe o projeto não foi adiante e o executivo municipal teria desistido do projeto e assim sendo o mesmo continua controlado pela Infraero.
Há cerca de dez dias em entrevista ao Valor (13 de janeiro de 2015, P.A.4) o novo secretário estadual de Transportes, Carlos Osório, logo após assumir a pasta deu uma entrevista dizendo que cuidaria da aviação regional e trataria de tocar um projeto de ampliação e reforma dos aeroportos de Campos e Itaperuna. Em meio aos cortes de investimentos no orçamento estadual é difícil acreditar no projeto, sem recursos federais.
A Petrobras, mesmo antes dos problemas e das investigações com as empreiteiras, já havia deixado claro em seu planejamento estratégico, que não faria mais investimentos em infraestruturas de logística, apenas alugando e arrendando esses terminais e bases portuárias, através de processos licitatórios, como já vem procedendo.
Aliás, em Santos, a Petrobras também abortou o uso de uma das áreas que possui naquela cidade para a construção de uma base de operações para voos de helicóptero para atender às movimentações de pessoal para o trabalho na Bacia de Santos. Por tudo isso, tona-se fácil intuir que o projeto da Petrobras para o Farol de São Tomé não mais será tocada adiante.
Interessante observar a ampliação do movimento de aeronaves e passageiros no Aeroporto de Campos. No ano de 2010 a movimentação foi de 5.163 aeronaves e 10.004 passageiros. No ano de 2013 essa movimentação já tinha subido para 18.957 aeronaves e 132.163 passageiros. No ano passado, 2014, a movimentação foi de 21.405 aeronaves e 169.380 passageiros.
Ou seja, em cinco anos, o movimento de aeronaves cresceu um pouco mais que quatro vezes e o de
passageiros foi multiplicado por 17 vezes, saindo de 10 mil em 2010, para cerca de 170 mil em 2014.
A Líder que tem sede em Belo Horizonte e recentemente vendeu 42% do seu capital para o grupo americano Bristow, que tem base em Houston, no Texas, EUA, onde atua em aviação, e também atende o mercado de transportes ligado ao setor de petróleo offshore na Noruega, Canadá, Rússia entre outros.
A Líder Aviação segue ampliando sua estrutura no aeroporto de Campos. Agora em janeiro, trouxe para Campos uma oficina de motores e construirá um pátio de aeronaves. A Petrobras também montou um pequeno escritório no aeroporto de Campos.
Assim, o município de Campos dos Goytacazes passou ater duas bases de apoio para voos de helicóptero. No Farol com a BHS e em Campos com a Líder. A Líder apesar da ampliação no aeroporto de Campos, segue reclamando das condições que lhe são oferecidas.
Mesmo que o aeroporto siga controlado pela Infraero, a direção local da Líder se reuniu recentemente com o secretário de Petróleo e Energia, Marcelo Neves solicitando apoio para a reforma e para as condições do entorno do aeroporto, onde, a constante sujeira atrai aves e aumenta o risco de acidentes, mesmo depois do Lixão ter sido desativado.
Desta forma, a reforma e a ampliação do Aeroporto Bartolomeu Lysandro em Campos passa a ser estratégico para a cidade, que assim tem possibilidades de ampliar as condições e ações no setor de logística, como importante base, com uma atuação que pode crescer ainda mais em termos de importância relacionada ao que ela traduz na dinâmica econômica do município como polo regional. A conferir!
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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