Os impactos da ação da implantação do porto vai muito para além da erosão na praia e do avanço do mar na praia da Barra do Açu. As reclamações sobre a falta segurança, furtos, uso e venda de drogas crescem dia a dia.
A população reclama que três policiais e apenas uma viatura para dar conta de todo o 5º Distrito de SJB é uma aberração e uma falta de respeito ao cidadão de Barra do Açu que normalmente é de cerca de 2 mil moradores e que nos finais de semana de verão, com os shows, mais que triplica.
Eles lembram que quando o empresário Eike queria que proteção ao seu "novo patrimônio" fosse feito, a partir das desapropriações de terras, a LLX (hoje sucedida pela Prumo) doou 3 ou 4 viaturas para a PM e que hoje apenas uma circula por lá.
Assim, se confirma que o desenvolvimento que alguns chamam de "progresso" não só não chegou como propalado, coma geração de empregos que chegou a ser estimado em 50 mil vagas, como os problemas gerados pela implantação para a comunidade local não param de crescer.
Mais cedo do que se pensava, mesmo com o empreendimento, depois dos problemas das empresas X, indo em ritmo mais lento, SJB parece caminhar para a Macaenização.
Com a palavra as autoridades.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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Um comentário:
Roberto, há muito conversamos sobre isto, ou seja, sobre os limites do Estado, e dos orçamentos para dar conta dos efeitos da expansão dos fluxos de capital.
Parodoxalmente, os cretinos liberais ainda clamam por menos impostos e mais "incentivos fiscais" (favores, na verdade) para os empreendimentos.
E mais adiante, choram que a violência bate-lhes à porta. Choro de crocodilo, é claro, porque nunca a violência atingirá ricos e pobres do mesmo jeito, mas ainda assim, ele choram e vestem camisetas da paz.
Veja o caso de Rio das Ostras, que é bem pior que Macaé, e que pode ser utilizado como uma referência melhor no caso do Açu.
Rio das Ostras tem mais de 120 habitantes (Censo 2010, IBGE), sendo que foi a segunda em explosão demográfica entre as duas contagens (2000-2010).
Tem 3 viaturas e 10 policiais militares por turno na 3ª CIA do 32º BPMERJ, que é sediado em Macaé, e tem muito mais policiais por cada habitante.
Tem 20 e poucos policiais civis para dar conta de algo em torno de 5 mil Inquéritos Policiais, e outros 7 mil novos procedimentos policiais que se somam a cada ano.
Bem, mas há um alento: Se você for da classe mais rica, as chances de que sua demanda atinja aos tribunais e resulte na punição aos autores é muitíssimo maior caso você seja mais pobre.
A "ineficiência" estatal é um mito, ou melhor, ela é seletiva.
É só fazer as contas.
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