Saiu hoje a lista dos barões da mídia no Suiçalão (HSBC) que a Receita Federal está apurando. Tivemos hoje, o que se poderia chamar de uma quase auto-delação (O Globo e FSP/UOL), em seus próprios meios.
A partir daí, aproveitando a ocasião, se deveria manter o roteiro das investigações de qualquer crime: seguir o caminho do dinheiro. Aliás, há poucos dias O Globo deu manchete com o juiz Moro (da Operação Lava Jato) repetindo o juiz italiano da operação Mãos Limpas, na década de 90 na Itália: "tem que seguir o caminho do dinheiro".
Pois então, que se sigam todos os esquemas do Banestado, Trensalão, Lava Jato, Suiçalão, etc. Avancemos para a "Operação Seca Tudo"; Quem foi mesmo que disse que não ia ficar pedra sob pedra e doesse a quem tivesse que doer que tudo deveria ser apurado e novos instrumentos jurídicos e políticos institucionalizados?
Então os fatos estão vindo à tona e será que para manter o que está há décadas e a ela que querem depor?
A conjuntura atual entrará para a história de uma forma não usual. Se, por um lado, ela guarda semelhança em alguns pontos com passagens de nosso passado histórico, de outro, ele é singular, porque acontece num momento de inclusão social, de mudanças enormes na geopolítica e nos novos alinhamentos mundiais e de reconhecimento de nossas riquezas e da busca de novos desafios para a nação brasileira.
Os golpistas continuam os mesmos da década de 50 e de 1964, seus aliados são os mesmos na mídia e numa parte do setor produtivo, mas, a sociedade e o povo estão atentos. Querem sim, a Política com "P" maiúsculo, com instituições e partidos menos "pragmáticos" e desejam um aperfeiçoamento do sistema político, mas não o retrocesso desejado por esses golpistas.
Vivemos dias conturbados. É quase que natural que estejamos espantados, mas, a atenção que despertamos aos acontecimentos nos façam movimentar para além da razão, aos movimentos para garantir o que foi às duras penas conquistado, sobre os mesmos que em perdendo a eleição pretendam alçar ao poder por mais um golpe.
Cabe a cada m de nós, não apenas a defesa das conquistas, mas, o trabalho para o aperfeiçoamento, a assunção dos erros e o avanço para novas conquistas. O Brasil não é um país qualquer e a sua direção, em meio ao emaranhado político de outras nações, nos vários continentes e no mundo, ajudará a aclarar o caminho.
Temos avançado em meio às crises, num modelo democrático de debate social e respeito às divergências. Assim, devemos seguir, mas, não tenhamos ilusão sobre consensos e sim de conquista em prol da maioria que é quem no regime democrático poderá continuar a garantir e ampliar as conquista.
Sigamos em frente!
PS.: Não e por acaso que o vazamento pelos próprios das suas participações no Suiçalão, depois de mais de um mês com a lista às mãos, se dê num sábado entre as duas manifestações contrárias que tendem a ter maiores espaços. A velha esperteza de sempre.
PS.2: Outro detalhe, procure nos portais do Globo, Folha-UOL, Band, etc. onde estão a informação que eles mesmo deram. Não estão nas manchetes. Nem nas sub-manchetes. Nem nos secundários destaques. Estão escondidas, como que para dizer que não deixaram de informar sobre a participação deles nos depósitos do HSBC no exterior, mas, escondidos.
PS.: 3: Leia aqui, aqui e aqui a repercussão sobre a divulgação da lista dos 22 donos de mídia e jornalistas presentes no esquema do HSBC na Suíca.
PS.: 4: Atualizado e ampliado o texto às 16:50 e 17:55.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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