O valor de US$ 610 bilhões que os EUA gasta por ano com a sua força de defesa no passado espanta. Porém, ele é 6,5% menor que o gasto do ano de 2013. Desde 2010, essa queda chega a 20%, segundo relatório do Internacional Peace Reserarch Institute de Estocolmo, na Suécia.
Ainda, segundo a mesma fonte, os chineses, russos e sauditas tiveram, em 2014, os maiores aumentos mundiais em gastos com defesa de seus países. A China com US$ 216 bilhões, subiu em 2014,um percentual de 9,7%, em relação ao ano anterior de 2013.
A Rússia com US$ 84,5 bilhões subiu 8,1% em relação ao ano anterior, enquanto os sauditas, os maiores produtores mundiais de petróleo, aumentaram no passado 17% os gastos com defesa com o total de US$ 80,8 bilhões. Ou seja, os quatro países que mais investem (ou gastam) com defesa no mundo somam uma quantia de aproximadamente de US$ 1 trilhão.
Essa é uma realidade que deve nos fazer refletir: de que as nações se defendem? Quem os atacará? A força seria mesmo de defesa ou de ataque? Ou a defesa é a única arma para evitar ataques?
Prece que caminhamos para um tensionamento civilizacional, que anda namorando com a barbárie. Ou poderíamos buscar otimismo, mesmo que no fundo do baú para seguir em frente, num esforço em superar o racionalismo?
PS.: Atualizado às 17:10: Para melhorar redação da nota.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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4 comentários:
Excelente comentário, Roberto. No livro, Filhos dos Dias de Eduardo Galeano, o autor ironiza o departamento de defesa dos EUA, que deveria se chamar departamento de guerra. Ao mesmo tempo, voluntários da UNICEF estão pedindo 1 real por dia aos cidadãos comuns nas ruas para ajudar a instituição no combate à fome e às doenças nos países em desenvolvimento. Seria cômico se não fosse trágico.
Roberto,
Há um perigo a ser considerado por trás de números (sempre).
Primeiro é o truque orçamentário e suas rubricas.
O orçamento de defesa não encerra todo o esforço estadunidense em ampliar suas posições, porque há outras pastas que concentram estes esforços, mas que não são consideradas diretamente...
Assim, a CIA e seus gastos, por exemplo, entram em outras rubricas e boa parte é mantida sem segredo.
Há as pesquisas e gastos de agências chamadas civis, que escondem também o aumento de alocação de recursos...
Outro ponto a ser considerado é que houve uma enorme terceirização dos esforços militares, com a ascensão de empresas como a Blackwater, que entram no orçamento como contratação de serviços...
E por fim, os EUA passaram a terceirizar boa parte de suas guerras, seja no Iraque, Afeganistão, Paquistão, Yemen (Arábia Saudita faz o trabalho sujo), etc...
Um abraço...
Bem lembrado Douglas.
Só para exemplificar: Os contratos da Blackwater (mercenários), que é responsável pela segurança dos perímetros de intendência, escolta a comboios e pessoal diplomático, não saem da rubrica defesa e sim do Departamento de Estado, e boa parte delas é verba secreta.
Aliás, o modelo implantado por bush pai e jr é atacado pelo pessoal das forças armadas, pois desidratou aquelas pastas para terceirizar suas funções às empresas privadas.
Sem contar o embaraço de ter forças mercenárias "no comando" de forças regulares, como no massacre de Falujah.
Um abraço.
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