Os projetos conforme texto que publicamos abaixo, prevê a possibilidade de importação de GNL (Gás Natural Liquefeito) e também o uso do gás extraído nas Bacias de Campos e Santos. As hipóteses se relacionam ao uso do gás para a geração de energia elétrica em usina termelétrica (UTE).
Como se sabe a Eneva (ex-MPX) controlada pela alemão E.On, e que se encontra em processo de recuperação judicial tem um projeto licenciado de uma UTE a gás para instalação junto ao Porto do Açu que foi suspenso, desde os problemas nas empresas "X".
A Bolognesi Energia S.A. foi criada em 1975 com atuação no ramo imobiliário no Rio Grande do Sul. Entrou no setor de energia no início dos anos 2000. Hoje, a empresa tem 15 projetos em operação, entre pequenas centrais hidrelétricas, centrais eólicas e térmicas a óleo, gás e biomassa, com potência total de 1,3 mil megawatts (MW).
Em dezembro do ano passado, o grupo gaúcho da Bolognesi Energia venceu um leilão realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para a viabilização de duas térmicas a gás natural. A princípio seriam no próprio Rio Grande do Sul e o outro junto ao Porto de Suape em Pernambuco.
O projeto no Complexo Industrial e Portuário de Suape, PE prevê a implantação de uma UTE a gás natural e um terminal de regaseificação, com investimentos de R$ 3,5 bilhões e capacidade para gerar 1,2 mil megawatts (MW). A UTE teria nome de Novo Tempo e projeto de ser instalado num terreno de 15,7 hectares, que a Bolonesi adquiriu por licitação à estatal Suape, em julho do ano passado, por R$ 11,9 milhões.
Pelo Memorando de Entendimento ("MoU") entre Prumo e a Bolognesi esta tem previsão em alugar uma área de até 400.000 m2 no Porto do Açu pelo período de 25 anos com opção de renovação por mais 25 anos. A Bolognesi será responsável pela construção da totalidade da infraestrutura necessária para a implantação da usina térmica a gás, incluindo a linha de transmissão, subestação e o terminal GNL.
É bom frisar que o Memorando de Entendimento ("MoU") se trata de estudos de avaliação para possíveis investimentos com uso do gás natural como insumo básico, seja, oriundo da exploração offshore da região, seja pela importação de GNL, como já se faz em outros importantes portos do Brasil em Pecém, no Ceará, Bahia e Rio de Janeiro, onde há terminais de regaseificação operados pela Transpetro. O anúncio no dia da AGO, também não parece uma simples coincidência.
Navio metaneiro para transporte de GNL |
A vantagem do projeto de gás natural é que ele é imensamente menos poluente que as térmicas a diesel ou com carvão, que era a matriz do segundo módulo das duas UTEs que foram previstas antes para o Açu. Outro ponto a ser lembrado é que a falta de garantia de fornecimento de gás, foi uma das justificativas para que o grupo chinês Wisco (Whuan) desistisse de participação em investimentos no Açu. O outro argumento foi que no intervalo de tempo dessa decisão, com a crise de 2008/2009, passou a sobrar capacidade instalada de produção siderúrgica (aço) no mundo.
Enfim continuamos acompanhando. Confiram abaixo o Fato Relevante publicado hoje pela Prumo S.A. que assim se confirma como locadora de áreas para projetos no Açu. A foto acima é ilustrativa e mostra o transporte de GNL em navios metaneiros (específicos para o transporte do GNL).
"Fato Relevante"
"A Prumo Logística S.A. (“Companhia” ou “Prumo”) (Bovespa: PRML3) comunica aos seus acionistas e ao mercado em geral que assinou um Memorando de Entendimento ("MoU") com a Bolognesi Energia S.A ("Bolognesi") para avaliar em conjunto oportunidades de investimento para desenvolver projetos de gás natural no Porto do Açu ("Hub de Gás do Açu").
O Hub de Gás do Açu é uma solução privada para importação de GNL e produção doméstica de gás natural nas Bacias de Santos e Campos. Ele se apresenta aos produtores como uma solução comercial atraente para a monetização do gás associado produzido, além de oferecer infraestrutura competitiva em larga escala para o consumo de gás industrial. O Hub de Gás do Açu também se propõe a ser um mercado interligado para a comercialização e consumo de produtos de gás natural, GNL e gás. Os projetos identificados para o Hub de Gás do Açu incluem termelétrica a gás, terminal de regaseificação GNL, processamento de gás natural, terminal GLP, pipelines onshore e offshore para transporte de gás, armazenagem de GNL e outros serviços associados ao gás. O Hub de Gás do Açu é um projeto preliminar ainda sujeito a certos estudos complementares, negociações de documentos definitivos e outras condições que podem não se materializar.
As vantagens competitivas do Porto do Açu e sua infraestrutura já existente, aliada a expertise da Bolognesi no desenvolvimento de projetos de energia, fizeram com que a Prumo e a Bolognesi estabelecessem condições comerciais para desenvolvimento da primeira fase do Hub de Gás do Porto do Açu. O principal projeto consiste na construção de uma termelétrica a gás e na instalação de uma unidade regaseificadora flutuante de GNL.
De acordo com as condições comerciais, a Bolognesi irá alugar uma área de até 400.000 m2 no Porto do Açu pelo período de 25 anos com opção de renovação por mais 25 anos. A Bolognesi será responsável pela construção da totalidade da infraestrutura necessária para a implantação da usina térmica a gás, incluindo a linha de transmissão, subestação e o terminal GNL. Durante a fase de construção do projeto, a Bolognesi terá o direito de compensar determinados custos e despesas incorridos com a construção de tais infraestruturas no pagamento do aluguel de área. O Term Sheet ainda está sujeito à negociação de documentos definitivos e outras condições, que também podem ou não se materializar.
Rio de Janeiro 30 de Abril de 2015. Eugenio Figueiredo."
PS.: Atualizado às 13:47 para ajustar o texto.
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