Estive fora da cidade por três dias, retornando só ontem à noite. Aliás, nos últimos trinta dias, é a segunda passagem por eventos acadêmicos em Minas Gerais.
No final de abril estive em Juiz de Fora, no Seminário Internacional de Direitos Humanos e Empresas, em interessantíssimo evento e ótimos debates. Agora, nesta semana, fui a Belo Horizonte, no Encontro Nacional da Anpur 2015 (Associação Nacional de Pós Graduação e Pesquisas em Planejamento Urbano e Regional) também com muito bons trabalhos e reflexões. Minas é cada vez mais um centro importante do pensamento científico brasileiro.
Apenas citei a participação dos eventos para justificar estar um pouco distante, embora relativamente ligado pelas ferramentas informacionais da rede, à realidade do município e da região.
Neste caso, o destaque que quero dar é à mobilização puxada pelos professores municipais que lutam por remuneração justa, e por condições de trabalho adequadas para a realização de uma educação de qualidade, nesta cidade bilionária.
Apenas citei a participação dos eventos para justificar estar um pouco distante, embora relativamente ligado pelas ferramentas informacionais da rede, à realidade do município e da região.
Neste caso, o destaque que quero dar é à mobilização puxada pelos professores municipais que lutam por remuneração justa, e por condições de trabalho adequadas para a realização de uma educação de qualidade, nesta cidade bilionária.
O movimento do professores é corajoso pela atitude de perseguição dos gestores que deveriam estar buscando o diálogo e alternativas. A liderança forte do movimento deveria estar sendo valorizada para a busca de soluções, que mesmo distante do ideal, pudesse apontar para perspectivas, num prazo mais longo de ajustar toda a área. É mais fácil dialogar com lideranças fortes e autênticas.
A Educação é nosso maior desafio em Campos. Ao mesmo tempo o maior calo das administrações que vem se sucedendo no poder neste último quarto de século no município.
Em termos de tempo, este quarto de século, seria mais do que suficiente (praticamente maior que uma geração) para que pudéssemos com todo o dinheiro, deste orçamento bilionário, fazer não apenas mudanças, mas produzir uma revolução para o povo desta nossa Planície.
A Educação Básica, fundamental e médio é o nosso gargalo. Os índices do Ideb são apenas a ponta de um novelo que merece um novo tratamento, e sem o professor tudo isso, será impossível.
No ensino técnico e superior (mesmo com mitos problemas) o município, já atingiu, um outro patamar. A oferta pública de vagas no Ensino Superior avançou, mesmo que a oferta privada ainda seja maior. Na última década estabilizamos o número de matrículas, em cerca de 25 mil, mais, outras 5 mil em pós-graduação.
A manutenção deste número de matrículas, mostra que aquela interpretação de que a oferta represada no passado pela ausência de alguns cursos, depois de atendida, foi substituída por um fluxo normal de quem vem do ensino médio e assim, mantendo o estoque de matrículas. A demanda das cidades vizinhas que na década de 90 vinha mais de Macaé e Cabo Frio, hoje se alarga para os outros municípios do Norte, Noroeste Fluminense e Sul Capixaba.
Enfim, diante desta realidade, o nosso calcanhar é o ensino fundamental e médio públicos. O percentual de alunos de classe média na escola pública é hoje, muito inferior até aos municípios da capital e região metropolitana, onde o ensino privado se expande mais.
Assim, parece que relegada às camadas populares, menor importância, os gestores passaram a dar ao ensino fundamental. Há necessidade de aperfeiçoar a rede e dotá-la de bons e estimulados docentes com salários adequados não apenas à subsistência, mas, para a obtenção de recursos culturais para o melhor desenvolvimento de sua atividade letiva.
Esta atividade letiva está cada vez mais complexa diante deste mundo pós-moderno e fragmentado em que coisas, fatos e circunstâncias são misturados, sem uma articulação que possa ajudar nossos alunos a pensarem, a articular informações soltas, que são acessíveis em cada vez maior proporção, mas, sem vínculos.
Assim, desejo que os professores reforcem as suas forças na luta obstinada em fazer compreender aos que estão no poder, que a sua luta é a de todos nós: é a de um povo, neste tempo civilizatório.
Ameaças e uso de força na Educação, mais do que em qualquer outro campo, são lições do que não deve ser feito e do que pode ser apresentado sobre como enfrentar na vida real, o poder e como tais, etapas de uma boa cartilha de Educação cidadã.
Desarmar os espíritos, sem precisar que as partes, docentes e gestores apresentem suas justificativas, deve ser parte do interesse em buscar soluções no curto e médio prazo. A Educação interessa a todos nós, e os representantes eleitos pelo povo têm que se recordar disso.
Força aos profissionais da Educação em Campos e bom senso aos gestores!
PS.: Atualizado às 12:16: Para correções no texto.
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