sábado, maio 23, 2015

Mar do Açu está sendo atingindo quando se faz carregamento de minério de ferro nos navios

O blog recebeu já faz mais de uma semana informações sobre o pó de minério de ferro que cai no mar, quando ocorre o carregamento dos navios graneleiros, atracados no terminal 1 do Porto do Açu.


Desde então o blog procurou apurar sobre o processo de carregamento feito em esteiras rolantes, desde o pátio, após a filtragem da pasta que chega do mineroduto, da separação da água e do minério, até a grua que joga o minério nas bocas do convés dos navios graneleiros.

Pelo que se vê o problema vem ocorrendo desde o primeiro carregamento no Porto do Açu, em novembro do ano passado. O fato pode ser observado em detalhes, dando "zoom" (clique nas imagens) nas várias fotos que a própria Prumo disponibiliza na internet e no Facebook.

Observe que a granulometria do minério é variável
Observando a foto da empresa com uma funcionária da empresa segurando com as mãos o minério no pátio de secagem que sua granulometria não é uniforme. (Foto ao lado) Então há pedaços maiores e grãos menores, praticamente, pó, esta é parte vulnerável quando do carregamento.

Como a boca das esteiras no guindaste fica no alto e o vento do Açu é relativamente forte, a quantidade de pó que cai é grande. (Foto acima) Assim, ele atinge os trabalhadores e cai no mar, especialmente, entre o navio e o píer do terminal.


A foto do perfil "Radar OZK" no Facebook (ao lado) mostra que mesmo com o pó de baixa granulometria ele é perceptível na água do mar. Veja também a coloração da água ao lado do primeiro navio carregado no Porto do Açu Key Light (foto abaixo).
Foto do Radar OZK em 20-05-2015 no FB

É possível ver em outras fotos que nas tampas destas bocas do convés e ao seu lado está já cheio de minério de ferro, muito pó. O blog marcou em círculos vermelhos para melhor visualização. Há ainda fotos de navios saindo do porto mostrando que esse pó do minério sequer é varrido para dentro das bocas antes dos mesmos zarparem em direção à Ásia.

Como se vê pode ver, o blog procurou obter informações de diversas fontes para identificar e confirmar o problema, antes da postagem deste conteúdo que analisa não apenas o efeito do pó de minério já dentro do mar, mas, todo o processo.

1º embarque - Navio Key Light - Observe a água do mar
quando o navio zarpava do Açu, em novembro de 2014





















É de se lamentar tamanho desleixo num empreendimento que tenta vender a ideia de modernidade e grandiosidade. A continuar o problema, que pelo visto é pouco significativo para o empreendimento que fatura pelo minério que é pesado em milhares de toneladas, em breve as praias  serão atingidas, assim como toda a fauna marinha da região. Pelo que se vê, também os trabalhadores estão sendo atingidos, pela dispersão do pó na área de embarque.

Clique sobre a imagem, faça zoom e observe nos círculos em vermelho o pó de minério caído ao lado das seis bocas do convés do navio, onde o minério de ferro é depositado, para ser transportado do Açu à Ásia


Não é preciso ser engenheiro para identificar que simples mudanças nos equipamentos e processos, como instalação de lonas, ou, aproximação do bico das esteiras que chega até a boca do convés navio, entre outras medidas, poderá eliminar o problema.

O pouco caso indigna até quem depende deste trabalho. A região acredita no desenvolvimento, quer crescimento econômico e emprego, mas rejeita tamanho descaso. Eles parecem crescentes e cada vez mais visíveis.

Como sempre faz o blog disponibiliza espaço para que a Prumo Logística Global S.A., assim, como a empresa Ferroport (joint-venture) entre a Prumo e Anglo American, possam se manifestar e explicar o que farão para resolver o problema.

As autoridades, ligadas à questão ambiental que têm papel não apenas no licenciamento, mas, na fiscalização da operação e de suas consequências para o meio ambiente e para sociedade, devem também agir e poderiam também se manifestar.

O blog abre espaço para que se informe sobre os procedimentos. A conferir!

7 comentários:

Anônimo disse...

Meus Deus, quanta ignorância! É óbvio que a empresa possui licença para fazer o carregamento do minério, senão tal procedimento não seria liberado pelos órgãos ambientais. Levantar um hipótese dessas sem o mínimo de provas é ser no mínimo leviano. Ao invés de criticar um empreendimento que está trazendo o progresso para a cidade, devia produzir notícias boas, como a geração de emprego, aumento na arrecadação de impostos ao município, etc. Espero que na próxima visita eu possa ler uma boa notícia com um mínimo de embasamento.

Roberto Moraes disse...

Os defensores da empresa a qualquer custo, deveriam ler o texto na íntegra

Onde está dito aí que não há licenciamento?

O que se questiona e as provas estão apresentadas é sobre a operação e sobre o processo de carregamento.

Só em perceber que a pretensão é a discussão sobre "progresso" e não sobre desenvolvimento que é diverso de crescimento já se percebe de que embasamento o comentarista se refere.

O blog continua à disposição para ouvir as justificativas.

O blog repete:
"A região acredita no desenvolvimento, quer crescimento econômico e emprego, mas rejeita tamanho descaso. Eles parecem crescentes e cada vez mais visíveis."

Sds

douglas da mata disse...

Santos zeus, quanta cretinice...

A porra da água salgada, o "pogrom" dos pequenos agricultores do V distrito, o desrespeito às decisões judiciais, que quase que tiveram que chamar a Força Nacional, já que a polícia estadual já estava no bolso do colete (pelos acordos com o governador), e agora essa....


Como se licença ambiental fosse um "habeas corpus" permanente para transgredir e agredir o ambiente...

Para o imbecil aí de cima, fica a definição (jurídica) de licença (ou o que me lembro dela):

Ato administrativo unilateral onde o Estado confere a administrado (PF ou PJ) a permissão para atuar, operar (máquinas, como automóveis, por exemplo), explorar ou construir (etc), desde que as condições previstas na outorga (licença) estejam SEMPRE atendidas.

Falndo mais simples para o débil mental aí de cima:

É como a CNH. O fato de ser habilitado a conduzir não significa impunidade às barbaridades que cometer, sendo passível de cassação da licença a qualquer tempo.

Roberto, meu amigo, de onde vem essa gente?

Vai ser burro assim lá depois do Açu...

Anônimo disse...

Quanto desrespeito e desespero do primeiro comentarista, será que está entre os acionistas das ações de centavos? É um fanático político? É uma espécie de pessoa desesperada e que não sabe interpretar a notícia? Só lamento em ter esse tipo de cidadão na sociedade brasileira, o mesmo com uma carteira de habilitação acha que tem licença para atropelar se assim for necessário conforme bem colocado pelo Sr. Douglas.

No mais é de se lamentar que uma empresa desse porte não tenha o cuidado básico com esse tipo de operação, conheço o Açu, desde que o empreendimento chegou o lugar não recebe a devida atenção e tem sofrido com os impactos causados pelo empreendimento. Desapropriações, contaminação do sol, erosão e agora uma possível contaminação da água do mar, isso é desenvolvimento a todo custo?

Roberto, sabe dizer como anda a qualidade da água que vem com o minério e onde ela é despejada? Há alguma fiscalização?

O Estado do Rio parece não ter um órgão de controle ambiental, será que o INEA só existe de fachada?

Souza disse...

Prezado Roberto Moraes, é sabido que esse empreendimento não é nenhuma instituição de caridade. É ganância pura. É o poder do capital sobrepondo aos desvalidos e sem nenhuma representatividade. Agora vão construir o hotel, fala-se em construir um aeroporto, tudo em benefício próprio e não em benefício dos munícipes. Esse porto é o símbolo da destruição ambiental desde as serras das Minas Gerais até o oceano Atlântico. Tudo com a conivência, o acobertamento e a liberação das licenças ambientais permitindo a destruição. Só falta a confirmação de que os chamados órgãos ambientais estão todos vendidos.
Agora se fala em construção de uma ferrovia ligando o oceano pacífico, tomara que esse projeto se concretize enterrando aos poucos esse castelo de areia e fazendo o minério ser exportado pelo lado de lá, bem mais próximo da china.
Ae população de SJB, chega de mentiras, chega de enganação.

Arthur Soffiati disse...

O que vai ser discutido publicamente sobre o Açu na semana que vem? Parece que é o aprofundamento dos canais. Você tem alguma informação?

Rômulo Rocha disse...

Não me admira ser mais uma empresa "respeitada" como a Vale. No universo da exploração só existe lucro, nada mais. Progresso, crescimento, desenvolvimento são as moedas de troco que são oferecidas em nome do lucro explorado. Olhe este vídeo http://youtu.be/ItpKsMf3viw e me digam o que acha desta ação?