domingo, maio 03, 2015

O diabo mora nos detalhes

Eu publiquei em meu perfil no Facebook e resolvi trazer também para esse espaço duas notas que tentam mostrar como nas entrelinhas, nos detalhes as contradições da economia e da política, duas irmãs siamesas, são evidentes para quem se dispõe a aprofundar, um pouco que sejam, as análises:

"Em números relativos, o Brasil tem menor percentual funcionários públicos"

"O senso comum e a conversa rasa da mídia corporativa fala o inverso e é repetido pelos que não se interessam em entender os porquês.

Pois veja, que nesse caso sai na própria mídia comercial, só que nas entrelinhas e no meio das informações,evidentemente que sem nenhum destaque o dado já conhecido e sempre desconsiderado.

Em coluna da jornalista Maria Cristina Fernandes, com o título "O mercado de trabalho do Valor (Globo + FSP), publicado no último dia 30 de abril, disse com todas as letras que "o Brasil, proporcionalmente, tem a menor fatia de funcionários púbicos em relação a toda sua força de trabalho ocupada, quando comparada, a quaisquer países que as agências de classificação de risco consideram modelo para o Brasil".

Isso evidentemente não terá destaque. Também não foi escrito por "blogueiro sujo", ou da mídia chamada alternativa. Abaixo eu posto o link para acesso ao artigo na íntegra para você ver onde está o destaque. A jornalista está no Valor desde 2000, quando o jornal iniciou suas atividades e por 15 anos foi editora de política."

Veja aqui a coluna da jornalista do Valor na íntegra. Abaixo a outra nota, com o segundo "detalhe":


"O segundo detalhe"
"Vamos a outro "detalhe" (dizem que os detalhes explicam o mundo) ainda para tentar entender como se move a relação entre o poder econômico e a política.

No ERJ, a CSN depois que foi vendida para a iniciativa privada sempre gozou de benefícios na maioria dos governos estaduais. Neste caso tem o apelido de incentivos, diferentes dos benefícios sociais, que são chamados de bolsas, e bem poderiam ser chamados, similarmente de "incentivos sociais" como no caso dos "incentivos fiscais" dados como "bolsas aos grandes empresários".

Pois bem, diante da "secura" dos cofres do ERJ, o governo estadual reviu alguns desses absurdos. No caso da CSN, ao invés de pagar R$ 1 bilhão de ICMS por ano, vinha pagando apenas 20% disso. Em dez anos anos imagine que essa conta chega a R$ 8 bilhões. Assim, esse valor deixou de ir para pagamento de professores, profissionais de saúde, etc, e ficava para o senhor Streinbuch.

Sim, a mídia não se importa com isso, talqualmente (para lembrar nosso José Candido), nunca se interessou sobre a sonegação plim-plim com esquemas em paraísos fiscais, empresas offshore, etc. E veja, esse valor seria quase a soma dos esquemas do mafioso Paulo Roberto Costa na Petrobras.

Mas, perceba, ou "veja", eu e nem você saberíamos disso se não fosse pelo detalhe na nota do blog do jornalista Lauro Jardim, da revista Veja, que sempre serviço das empresas e dos empresários deu a nota abaixo, hoje em seu blog, só que, evidentemente, falando mal do governo do estado, como se a "bolsa empresário" de R$ 800 milhões por ano, fosse direito adquirido.

Uma inversão de valores. Contradições que diariamente ficam postas sobre nosso olhares, que parece que pulverizados e fragmentados, não percebemos. Mas, vamos seguir exercitando o "pique" que escancara as contradições" da economia, irmã siamesa da política.

Confira abaixo a nota para perceber com entre os detalhes o "diabo" se locupleta com o que deveria ser do povo:

"Mudanças na cobrança de ICMS e quebra de compromissos ambientais azedam relação entre CSN e governo do Rio de Janeiro"

"Benjamin Steinbruch recebeu dois duros golpes nos seus planos de reduzir o endividamento da CSN.

Há um mês, a siderúrgica sofreu com a alteração dos benefícios fiscais no pagamento de ICMS no Rio de Janeiro. Hoje, a empresa paga cerca de 200 milhões de reais por ano em impostos no estado. Luiz Fernando Pezão acha pouco e, com a nova legislação, quer a volta do período em que a CSN despejava 1 bilhão de reais nos cofres públicos.

A outra mordida veio da área ambiental: o governo do Rio executou uma fiança bancária da siderúrgica de 13 milhões de reais por não cumprimento dos compromissos de um termo de ajustamento de uma fábrica.

Steinbruch nunca teve boas relações com Sérgio Cabral e, pelo visto, a tradição seguirá com Pezão.
Por Lauro Jardim."

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