As prováveis novas prefeitas de Barcelona e Madri (provável, porque no sistema política de lá, o(a)s deputado(a)s eleitos para o parlamento é que escolhem o prefeito (alcaide ou alcadesa) são mulheres. Elas são em número cada vez maior nos postos de mando político, como Dilma, Merkel, Bachelet, Cristina Kirchner, etc.
Porém, a mudança das origens também parecem significativas: em Barcelona, uma das maiores metrópoles do mundo, Ada Colau chegou ao cargo pelo seu trabalho de liderança na campanha para impedir que os bancos continuassem a despejar famílias que não conseguiam pagar seus financiamentos imobiliários, depois da crise das hipotecas em 2008/2009. Cerca de 350 mil famílias foram despejadas e sua luta impediu que muitas saíssem e ainda, deu apoio para que algumas das milhares de habitações vazias fossem ocupadas por aqueles "sem teto" em sem emprego e renda.
Em Madri, a provável prefeita (alcadesa) Manuela Carmena, de 71 aos, é uma ex-juíza e ativista pelos direitos humanos e foi desta forma que acabou liderando uma aliança de esquerda na eleição, sem antes ter participado diretamente da política.
Outros ativistas em cidades menores tiveram destaques.
As mobilizações no interior das nações representam processos históricos particulares, mas parecem também guardar algumas similaridades. Outro país da periferia da Europa, a Grécia vive situação parecida.
Uma primeira leitura parece mostrar um esgotamento e o cansaço com as opções mais próximas ao centro, no caso espanhol, acentro-direita, atualmente no poder com o PP, ou centro-esquerda, o PSOE.
Esta interpretação segue na linha que os gestores tem acabado se transformando quase que exclusivamente em "gerentes" do poder econômico, junto ao poder e à política, sem a qual seus interesses não se completam, mesmo em estados ditos como mínimos.
Além disso, essa cumplicidade acabou ampliando enormemente os casos de corrupção, ligadas ao financiamento eleitoral. Não é difícil entender toda esta trama.
Quando o "gerente" escolhido não cumpre o esquema combinado com o poder econômico, este procura sua eterna aliada e dependente, a mídia comercial e, assim, trata de desferir todos os golpes entregando os esquemas, através das "fontes", denúncias anônimas, delações premiadas, etc.
Desta forma, entregue e sem força diante do poder econômico e dos eleitores que os escolheram como representantes políticos, o poder econômico se rearticula com novas lideranças, seguindo o script de que se vive numa democracia, só que pressionada e falsa, pelos pressupostos do controle quase absoluto do poder econômico. O que se configuraria numa plutocracia.
Estas reações iniciais podem significar (ou não) a percepção desta realidade. A conformação desta hipótese se daria pelo fato de que até as conhecidas pressões contra os extremismos e para a busca de um certo equilíbrio e cuidado, sempre defendidos pelas posições políticas mais próximas ao centro, parecem estarem sendo descartadas, com algumas populações, passando a optar por alternativas, mais "de fora" (out sider) do script partidário e político até então.
Esta leitura do fenômeno é ainda embrionária e sujeita a longos debates, participações e avaliações.
Repito, são realidades distintas, entre e intra nações.
Porém, ao observar também o quadro nacional, o surgimento de resistências ao centro e polarizações à esquerda e esquerda, mais a formação de novas "frentes", etc. parece que novos arranjos estariam sendo buscados.
Modelos antigos ainda preponderam e mandam, mas é claro que um novo quadro parece estar se desenhando como paradigma. As forças políticas, econômicas e sociais, contra e pró a manutenção do status-quo, não devem apenas assistir esse processo.
Usualmente, as força econômicas e parte das forças políticas lançam mão das forças policiais e militares para controlar este processo.
De outro lado, as forças sociais e a outra parte da força política buscam apoios e lutam para manter o ímpeto das transformações.
O fenômeno parece em curso e o jogo segue sendo disputado.
Estas reações iniciais podem significar (ou não) a percepção desta realidade. A conformação desta hipótese se daria pelo fato de que até as conhecidas pressões contra os extremismos e para a busca de um certo equilíbrio e cuidado, sempre defendidos pelas posições políticas mais próximas ao centro, parecem estarem sendo descartadas, com algumas populações, passando a optar por alternativas, mais "de fora" (out sider) do script partidário e político até então.
Esta leitura do fenômeno é ainda embrionária e sujeita a longos debates, participações e avaliações.
Repito, são realidades distintas, entre e intra nações.
Porém, ao observar também o quadro nacional, o surgimento de resistências ao centro e polarizações à esquerda e esquerda, mais a formação de novas "frentes", etc. parece que novos arranjos estariam sendo buscados.
Modelos antigos ainda preponderam e mandam, mas é claro que um novo quadro parece estar se desenhando como paradigma. As forças políticas, econômicas e sociais, contra e pró a manutenção do status-quo, não devem apenas assistir esse processo.
Usualmente, as força econômicas e parte das forças políticas lançam mão das forças policiais e militares para controlar este processo.
De outro lado, as forças sociais e a outra parte da força política buscam apoios e lutam para manter o ímpeto das transformações.
O fenômeno parece em curso e o jogo segue sendo disputado.
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