A Anglo American administra a mina de extração de minério de ferro, no município de Conceição do Mato Dentro, MG, mineroduto de 525 até o Porto do Açu, onde desidrata a pasta, filtra e extrai o minério para ser exportado.
Embarque de minério da Anglo (FerroPort) no Açu |
Agora o presidente da Anglo confirma que o empreendimento está trabalhando no fio da navalha, próximo ao ponto de equilíbrio, mas, com prejuízo, em função do preço do minério de ferro no mercado mundial.
Interessante observar que em passado recente o mesmo Castellari chegou a dizer que o custo de extração do minério pelo Sistema Minas-Rio seria em torno de US$ 40 a tonelada.
Na reportagem Castellari não cita os problemas que estão se sucedendo no processo de transporte pelo mineroduto que está reduzindo a quantidade de minério que chega ao Açu, deixando por várias vezes, navios esperando para atracar e também levando mas tempo para embarque o esperado, junto ao Porto do Açu.
Estes fatos devem estar relacionados aos motivos para o aumento do custo do minério para a Anglo. Também não foi ainda comentado, mas terá que ser em breve, por conta das averiguações das autoridades ambientais, sobre a quantidade de "pó" de minério de ferro que cai no momento de embarque no Porto do Açu, por decorrência de processos de engenharia, mal projetados e operados. Confira abaixo
"Anglo poderá fazer nova baixa do Minas-Rio"
"A Anglo American pode fazer nova redução ao valor recuperável do projeto Minas-Rio, no Brasil, por conta da desvalorização do minério de ferro. Paulo Castellari, presidente dessa divisão da companhia no país, disse ontem a jornalistas que a partir de agora as potenciais reduções de valor se darão por conta da cotação da commodity.
No passado, encarando atrasos e problemas para o início da operação do empreendimento, o grupo já teve de realizar essa baixa no balanço consolidado global. O último deles, de US$ 3,5 bilhões, foi feito no resultado de 2014 e também já incluía as projeções de queda no preço da commodity.
Atualmente, o projeto é deficitário ou se encontra no ponto de equilíbrio - ou seja, não dá lucro, nem prejuízo. Isso porque, lembra o executivo, o custo do Minas-Rio, da extração ao embarque do produto, situa-se próximo a US$ 60 por tonelada, sendo que o preço está ao redor da referência do mercado à vista.
Hoje, o minério com teor de 62% de ferro é negociado abaixo de US$ 60 nos portos chineses. O produto da Anglo American, contudo, varia entre 67% e 68% de teor, o que confere um prêmio à venda. Mesmo assim, a expectativa é que a geração de caixa se fortaleça só a partir do ano que vem, com a expansão já programada reduzindo o custo de caixa para níveis entre US$ 33 e US$ 35 a tonelada.
A expectativa é que o projeto produza de 11 milhões a 14 milhões de toneladas de minério de ferro neste ano. No primeiro trimestre, o volume foi de 1,2 milhão de toneladas. Para 2016, espera-se patamar de 24 milhões a 26 milhões de toneladas. A companhia espera que a capacidade inicial prevista, de 26,5 milhões de toneladas, seja atingida em 2017. Até 2020, Castellari diz acreditar que o Minas-Rio possa produzir 29 milhões de toneladas.
No balanço do meio de ano, o grupo de mineração deve dar estimativas atualizadas de como o custo pode se comportar daqui para frente no Minas-Rio. A desvalorização do real ante o dólar provavelmente vai reduzir esse patamar atual de US$ 60, afirmou Castellari, mas é necessário analisar o quanto a inflação pode ofuscar esse ganho.
Por meio de estudos e do comportamento observado no início de operação do projeto, a Anglo American decidiu atualizar o total de reservas minerais recuperáveis, do 1,45 bilhão de toneladas calculado anteriormente para 2,8 bilhões. A mudança nas previsões foi divulgada durante a entrevista coletiva realizada na cidade de Lagoa Santa, situada a cerca de 35 quilômetros de Belo Horizonte."
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