quinta-feira, maio 14, 2015

Produção industrial cresce em março no ERJ 4,8% puxada pela indústria do petróleo

Fica cada vez mais evidente o peso da cadeia produtiva no petróleo no ERJ. No final do ano passado, tanto o presidente da Firjan, quanto o secretário estadual de Desenvolvimento citaram o percentual de 30% do PIB como o peso da cadeia produtiva do petróleo na economia fluminense.

Ontem, o IBGE divulgou os indicadores conjunturais da indústria no Brasil no mês de março. Estes dados fazem parte da "Pesquisa Industrial Mensal Produção Física - Regional".

Em todo o Brasil houve uma queda de 0,8%. A redução no ritmo da produção industrial nacional na passagem de fevereiro para março, série com ajuste sazonal, foi acompanhada por cinco dos 14 locais pesquisados, com destaque para os recuos mais acentuados registrados por Ceará (-3,1%), Minas Gerais (-2,5%), Paraná (-2,3%) e Pernambuco (-2,2%).

Por outro lado, Bahia, com expansão atípica de 22,1%, mostrou o crescimento mais elevado nesse mês, após três meses consecutivos de queda na produção, período em que acumulou perda de 21,9%. Região Nordeste (8,1%), Rio de Janeiro (4,8%) e Pará (3,2%) também assinalaram avanços acentuados em março de 2015, enquanto Espírito Santo (1,2%), Rio Grande do Sul (1,1%), Goiás (0,7%), Amazonas (0,5%) e Santa Catarina (0,3%) apontaram expansões menos intensas.

Na comparação com igual mês do ano anterior, o setor industrial mostrou redução de 3,5% em março de 2015, com onze dos quinze locais pesquisados acompanhando o movimento de queda na produção. Vale citar que março de 2015 (22 dias) teve três dias úteis a mais do que igual mês do ano anterior (19 dias).

Abaixo o quadro geral da indústria de regiões e alguns estados brasileiros:







Como se vê além da Bahia um destaque é o Rio de Janeiro. Apesar de toda a crise a indústria cresceu 4,8% de fevereiro para março deste ano. Isso deve ter refletido sobre o número de empregos no estado que comentamos aqui em nota no dia 8 de maio.

Porém deve-se observar que embora o desempenho no estado tenha sido superior à média nacional, em relação a março do ano passado ela caiu 5,1% e no acumulado dos últimos doze meses caiu 4,1%.

Para Mauro Osório, economista e professor da UFRJ, comentou em seu perfil no FB que "os destaques positivos no nosso estado foram um crescimento de 8,7% na indústria extrativa, 22,2% na indústria farmacêutica e farmoquímica e 6,3% no setor ligado a indústria naval. Entre os setores que apresentaram queda de produção industrial nesse período, podemos destacar a produção de automóveis e caminhões que caiu 36,5% e refino de petróleo, com uma queda de 14,9%. Será interessante acompanhar os resultados dos próximos meses."

Diante destes números, eu eu tenho insistido na necessidade de se investigar o entrelaçamento da cadeia produtiva do petróleo com os demais setores, para melhor compreender as chances e as formas de adensamento de toda a produção no estado.

Outro fato que tenho chamado a atenção para quando se analisa a toda a dinâmica econômica estadual é a necessidade de separar, analiticamente, a Economia do Petróleo da Economia dos Royalties. 

Preparei uma matriz em três dimensões para explicar esse fenômeno que publicarei brevemente. Falarei tanto sobre essa questão, quanto sobre o movimento espacial decorrente deste processo.

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