terça-feira, junho 30, 2015

"Câmara de SJB devolve à Prefeitura projeto de lei que anteciparia receitas dos royalties"

O presidente da Câmara de São João da Barra, Aluizio Siqueira, devolveu na tarde desta terça-feira (30), o projeto de lei nº 024/2015, de autoria do Executivo, que dispunha sobre a autorização para a contratação de operações financeiras com base na Resolução nº 43/2001 do Senado Federal (antecipação de receitas dos royalties).

Segundo release enviado pela Assessoria de Imprensa da Câmara de Vereadores de SJB, essa contratação seria baseada nas perdas apuradas entre a média recebida nos exercícios de 2013 e 2014 e a projeção para os anos de 2015 e 2016, dando em garantia os royalties a serem recebidos.

O presidente da Câmara, vereador Aluizio Siqueira teria destacado que a inconstitucionalidade existente no projeto de lei decorre da violação ao artigo 48, inciso II da Constituição Federal e ao artigo 13, inciso IV da Lei Orgânica do Município, na medida em que o Legislativo delegaria ao Executivo, de forma completamente indevida, sua exclusiva competência para dispor sobre obtenção e concessão de empréstimos e operações de credito. E a autorização legislativa deveria especificar os elementos essenciais de identificação da operação de crédito, o que não consta no projeto de lei, tais como: valores, modalidade contratual, prazo e forma de pagamento, valores de juros, a forma da antecipação e como se dará.
Presidente do Legislativo de SJB
Aluizio Siqueira - Foto Ana Carolina 
Lopes. Assessoria de Imprensa

– Não foi claro e demonstrado no corpo do texto se estas perdas seriam referentes às receitas oriundas de royalties do petróleo e participações especiais ou de outras receitas do município. O texto foi mal redigido e não permitiu a interpretação correta de qual perda seria – explicou Aluizio, salientando que, aprovar o projeto conforme chegou à Casa, consistiria em “um cheque em branco do Legislativo ao Executivo para fazer o que quisesse com as receitas dos royalties do petróleo dos anos vindouros, atentando contra a imperiosa transparência dos atos públicos, prevista na Constituição Federal”.

O presidente destaca, ainda, que “pagar em torno de 30% de juros anuais é uma dívida cara para a população sanjoanense, assim como é errado deixar dívidas para futuros gestores, contrariando o que prega o Executivo atual que sempre declara à imprensa, superávit de arrecadação e saúde financeira ótima”, acrescentou Aluizio. 
 
O texto do projeto mencionava que a autorização para a contratação de operações financeiras seria realizada com base na Resolução nº 43/2001 do Senado. No entanto, o artigo 78, inciso III do Regimento Interno da Câmara diz que projeto de lei aludindo à lei, decreto, regulamento ou qualquer outra norma legal deve ser acompanhado de texto – observância legal não cumprida pela Prefeitura.

Prumo anuncia diretor de Óleo & Gás para Porto do Açu

Em release enviado há pouco ao blog a Prumo anunciou hoje, um novo diretor de Projetos de Óleo e Gás da companhia, Décio Oddone. Ele terá a função de coordenar a finalização da construção do Terminal de Petróleo (TOIL) do Porto do Açu e o desenvolvimento de termoelétricas e do hub de gás no porto.

No informativo à imprensa a Prumo informou que o Hub de gás no Açu contará com o desenvolvimento de projetos como gasodutos terrestres e marítimos para transporte de gás, termoelétricas a gás, terminal de regaseificação e armazenamento de GNL, plantas de processamento de gás natural e terminal de GLP (gás liquefeito de petróleo).

“Inicialmente, o empreendimento contará um uma unidade regaseificadora flutuante de GNL que será instalada no Terminal 2 (T2) do porto. Com isto, o Açu poderá receber o gás que será utilizado nas termoelétricas. A Prumo está em processo avançado de licenciamento para instalação de unidades térmicas no Porto do Açu.”

Vista aérea do Terminal 1 do Porto do Açu, junho 2015. Fonte Prumo.
Ainda no informe a Prumo informa que o Porto do Açu pretende se tornar importante polo consumidor de gás, com uma demanda de cerca de 15 milhões de m³/dia, viabilizando uma nova alternativa para a comercialização do gás associado produzido no litoral da região. A chegada do gás associado ao empreendimento, estimula o desenvolvimento e a ocupação industrial da retroárea do porto, trazendo benefícios para a região sudeste do país, uma vez que o gás poderá ser disponibilizado ao mercado através de conexão com a rede de distribuição existente próxima ao Porto.

“A instalação do Hub de gás é mais um diferencial do Porto do Açu. Além de contar com um porto com capacidade para receber grandes navios, já em operação, e retroárea disponível para instalação de indústrias, o Açu irá também oferecer uma solução logística eficiente e competitiva para o consumo de gás natural e seus derivados”.

O novo diretor Décio Oddone é graduado em Engenharia Elétrica pela UFRGS e pós-graduação em Engenharia de Petróleo pela Petrobras. Cursou especialização nos EUA e na França. É mais um ex-funcionário (gerente) da Petrobras, onde atuou por 30 anos ocupando diversos cargos executivos no Brasil, Bolívia, Argentina, Angola e Líbia. Ocupou o cargo de Presidente da Petrobras Bolívia entre 1999 e 2004, época em que esteve à frente da implantação da infraestrutura necessária para exportação de gás para o Brasil através do Gasbol (Gasoduto Bolívia-Brasil). Em 2004, Oddone ficou responsável pelas operações da Petrobras em países da América Latina e ocupou o cargo de Presidente do Conselho de Administração da Petrobras Energia S.A. onde em 2008 foi nomeado presidente. Foi ainda vice-presidente de Investimentos da Braskem.

Comentários do blog:

Com a decisão da criação de uma nova diretoria de Óleo & Gás o Porto do Açu reforça sua atuação no setor da cadeia produtiva do petróleo e do gás, agora não apenas relacionada às empresas instaladas junto ao terminal 2, mas, também para os projetos de transbordo de petróleo (atividade de risco) junto ao terminal 1, e ainda os projetos de construção dos gasodutos e consumo de gás, junto aos projetos que estão sendo desenvolvidos para uso do gás (GN e GNL) para uso em usinas termelétricas que voltaram a ser projetadas na retroárea do porto, próximo ao terminal 1.

É como o blog já se referiu há quase seis meses: diante da crise do preço das commodities, especialmente do petróleo, o Porto do Açu passou a levar vantagem sobre outros projetos de terminais portuários.

Isso se deu, por conta do fato do seu projeto, mesmo com o cronograma bastante atrasado, de um consumo de recursos bem além do previsto e da crise do grupo EBX, ainda assim, conseguiu avançar e se mostrar em condições de receber bases produtivas que demandam áreas e serviços de circulação (fluxos) e movimentação de cargas, junto ao litoral da região Sudeste.

Assim, o Porto do Açu ganhou competitividade em relação ao terminal da Petrobras em Macaé, dos terminais dos complexos portuários da Baía de Guanabara e mesmo à disputa por Centro de Logística com o vizinho estado do Espírito Santo. A conferir!

Humildade e coragem para a construção de novas agendas nos municípios e estado petrorrentistas

O empenho que o governo estadual do RJ está fazendo de receitas futuras dos royalties do petróleo, e em dólares, mostra que a falência deste modelo de gestão vai para além da polarização das disputas pelo poder local.

As "soluções óbvias" tanto de cortes de gastos lá atrás (muitos discutíveis), quanto de buscas de "receitas futuras" no presente, estão sendo "saídas tecnocráticas" gestadas em gabinetes e sem debate e participação da sociedade.

A gênese da questão vou voltar a insistir é Política. Não há saída fora do diálogo amplo e plural das lideranças com a sociedade e da cooperação entre os municípios. É preciso estimular (mesmo que este seja um processo difícil, pelo desgaste das lideranças políticas) e ampliar a participação da sociedade.

Será do debate que surgirá a disposição de enfrentar (e repartir dificuldades), pensar e organizar o futuro com projetos de curto e médio prazos.

Não se deve ter ilusão ou ingenuidade com a busca de consensos, porque quem não há como conciliar quem muito ganhou até aqui, com os que precisam de apoio para a construção de uma nova agenda.

A redução das receitas dos royalties que no presente é fruto da redução do preço do barril do petróleo, em breve, será pela mudança do critério de rateio e divisão desta receita, a partir da decisão em breve da ação judicial no STF.

É preciso ter coragem e liderança para tocar a nova agenda, nos diferentes níveis de governo.

As saídas isoladas municipais são insuficientes e pobres. Só a cooperação e a articulação entre municípios podem oferecer potência para programas e projetos estruturantes tanto na dimensão econômica, quanto social.

Portanto, só a Política tem a capacidade de mediar e liderar este processo.

Isto exige humildade, desprendimento, mas acima de tudo coragem para admitir que um ciclo está se encerrado e o outro parece teimar e temer em se mostrar.

Lançamento de livro sobre a história da construção do Canal Campos Macaé

A professora Ana Costa nos envia o convite e o blog divulga. Não conheço a publicação e nem a autora, mas o tema do livro e da pesquisa são instigantes e a premiação do Arquivo Público do ERJ, um importante selo: "Nas águas do canal: Política e Poder na construção do Canal Campos Macaé (1835-1875)". Nesta terça-feira (30/06) a partir das 18:30 em Macaé.


SP notifica e dá prazo para plano de utilização de imóveis questionando a necessidade da função social da propriedade

O IPTU progressivo e a exigência de um plano de utilização de imóveis vagos e desocupados é uma medida discutida há décadas pelos movimentos de reforma urbana, contra os processos de especulação imobiliária.

Pois bem, o município de São Paulo na semana passada passou a notificar os proprietários de terrenos vazios ou edificações consideradas sem uso a apresentarem um plano de utilização para os imóveis, sob pena de aumento do IPTU e progressivamente, até de desapropriação.

Inicialmente foram um total de 170 imóveis. Outros 700 casos estão sendo  analisados pela administração pública para posterior notificação.

A medida só foi possível após o município regulamentar norma para garantir que se cumpra a conhecida função social da propriedade que constam do novo plano diretor do município.

Pela norma, são passíveis de notificação os terrenos com mais de 500 metros quadrados e prédios que tenham menos de 60% de ocupação.

Como se vê a norma busca não atingir casos excepcionais, mas aqueles que ficam claro a guarda propriedade para especulação, usando na maioria das vezes áreas já urbanizadas e com equipamentos públicos bancados pela municipalidade.

O caso do município de São Paulo não é o único. Pelo menos outros três municípios também regulamentaram e aplicaram as regras do Parcelamento, Edificação e Utilização Compulsórios (Peuc), etapa normalmente usada antes do IPTU progressivo: Goiânia (GO), São Bernardo do Campo (SP) e Maringá (PR).

É evidente que a reação à medida é grande, por parte daqueles que consideram que a propriedade está acima de qualquer outro direito, com o dono fazendo dela o que bem entende, independente do preceito constitucional que determina que a propriedade deve cumprir sua função social.
Fonte da informação: Legislação & Tributos do Valor Online.

segunda-feira, junho 29, 2015

"Longa duração e incerteza" por Fiori

Mais uma vez, o professor José Luis Fiori faz em síntese um artigo essencial para a leitura mais totalizante e menos abobalhadamente polarizada. A partir dele é possível se compreender o momento político em que o nosso país vive, diante da observação do processo histórico e das complexas relações geopolíticas do presente. Ele foi publicado no Valor (P.A11) na última sexta-feira.

Quem ainda quiser ir um pouco mais fundo pode também ler o seu penúltimo artigo "O caos ideológico" que também replicamos aqui no blog no dia 29 de maio. Confiram!

"Longa duração e incerteza"
"A leitura atenta da história brasileira permite ver que suas grandes inflexões estruturais foram provocadas por decisões tomadas em momentos de grande crise e desafio nacional e internacional. Como aconteceu no caso da "independência" brasileira, por exemplo, que foi uma decisão "reativa" e pouco planejada, frente a um contexto de profunda transformação geopolítica e econômica do Velho Continente, que culmina com a Paz de Versalhes e a supremacia naval, financeira e industrial da Inglaterra, dentro e fora da Europa.

E o mesmo também aconteceu no caso da "abolição da escravidão' e da "proclamação da República", duas decisões brasileiras inseparáveis da conjuntura internacional, que começa ­ na América do Sul ­ com a derrota política do Brasil na Guerra do Paraguai, onde perdeu a hegemonia do Prata, e começou a desintegração do estado imperial e de suas próprias forças armadas; e fora da América do Sul, onde entra em curso uma ampliação e reconfiguração do núcleo das grandes potências, com a ascensão econômica e política dos EUA, Alemanha, Japão e Rússia.

Só que nesta conjuntura, ao contrário do que passou na independência, existiu um projeto e uma estratégia nacional que foi vitoriosa e que impôs ao país a República, junto com hegemonia do "cosmopolitismo agrário" das elites paulista e mineira. Da mesma maneira, já no século XX, a "Revolução de 30" foi também uma resposta ao desafio provocado pela "era da catástrofe", das grandes guerras, revoluções e crise econômica.

Mas ao mesmo tempo, a Revolução de 30 e a própria instauração do "Estado Novo" foram momentos decisivos de um projeto nacional que foi concebido na década de 20, por uma parte da elite civil e militar brasileira ­ que conseguiu manter sua hegemonia até a década de 80 ­ que se propôs reconstruir e fortalecer o Estado brasileiro, e suas forças armadas, incentivando e promovendo ativamente a industrialização e o crescimento econômico nacional, como forma de alcançar e superar a Argentina, na luta pela hegemonia do Prata e pela liderança da América do Sul.

Cinquenta anos depois, a "redemocratização" da década de 80 marcou uma nova inflexão histórica indissociável da mudança geopolítica e econômica mundial, que começou com a crise e redefinição da estratégia internacional dos EUA, que passou pela reafirmação do dólar, pela desregulação das finanças internacionais e pela escalada armamentista que levou à desintegração da URSS, ao fim da Guerra Fria e à instauração da "unipolaridade imperial" dos EUA, que durou até o 11 de setembro de 2001.

Assim mesmo, depois de três décadas aproximadamente, o Brasil segue sem conseguir definir e consolidar uma estratégia nacional e internacional hegemônica. Pelo contrário, ainda hoje se pode dizer que este é o verdadeiro "núcleo duro" da disputa cada vez mais violenta, entre as duas vertentes políticas ­ o PT e o PSDB ­ de um mesmo projeto bifronte que nasceu nos anos 80/90. Sua base social era diferente, mas sua matriz teórico-­ideológica originária foi mais ou menos a mesma: paulista e democrática, mas ao mesmo tempo, anti­estatista, anti­nacionalista, anti­populista, e em última instância, também, anti­desenvolvimentista.

Este projeto bifronte, entretanto, se dividiu de forma cada vez mais nítida e antagônica, a partir dos anos 90, quando o PSDB liderou uma política governamental de apoio, ajuste e integração do Brasil à nova estratégia econômica internacional dos EUA, de desregulação e globalização monetário-financeira e de apoio ao projeto da Alca.

Da mesma forma que na década seguinte o PT liderou um governo de coalizão que foi adernando cada vez mais na direção de um projeto de Estado e de "capitalismo organizado" e de "bem­-estar social", ao lado de uma política externa cada vez mais autônoma e voltada para as "potências emergentes", mesmo que nunca tenha conseguido alterar as regras e instituições monetário-­financeiras criadas pelos governos do PSDB.

O que passou nesta última década e meia foi que as mudanças de rumo e os próprios desdobramentos inovadores da estratégia petista foram provocando deserções e criando vetos cada vez mais radicais de forças nacionais e internacionais, de dentro e de fora da própria coalizão governamental.

E como consequência previsível, a coalizão governamental petista foi perdendo a unidade e a força que seriam necessárias para tomar as decisões capazes de enfrentar a crise econômica atual sem abandonar a estratégia econômica que foi sendo construída a partir do segundo governo Lula. Este panorama de fragmentação e polarização nacional interna, entretanto, se agrava ainda mais quando ele é colocado na perspectiva de um conflito internacional cada vez mais aberto e violento, entre os EUA e a Rússia, e de uma competição política e militar cada vez mais explícita, entre os EUA, sendo Rússia e China os dois principais aliados do Brasil no projeto Brics.

Assim mesmo, o que mais assusta e preocupa neste momento é que o receituário tradicional do PSDB parece agora cada vez mais simplista e esclerosado; enquanto o PT parece cada vez mais apoplético e paralisado; e o governo, cada vez mais dividido e fragilizado. É óbvio que o Brasil sairá desta situação e seguirá em frente, como já o fez no passado, mas não está claro, nem muito menos, qual será a estratégia e o caminho vencedor.

No entanto, é preciso ter atenção, porque foi nestas situações de alta polarização e incerteza social que surgiram e galvanizaram o poder em outras sociedades ocidentais, forças sociais e políticas fundamentalistas, obscurantistas e retrógradas, que sempre contaram com o apoio oportunista de amplos setores da elite financeira e iluminista, nacional e internacional. Os mesmos setores que depois derramam "lágrimas de crocodilo" na porta dos campos de concentração onde se tentou purificar e corrigir o mundo por meio da exclusão ou da morte dos impuros e dos hereges.

José Luís Fiori, professor titular de economia política internacional da UFRJ, é autor do livro "História, estratégia e desenvolvimento" (2014) da Editora Boitempo, e coordenador do grupo de pesquisa do CNPQ/UFRJ. www.poderglobal.net."

Logística aérea para as bases de exploração de petróleo offshore na Bacia de Campos

Atualmente a Petrobras transporta 94.000 passageiros por mês de helicóptero, fazendo cerca de 9 mil voos mensais. Para este tipo de serviço, a estatal usa uma frota de 113 aeronaves.

Na Bacia de Campos, se utiliza de 4 bases aeroportuárias: Macaé, Campos, Farol e Cabo Frio. Só o aeroporto de Macaé tem aproximadamente 200 voos diários e uma circulação de 1.300 passageiros/dia.

O aeroporto de Macaé projetou uma expansão que passará de 400 mil m² para 3 milhões de m² de área total que prevê ainda um novo terminal de passageiros, além da ampliação do pátio das aeronaves.

A principais empresas que atuam na Bacia de Campos atendendo à Petrobras são: Líder Aviação; BHS; OMNI e Aeróleo. Outras de menor porte atendem demandas específicas de transporte entre as bases das empresas em terra, as plataformas e sondas de exploração de petróleo offshore.

A Petrobras desenvolve atualmente um projeto para que estas prestadoras de serviços de transporte aéreo para as plataformas, sondas e navios, troquem parte de seus helicópteros para outros de maior porte e maior autonomia de voo, para as plataformas localizadas mais distantes do continente.

Há na Bacia de Campos, outras empresas que prestam serviços de transporte de helicóptero atuando para petroleiras e para empresas de manutenção e serviços em instalações offshore.

domingo, junho 28, 2015

Porto do Rio em 1897

A imagem abaixo é da Praça XV, no Rio de Janeiro, em 1897, oito anos depois da Proclamação da República. Ao lado da Praça XV se vê a lateral da área do Porto do Rio de Janeiro.

Seis anos após a data desta foto, o prefeito do Rio de Janeiro, Pereira Passos, com ajuda do presidente Rodrigues Alves executa grande projeto de urbanização na capital federal. Neste projeto foi incluída a reforma e expansão do Porto do Rio de Janeiro, com a construção dos armazéns para estoque e posterior exportação de açúcar do norte do estado e café, do sul fluminense.

Ao fundo se vê a Ilha Fiscal e o seu castelo, local da realização do último baile do Império em 1889. A foto é de Marc Ferrez e pertence à coleção do Gilberto Ferrez, acervo atualmente do Instituto Moreira Salles:



Revista Informe Ambiental

O blog saúda a inciativa do Cristiano Peixoto e Roger Coutinho com a criação da revista Informe Ambiental. Além dos exemplares impressos (1.500) que segundo eles serão distribuídos gratuitamente, eles informam sobre o blog da revista: http://www.informeambientalbr.com.br/

Além disso emitiram o convite para o lançamento da revista na próxima quinta-feira, 2 de julho, às 19 horas, no auditório da TecCampos/UENF. O blog deseja sucesso na empreitada:



Dívidas por Galeano

Observando o grave caso da dívida da Grécia, não há como não recordar da frase do escritor uruguaio que morreu em abril último, Eduardo Galeano, autor do famoso livro "As veias abertas da América Latina": 

“Dívida é um pecado que não tem expiação... quanto mais você paga, mais você deve”.

sábado, junho 27, 2015

A Feira Brasil Offshore em Macaé, as empresas estrangeiras, conteúdo nacional e regionalização

Como o blog já comentou, mesmo em meio às crises, a presença de empresas ligadas à cadeia produtiva do petróleo e do gás, na feira em Macaé, que se encerrou ontem, foi bem significativa.

Segundo a Swift Worldwide Resources (Ramalho, A., Valor P.A4, 23/06/2015) cerca de 150 mil trabalhadores foram demitidos nos últimos meses em todo o mundo na cadeia produtiva do óleo & gás.

Assim, observando o setor após esta pisada no freio, quando as empresas passaram a "enxugar custos" e fazer aquisições, incorporações e fusões, a expectativa delas agora, passou a ser a reorganização e parece que imaginando uma retomada, onde o contato entre elas passa a ser fundamental. Muitos dos seus representantes verbalizaram para os visitantes que o pior já passou.

Nesta observação vale ainda o registro a presença de empresas estrangeiras na Brasil Offshore.

Especialistas também ministraram palestras durante a
Brasil Offshore 2015 em Macaé
Segundo a organização do evento foram 56 empresas estrangeiras, dentre as cerca dos 700 expositores. Porém, observando atentamente os stands da Brasil Offshore, a lista dos expositores e seus ramos de atuação, foi possível identificar que este número de empresas e grupos estrangeiros é bem maior. Para isto, é só observar as empresas que através de suas sucursais ou joint-venture (sociedade) com empresas nacionais, adotam a denominação "... do Brasil" nos seus nomes de fantasia.

Isto certamente reflete a importância da política de conteúdo nacional exigida pela ANP, para as empresas exploradoras de petróleo no litoral brasileiro. É através deste mecanismo que se pode gerar empregos e permitir que empresas e técnicos brasileiros possam se vincular (se interligar) a estas cadeias de valor global.

Este foi o mecanismo usado pela Noruega, país que hoje detém um número de significativos de empresas atuando em diversas partes do mundo na exploração offshore, incluindo o Brasil.

Outro fator que merece destaque nesta linha é a observação de que as empresas estrangeiras começaram por aqui vendendo equipamentos, e hoje, cada vez mais, estão também em diversas áreas de serviços especializados, que muitas vezes remuneram melhor e permitem margens de lucro bem maiores do que a venda de equipamentos e de tecnologia high-tech.

Nesta linha de observação vale ainda registrar a quantidade de empresas que se apresentam como ofertando "soluções gerais", ou não apenas um ou outro serviço, mas a integração deles, se apresentando como de serviços e soluções para seus contratantes, envolvendo a articulação de diversos produtos e serviços. Algumas delas se intitulam como "empresas epicistas".

Assim, talvez seja possível identificar que a base operacional de Macaé ainda tem "muito gás" pela frente, embora cada vez mais esteja também dividindo este processo, com outras bases ao norte (Açu e ES) e ao sul (Rio e Santos).

Não consigo ver isto como problema para a população macaense, ao contrário. O adensamento é que é ruim. Novos polos operacionais da cadeia de exploração que é offshore, se dá pelo mar e pelas novas bases portuárias. Aliás, já passou da hora de Macaé ter estratégias para diversificar sua economia.

Hoje, os terminais portuários na Baía de Guanabara (Rio e Niterói) já possuem movimentação de cargas bem maior que o Terminal da Petrobras, em Macaé. A explicação não se dá apenas pelo adensamento do terminal de Imbetiba, mas pela exploração e produção crescente da Bacia de Santos.

Numa avaliação ainda geral é possível prever que haverá uma tendência de que estes terminais portuários ganhem, paulatinamente, uma especialização, em consonância com as empresas do seu entorno e com as demandas das petrolíferas que necessitam desta movimentação de cargas.

Neste sentido, a Brasil Offshore de 2015, reforçou a interpretação de que o setor tende a uma concentração ainda maior do seu poder de decisão e financeiro (hierarquização) na capital e na região metropolitana, onde estão as sedes de todas as petrolíferas e da maior parte das empresas fornecedoras de equipamentos e serviços especializados do setor.

Assim, as bases portuárias em outros pontos do ERJ (dentro em breve deveremos ter outra na direção sul (entre Rio e Santos) ficarão, como pontos operacionais, junto à exploração, num movimento que é parte de um único ciclo da indústria do petróleo, que hoje, detém a potência econômica equivalente a 1/3 do PIB fluminense. A conferir!

quinta-feira, junho 25, 2015

Fragmentação a doença da pós-modernidade - além da superficialidade que ela remete, ela atrapalha o "pensar"

O tema é conversa comum e uma das preferidas da maioria dos professores nos diversos níveis de ensino. O assunto também foi tratado numa matéria do suplemento Eu & Fim de Semana do Valor: "Como chamar a atenção? A proliferação da informação cria novo tipo de consumidor e impõe enormes desafios a vários setores da economia".

Interessante que a reportagem abre falando sobre as dificuldades das escolas, universidades, igrejas, etc. em conseguirem a atenção das os alunos, dos fieis, mas dá destaque para o problema que vive a publicidade. Assim, chama a atenção para a diminuição acentuada da proporção de pessoas que presta atenção, em anúncios a publicidade, que assim estaria ficando muito mais cara que antes.

A matéria cita um estudo da Universidade de Havard para dizer que a falta de atenção dos tempos atuais, levaram o custo de publicidade aumentar de US$ 18 em 1990, para US$ 132, agora, para atingir cada grupo de mil espectadores nos EUA.

Isto me fez rir e me fez lembrar do brinquedo boomerang que volta para quem o atira, podendo atingir e machucar seu arremessador.

Verdade que a questão da fragmentação tem muitas outras causas, porém desviar a atenção e pulverizar com merchandising (e outros artifícios) fatos e histórias foi, durante décadas, muito usada para, de forma disfarçada, vender algo a partir da atenção tirada de alguém para um foco.

Como professor e blogueiro (que aliás também ajuda a pulverizar informações soltas, sic) a questão já há algum tempo me chama a atenção. As pessoas cada vez mais mais têm mais informações, mas parece que cada vez menos, conseguem ligar os fatos e construir uma análise mais profunda, sobre diversas questões.

A matéria toca neste ponto chegando a dizer que "a riqueza da informação cria pobreza de atenção" e que diante desta situação "quanto mais informação, mais difícil e necessário é manter o foco".

Aliás, "foco", "atenção", "concentração" são algumas das palavras usadas como antônimo da fragmentação e também da superficialidade com que elas circulam no mundo contemporâneo.

Eu iria um pouco para além: as pessoas passaram a quase ter uma necessidade doentia de informação nova, e com isso podem estar perdendo a capacidade de pensar.

Assim, eu particularmente penso que a fragmentação de informações acaba sendo uma espécie de irmã gêmea da superficialidade que é decorrente da interpretação apressada e sem profundidade, sem articulação com conhecimentos já existentes. Desta forma, a velocidade da informação, a falta de atenção, foco e profundidade acabam nos levando, invariavelmente, à fragmentação e superficialidade.

Neste ponto a reportagem cita um autor americano, Nicholas Carr, que eu já comentei aqui, num post antigo de 13/12/2009 (olha a fragmentação aí gente). Carr escreveu o livro "A Geração da Superficialidade: O que a Internet Está Fazendo com Nossos Cérebros" para defender a tese de que a cultura digital modifica nossa memória, afeta a configuração do cérebro e, assim impediria raciocínios longos".

É bom lembrar que em 2009, portanto, há seis anos, o Facebook e a internet móvel estavam ainda inciando. De lá para cá é que estas duas ferramentas, uma de hard e outra um aplicativo (que antes era chamado de software) é que ajudaram e muito a deslanchar esta enorme fragmentação.

Eu não sei dizer se chega a tudo isto, mas as mudanças que estamos vendo na sociedade, especialmente, depois deste uso maciço da internet móvel (e smarphones) são de espantar. Em meio à esta realidade é possível identificar inúmeras pessoas "sufocadas". Algumas começaram a "dar um tempo" da internet e das redes sociais, como que para deixarem os seus cérebros respirarem.

Pensar leva tempo e exige mais profundidade para a pensar a relação entre o novo e o conhecido no processo histórico ou que demanda estudos e pesquisas. De outro lado, a pesquisa na internet ajuda a fechar pontas com mais facilidade que antes, numa série de análises e raciocínios.

Assim, não parece que o caso seja de um ou outro, mas de saber dos riscos e das oportunidades que as diferentes ferramentas nos possibilitam. Porém, não consigo ter dúvida que o deixar de pensar e analisar é um risco muito maior do que o de conviver com um pouco menos de informação rápida e veloz que tentam nos impor.

Neste caso específico, eu penso que mais que nunca, a escola (ou universidade, ou qualquer espaço de educação) já há algum tempo tem obrigação para se esforçar para ajudar os alunos a pensarem e articularem informações (selecionar e hierarquizar), e assim arriscar análises. (Sobre o assunto veja aqui uma interessante entrevista)

Esta interpretação, já de algum tempo, me vem fazendo aos poucos mudar a maneira do blog atuar.

Enfim vale conferir a matéria, embora seu foco seja mais o que chama de "economia da atenção" e a questão da publicidade, ela traz muitos dados e questionamentos, por exemplo sobre tempo atual que as pessoas ainda prestariam a atenção a uma aula ou palestra, ou a redução do tempo das missas e cultos em até 30 minutos.

Enfim, um assunto instigante que não merece ser tratado como informação solta e fragmentada e que exige de nós um aprofundamento. Infelizmente a matéria na íntegra (aqui) só está facultada a assinantes.

Mapa dos fluxos de commodities com origem no Brasil: qual a relação disto com as regiões?

O mapa abaixo de forma resumida mostra os fluxos de commodities, recursos minerais, grãos (agronegócios) extraídos e produzidos no Brasil. Está um pouco desatualizado, mas ainda assim permite mostrar a visão geral e do todo.

O segundo mapa é exclusivo sobre exportações de minério minério de ferro. Ambos têm aumento de fluxo na última década, mas origens e os destinos, na maioria dos casos, continuam os mesmos.

A reestruturação da economia global produziu o que passou a ser chamado de "novos territórios produtivos". Estes "novos territórios produtivos", ou "lugares escolhidos" (Milton Santos) são estabelecidos não mais por critérios geográficos, administrativos, ou pelas intervenções das gestões governamentais, por mais que elas se esforcem para vender esta ideia para os eleitores.

Porém, o(s) local(is), ou a(s) região(ões) escolhida(s) se dão pelos critérios da: rentabilidade econômica; sistemas infra-estruturais e capacidade de planificação e gestão.

Se os gestores assimilassem esta compreensão, eles seriam menos "dadivosos" com os donos do empreendimento nas negociações das compensações pelos impactos sociais e ambientais decorrentes da implantação dos empreendimentos. Assim poderiam ser efetivamente gestores com responsabilidade de regulação, em nome da sociedade (das comunidades) e não "gerentes" dos negócios.

Em todo o mundo se sabe que em casos de grandes projetos de investimentos, os empreendedores, de cara já precificam os gastos para esta realidade entre 25% e 30%. Daí que é absurdo falar em ações sociais, sem considerar que tudo isso é parte do negócio, decorrente da instalação de capital fixo sobre o território.

Confiram abaixo os mapas para uma melhor compreensão de como os fluxos materiais que usam os portos para escoamento e exportação funcionam e passam a determinar formas de uso do território nas regiões. Adiante voltarei a falar sobre o petróleo:


quarta-feira, junho 24, 2015

Instalação da sede da Cátedra da UNESCO sobre Economia Global e Desenvolvimento Sustentável - REGGEN/ IFHT/UERJ

A Cátedra Unesco sobre "Economia Global e Desenvolvimento Sustentável" (REGGEN), dirigida pelo professor Thetonio dos Santos, está sendo incorporada às atividades do Instituto de Formação Humana e Tecnologia da UERJ, oficialmente, com a realização do Seminário Economia Global, Privatização da Ciência e da Técnica e Desenvolvimento Sustentável: Dilemas e Perspectivas do Século XXI.

O seminário foi aberto ontem e hoje (24/06), tivemos pela manhã a mesa: Economia Global, Desenvolvimento Sustentável e Revolução Científico -Técnica, com a coordenação Theotonio dos Santos (REGGEN - Uerj) e participação dos professores: Mônica Bruckman (UFRJ); Gaudencio Frigotto (Uerj) e Lincoln Penna.

A professora Monica Bruckman fez uma excelente palestra com o título "Recursos Naturais e desenvolvimento Científico-tecnológico: uma visão estratégica".

O tema dialoga intensamente com o assunto sobre os sistemas portuários na América Latina, como etapa de circulação e fluxos materiais na Economia Global. Na parte da tarde, eu tive a oportunidade apresentar o tema e debater o tem: "Portos, como etapa estratégica de fluxos e circulação na Economia Global contemporânea".

Apresentação da professora Monica Bruckman

Quotas mensais dos royalties do petróleo ao fim do 1º Semestre de 2015

Próximo de encerrar o primeiro semestre de 2015, já contabilizando a parcela de junho de 2015, é possível ver na tabela abaixo, preparada pelo superintendente de Petróleo e Gás da Prefeitura de SJB, Wellington Abreu, com dados da ANP, que os municípios que tiveram as maiores perdas percentuais (valores relativos) na receita com as quotas mensais dos royalties do petróleo foram: Casimiro de Abreu (-46,4%); Rio das Ostras (-43,0%) e Cabo Frio (42,25).

Ainda em termos percentuais as menores perdas das quotas mensais dos royalties foram para os municípios que pertencem à área da Bacia de Santos, em direção ao sul, depois do litoral de Cabo Frio: Maricá (-10,8%) e Niterói (-15,1%). A exploração na Bacia de Santos está em expansão e com alta produtividade.

Em termos absolutos as maiores perdas foram para os municípios de Campos dos Goytacazes (-R$ 86 milhões) e Macaé (-R$ 55 milhões). É importante ressaltar que os cortes mais impactantes em termos de volumes de recursos para os municípios petorrentistas são das parcelas trimestrais da chamada Participação Especiais, referentes aos volumes de grande produção dos maiores campos de petróleo.


terça-feira, junho 23, 2015

Brasil Offshore em Macaé: manifestação, projeto do Serra e a exposição

O painel comentado na nota abaixo (aqui) que abriu a Feira Brasil Offshore em Macaé não contou com a presença do governador Pezão. Apenas o senador Serra fez exposição.

Logo ao iniciar sua fala, o senador foi interrompido por petroleiros, organizados por petroleiros do Sindipetro-NF e da FUP que entraram no auditório e munidos de faixas e gritavam contra o senador acusando-o de querer entregar as reservas brasileiras.

O evento ficou interrompido por quase meia hora. O grupo de operação policial da Polícia Militar tentou tirar à força os manifestantes que resistiram. Grande parte da plateia composto de gerentes das empresas do setor petróleo reclamavam dos sindicalistas.

O prefeito de Macaé Aluízio dos Santos tentou interceder. A confusão foi grande. A seguir foi negociado a presença do presidente da Federação Única dos Petroleiros, José Maria Rangel, na mesa do painel.

Ao final da fala do senador, o coordenador da mesa o jornalista George Vidor não voltou a falar e o prefeito de Macaé, pegou o microfone e disse que iria sair para acompanhar o senador ao aeroporto e que a mesa estava desfeita.

Os manifestantes que depois do tumulto sentaram do lado esquerdo do auditório reclamaram que o senador fosse embora depois de sua fala, não ficando permanecendo par ao debate. Ele alegou que teria que ir pra Brasília, onde um projeto seu seria votado no Senado.





Sobre a crise e o projeto de lei do senador José Serra
O prefeito de Macaé, Aluízio dos Santos reclamou da crise que atinge a todos e não apenas os municípios que recebem royalties como produtor. Afirmou que espera que o setor de óleo se recupere no mundo, que a Petrobras supere suas dificuldades para que os municípios e os cidadãos possam ter empregos. Pediu uma salva de palmas para a Petrobras a todos os participantes da abertura e foi atendido com o auditório aplaudindo com disposição.

O prefeito de Macaé, Aluízio dos Santos que também é presidente da Ompetro (Organização dos Municípios Produtores de Petróleo) disse que sua cidade durante 40 anos, ficou como uma noiva que se prepara para uma festa (um noivado) e vê todos as expectativas se deteriorarem. Falou que infelizmente, ao longo deste tempo, Macaé ficou muito ligado e praticamente dependente do setor.

Serra faz sua palestra e José Maria Rangel da FUP depois que
foi convidado para a mesa do painel
Enquanto isto no painel "Inflexões sobre petróleo: um novo marco regulatório" o senador José Serra, depois de traçar um quadro terrível sobre Petrobras, elencando suas dívidas, questionando problemas de gestão e estratégias, o senador disse que o seu projeto não trata da questão da eliminação da exigência do conteúdo nacional, que se disse a favor, embora a seu ver também exija fiscalização, para o fiel cumprimento.

Serra também disse que o seu projeto não trata da mudança do regime de partilha, mesmo que seja contra. Assim, disse que o seu projeto pretende apenas tirar a obrigatoriedade de que a Petrobras tenha que participar da operação de todo os campos das reservas de pré-sal. Disse que o ex-diretor geral da ANP, Haroldo Lima do PCdoB era a favor do seu projeto, assim como o senador Delcídio Amaral do PT. Por fim, afirmou que o seu projeto vai ser aprovado de barbada no Congresso Nacional.

Sobre a feira e os expositores
Diante da crise mundial do setor de petróleo, em função do baixo preço do barril, onde se estima que mais de 150 mil trabalhadores tenham perdido seus empregos e, ainda com a crise do setor de óleo e da Petrobras no Brasil, se esperava um feira pequena e com pouco movimento.


Não é o que ocorre. Segundo os organizadores o número de expositores é praticamente o mesmo da última versão do evento, com cerca de 700 empresas. Há bastante gente circulando, embora muito sejam estudantes. E nesta terça é o primeiro dia de visita da feira, normalmente, quando se tem uma presença menor.

Talvez, seja possível interpretar que mesmo diante dos problemas atuais, o setor pressente que logo, as atividades tenderão a voltar a se ampliar. A presença de empresas estrangeiras fazendo negócios é muito significativa. As instituições ligadas ao setor empresarial como Firjan, Sebrae, Onip, Rede Petro, etc, também estão presentes ao evento.

Mais adiante voltaremos ao assunto da Brasil Offshore.

PS: Atualizado às 18:50 e 18:58: Vídeo da manifestação do Sindipetro-NF e FUP contra posição e projeto do senador José Serra, sobre a forma de atuação da Petrobras na operação dos campos da reserva de pré-sal:



Sindipetro-NF e FUP fazem manifestação a entrada da Feira Brasil Offshor em Macaé

Diversos petroleiros e pessoas da comunidade liderados por diretores do Sindipetro-NF fazem agora, uma manifestação na frente da Feira Brasil Offshore que está sendo aberta neste momento, no Centro de Convenções em Macaé.

Em manifesto do especial "Nascente" entregue aos participantes com o título "Soberania ameaçada: Serra trama golpe contra Petrobras". O diretor do Sindipetro-NF e da Federação Única dos Petroleiros, José Maria Rangel em discurso acaba de dizer que o senador tucano aproveita momento de ataques à imagem da companhia para tentar realizar o velho sonho dos entreguistas: colocar o petróleo brasileiro a serviço de interesses privados".

A rejeição é pela suspensão do maco regulatório com suspensão do regime de partilha para as reservas do pré-sal. A entrada está protegida com tropa especial da PM que também se utiliza de um helicóptero para sobrevoar a área.

Está previsto para as 14 horas na Brasil Offshore a relização do painel: "Inflexões sobre petróleo: um novo marco regulatório" com a presença do governador Pezão, do prefeito de Macaé Aluizio dos Santos, do senador José Serra, do diretor-geral da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), Elói Fernández e Fernández e do secretário executivo do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), Milton Costa Filho.

PS.: Atualizado às 13:32.




Shell terá 20% da produção de petróleo no Brasil

A atração que as reservas de petróleo no Brasil produz em todo o mundo é muito grande. Este foi o maior motivo para a anglo-holandesa Shell pagar US$ 70 bilhões, pela petrolífera inglesa BG, por conta dos ativos desta em nosso litoral.

Veja abaixo partes da entrevista do presidente mundial da Shell ao jornal Valor. Os grifos são do blog. Fazendo uma breve análise do discurso do CEO da Shell, é interessante observar como a percepção que o mesmo tem é bem diversa do que fazem muitos oposicionistas, com o claro intuito de depreciar a realidade em função da disputa pelo poder. Confiram:

"Após fusão com a BG, Shell terá 20% da produção global no Brasil"
"Protagonista do maior negócio da indústria do petróleo nos últimos dez anos, o presidente da Royal Dutch Shell, Ben van Beurden, não descarta aumentar a exposição da empresa no Brasil, ampliando o já bilionário programa de investimentos que será colocado em prática após a fusão com a BG.

Depois que a fusão de US$ 70 bilhões for concretizada, o que é esperado para o início de 2016 após as aprovações regulatórias em diversos países, o Brasil será o país com maior participação no portfólio de produção da Shell. Mesmo com sua parceria Petrobras envolvida em um escândalo de corrupção, o executivo holandês afirma que está acompanhando atentamente, mas confia na competência técnica da estatal.

Beurden estima que o Brasil vai responder por 20% da produção global da companhia quando entrarem em operação os projetos em desenvolvimento pelas duas empresas, entre eles Libra, do qual a Shell tem 20%, e os campos gigantes do pré-­sal onde a BG é sócia, como Lula e Sapinhoá, só para citar alguns. O executivo destaca, no entanto, que o apetite da Shell não para aí e está disposto a aumentar a presença aqui. Ele não descarta participar da 13ª Rodada da Agência Nacional do Petróleo (ANP), prevista para outubro.

"Acredito que os fundamentos do Brasil são muito fortes e, particularmente, se você olhar da nossa perspectiva, estamos investindo em um recurso de classe mundial. Temos que ser otimistas. E eu sou", disse, concluindo que vai "olhar seriamente" os dados do leilão da ANP.

A Shell escolheu o Brasil para a reunião anual do seu conselho de administração e do comitê executivo. Uma prova do apetite da anglo-holandesa pelo país é que o Brasil deve ficar de fora do programa de venda de ativos de US$ 30 bilhões previsto para acontecer entre 2016 e 2018.

Em conversa com o Valor, Beurden listou projetos no país, entre eles a distribuidora Raízen, parceria com a Cosan, e explicou que investir no leilão de Libra veio da constatação de que a participação na área de exploração e produção era pequena.

"Sempre tivemos a percepção de que nossa presença não era grande o suficiente considerando o tamanho do país, suas reservas, e também devido à geologia. Achamos que precisávamos estar mais expostos ao Brasil e o negócio com a BG vai corrigir isso". A Shell investiu US$ 35 bilhões em 2014, grande parte no programa de crescimento orgânico da companhia. Em 2015, o plano é reduzir o investimento por meio de corte de custos forçado pela queda dos preços do petróleo.
...

claro que quando o acordo com a BG for concluído a Petrobras será um parceiro ainda maior. Discutimos muito isso com o nosso 'board' antes de apresentar a proposta de fusão e tomamos uma decisão fundamental, baseada no fato de que a Petrobras é muito importante para o Brasil. É uma companhia que conhecemos bem sob o ponto de vista técnico e comercial e entendemos como uma empresa de primeira classe quanto à expertise técnica e competência", disse."...

segunda-feira, junho 22, 2015

Bloomberg fala sobre a produção de petróleo extra da Arábia Saudita

Abaixo matéria da agência Bloomberg, reproduzida pelo site InfoMoney, que o blog destaca a parte inicial da reportagem, visando reforçar a tese de que atingir a produção brasileira é uma das razões da crise do aumento da produção e da redução do preço do barril de petróleo no mundo. Confiram:

"Arábia Saudita utilizará máxima capacidade para bombear petróleo, segundo Citigroupe Goldman Sachs"
"Arábia Saudita está prestes a tornar a batalha da participação de mercado mais intensa"

"Não contente com o golpe desferido nas empresas exploradoras de petróleo dos EUA, a Arábia Saudita está prestes a tornar a batalha da participação de mercado mais intensa aumentando sua produção ao nível máximo.

O maior país exportador de petróleo do mundo já aumentou sua produção ao nível mais alto dos últimos 30 anos, de 10,3 milhões de barris por dia, em uma tentativa de deter o crescimento da produção em países como EUA, Canadá e Brasil. Essa iniciativa ampliará ainda mais o excedente global, segundo o Goldman Sachs Group Inc. O Citigroup Inc., por sua vez, prevê que os sauditas buscarão utilizar sua capacidade diária máxima, que o banco estima em cerca de 11 milhões de barris, no segundo semestre de 2015.

Em novembro, a Arábia Saudita guiou a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) a proteger sua participação de mercado em face da crescente produção de petróleo dos EUA em vez de reduzir o abastecimento para reforçar os preços, como fez no passado. Após abandonar o papel de fornecedor oscilante -- ajustando a produção de acordo com a demanda --, a Arábia Saudita expandirá as vendas para aumentar a pressão sobre os produtores de fora do grupo, segundo os dois bancos."

Pezão, Serra, prefeito de Macaé e IBP debatem amanhã na Feira Brasil Offshore a defesa do término do regime de partilha e da Petrobras como operadora única do Pré-sal

Inicia amanhã (23/06) e vai até sexta-feira (26/06) a Feira Brasil Offshore, em Macaé. Na programação, além dos stands das empresas do setor, há uma programação de uma série de palestras relacionadas à cadeia de óleo e gás, desde questão técnica de produtos e serviços à discussão sobre o marco regulatório da exploração do petróleo no Brasil, incluindo as reserva do Pré-sal.

Logo, amanhã na abertura, haverá na Brasil Offshore, às 14 horas, um painel para a discussão sobre o marco regulatório no setor de exploração petrolífera no país. A sessão terá como título “Inflexões sobre petróleo: um novo marco regulatório”.

Organizado pelo Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), o painel tem a previsão de ter a presença do senador José Serra, do governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, do secretário executivo do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), Milton Costa Filho. O painel terá coordenação do jornalista George Vidor e terá ainda participação do prefeito de Macaé, Aluízio dos Santos e do diretor-geral da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), Eloi Fernández.

Todos os participantes do painel defendem mudanças na atual regulação do setor e querem que a Petrobras deixe de ser obrigada a ser operadora única com participação mínima de 30% da Petrobrás em consórcios exploratórios, além de alterar a regra que estabelece a estatal como operadora única em blocos nessas áreas. O próximo passo deles é mudar, e se possível acabar com a política da ANP de conteúdo nacional com percentual de equipamentos com obrigação de ser feito no Brasil.

O senador José Serra trabalha com dedicação neste projeto atualmente em trâmite no Senado. Outro ponto é o desejo de modificar o regime de partilha adotado para a exploração em campos do pré-sal. A proposta visa acabar com a obrigatoriedade Na semana passada, o plenário do Senado votou o pedido de urgência para a análise do projeto.

A junção destas forças políticas Serra, Pezão, presidente da Ompetro e indústria de petróleo, reunida no IBP, hoje, com forte base de corporações estrangeiras, cada um com seu interesse particular dão o tom de sua proposta de desnacionalização do setor de petróleo e favorecimento de importantes interesses corporativos mundiais. Imagina-se reações a esta aliança corporativo-política.

Prumo comunica "fato relevante" sobre expansão da base de apoio portuário da Edison Chouest no Açu

A Prumo Logística Global S.A. controladora do Porto do Açu comunicou hoje ao Ibovespa o novo acordo com a empresa americana Edison Chouest Ofshore (Eco), onde esta anuncia a ampliação de sua base portuária de apoio à exploração offshore de petróleo.

 A Eco foi contratada após licitação pela Petrobras para atender à movimentação de cargas que dão apoio ao trabalho das sondas e plataformas que atuam na Bacia de Campos.

Na semana passada, o prefeito de Macaé, Aluízio dos Santos ofereceu uma área que diz ser vizinho ao Porto (TUP) de Imbetiba para que a Petrobras pudesse ampliar o número de píeres e a retroárea e assim atender a estas novas demandas.

Veja acima a foto da área da obra que a empresa Edison Chouest executa no Açu, através da empresa catarinense Stein.

É muito provável que os anúncios sejam mais um capítulo do que chamei de "guerra dos lugares", um conceito do famoso geógrafo brasileiro, Milton Santos. Esta disputa já vem desde a ação judicial e que a Prefeitura de Macaé questionava a estatal sobre os critérios da licitação que na sua interpretação beneficiava o Porto do Açu para a instalação desta base.

Confira abaixo o "Fato Relevante da Prumo":

"Fato Relevante"
"A Prumo Logística S.A. (“Companhia” ou “Prumo”) (Bovespa: PRML3) comunica aos seus acionistas e ao mercado em geral que a Edison Chouest (“ECO”) exerceu, antecipadamente, as duas últimas opções remanescentes, previstas no contrato assinado em 09 de abril de 2014, e que venceriam em Outubro de 2015, para expansão da sua área.

Além disso, a empresa também decidiu ampliar em 40 metros de cais sua área. Com isso, a área total da Edison Chouest passa de 411.800 m2 para 597.400 m², com 1.030 metros de frente de cais.

Esta é a terceira expansão de cais exercida pela Edison Chouest. As primeiras adições de área foram realizadas em abril de 2015.

Rio de Janeiro, 22 de junho de 2015.
Eugenio Figueiredo
Diretor Financeiro e Diretor de Relações com Investidores
PRUMO LOGÍSTICA S.A."

PS.: Atualizado às 10:34: O Estadão em sua edição de hoje já antecipava o anúncio acrscentando outras informações: "a Edison Chouest dá uma pista ao revelar que o investimento de R$ 450 milhões para a construção da base de apoio offshore terá de dobrar com essa ampliação.

"Antecipamos o investimento para poder acelerar nossas obras. Após o contrato com a Petrobras, tivemos uma forte procura das empresas internacionais e estamos muito avançados nas negociações", disse Ricardo Chagas, diretor para a América Latina do Grupo Chouest e presidente da Brasil Port.

Com a ampliação acertada este mês, a empresa terá agora capacidade para atender 15 navios ao mesmo tempo, incluindo os seis berços destinados exclusivamente às embarcações da Petrobras. Uma estrutura bem maior do que os seis berços do Porto de Macaé, no Rio de Janeiro, onde a maior parte das atividades offshore da Petrobras oriundas da Bacia de Campos é realizada.

A previsão é de que pelo menos os primeiros três berços no Açu estejam concluídos até novembro. O projeto inclui ainda a instalação de um estaleiro de reparo naval para atender suas embarcações e de terceiros. No Brasil, a americana tem 70 embarcações de apoio marítimo offshore operando para a Petrobras, Shell, Queiroz Galvão, Total, Repsol e Statoil. Já o estaleiro é previsto para entrar em operação a partir do primeiro semestre de 2017.

Com uma área de 1.030 metros de frente de cais, a previsão é de que a unidade da Chouest movimente 10,8 mil navios por ano. O presidente da Prumo ressaltou ainda que o grupo americano ficará com uma retroárea de cerca de 600 mil metros quadrados, o que também é um diferencial importante na atração das atividades offshore para o Açu. No Porto de Macaé, por exemplo, a retroárea é de apenas 50 mil quadrados. É nesse espaço que se faz o armazenamento das cargas e, muitas vezes, se localiza o desembaraço aduaneiro. Além disso, ponderou Parente, a estrutura e as tecnologias utilizadas no Açu são mais modernas, o que gera maior eficiência e rapidez nas atividades dos clientes.
"

domingo, junho 21, 2015

A sedentarização do poder em Campos: diante da crise política (e não econômica) só a confiança lançará luz no futuro!

O poder político no município se sedentarizou.

DO dicionário do Aurélio o que significa o adjetivo sedentário: "que está quase sempre sentado; que não exercita o corpo e o conserva inativo. Fixo, preso a um lugar".

O caso sobre a antecipação da receita dos royalties em Campos envolve um debate que é de natureza não apenas econômica e nem só política, mas, de Poder.

É perceptível no horizonte um esgarçamento dos atuais detentores do poder. Parece ser possível enxergar seu ocaso, mas, o novo também parece difícil de ser visto.

Aparentemente se identifica uma certa letargia, só rompida, para equivocadamente, se polarizar com o velho, acrescentando, ao invés de retirar parcelas de poder do velho estilo.

Norberto Elias, sociólogo alemão dizia que quem não sobe cai, assim, vale recordar que o poder nunca está paralisado e sim em movimento, gerando novos tentáculos ou se transferindo.

A sedentarização do poder na Planície não significará necessariamente a abertura para um novo ciclo, se este não tiver pressupostos e se os seus precursores e líderes não gerarem confiança na parcela maior da população, que é quem define esta escolha.

Isto está muito para além dos discursos preconceituosos daqueles que se agarram hoje aos poderes dos royalties, como se agarraram no passado ao discurso dos barões do açúcar e do melado.

O ocaso atual, de quem ainda detém o poder político, vem junto da escassez dos royalties, que antes de atingir às classes mais baixas, atingiu à burguesia dependente e viciada em royalties, como uma espécie de mesada, direta ou indireta.

O poder é assimétrico como lembra Fiori, que diz ainda que se todos tivessem o mesmo poder, não haveria disputa. O poder é também sempre relativo, portanto ele só existe em relação a outra alternativa, porque o poder também envolve hierarquias.

Aqui, a confiança me parece a questão fundamental. Ninguém oferece apoio a quem não lhe inspira confiança. E ninguém tem confiança para com aqueles distantes em ideias, articulações e tão diferentes interesses.

O “baque atual” é também de questionamento dos métodos, mas fundamentalmente, sem hipocrisias, fruto da redução das receitas. Assim, quem decidirá por um “novo gerente” para o poder da cidade busca novas relações de confiança. Admite mudanças, mas não quer ser abandonado como se fossem responsáveis pela crise gerada por usos e abusos.

Assim, é necessário superar o preconceito (que é de classe) para entender que o ocaso dos atuais donos do poder pode ganhar sobrevida para continuar, se a parcela que vai decidir pela maioria não enxergar no horizonte alternativa de poder que lhes ofereça confiança.

Insisto que o discurso da falsa polarização afasta esta comunidade do novo que lhe continua distante, porque sabe a quem e como servem os gerentes do poder.

Criadores e criaturas vivem a discutir quem governou com mais ou com menos recursos e processos de desvios. Há que superar esta falsa polarização.

A burguesia se juntou vilmente à burocracia dos royalties. Assim, o velho poder se distanciou do povo, mas este espaço continua aberto e nada parece estar sendo colocado em seu lugar. Não é por acaso que a gênese da crise política, tenha relação econômica oriunda receita reduzida dos royalties.

O velho poder (há quase um terço de século) vive seu ocaso, sedentariamente.

Porém, parece haver uma falta de interesse do que se propõe novo em querer representar a todos. Em se aproximar verdadeiramente do povo para conhecer, ouvir suas agruras, suas dificuldades e seus pensamentos.

Só a confiança do compartilhamento, do café na cozinha, da conversa no portão, na extensão e na multiplicação de círculos deixará evidente o ocaso do velho. Assim, a luz de penumbra, poderá ser substituída por uma espécie de lanterna que clareie o presente e faça enxergar com confiança o futuro, cheio de desafios e dificuldades, mas, com a vontade e a disposição de participar da reconstrução.

O tempo é curto e não há espaço vazio diante da movimentação do poder. O poder anda sedentário em Campos por falta de interesse em exercitar a participação política. De lado a lado.

A raiva, o ódio e a retaliação são inimigas da construção do novo. Eles servem à manutenção do poder. Sem alterar esta realidade em busca de confiança, nada se alterará.

Só a confiança, a expectativa de novos e melhores dias e a alegria pela participação na reconstrução iluminarão a trajetória e as estratégias.

Incêndio de rebocador em Macaé

O Sindipetro NF informou que na tarde deste sábado ocorreu um incêndio no rebocador Commodus, de 35 metros de comprimento e 179 toneladas da empresa Camorim Serviços Marítimos. A embarcação presta serviços à Petrobrás com o lançamento de linhas que interligarão as plataformas da Bacia de Campos ao Terminal Cabiúnas e estava a cerca de dois quilômetros da costa.

A Petrobrás informou ao Sindipetro-NF que haviam 9 trabalhadores à bordo da embarcação e ninguém ficou ferido. O incêndio se iniciou em bombas na sala de máquinas do rebocador e foi controlado com o apoio de outras embarcações da frota que presta serviços as plataformas.
PS.: Atualizado às 10:54.

sábado, junho 20, 2015

Movimentação portuária cresce no 1º Trimestre de 2015

A despeito do discurso de crise, o volume de movimentação de cargas teve um crescimento de 2,5%, no primeiro trimestre de 2015, em relação ao mesmo período do ano passado, atingindo uma movimentação de 224,8 milhões de toneladas de mercadorias.

Essa porcentagem aponta um acréscimo de 5,5 milhões de toneladas movimentadas nos portos nacionais, segundo dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq)

O Porto de Santos manteve a liderança nacional com 26,1% dos valores movimentados pelo sistema portuário nacional de comércio exterior, entre importações e exportações.

Porto de Santos
Ainda em termos de valores de cargas, o porto de Santos foi seguido dos portos:

2) Paranaguá (PR): 5,9%;
3) Vitória (ES): 5,3%;
4) Rio de Janeiro (RJ): 4,1%;
5) Portos de São Luís (MA): 4%;
6) Porto de Sepetiba (RJ): 3,8%;
7) Itajaí (SC): 3,7%;
8) Rio Grande (RS): 3,4%;
9) São Fco. do Sul (SC): 3,3%;
10) Aratu (BA): 2,3%.

Ainda segundo os números da Antaq, sobre os tipos de cargas movimentadas nos portos brasileiros, os maiores percentuais de crescimento foram: minério de ferro com 3,8 milhões de toneladas (acréscimo de 5,1%); combustíveis, com 1,4 milhão de toneladas (acréscimo de 3%); farelo de soja, com 1 milhão de toneladas movimentadas (46,3% a mais do que no 1º trimestre do ano passado).

Já os embarques e desembarques de contêineres contabilizaram o total de 959 mil toneladas em todo o País, um volume cerca de 4% maior do que nos três primeiros meses de 2014.

sexta-feira, junho 19, 2015

Prumo nega fiscalização do Inea

Sobre informação divulgada pelo blog, hoje, aqui, às 10:30, a Assessoria de Imprensa da Prumo nega a fiscalização do Inea para investigar a poluição de pó de minério sobre o mar, os navios e sobre o trabalhadores quando do carregamento dos navios. Abaixo a nota:

Informação à Imprensa
A Prumo e  Anglo American, controladoras da Ferroport – responsável pela operação do Terminal de minério de ferro, esclarecem que é incorreta a informação de que houve uma vistoria realizada pelo INEA ontem, dia 18, para verificação de irregularidades no embarque de minério de ferro no Porto do Açu.

As empresas informam ainda, que receberam ontem um grupo de representantes da CECA (Comissão Estadual de Controle Ambiental), órgão vinculado à Secretaria de Estado do Ambiente, para uma visita institucional às obras e aos Terminais em operação no Porto do Açu.

A operação com minério de ferro continua de acordo com o previsto, seguindo os mais rígidos controles ambientais.

Assessoria de Imprensa Prumo e Anglo

Mesmo considerando a nota oficial e respeitando a posição da empresa, o blog volta a dizer que suas fontes garantem que grande quantidade de pó de minério de ferro cai no mar e também atinge os trabalhadores, quando do carregamento dos navios, junto ao terminal 1 do Porto do Açu, como mostramos, em nota aqui, no dia 23 de maio de 2015.

Estado tem 600 grandes devedores de ICMS

Mais uma vez uma "crise" serve para dar descontos a inadimplentes e sonegadores de impostos.

O governo do estado do Rio de Janeiro publicou na sexta-feira anterior (12/06) a Lei Nº 7.020. Essa legislação prevê a possibilidade de celebração de um TAC (Termo de Ajuste de Consulta) para cerca de 600 grandes empresas que devem um volume estimado pelo estado em R$ 14 bilhões.

O governo estadual diz que tem expectativa de negociar e conseguir apurar com esta legislação, pelo menso 10% do total de R$ 14 bilhões e assim, reduzir o déficit no orçamento estadual anual no montante de R$ 13,5 bilhões.

Com a Lei, o estado está isentando as empresas do pagamento de multas e reduzindo 60% nos juros de mora das dívidas destas empresas com o ICMS. Para isto, o governo exige que o valor total de créditos envolvidos seja superior a R$ 10 milhões Os contribuintes interessados terão que fazer até o dia 31 de julho, o requerimento para celebração do termo de ajustamento.

Interessante observar é que o governo estadual afirmar que o déficit em seu orçamento de 2015 de R$ 13,5 bilhões se dá em função da "desaceleração da economia do país, da queda do preço do petróleo e da receita dos royalties e do setor de óleo e gás".

Porém, observando as contas do governo estadual é fácil identificar que os números reais não explicam este volume déficit.

A queda com os royalties é de aproximadamente R$ 4 bilhões. A queda de receita com o ICMS (principal receita própria do estado) nos três primeiros meses deste ano é pequena, quando comparado ao mesmo período do ano passado até aqui e, se comprado à média de receita com o ICMS em todo o ano de 2014, é praticamente equivalente. Todo o impacto com a cadeia do óleo e do gás a nível de tributo estadual de certa forma estaria presente nesta conta, mas, os números não batem.

Assim, é muito difícil explicar por esta via, um déficit tão extraordinário de R$ 13,5 bilhões, no orçamento do estado em 2015, que paralisa e prejudica as atividades nas principais áreas, como educação e saúde.

Enfim, este caso permite ainda que pensemos, sobre o por quê o estado, diante de tão grande volume de dívida, deixou até aqui isto correr, sem nenhuma ação mais específica.

Interessante ainda também pensar que pela lei só os grandes contribuintes (que devem mais de R$ 10 milhões) passam a ter este direito de ter a multa isenta e descontos de 60% nos juros de mora.

Os pequenos continuarão a dever e terão que pagar os valores com multa e mora. E ainda por cima, não se pode esquecer que a maioria das grandes empresas como a CSN, que já comentamos aqui, continuam a obter isenções e incentivos fiscais.

A gestão do estadual tem obrigação de explicar melhor tudo isto para a população fluminense, tanto os detalhes deste enorme déficit, quanto estes perdões das multas e dívidas das grandes empresas.

Inea fiscaliza poluição do mar por minério caído em embarques no Porto do Açu

O blog trouxe aqui no dia 23 de maio passado, uma ampla matéria sobre a poluição que o pó de minério de ferro estava produzindo sobre o mar e sobre os trabalhadores, que atuam nos embarques dos navios no terminal 1 do Porto do Açu. A nota tem detalhes e imagens que são as provas dos problemas.

Pois bem, nesta quinta-feira, o blog recebeu de fonte confiável, a informação de que fiscais do Inea, acompanharam ontem (17/06), um embarque de minério de ferro e teriam identificado a grande quantidade de pó de minério que tem caído sobre o mar, durante o carregamento dos navios no Porto do Açu.
Foto publicada na nota do blog no dia 23 de maio, mostrando no 

detalhe, dos círculos em vermelho sobre o navio, o pó de minério caído 
ao lado das seis bocas do convés do navio, onde o 
minério de ferro é depositado, para ser transportado do Açu à Ásia

Ainda segundo a fonte ouvida pelo blog, os fiscais teriam determinado a suspensão do carregamento por conta do problema que pode ser identificado até pelo pó do minério depositado sobre o veículo dos fiscais.

Informações dão conta que as operações de carregamento passaram a ser acompanhadas por equipes que trabalham em turnos de revezamento por 24 horas, para varrer o pó de minério que se deposita no píer, durante os carregamentos dos navios.

Há ainda informações de que um funcionário que trabalha na guarita próximo da esteira que transporta o minério de ferro até os navios estaria doente e com problemas respiratórios, que poderiam ser decorrentes da inalação do pó do minério de ferro levantado durante o processo de transporte, entre a área de estoque e os navios, no terminal 1 do Porto do Açu.

O blog enviou ontem, às 21:08, à Assessoria de Imprensa da Prumo, um email solicitando posição da empresa sobre o problema, mas não recebeu até agora nenhum retorno.

A mesma assessoria de imprensa, por coincidência, havia informou ao blog, às 18:49 que uma comitiva composta por representantes da Comissão Estadual de Controle Ambiental (Ceca), órgão vinculado à Secretaria de Estado do Ambiente, estiveram nesta quinta-feira, 18, no Porto do Açu. 

O release informa que o próprio presidente da Ceca, Maurício Couto participou da comitiva que foi recebida pelo diretor de Sustentabilidade da Prumo, Eduardo Xavier.

A indagação do blog sobre a ação do Inea foi feita como reposta no próprio email envido pela Assessoria de Imprensa da Prumo. Até agora as 10:30 nenhuma resposta foi dada sobre as informações obtidas pelo blog e aqui publicadas. 

quinta-feira, junho 18, 2015

Pequenos proprietários do Açu continuam sendo pressionados

Os pequenos produtores, proprietários de terra no Açu que questionam na Justiça as desapropriações, tanto pelos valores, quanto pelas ilegalidades do processo movido pelo estado (via a Codin), continuam sendo vítimas de um massacre. Um caso que ainda vai merecer um filme-documentário.

Eles questionam os laudos com os valores das desapropriações feitos pela parte interessada, a própria Codin. Fato aliás, já considerado inapropriado pelo juiz da comarca local que suspendeu uma das desapropriações, como aconteceu com o caso da propriedade de Da. Noemia Magalhães, que resiste e lidera a luta junto com os produtores do entorno do Açu.

Agora, além disso, uma das empresas que existe no papel, que é a SNF (Siderúrgica do Norte Fluminense S.A.) controlada pela Prumo Logística S.A. que é uma enorme proprietária de terras no Açu, vem criando obstáculos, para os proprietários que mantém seus animais nas terras em litígio, por falta de local para o juízo enviar o gado.

Até no ano passado, os proprietários vacinaram o gado dentro destas terras, inclusive com o apoio da Secretaria Municipal de Agricultura  de SJB. Bom dizer que os proprietários tiravam o gado da áreas do DISJB e colocavam em currais fora, pois os currais que haviam em suas terras foram todos destruídos com as desapropriações. Assim, vacinavam e depois colocavam o gado de volta.  

Porém, este ano, além deste apoio da PMSJB não ter acontecido, a SNF (Prumo) firmou uma exigência (Termo de Retirada de Animais - veja no documento abaixo) que além de descabida, parece ilegal e uma afronta ao Judiciário. Veja no termo que a Siderúrgica do Norte Fluminense S.A. (SNF) impõe que o dono do gado dê ciência que a empresa fica autorizada a "destino que julgar cabível dentro dos trâmites legais sem prévia notificação". Assim, agora, os proprietários estão considerando que não têm mais como retirar o gado, vacina e voltar, por conta das exigências absurdas deste documento da SNF (Prumo). 



O caso parece grave, por sugerir uma tentativa de explorar a boa fé dos pequenos proprietários, preocupados em cuidar do seu gado, enquanto a pendência judicial segue. 

Além disso, vale lembrar que o problema traz embutido uma questão sanitária de interesse não apenas dos proprietários, mas de toda a comunidade, já que não se trata apenas de uma dezena, e sim de mais de mil cabeças de gado que necessitam ser vacinadas.

Interessante ainda relembrar que a constituição legal do Distrito Industrial de São João da Barra (DISJB) com uso destas áreas, se deu por decreto do estado em 2008, posteriormente alterado por outro decreto, no ano de 2009. 

Ainda em 2009, o Estado celebrou memorando de entendimentos com a LLX, a GSA - Gruçaí Siderúrgica do Açu S.A. e com a SNF, Siderúrgica do Norte Fluminense S.A. para a constituição do DISJB. Em outro decreto em 2010, o governo estadual delegou à Codin-RJ, poderes para execução do Distrito, incluindo as desapropriações e registros. 

Em função da Codin-RJ não ter dinheiro para pagar as desapropriações, uma manobra (abstração jurídica) foi realizada permitindo às empresas, LLX, GSA e SNF pagarem pelas desapropriações. 

O caso é no mínimo estranho porque para ter autorização para parcelar (lotear) as áreas para criar o DISJB, a Codin-RJ precisaria ter o registro das terras em seu nome, para que a PMSJB (que é quem ter poder para isto, porque tem que atestar que está de acordo com o Plano Diretor Municipal e com o Plano de Macrozoneamento do município) pudesse autorizar o parcelamento destas terras. A partir disto é que o DISJB estaria constituído. 

Ninguém sabe como isto foi feito. Espera-se que a Justiça possa apurar isto antes de decidir sobre as desapropriações que são motivos de questionamentos judiciais. Porém, o mais estranho é que estas empresas - as duas siderúrgicas (GSA e SNF) - com o tempo suspenderam seus projetos, tiveram suas licenças de instalação suspensas e agora se colocam como donas e proprietárias das terras, desapropriadas pelo Estado, para fins de instalação das mesmas, que por enquanto são apenas papéis.

Me pergunto quem diante desta realidade poderia aceitar uma desapropriação feita nestas condições? Os produtores atingidos resistem a todos os tipos de pressão, que são inaceitáveis em qualquer tempo, mas ainda mais absurdas num tempo em que as comunicações e o esclarecimento dos fatos são um pouco mais fáceis de serem certificados. Continuamos acompanhando esse processo.

Setor de petróleo também internacionaliza treinamentos no Brasil

Por conta da demanda de técnicos especializados no setor de petróleo, nas áreas de perfuração e produção, grandes empresas internacionais, ligadas a serviços e soluções de engenharia, estão montando no Brasil centos de treinamento.

Antes a tendência era a instalação destas unidades em Macaé, até pouco tempo, a maior base operacional de exploração offshore de petróleo no Brasil.

Agora a cidade do Rio de Janeiro ficou mais centralizada, com a ampliação dos serviços também na Bacia de Santos, ao sul e na Bacia do ES, ao norte da bacia de Campos.
Foto da Maersk 

Há dois anos, a dinamarquesa Maersk montou na Barra da Tijuca, a Maersk Training Brasil. Com diversos simuladores, passou a ministrar treinamento nas áreas de posicionamento dinâmico, perfuração e manuseio de âncoras, etc. Além disso, estrutura treinamento em segurança do trabalho e situações de emergência/contingência e salvatagem.

Agora, a conhecida empresa americana Subsea Solutions também instalou na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, um centro especializado em treinamento para trabalhadores nas áreas de perfuração para atender as petroleiras instaladas no país. A Subsea possui centros semelhantes em Houston, Texas, EUA.

Assim, se confirma cada vez mais como esta cadeia produtiva é centralizada e hierarquizada. Nela, a maior demanda por serviços acaba atendida e negociada, entre as grandes corporações com contratos e acordos sendo feitos bem distantes dos locais de operação. 

Criar vínculos para entrar e disputar mercado neste setor é uma empreitada difícil. Não é por outro motivo a pressão para redução da atuação estatal neste setor na América Latina, em especial, no Brasil, depois da descoberta e início da exploração das reservas do pré-sal.

Riqueza privada da Ásia já é maior que a Europa e será em 2016 maior que a dos EUA

Segundo estudo do Boston Consulting Group, divulgado pela agência preferida pelos que acompanham o mercado financeiro, a Bloomberg, a riqueza financeira privada da região da Ásia-Pacífico, excluindo-se o Japão (não sei porque) superou a Europa no ano passado e deve superar ano que vem (2016) os EUA, quando seu estoque de dinheiro de US$ 57 trilhões será maior que os US$ 56 trilhões americanos.

Essa expansão da riqueza privada na Ásia-Pacífico teve alta de 29% só em 2014. O estudo mostra ainda que os "lares milionários" detinham 41% da riqueza global privada. A previsão é que em 2019 essa concentração chegue a 46%.

Neste quesito, os EUA ainda é o país com mais milionários (7 milhões), seguidos da China com 4 milhões e do Japão com 1 milhão. A Suíça é o país com a maior concentração de milionários (13,5%), ou 135 milionários a cada mil habitantes, com riqueza privada superior a US$ 1 milhão.

É provável que os depósitos nos bancos suíços, ainda um paraíso fiscal (lembremos dos esquemas da Fifa e do HSBC) ajude neste elevadíssimo índice.

Enfim, um mundo muito combinadamente desigual, heterogêneo e hierárquico que gera a dependência das nações.

Sobre o uso dos drones e os ganhos de produtividade

A produção de imagens aéreas para fins de registros e conhecimento é apenas um aperitivo sobre a enorme variedade de utilização que os drones (pequenos veículos aéreos) já realizam.

As imobiliárias já o utilizam de forma ampla para produzir imagens dos imóveis que comercializam. Em janeiro do ano passado (2014), eu comentei aqui sobre o uso de drones pela Amazon para fazer entregas, nos EUA.

Porém, a automação de vários serviços com os drones avançam em diversas áreas. Ontem, o Financial Times, em matéria ampla sobre ganhos de produtividade cita a empresa americana Blue River, com sede na Califórnia, do segmento de robótica agrícola. A reportagem fala sobre fazendas que já começam a ser supervisionadas por bando de drones e cuidadas por frotas de robôs e tratores sem motoristas. (veja foto ao lado)

No caso, a empresa já está operando equipes de robôs para plantar e cuidar da plantação de alfaces, nos campos no Arizona que identificam 1,5 milhão de plantas individuais por hora e decidem sobre como fertilizá-las. Assim, a dupla: drones e robôs vão assumem cada vez mais tarefas de trabalho.

Resta saber, como sempre, onde e a quem todo este ganho de produtividade estará beneficiando. Observar as mudanças e a reestruturação produtiva é uma das formas de se tentar compreender as transformações no mundo contemporâneo.

quarta-feira, junho 17, 2015

Imagens aéreas de Campos feitas por drone

O vídeo de 2:38 minutos foi postado no Youtube por Gustavo de Abreu com produção da GoPro.

Em HD as imagens são bastante interessantes, embora, apenas da região da Beira-Rio próximo à Praça São Salvador e da chegada da BR-101, no entorno do Trevo do Índio.

Pelas imagens é possível intuir que foram feitas bem cedo e num dia de domingo ou feriado. Vale conferir!

Macaé, o porto e a Petrobras: guerra dos lugares que não leva a "lugar algum"

A guerra de lugares continua no litoral norte do estado do Rio de Janeiro.

No último domingo, o jornal O Globo trouxe uma matéria com um assunto que já havíamos discutido aqui por diversas vezes, sobre o estrangulamento do Terminal de Imbetiba, inclusive lembrando que desde 2013/2014 os terminais portuários instalados na Baía de Guanabara já tinham ultrapassado a movimentação de cargas para apoio às atividades de exploração de petróleo na Bacia de Campos e de Santos, antes feita pelo TUP da Petrobras em Macaé. (Confiram aquiaqui, aqui, aqui e aqui)

Na reportagem, a disputa jurídica da Prefeitura de Macaé contra Petrobras, por conta dos critérios de licitação de contratação de base de apoio portuário que segundo avaliação privilegiava a hipótese de uso do terminal do Porto do Açu, como acabou acontecendo.

Pois bem, depois da reportagem, hoje, no mesmo jornal, o prefeito de Macaé, Aluízio dos Santos, volta à carga, oferecendo uma área de 75 mil metros quadrados (que dá aproximadamente 300 m x 250 m) para que a Petrobras possa ampliar o seu TUP de Imbetiba, ao invés de se expandir para outras bases.

É compreensível o esforço até do prefeito se explicar para seus munícipes, mas imaginar que daí possa sair uma solução econômica que atenda ao seu município é mais um enorme equívoco.

A proposta mostra a falta de entendimento sobre a atual estratégia da Petrobras de não mais investir em bases e infraestruturas de apoio, se pode apenas contratar e pagar pelos serviços usados, de acordo com o seu ritmo de exploração e produção. Até a possibilidade de negociar alguns petroleiros para usar os recursos em produção a estatal está avaliando.

E isto ainda sem considerar a localização do TUP de Imbetiba, junto à área urbana de Macaé já bastante adensada. Além disso, é insistir em não querer compreender que o processo de ocupação do solo gerado pro este tipo de atividade e cadeia produtiva é expansiva e conectada por eixos de circulação que conectam seus pontos-chaves, que neste caso inclui o Açu na direção norte, onde está a Bacia do ES, enquanto ao sul, em direção à Bacia de Santos, há bases portuárias na Baía de Guanabara, e muito provavelmente, em breve deverá ter, outra na Baía de Sepetiba.

A saída não é a luta isolada de um município contra outro e sim, a compreensão que só um planejamento integrado dos municípios poderia amenizar problemas e tentar potencializar as oportunidades ligadas à dinâmica econômica desta cadeia. Ao contrário, estas continuarão a usar os territórios, a seu bel prazer e unicamente com interesses econômicos.

Enfim, vale conferir a matéria de hoje para que você mesmo possa avaliar e tirar suas conclusões. Sugiro ainda que leiam o comentário sobre a posição da Ompetro sobre defesa do fim do regime de partilha e da Petrobras como operadora obrigatória com 30% dos campos do pré-sal (aqui). Antes o blog posta uma foto do Terminal de Uso Privado (TUP) da Petrobras em Imbetiba, feita em 2013, logo após o blogueiro sobrevoar de helicóptero, em atividade de estudos e pesquisas os municípios de Macaé, Quissamã, Carapebus, Açu, SJB e Campos:

Vista aérea do litoral do porto de Imbetiba e da área urbana de Macaé - Arquivo de março de 2013


"Macaé: para expandir atual Porto, Governo Municipal oferece área com 75 mil metros quadrados à Petrobras"

A Prefeitura de Macaé encaminhou nesta terça-feira, à Petrobras um ofício no qual oferece uma uma área para a estatal ampliar suas atividades portuárias próxima ao Porto de Macaé. O GLOBO noticiou na edição do dia 14 que o Porto de Macaé já está operando no limite de sua capacidade, provocando filas de embarcações de apoio à produção de petróleo na Bacia de Campos, para atracar.

O prefeito de Macaé, Dr. Aluízio (PMDB), explicou que está oferecendo a custo zero para a estatal uma retroárea com 75 mil metros quadrados, o que vai mais do que duplicar a atual área atual do Porto que é de 55 mil metros quadrados.

Segundo o prefeito, essa área fica a apenas 200 metros do Porto de Macaé e, se for aceita pela Petrobras, permitirá uma redução sensível no tempo de atracação das embarcações no Porto, o que levaria a uma redução sensível nos custos operacionais do porto. Essa área servirá de suporte ao porto.

Em novembro do ano passado a Prefeitura de Macaé entrou na Justiça contra uma licitação que a Petrobras estava realizando para contratar uma expansão portuária no Porto do Açu, em São João da Barra, e conseguiu liminar suspendendo por alguns meses o certame. A liminar foi posteriormente derrubada pela Petrobras que assinou contrato com a americana Edison Chouest Offshore (ECO), para utilizar seis berços no Porto do Açu, e a previsão é de a Petrobras iniciar sua operação na nova área em fevereiro do próximo ano.

O prefeito de Macaé destacou que a expansão das áreas portuárias da Petrobras em outros portos, não inviabiliza a expansão com a nova retroárea em Macaé. Aluízio dos Santos explicou que a oferta dessa nova área está sendo feita só agora porque foi com base no Plano Estratégico de Logística de Cargas (PELC), elaborado em maio último pela Secretaria Estadual de Transportes, apontando essa área em Macaé. Essa nova área, segundo ele, é plana e totalmente livre de quaisquer problemas como desapropriações, ou outras questões e será doada para a Petrobras.

— Isso vai fazer com que o porto de Macaé quase triplique sua capacidade de operação — destacou o prefeito.

Mas, para o especialista no setor e diretor-executivo da Liga Logística Óleo e Gás, Sérgio Garcia, faz mais sentido a Petrobras expandir suas atividades portuárias no Porto do Açu, devido às suas condições logísticas e localização, do que se expandir suas atividades ainda mais em Macaé, onde as atividades já estão saturadas.

— Macaé está saturada. Não vejo muita lógica, do ponto de vista logístico, crescer mais suas atividades em Macaé, mas sim no Porto do Açu. A cidade de Macaé está muita cheia para aumentar a presença da Petrobras em mais 75 mil metros quadrados. No Porto do Açu tem áreas mais desobstruídas, mais livres para expansão, além de sua localização ser mais próxima à Bacia de Campos — destacou Garcia.


O prefeito garante que essa nova área será importante para a Petrobras aumentar sua eficiência e reduzir seus custos, considerando justamente toda infraestrutura logística que Macaé já possui.

— Queremos oferecer para a Petrobras esta área estratégica, orientada pela PELC, e a custo zero. Queremos que a Petrobras reduza custos e aumente sua competitividade. E essa expansão é importante para a cidade de Macaé, que é a capital do petróleo, onde oferece toda infraestrutura logística para as atividades exploratórias da Petrobras.

A Petrobras não quis comentar o assunto alegando que ainda não tinha recebido o projeto."