A atração que as reservas de petróleo no Brasil produz em todo o mundo é muito grande. Este foi o maior motivo para a anglo-holandesa Shell pagar US$ 70 bilhões, pela petrolífera inglesa BG, por conta dos ativos desta em nosso litoral.
Veja abaixo partes da entrevista do presidente mundial da Shell ao jornal Valor. Os grifos são do blog. Fazendo uma breve análise do discurso do CEO da Shell, é interessante observar como a percepção que o mesmo tem é bem diversa do que fazem muitos oposicionistas, com o claro intuito de depreciar a realidade em função da disputa pelo poder. Confiram:
"Após fusão com a BG, Shell terá 20% da
produção global no Brasil"
"Protagonista do maior negócio da
indústria do petróleo nos últimos dez
anos, o presidente da Royal Dutch Shell,
Ben van Beurden, não descarta aumentar
a exposição da empresa no Brasil,
ampliando o já bilionário programa de
investimentos que será colocado em
prática após a fusão com a BG.
Depois que a fusão de US$ 70 bilhões for
concretizada, o que é esperado para o
início de 2016 após as aprovações
regulatórias em diversos países, o Brasil será o país com maior participação
no portfólio de produção da Shell. Mesmo com sua parceria Petrobras
envolvida em um escândalo de corrupção, o executivo holandês afirma que
está acompanhando atentamente, mas confia na competência técnica da
estatal.
Beurden estima que o Brasil vai responder por 20% da produção global da
companhia quando entrarem em operação os projetos em desenvolvimento
pelas duas empresas, entre eles Libra, do qual a Shell tem 20%, e os campos
gigantes do pré-sal onde a BG é sócia, como Lula e Sapinhoá, só para citar
alguns. O executivo destaca, no entanto, que o apetite da Shell não para aí e
está disposto a aumentar a presença aqui. Ele não descarta participar da 13ª
Rodada da Agência Nacional do Petróleo (ANP), prevista para outubro.
"Acredito que os fundamentos do Brasil são muito fortes e, particularmente,
se você olhar da nossa perspectiva, estamos investindo em um recurso de
classe mundial. Temos que ser otimistas. E eu sou", disse, concluindo que vai
"olhar seriamente" os dados do leilão da ANP.
A Shell escolheu o Brasil para a reunião anual do seu conselho de
administração e do comitê executivo. Uma prova do apetite da anglo-holandesa
pelo país é que o Brasil deve ficar de fora do programa de venda de
ativos de US$ 30 bilhões previsto para acontecer entre 2016 e 2018.
Em conversa com o Valor, Beurden listou projetos no país, entre eles a
distribuidora Raízen, parceria com a Cosan, e explicou que investir no leilão
de Libra veio da constatação de que a participação na área de exploração e
produção era pequena.
"Sempre tivemos a percepção de que nossa presença não era grande o
suficiente considerando o tamanho do país, suas reservas, e também devido à
geologia. Achamos que precisávamos estar mais expostos ao Brasil e o
negócio com a BG vai corrigir isso".
A Shell investiu US$ 35 bilhões em 2014, grande parte no programa de
crescimento orgânico da companhia. Em 2015, o plano é reduzir o
investimento por meio de corte de custos forçado pela queda dos preços do
petróleo.
...
"É claro que quando o acordo com a BG for concluído a Petrobras será um
parceiro ainda maior. Discutimos muito isso com o nosso 'board' antes de
apresentar a proposta de fusão e tomamos uma decisão fundamental,
baseada no fato de que a Petrobras é muito importante para o Brasil. É uma
companhia que conhecemos bem sob o ponto de vista técnico e comercial e
entendemos como uma empresa de primeira classe quanto à expertise
técnica e competência", disse."...
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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