É muita gente falando bobagens sobre a área de petróleo com intuito entreguista.
A política de conteúdo nacional no Brasil, em meio a certos e erros - muito mais acertos - é que levou a Noruega ser hoje, o país que tem, depois dos EUA, a maior quantidade de empresas atuando na área de serviços especializados em petróleo e gás no Brasil.
Verdade que boa parte desta trajetória foi construída nos momentos de pico de valorização do petróleo no mercado mundial. Evidente que nos momentos de baixa, portanto, inferior à média como o atual, o caso é de limitações e redução dos investimentos.
Veja o caso da construção e montagem de plataformas e sondas no Brasil que expandiu os estaleiros bem para além do ERJ, seu berço desde o Barão de Mauá na Ponta da Areia, em Niterói.
Em meio ao interesse em fabricar e montar uma plataforma (FPSO) aqui ao custo aproximado de US$ 700 milhões, há ainda quem defenda fazê-lo na Cingapura, a um custo também aproximado de US$ 820 milhões, considerando entre uma e outra, uma grande diferença, sem se importar com a cadeia de fornecedores e de serviços com os seus milhares de empregos.
Há ainda quem queira propor medidas que consideram as ideais, sem olhar sequer o médio prazo e entender que o valor atual de aluguel de uma sonda, a US$ 350 mil por dia (há casos de aluguel por até US$ 250 mil/dia), está fora da realidade da média, já que há pouco mais de um ano, ele ultrapassava o valor de US$ 500 mil por dia.
Difícil construir uma visão de nação diante de uma elite econômica rentista, que abomina o trabalho e o risco de empreender, projetar, usar, arriscar e se interessar apenas, e quase unicamente, em se "enlaçar" nos negócios de outrem, para levar uma "beirada".
O resto é mais do mesmo. E observe que este tipo de constatação é cada vez mais dos próprios. E no final, em meio aos problemas da vida real e do cotidiano, o diabo são sempre os outros.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário