Há muita expectativa no Porto do Açu com a possibilidade dos chineses assumirem o terminal de Multicargas (MulT), junto ao terminal 2 do Porto do Açu que tem possibilidade de poder iniciar funcionamento até o mês de agosto.
Além disso, está sendo programado o gasoduto do consórcio Sinopec-Repsol entre o campo do Pão de Açúcar e o Açu, numa distância de 100 quilômetros que faria parte de um unidade de gás junto ao terminal 1 do Porto do Açu que também envolveria outro acordo com a Shell.
Há ainda informações sobre o interesse dos chineses na concessão da ferrovia Vitória-Rio, no trecho de 577 km, que está será objeto de mais uma audiência pública, nesta sexta-feira, às 9 horas na UcamCampos.
O modal ferroviário é um dos setores preferidos dos investimentos de infraestrutura por parte da China. O fato ganharia potencialidade com estes outros investimentos, de outros grupos chineses junto ao porto. Esta é uma estratégia que a China usa para montar bases em alguns pontos da Europa.
Além disso, é possível acompanhar que a China Offshore Oil Engineering Corporation (COOEC) está se movimentando para participar como sócia de um dos estaleiros em crise no Brasil.
A primeira investida está se dando em relação ao Estaleiro Rio Grande (ERG), no estado gaúcho, onde a Engevix tem hoje como sócia, os japoneses da Mishitubishi Heavy Industries (MHI), mas o consórcio precisa de outro parceiro em condições de fazer uma capitalização entre R$ 500 e R$ 600 milhões, para ultrapassar este período crítico.
Porém, outras possibilidades podem ser identificadas. A empresa COOEC pertence ao mesmo grupo da petroleira CNOOC (China National Offshore Oil Corporation) que é sócia da Petrobras no campo de Libra, no pré-sal e por isto tem interesses em esticar sua cadeia de serviços no Brasil, com o atendimento e montagem de bases para produção de petróleo.
Nesta linha, a COOEC aproveitando os problemas com as empresas envolvidas na Operação Lava Jato, já fez acordo com o Consórcio Integra (Mendes Jr.+ OSX) e assumiu o contrato de integração de módulos das plataformas "replicantes" P-67 e P-70, que ainda estão sendo montados na área do Porto do Açu, ao lado das instalações dos galpões inacabados do estaleiro da OSX.
Diante desta realidade não se deve perder a oportunidade de observar como as cadeias de produção com vínculos globais vai determinando a ocupação territorial infra-nacional, ou regional num processo onde o capital transforma as cidades e as gestões governamentais são quase que apenas despachantes. Sigamos observando e relatando.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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