A política municipal em Campos está mostrando mais uma vez, para quem está interessado em observar, os riscos que representam os atalhos para uma real mudança na forma de fazer política no município.
O caso envolve igualmente, com poucas diferenças, as lideranças políticas. Tanto as que controlam hoje o poder, quanto as que pretendem controlar o poder político, como representantes do povo.
Sem trabalho de base teremos mais do mesmo. A esperteza e a sagacidade como marcas deste modelo carcomido, ao invés do diálogo direto e da busca de uma relação direta de confiança com o povo.
A cada eleição um estratagema diferente, mas do mesmo estilo. As lideranças traçando "estratégias" em dois polos, ambos ancorados em um poder (municipal e estadual).
A origem do poder que é a população que confere o cargo pela representação popular, só é ouvida na urna, quando os nomes, mesmo sem propostas, já estão escolhidos pelas lideranças e cúpulas partidárias.
Mais do mesmo. Cada lado reclama uma traição. Os atuais controladores municipais reclamam uma traição de 30 anos. Porém, do outro lado, se reclama a traição do governador e ainda alegando que a traição adversária é falsa.
Na verdade, o que parece falsa é a forma, o modelo. Este já ruiu. Sem diálogo com as bases, sem a confiança a ser conquistada com a conversa direta, o ouvir e dialogar, nada de se terá.
Há quem goste deste "ti-ti-ti" das cúpulas partidárias onde tudo muda, para nada se transformar e as coisas ficarem, mais ou menos, do jeito que já se encontram.
O jogo da política em Campos: cúpulas, sem povo!
Não basta o ocaso do poder dos representantes políticos atuais ser visível no horizonte. Sem que o novo se coloque como alternativa, com confiança de quem outorga o cargo e o mandato de representação política, para exercício do poder, se terá a sua extensão, mesmo que exaurido de propostas e expectativas.
O tempo é escasso, mas nunca será tão tarde para ser iniciado. Fora daí, mais do mesmo.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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