A reunião tentou aproximar o planejamento de atividades da Petrobras, com apoio do poder público municipal e assim, auxiliar a retomada de negócios da cadeia do petróleo local.
Não houve uma divulgação formal sobre os projetos da empresa no município, mas esta teria solicitado maior agilidade no andamento dos processos de licenciamento "relativos à readequação da sua estrutura física dentro do município".
Como se sabe a prioridade estabelecida no PGN 2015/2019 da Petrobras foi para a área de exploração de produção (upstream), assim é certo que a base de apoio operacional para as atividades da empresa e de suas contratadas continua sendo a parte mais importante, através de terminal portuário e do "cluster" de operações e engenharia submarina (subsea).
Comentário do blog:
Se percebe que o município de Macaé está buscando de alguma forma, uma "hierarquização" na sua atuação no interior da "Economia do Petróleo" na região, ao caminhar para uma especialização em sua base de apoio à exploração petróleo offshore, agora que esta atividade já começa a ser dividida com a outra base que se instala no Porto do Açu.
É compreensível que a Prefeitura de Macaé, local da sede da unidade operacional da BC da Petrobras, se movimente e busque compreender os movimentos da estatal para se replanejar, mesmo que compreendamos que o município é mais que uma empresa, por maior e mais importante que ela possa ser, na condição de pública, privada ou de economia mista, como é o caso.
Porém, também vejo que a Petrobras como um grande empreendimento tem a obrigação de pensar sua atuação e elaborar o planejamento de sua atuação sobre o território de forma regional e não apenas pontualmente por um outro município.
Agindo isoladamente a empresa, na prática, age de forma similar a outros empreendimentos que enxergam o território, apenas pelo seu interesse de uso corporativo, considerando seus interesses em ter autorizações para instalações, em troca de ações e compensações mitigações pontuais.
Agindo desta forma, a estatal raramente atua de forma mais abrangente e integradora, como caberia a uma empresa que se pretenda colocar com algum grau de responsabilidade social e ambiental, para além dos interesses econômicos.
Como os que acompanham o blog sabem, com frequência citamos aqui a falta de articulação e de colaboração entre as gestões municipais, como sendo um dos principais problemas que a região precisa enfrentar, bem antes até do que o momento de crise pela atual redução da receita dos royalties do petróleo.
Tratar e superar, mesmo que paulatinamente, esta desintegração é um esforço que deveria acompanhar o que está em curso em termos econômicos e de investimento de capital sobre o território, considerando a duplicação rodoviária (BR-101), uma nova ferrovia (Vitória-Rio - EF-118), novos terminais portuários (Açu, Porto do Forno), novos gasodutos e hub de gás, especialização de base produtiva, nova base operacional de exploração de petróleo, etc.
O assunto é abrangente e merece debate mais amplo e profundo. É de se lamentar que as questões locais e regionais continuem sendo tratadas quase que exclusivamente, sob o ponto de vista da disputa do poder político, sem que as demais dimensões sejam sequer discutidas.
O blog aguarda opiniões e posicionamentos. Pretendemos voltar ao assunto.
Se percebe que o município de Macaé está buscando de alguma forma, uma "hierarquização" na sua atuação no interior da "Economia do Petróleo" na região, ao caminhar para uma especialização em sua base de apoio à exploração petróleo offshore, agora que esta atividade já começa a ser dividida com a outra base que se instala no Porto do Açu.
É compreensível que a Prefeitura de Macaé, local da sede da unidade operacional da BC da Petrobras, se movimente e busque compreender os movimentos da estatal para se replanejar, mesmo que compreendamos que o município é mais que uma empresa, por maior e mais importante que ela possa ser, na condição de pública, privada ou de economia mista, como é o caso.
Porém, também vejo que a Petrobras como um grande empreendimento tem a obrigação de pensar sua atuação e elaborar o planejamento de sua atuação sobre o território de forma regional e não apenas pontualmente por um outro município.
Agindo isoladamente a empresa, na prática, age de forma similar a outros empreendimentos que enxergam o território, apenas pelo seu interesse de uso corporativo, considerando seus interesses em ter autorizações para instalações, em troca de ações e compensações mitigações pontuais.
Agindo desta forma, a estatal raramente atua de forma mais abrangente e integradora, como caberia a uma empresa que se pretenda colocar com algum grau de responsabilidade social e ambiental, para além dos interesses econômicos.
Como os que acompanham o blog sabem, com frequência citamos aqui a falta de articulação e de colaboração entre as gestões municipais, como sendo um dos principais problemas que a região precisa enfrentar, bem antes até do que o momento de crise pela atual redução da receita dos royalties do petróleo.
Tratar e superar, mesmo que paulatinamente, esta desintegração é um esforço que deveria acompanhar o que está em curso em termos econômicos e de investimento de capital sobre o território, considerando a duplicação rodoviária (BR-101), uma nova ferrovia (Vitória-Rio - EF-118), novos terminais portuários (Açu, Porto do Forno), novos gasodutos e hub de gás, especialização de base produtiva, nova base operacional de exploração de petróleo, etc.
O assunto é abrangente e merece debate mais amplo e profundo. É de se lamentar que as questões locais e regionais continuem sendo tratadas quase que exclusivamente, sob o ponto de vista da disputa do poder político, sem que as demais dimensões sejam sequer discutidas.
O blog aguarda opiniões e posicionamentos. Pretendemos voltar ao assunto.
5 comentários:
Pois é, dê dinheiro, mas não dê confiança...Foram transformar uma vila de pescadores e bugres em uma cidade da noite para o dia, e pronto: agora não querem largar o osso.
Resultado: Um caos.
Uma cidade de forasteiros de baixa ou pouca instrução, de perfil voltado para aspectos técnicos, sem visão alguma da realidade que não seja ganhar uns trocados da cadeia do petróleo, e encher a cara nos bares com as putas, enquanto suas mulheres entediadas e abandonadas torram a grana nos shoppings, cabeleireiros cafonas e com os amantes, macaqueando os gestos da elite da capital.
E dá-lhe pó e álcool.
O crime e o creme.
Essa é Macaé, a princesinha (arrombada) do Atlântico.
Lamentável as palavras do post acima.
Como um dos muitos consultores ds Industria do Petróleo, registro que concordo com os pontos de vista do signatário do Blog. Mais ainda... Não é factível que tente-se forçar uma logística eficaz de maneira
exclusivista e politica num local que está completamente estrangulado como Macaé. A cidade cresceu em torno do porto, mas sem planejamento prévio de desenvolvimento, sem plano diretor adequado, sem entender a cadeia de Oil&Gas e sem estudo de demanda. Vejo que hoje as alternativas do Açu e Barra do Furado, em outros municípios sejam mais adequadas ao futuro se médio prazo, pois serão celeiros de desenvolvimento e áreas ainda não ocupadas e possibilitarão serem melhor estruturadas (salvo as questões de ordem ambiental do Açu que o Blog invariavelmente chama nossa atenção). Precisamos pensar de forma minuciosa as cidades e não somente o comércio e serviços aderentes a instalação de um porto. Caso contrário cairemos na mesma rotina de caos que é o Porto do Rio. Ministérios das Cidades, Transportes, Desenvolvimento e Petróleo e Energia devem sentar numa mesma mesa, ouvindo os estados e municípios e criando sinergias de ações. Será que isso é uma utopia professor?
Este é o debate. Como dito tem que ser feito para além dos interesses corporativos e da cadeia produtiva. Também tem que ser como costumo enfatizar de caráter regional e não pontual por município. Não é simples, na medida em que o ente governamental da segunda escala (governo estadual) pouco contribui com a articulação supramunicipal. Pouco faz para além da atuação por setor da gestão (saúde, educação, etc.) sem uma visão integrada e integradora.
A questão ambiental tem uma interface interessante neste tipo de cadeia, considerando as unidades de conservação já instaladas (federais, estaduais e municipais). Tenho um estudo detalhado sobre isto que mostram interfaces interessantes a serem trabalhadas.
Os modais em expansão trazem outras possibilidades, porém, trata-se de uma tarefa e um projeto complexo, na medida em que as gestões foram estimuladas em todo este tempo a desenvolver uma visão e uma prática isolacionista de cada por si, em meio às disputas pelo poder local que beiram ao absurdo em termos do que passei a chamar - e o termo passou a ganhar poder e circulação - entre criadores e criaturas. Em meio a esta disputas, quase se mata ou morre, se corrompe e é corrompido, sem que o conteúdo ou projetos sejam diferenciadores de posições.
Porém, é em meio a esta realidade que se deverá trabalhar. Não adianta reclamar, embora se deva buscar formas de superação desta "falsa polarização".
Todas as iniciativas de um debate e ação regional devem ser implementadas, reforçadas e apoiadas para que se construa uma nova cultura que rompa a barreira dos limites dos municípios. O caso do modal ferroviário é um exemplo e uma possibilidade para se articular esta integração que remete ao debate mais geral sobre o potencial de desenvolvimento (bem para além de crescimento econômico) da região.
Já é forte os comentários dentro da empresa a noticia do fim da UO-BC que hoje encontra-se no vermelho. A UO-BC será dividida entre a UO-RIO e a UO-ES, com isso a Petrobrás espera diminuir seus quadros, enfraquecer o sindipetro-NF e desativar algumas unidades que dão prejuízo. O fim de Macaé está próximo.
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