Em 2008, o município de Campos dos Goytacazes possuía um total de 21.244 matrículas no ensino superior. Isto representava um avanço de 18% em relação às 18.0667 matrículas do ano de 2003.
Já em 2013 (último ano de divulgação do Censo do Ensino Superior do Inep/MEC) Campos dos Goytacazes viu estas matrículas reduzirem em exatas 4.080 vagas. Uma redução de 19,2% no total de matrículas nos cursos superiores.
Assim, em 2008, Campos chegou a ocupar a 4ª posição entre os 92 municípios fluminenses, no número de matrículas em cursos superiores. Na frente estavam apenas, a capital, Niterói e Duque de Caxias.
Agora em 2013, Campos com 17.164 matrículas, o município desceu para a quinta posição no estado. A maior parte dos municípios do estado cresceu o seu número de matrículas neste período.
A redução de cerca de 4 mil matrículas em Campos está ligada à redução do apoio do município com as bolsas de estudo que a prefeitura cedia que chegou até a quase 10 mil, entre integral e parciais.
Outros fatores que contribuíram foram: o fim do atendimento de uma demanda reprimida de pessoas de maior idade com interesse em possuir um curso superior e a expansão de outros polos de ensino superior como foi o caso de Macaé, Itaperuna e Cabo Frio.
Movimento de matrículas no ensino superior em Campos: mais vagas públicas e menos vagas nas instituições privadas
Na década entre 2003 e 2013 onze instituições de ensino superior atuavam no município de Campos dos Goytacazes. Neste período houve uma redução do total de matrículas em 4.080 vagas, mas as quatro instituições públicas Uenf, UFF, IFF e Isepam aumentaram em 3.415 o universo de matrículas que ofereciam no ensino superior em Campos dos Goytacazes.
Enquanto isto, neste mesmo período, as sete instituições particulares tiveram reduzidas as suas vagas no total. Porém, o maior decréscimo surge nos últimos cinco anos (2008-2013) quando ocorre a perda total de 4.080 vagas.
A instituição que mais perdeu matrículas neste período (2008-2013) foi o Centro Universitário Uniflu (Fafic; FDC e FOC) com menos 2.840 alunos. A seguir a Universo com menos 2.672 matrículas. Em terceiro a Estácio de Sá com menos 1.352 matrículas. Só as três perderam 6.864 estudantes.
As demais quatro instituições privadas tiveram suas matrículas praticamente estabilizadas, com exceção do Isecensa que cresceu 566 matrículas, entre 2008 e 2013.
Observando todo este movimento de alunos e ofertas de matrículas entre cursos presenciais e em EaD (veja aqui nota sobre número no estado RJ), considerando ainda que a oferta pública não se relaciona diretamente ao mercado e, que as bolsas, sejam dos governos municipais ou do Fies federal, seria possível estimar que o número de alunos do ensino superior, na modalidade presencial, em Campos, tenda a se estabilizar na faixa em torno das 16 mil matrículas. Há que se recordar que este números são de 2013. O impacto da crise dos royalties já deve ter reduzido ainda mais o número atual destas matrículas.
Mesmo com a hipótese de um desejável do aumento de matrículas no ensino superior público, o provável crescimento nas ofertas de matrículas em EaD no município, seria possível estimar um número um pouco menor para a estabilização deste número na casa dos 15 mil alunos.
Na hipótese de redução ainda maior das receitas dos royalties para os municípios da região a estabilização do número pode se dar ainda mais abaixo dos 15 mil.
Já comentamos aqui que a estimativa oferta de cursos de pós-graduação, na maioria especialização, mas também stricto-sensu, em mestrado/doutorado deve estar na faixa entre 3 mil e 4 mil matrículas anuais. Este número também tende a ser reduzido com a crise dos royalties.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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